Capítulo 10: Ele não é seu filho
Nada era melhor que acordar com o carinho de Robert. Com seus beijos suaves depositados em meu rosto. Com seus braços fortes me evolvendo para mais perto dele. Era um sonho.
— Bom dia pra mulher mais linda desse mundo. — Ele falou com a voz rouca. — quer dizer... do mundo não, do universo.
— Bom dia. — Respondi manhosa e sorrindo.
— Como é bom acordar do seu lado de novo, meu amor.
— Digo o mesmo. — Lhe dei um beijo apaixonado.
— Vamos levantar pra ajeitar nossas coisas e pegar o voo de volta pra Los Angeles?
— Precisamos mesmo sair daqui? — Passei minha perna por ele, lhe impedindo de ir a qualquer lugar.
— Precisamos. — Robert riu.
— Podemos conversar uma coisinha antes?
— Claro, amor. Qualquer coisa.
— Agora que estamos juntos de novo... como vão ser as coisas? Digo, com a Suki e com os nossos filhos.
— Eu vou me separar da Suki assim que ela voltar da turnê. Com certeza vamos fazer uma guarda compartilhada do Henry e vou pagar pensão pra ele e pra ela.
— Não queria que o Henry crescesse com a ideia de que sou uma destruidora de lares que acabou com o relacionamento do pai e da mãe dele.
— Isso não vai acontecer. Prometo.
— E quanto ao meu filho? Você vai aceitá-lo?
— É claro que vou, meu bem. Se o Jacob não quiser assumir a responsabilidade, pode ter certeza que eu vou cumprir esse papel. Irei amar e cuidar do seu bebê como se fosse meu próprio filho. Não se preocupe, porque eu não vou lhe deixar desamparada.
— Eu te amo. — Rocei meu nariz no dele.
— Eu também te amo. — Ele me beijou outra vez. — Vamos tomar um banho?
— Vá na frente, quero ficar enrolando na cama mais um pouquinho. — Me espreguicei.
— Tá bom.
Enquanto Robert tomava seu banho, aproveitei aquele momento para checar minhas mensagens e minha caixa de e-mails, como eu sempre costumava fazer. Havia várias ligações do meu agente na noite passada. Várias ligações da Ana. Várias ligações de Jack. O que estava acontecendo?
A primeira pessoa para quem retornei foi para a minha melhor amiga, a qual atendeu de imediato. Parecia que ela estava esperando a minha ligação.
— Oi, Ana.
— Amiga do céu, você quer me matar do coração? — Ela parecia desesperada.
— O que foi que aconteceu?
— Você ainda não olhou suas rede sociais hoje? Flagraram você entrando no quarto do Rob ontem!
— Merda... — Fiquei chateada, mas não surpresa. Eu reconheço que havia sido imprudente na noite anterior.
— Não vai me contar o que aconteceu?
— Você sabe o que aconteceu, Ana... — Dei um sorrisinho, me lembrando das loucuras que fizemos.
— Ai, meu Deus! Você deu pra ele?!
— Claro que sim.
— Sua louca, se a mulher dele descobre... você tá ferrada.
— Tô nem aí, foi ela que roubou ele de mim primeiro. Eu só tomei de volta o que é meu.
— E como foi? Como você se sentiu?
— Amiga, foi a melhor noite da minha vida.
— Vocês vão voltar?
— Vamos.
— Finalmente, né, já tava mais que na hora.
— Sim. — Concordei. — Amiga, vou ter que desligar, preciso arrumar minha mala.
— Boa viagem, amiga. Beijos!
Quando Ana desligou, fui buscar saber melhor sobre o que tinha vazado na noite passada. A foto era claramente eu entrando no quarto dele, não tinha como deduzir outra coisa.
Algumas pessoas reagiram bem à notícia, principalmente meus fãs. A maioria dizia que nós tínhamos que voltar. Mas as fãs da Suki obviamente me atacaram.
Me chamaram dos piores xingamentos que uma mulher poderia receber. "Puta" era o mais leve deles. Mas, honestamente, eu não estava me importando. Daqui a poucos dias aquele bafafá ia acabar e Robert e eu seguiríamos nossa vida normalmente.
Então, enquanto eu ainda mexia no meu telefone, recebi outra ligação. Era Jacob. Eu não sei porquê, mas atendi.
— O que você quer? — Revirei os olhos.
— Você deu pro Robert ontem?
— Por que você se importa? Você não tava comendo a Sydney?
— Não tem nem um mês que a gente se separou e você já correu de volta pra ele igual uma cachorrinha.
— Melhor que você, não é? Que nem esperou a gente se separar pra ficar com outra mulher.
— Quer saber, você é uma vagabunda! Nunca foi apaixonada por mim de verdade! Sempre quis ficar com ele durante todo esse tempo! — Jacob falou com um timbre agressivo.
— Olha aqui, você me respeita! Eu não fiz nada de errado!
— Talvez esse filho que você tá carregando nem seja meu! Tenho quase certeza que você já me traía com ele antes e inventou essa história de que eu sou pai dessa criança só pra me dar golpe!
— Golpe? — Eu ri alto. — Vou te dar golpe pra que, seu idiota? Sou muito mais rica que você!
— Não importa, você é uma vadia de qualquer jeito! Não vem mais me procurar com essa história de filho!
— Tá! Eu não ia te procurar de qualquer jeito! Vai ser bom essa criança crescer longe do pai desequilibrado que ela tem!
Assim, Jacob desligou na minha cara. Na mesma hora eu comecei a chorar compulsivamente. Não de tristeza, mas de ódio. Nunca eu tinha me sentido tão humilhada por um homem antes.
— Amor? O que houve? — Robert correu quando me viu sentada na beira da cama com os olhos vermelhos.
— Não é nada... — Virei o rosto.
— Como nada? Você tá chorando!
— Foi o Jacob... ele me ligou... me humilhou.
— Por que esse idiota fez isso? — Ele franziu cenho.
— Vazou, Rob... todo mundo sabe que eu fiquei com você na noite passada. Me desculpa...
— Ei, tá tudo bem, meu amor... — Ele me deu um abraço que foi mais que reconfortante. —. A gente sabia que isso poderia acontecer. Vamos dar um jeito.
— Ele me chamou de...
— Não precisa me falar. — Robert pegou em meu queixo e olhou nos meus olhos. — Você não é nada disso, entendeu? Nunca deixe ninguém lhe fazer pensar o contrário.
— Tá...
— Tome um banho e esfrie a cabeça, ok? Deixa que eu organizo as coisas.
— Ok. — Dei uma fungada, engolindo o choro.
Robert fez tudo sozinho. Organizou as malas, fez o check-in e entrou em contato com o motorista para nos levar até o aeroporto. Enquanto eu ainda estava meio em choque com tudo o que estava acontecendo. Mas uma hora ia passar. Assim eu esperava.
Quando saímos do hotel, o inferno começou. Havia inúmeros paparazzis do lado de fora, nos fotografando sem parar. Eram milhares de flashes em questão de segundos.
Eu tentava me esconder a todo custo. Eu colocava a mão no rosto e cobria ao máximo a minha pele marcada com meu casaco. Afinal, eu estava toda vermelha de mordidas de chupões da noite anterior. Mas, ainda assim, alguns fotógrafos ainda viram essas marcas.
— Ela tem um chupão na clavícula! — Um deles disse. Então a quantidade de flashes triplicou.
Parece que o caminho até o nosso carro durou uma eternidade. Os paparazzis quase não nos deixavam passar. Mesmo com a barreira de seguranças em nossa volta, eles davam um jeito de nos alcançar.
Quando entramos na SUV e esta começou a andar, Robert e eu demos um grande suspiro de alívio por termos conseguido despistar aqueles abutres.
— Se as coisas já estão desse jeito aqui, imagina quando chegarmos em Los Angeles... não teremos mais privacidade. — Coloquei a mão na testa e respirei fundo, tentando me recompor.
— Mas estaremos juntos nisso. — Robert segurou minha mão. — Uma hora isso tudo vai acabar.
— É. — Me sustentei em suas palavras.
A viagem de volta para Los Angeles foi o único momento de paz que tivemos. Foram 5 horas seguidas a mais de 10 mil pés acima do chão sem ninguém nos perturbar. Porém, sabíamos que quando pousássemos, o caos voltaria. Éramos o assunto na boca do povo agora.
Chegamos na nossa cidade por volta das 19:00 horas, e parecia que todos estavam nos esperando ali. O aeroporto de Los Angeles estava apinhado de fãs e mais paparazzis.
— Meu Deus, esse pessoal não se cansa de nos perseguir? — Perguntei aborrecida dentro do carro.
— Não, amor, eles não cansam.
— Só quero ir pra casa e e comer um pote de sorvete inteiro pra esquecer o dia de hoje.
— Tá louca? — Robert arqueou a sobrancelha. — Acha mesmo que vou deixar você ficar sozinha na sua casa depois de toda essa confusão?
— E pra onde eu vou?
— Vai ficar na minha casa até as coisas se acalmarem.
— Eu não posso ficar na sua casa, Robert. E se a Suki aparecer lá?
— Ela não vai aparecer.
— Assim espero.
Depois de enfrentar quase uma hora de trânsito, finalmente chegamos na casa de Robert em Beverly Hills. Devia ser por volta de 21:00 da noite.
— María, cheguei! — Ele anunciou.
— Shhhh! O Henry dormiu agora. — A empregada cochichou. — Deu trabalho pra colocá-lo na cama, o pobrezinho não parava de chorar e perguntar por você.
— Coitadinho... nem consegui chegar a tempo pra dar um beijo de boa noite no meu menino.
— Amanhã vocês terão tempo de sobra. — María riu. — Olá, hija!
— Oi, María. — Cumprimentei.
— Bom... acho que vou deixar vocês dois a sós.
Estávamos tão cansados que nem conseguimos subir com as malas, apenas nos atiramos no sofá da sua sala de estar e ali ficamos.
Robert, cavalheiro como sempre, tirou meus sapatos, apoiou meus pés em seu colo e me deu uma massagem maravilhosa sem nem eu pedir.
— Obrigada... meus pés estavam me matando. — Gemi quando ele apertou meu calcanhar.
— Imaginei. Você tá muito tensa.
— E como...
— Mas vai passar. Tenho certeza que vai. Uma hora as pessoas vão se cansar de nós.
— Onde foi que a gente se meteu? — Balancei a cabeça.
— Se quisermos mesmo ficar juntos, esse será o preço, amor. Eu tô disposto a pagar. — Ele me olhou fixamente. — Você está?
— É claro que sim. — Respondi instantaneamente. — Mas não posso negar que é uma merda passar por tudo isso. Toda essa perseguição.
— Concordo. Mas tendo você ao meu lado, eu enfrento qualquer coisa. — Robert beijou meu pé.
— Eu te amo.
— Eu te amo mais.
De repente, a porta da casa se abriu com um estrondo. É claro que era ela. Tinha que ser.
Suki entrou batendo forte com os seus saltos no chão e com uma cara furiosa. Ela estava vermelha como um tomate.
A primeira coisa que a loira fez foi largar um tapa na bochecha de Robert, deixando a marca da sua mão ali, e até fazendo sangrar um pouco por causa das suas unhas.
— SEU DISSIMULADO! EU VOU TE MATAR! — Ela se atracou nele.
— SAI DE CIMA DELE! — Agarrei seus punhos, lhe impedindo de continuar machucando-o. Suki ficou imobilizada, pois eu era mais forte que ela.
— ME LARGA, SUA VAGABUNDA! OU VOCÊ QUER APANHAR TAMBÉM?!
— ENCOSTA UM ÚNICO DEDO EM MIM PRA VER SE EU NÃO QUEBRO A SUA CARA!
— CHEGA! — Robert gritou. — Parem com isso vocês duas!
— Eu não acredito que saio por apenas algumas semanas e você já vai se engraçar com essa putinha!
— Olha como você fala comigo, garota! — Me impus.
— Suki, nós dois sabíamos que o nosso relacionamento não estava dando certo. Nunca deu.
— O que ela tem que eu não tenho? — Suki me olhou dos pés a cabeça.
— Eu a amo, Suki. Sempre amei.
— Eu sou a pessoa certa pra você, não essa latina nojenta!
— Para com isso, Suki! Eu não vou tolerar que você a ofenda ou cometa qualquer tipo de preconceito! — Robert lhe apontou o dedo. — Eu escolho ficar com a Rebeca. Desculpa por te decepcionar.
Explodindo de fúria, Suki se virou para mim e me atacou como um animal selvagem. Nós duas caímos no chão e a briga começou.
Uma puxava o cabelo da outra, dava socos, tapas e arranhões. Foi uma baixaria. Mas foi ela quem começou.
— SUKI, PARA! ELA TÁ GRÁVIDA! — Robert deu um berro de desespero e a tirou de perto de mim.
Eu sabia que ele não tinha revelado aquilo de propósito. Ele deve ter ficado com medo daquela agressão acabar prejudicando o meu bebê. Porém, agora que ela sabia, minha vida iria virar de ponta cabeça.
— Como é que é? — Ela perguntou ofegante e com o cabelo todo bagunçado.
— Por favor... sai da minha casa. — Ele pediu com calma.
— Quer saber? Vocês dois se merecem.
— Pega suas coisas e vai embora, Suki.
— Pode deixar que eu vou. Vou pegar meu filho e vou sumir da sua vida, como você sempre quis.
— O Henry vai ficar comigo! — Robert falou com a voz grave. — Você tá completamente desequilibrada, não tem condição alguma de ficar com ele!
— Ah, por favor, nem seu filho ele é! — Suki cuspiu as palavras sem nenhuma pena.
Aquela informação deixou Robert totalmente sem chão, foi perceptível. Seu rosto ficou pálido e suas pernas estavam tremendo.
— Do que você tá falando? — Ele perguntou baixo.
— O Henry não é seu filho!
— I-isso... isso é... mentira.
— Ache o que quiser, querido. Agora com licença que eu vou pegar o meu filho e ir embora. — Suki se virou e subiu até o quarto do bebê.
Robert se sentou no sofá e ficou com o olhar desfocado e a boca entreaberta. Ele estava em choque. E assumo que eu também estava. Eu sabia que Suki era uma mulher má... mas não sabia que era tanto assim.
— Rob... amor... — Peguei seu rosto com as duas mãos. — Fala comigo.
— Ele não é meu filho. — Seus olhos desnorteados estavam cheios de lágrimas.
— Amor, olha pra mim...
— Ele não é meu filho.
Robert ficou repetindo essa mesma frase inúmeras vezes. Ele estava fora do normal. E eu estava com medo de a qualquer momento ele colapsar.
Minha atenção saiu dele quando ouvi o choro de Henry no colo da Suki enquanto ela descia as escadas.
— Passar bem vocês dois! — Ela disse abrindo a porta.
— Acha mesmo que você vai sair impune? — Segui ela até seu carro. — Eu vou te denunciar por tudo o que você fez com o Rob!
— Me denuncia! Quero saber em quem a polícia vai acreditar! — Suki riu. — A amante aqui é você. Quem tá dando o golpe da barriga nele é você.
— Eu não sou amante e não tô dando golpe, diferente de você! O filho que eu tô carregando nem é do Robert, sua maluca!
— Ah, mas a partir de agora todo mundo vai achar que é. Eu vou fazer da sua vida um inferno, garota. Guarde as minhas palavras!
Então, ela entrou na sua BMW com o Henry e saiu. Eu sabia do que ela era capaz e sabia que ela realmente transformaria minha vida em um inferno. Suki já tinha feito isso antes. Mas eu não estava pensando tanto nisso naquela hora.
Quando entrei na casa de novo, Robert continuava do mesmo jeito. Atônito.
— Ela já foi embora... — Me sentei ao seu lado.
— Eu sempre soube que não estava louco... eu nunca transei com ela naquele dia.
— Como assim, amor?
— Tudo se encaixa agora... ela me drogou naquele dia. Me drogou pra depois inventar essa história de gravidez e me prender com um filho que nem sequer era meu...
— Amor... eu sinto muito. — Tentei lhe abraçar, mas ele se esquivou.
— Por favor... eu preciso ficar sozinho um pouco.
Então fiz como ele pediu. Lhe deixei ter o espaço que precisava naquele momento tão difícil. Mas prometi a mim mesma que não o deixaria sozinho naquela confusão. Eu iria até o fundo do poço com ele, se fosse preciso. Eu não ia abandoná-lo.
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