Calem A Boca Vocês Todos
Asterin acordou com o coração acelerado dentro do peito, sobressaltada. Ainda assim, não conseguia se lembrar com o que tinha sonhado, exatamente.
Mas não era como se ela já não tivesse se acostumado com os sonhos ruins. Tinham começado há, basicamente, cinquenta anos. E até o momento ela não sabia o porque. Nem mesmo o vento, que cantava todos os dias em seu ouvido, sabia as respostas para as perguntas de Asterin.
Mas aquele havia sido um pesadelo diferente. Ao mesmo tempo que havia sentido algo cruel e vazio, havia sentido também uma libertação. Se ela fosse tentar explicar a alguém aqueles sonhos, achariam que a Rainha tinha enlouquecido de vez.
Rainha.
Era aquilo que ela tinha se tornado para aquelas pessoas, aquele povo perdido que ela tinha salvo da destruição. Eles a veneravam, mas era muito mais do que somente um povo que ela tinha sido obrigada a salvar. Agora, eram a família de Asterin.
E Asterin tinha conseguido transformar aquele lugar em um lugar bom. Bom como Velaris, ela supunha. A paz reinava, nenhuma fêmea era tratada com inferioridade, não havia crimes sendo cometidos no reino e todos viviam em uma completa e feliz harmonia. Asterin não podia pedir por algo melhor. Apesar de seu coração ainda estar estilhaçado, mesmo que quase quinhentos anos tenham se passado.
As vezes, Asterin ficava tão desesperada com o medo de se esquecer de como Rhys era que mal conseguia respirar. Ela sabia que tinha um propósito e que ter o deixado havia sido a coisa certa, mas não significava que não doesse nela.
Mesmo que cinco séculos tenham se passado, talvez nem mesmo isso fosse o suficiente para fazer Asterin esquece-lo. E tira-lo do centro de seu coração.
O que deixava tudo pior era o fato de Asterin não ter sequer uma notícia de Prythian faziam bons cinquenta anos. Mas ela sabia de algumas coisas.
Rhys tinha se tornado Grão Senhor na noite em que ela partiu. Ela não sabia exatamente que tipo de feitos ele teria conquistado com aquele título, mas supunha que Rhys tivesse feito bastante por eles. Principalmente sabendo que ele tinha vontade de mudar a Corte Noturna por completo. E ela tinha fé que ele havia conseguido exatamente isso.
De qualquer forma, Asterin não podia se apegar tanto ao passado. Então, balançando a cabeça para dissipar aqueles pensamentos, ela se levantou para se trocar.
Asterin odiava os vestidos pomposos que sua tia tinha feito, mas os usava uma vez a cada cem dias para agrada-la. Mas aquele dia não era um daqueles casos, então a Rainha de Nilfheim, a cidade perdida, apenas colocou suas roupas de couro habitual que sua tia tanto odiava. Para não dizer que não tinha nenhum brilho que fosse, Asterin pegou a tiara de prata com pedras azuis que o melhor ferreiro tinha feito especialmente para ela e colocou na cabeça.
Ela geralmente não gostava de usar a tiara, mas odiava ainda mais colocar a coroa. Asterin não achava que precisava estampar quem ela era naquela hierarquia, não quando queria que todos eles fossem iguais. Apesar de saber que não eram.
-Dormiu pra cacete, hein?- disse uma voz ao lado dela quando Asterin saiu do próprio quarto e ela apenas torceu o nariz para Travis.
-Cale a boca, sua ralé qualquer.- ela disse fazendo o grão feérico com uma cicatriz na garganta e cabelos caramelo apenas dar risada.
-Ei, você olhe bem como fala comigo, faço parte da corte da Rainha.- ele disse apontando o dedo para Asterin e ela o segurou com força, fazenďo Trevis sibilar. -Coisa ruim, perversa e maldosa.
-Babaca.
-Você já está irritando a Terin essa hora da manhã, Trev?- Conan, um serafim, disse dando uma risada. Ao lado dele estava Aleyenor, uma bruxa de poucas palavras. Ela apenas olhou para Asterin e revirou os olhos ouvindo as provocações de Conan e Travis.
-Porque os dois não calam a boca e deixam nossa rainha em paz?- dessa vez a voz vinha de Alibia, a metamorfa. Conan deu um sorriso sarcástico para ela.
-Porque não vira um cachorrinho e vai uivar pra lua?- ele provocou apenas para receber um murro bem dado no nariz e sibilar. Asterin riu baixinho.
Apesar de serem completamente disfuncionais, aqueles quatro haviam se tornado família para Asterin. Tinham estado com ela nos piores momentos, a dando forças para continuar. E quando ela pensou em desistir, eram eles que estavam ao lado dela a pedindo para aguentar.
Ela seria eternamente grata a eles. Não só pelos serviços prestados a corte dela, mas por serem os melhores amigos que alguém poderiam querer.
-Ah, por favor, calem a boca vocês todos.- ela disse com divertimento.
-Não precisa pedir para Aleyenor, ela já não fala mesmo.- Travis provocou e recebeu o mesmo tratamento que Conan: um soco bem dado no nariz. -Qual é, vocês acordaram agressivas hoje!
-As vezes, Travis, manter a boca calada é a melhor opção.- Asterin disse rindo.
-Aliás, escolheu a melhor tiara hoje.- Alibia comentou com um sorriso. -Combina com o anel.
Asterin apenas olhou por um segundo o anel com pedra azulada em sua mão direita, milhares e milhares de lembranças vindo a tona em sua mente. Ela as empurrou para baixo e para baixo, até desaparecerem novamente.
-Honestamente, acho que o ferreiro só fez a tiara de pedras azuis porque você não tira esse anel nunca.- Conan disse, ainda tentando parar o sangramento no nariz. -Mas nenhum azul é azul como esse anel.
Ele tinha razão. Nada seria como aquele anel. Assim como ninguém seria como Rhysand havia sido na vida de Asterin.
Boa tarde meu povo! Tudo bem com vocês? Espero que sim!
Ao mesmo tempo que eu tô muito feliz com a vida da Teri eu tô muito triste KKKK não sei explicar
Espero que estejam gostando!
Vejo vocês no próximo capítulo!
~Ana
Data: 07/06/21
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