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Cap. 032

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No dia em que minha colação de grau aconteceu, lembro-me perfeitamente do sentimento que me invadiu naquele momento. Realização.

Eu me senti feliz. Mas não apenas feliz, foi uma felicidade inexplicável e que até o dia de hoje eu não consigo explicar. Aquela emoção foi a única que dominou todo o meu corpo e todos os meus sentidos.

Realização e alegria é o termo perfeito para encaixar neste momento. Duas semanas atrás, a seleção brasileira foi duramente eliminada nas semifinais da Copa América pelo Uruguai. Claro que foi um baque, estávamos indo perfeitamente bem e isso foi algo repentino. Mas a realização e a alegria a qual me refiro, é o total sentimento que os atletas espanhóis estão estampando agora.

A Espanha conseguiu eliminar a Alemanha por 5x0 e chegou à grande final da Eurocopa contra a Inglaterra. Cada expressão, momentaneamente tensas, mostram a realização e a felicidade de estarem em uma final, mesmo sem a certeza de quem há de ganhar.

As áreas privadas para artistas e familiares, estava mais animada do que a torcida organizada, - não sei se o fato de ser uma torcida mista de ambas as seleções ou por simplesmente estarem animados com a partida. A verdade é que, se fosse o Brasil em uma final, independente da classe social, jamais poderiam ter uma torcida mista. Ao menos que queiram um MMA gratuito nas arquibancadas.

Diferente do país de clima tropical, as coisas por aqui são tranquilas e harmônicas. Todo o protocolo de abertura foi seguido e os jogadores estão todos posicionados em suas posições, aguardando o sinal do árbitro para o início dos primeiros 45 minutos.

O primeiro chute na bola foi o suficiente para o estádio explodir em um estrondo ensurdecedor. Oficialmente vamos definir qual a melhor seleção europeia no momento.

- Eu ainda não consigo acreditar que o juiz roubou aquela falta. Aquele idiota quase arrancou uma canela do coitado do Yamal! - O comentário de uma mulher ao meu lado me chamou atenção, ela tem traços delicados e ao mesmo tempo marcados, seus cabelos ondulados estão presos em um coque rebelde.

- Nem foi pra tanto, ele exagerou um pouco na atuação. Certeza que um dos requisitos para ser jogador é ter no mínimo uma faculdade de teatro, porque sinceramente! - O homem ao seu lado respondeu me arrancando uma risada, na pior das hipóteses eu concordo com ele.

Ao julgá-los brevemente, creio que ele seja britânico e a moça espanhola. O sotaque carregado dela ao falar em inglês deixa claro que não é nativa daqui.

As madeixas loiras reluzindo contra a luz chamaram minha atenção imediatamente. Angela Bettencourt havia me largado no meio dessa gente e sumiu até o momento presente.

- Onde se meteu? - A loira estendeu um cachecol com as cores da bandeira espanhola para mim e me entregou uma camisa da seleção.

- Fui falar com o Ferran antes de entrar em campo. - Deixei um sorriso malicioso escapar e ela me deu um tapa. - Sua vagabunda, eu só fui buscar as camisas para vestirmos por cima quando a Espanha ganhar.

- Só isso? Tem certeza? Perdeu todo o início do jogo e parte da cerimônia de abertura. - Questionei enquanto colocava a camisa junto a minha bolsa em meu assento.

- Tenho absoluta certeza. E eu perdi parte da abertura porque daqui até o vestiário é um pouco longe e o tráfego de pessoas estava bem grande pelos corredores de acesso.

- Se você diz... - Voltei minha atenção para o campo e pude ver o momento em que a câmera focou exatamente nas arquibancadas que estamos. Angel sorriu timidamente enquanto o homem que estava conversando com a mulher a poucos minutos e mais dois rapazes acenaram para a câmera, arrancando gritos eufóricos da multidão.

- Pura que pariu! Como eu não tinha reconhecido eles antes! - A francesa berrou enquanto chacoalhava meus ombros.

- Você está ficando doida por acaso?

- Clara, esses três ao nosso lado são pilotos de fórmula 1! Você tem noção disso!? - Olhei incrédula para os homens ao nosso lado e só então reconheci seus rostos. O alto que conversava com a mulher agora pouco é George Russell, ao meio está Lando Norris e próximo ao mesmo simplesmente o heptacampeão de F1, Lewis Hamilton. Simplesmente a porra da elite do automobilismo ao meu lado e respirando o mesmo ar que eu.

- Como caralhos você conseguiu esses assentos nessa área? Olha onde a gente tá metida sua barata tonta! - Angel deu uma risada escandalosa antes de me dar um chute na canela. - Aí!

- Isso foi por ter me chamado de barata tonta. E o Ferran que me deu as credenciais, mas eu não fazia ideia de que iríamos ficar perto de gente como eles. - Só então pude reparar na mulher elegante, é a Carmen Montero, noiva do piloto britânico, George Russell.

- Tem certeza que não tem nada rolando entre você e o Torres, Bettencourt?

- Quê? Claro que não!

- E como você vai me explicar estar com a língua dele na sua garganta no nosso último dia lá em Recife no mês passado?

- Da mesma forma que você explicou por que caralhos você e o Pedri estavam gemendo naquele quarto! - Minhas bochechas ruborizaram e eu lhe mostrei o dedo médio. - Como eu imaginei. Agora vamos prestar atenção no jogo de uma vez por todas.

- Não pense que escapou desta conversa, senhorita Bettencourt.

- Vai sonhando Guimarães, vai sonhando!

- Foi você que me obrigou a pegar um avião e cruzar um continente para estar aqui. O mínimo é pagar meu lanche quando sairmos. - Nossa pequena discussão durante o intervalo do primeiro tempo era a mais estúpida possível.

- Ah, é claro! Você veio porque quis.

- Ah, deixe de ser mentirosa! Você praticamente ameaçou me bater e grudar chiclete no meu cabelo se eu não viesse te fazer companhia!

- Detalhe bobo, isso não faz com que eu tenha a obrigação de pagar um lanche pra você.

- Eu vou te expor na internet, me aguarde! - A loira soltou uma risada enquanto pagamos nossos copos de refrigerante e hot-dogs. - Nossa, o podrão lá de Copacabana dá um pau nesse pão com salsicha que eles chamam de cachorro quente.

- Vou ter que concordar, depois que eu comi aquele negócio eu juro que fiquei satisfeita por uns três dias consecutivos. Até ovo tinha naquele troço! - Deixei uma risada escapar enquanto voltamos para nossos assentos. - Acha que os meninos vão ganhar?

- Eles jogaram bem nesse primeiro tempo, tiveram uma frente defensiva muito boa. - Mordi meu hot-dog antes de dar um bom gole na coca gelada. - Eles só precisam juntar todas as peças e marcar gols.

- Com licença, você é Clara Guimarães, correto? - Girei meu pescoço tão rapidamente que pude jurar que ficaria sem ele no momento seguinte. Meus olhos esbugalhados e a minha cara de espanto não estavam nada discretas ao perceber que Carmen estava falando comigo.

- Sou eu sim. Nossa, é um grande prazer te conhecer! - A espanhola deu um sorriso para mim antes de voltar a falar.

- Eu não tinha te reconhecido antes, foi o meu noivo que percebeu que era você. - Ela está realmente me falando que a porra de um piloto da maior categoria do automobilismo me conhece!? - Vi todos os ataques que sofreu quando vazaram o seu relacionamento com o Pedri. As pessoas na internet, principalmente, não são muito gentis com as wags de atletas.

Um sorriso amarelo em seus lábios me deixou completamente perplexa, se até mesmo esse doce de mulher sofre hate, quem sou eu na fila do pão.

- Oi, então, não vai me apresentar a sua amiga, Clara? - Angela se enfiou entre nós duas e chamou a atenção da mulher.

- Perdão, eu sou Carmen Montero, mas pode me chamar de Carmen.

- Angela Bettencourt, muito prazer! - As duas trocaram um breve aperto de mãos.

- Bettencourt, não me diga que é dona do ateliê Bettencourt 's lá de Paris?

- Sim! Quer dizer, meus pais são os donos, eu sou só filha deles.

- As peças daquele ateliê são espetaculares! Sempre que viajo para Paris faço questão de passar por lá e fazer umas compras.

- Se for lá nesse verão, vai encontrar uma coleção impecável! Posso pedir que minha mãe te envie o catálogo em outro momento se quiser.

- Seria ótimo! - Ok, essa é definitivamente a conversa mais aleatória que eu já me meti. Qual a probabilidade da Clara Guimarães da Silva, uma mera mortal que a poucos mal tinha o dinheiro para uma passagem no metrô do Rio de Janeiro estar conversando com uma mulher influente, noiva de um piloto e no meio de gente muito rica? Confesso que nem nas minhas fanfics mais loucas que eu criava antes de dormir quando tinha 16 anos, eu poderia esperar algo assim.

Certeza que o roteirista da minha vida está fumando vários backs de maconha antes de escrever os próximos capítulos da minha vida.

O período antes do início do segundo tempo passou de forma descontraída. A conversa sobre homens que eu, Angel e Carmen engatamos em espanhol, deixou o pobre Russell completamente alheio às nossas falas perversas sobre sua espécie. Ao início do segundo tempo, nossa atenção voltou totalmente para o gramado, os jogadores agora em lados invertidos.

Os primeiros 30 minutos já haviam se passado. Nada. Nem uma das seleções tinha marcado ainda. Não por falta de oportunidade, a Inglaterra perdeu um pênalti que o goleiro defendeu e a Espanha um gol que foi revisado e marcado como impedimento.

As torcidas estavam todas nervosas. Eufóricos como nunca e entusiasmados como sempre.

Meus olhos só conseguiam seguir o camisa 20 da Espanha, o canário estava exausto. Não é para menos, está jogando a quase 90 minutos diretos! Seu rosto estava completamente encharcado de suor, mas ele não demonstrava isso. Não se entregaria facilmente ao seu adversário. Nenhum deles.

Mais 8 minutos. No momento em que o placar do assistente subiu mostrando que só teríamos 8 minutos de acréscimos, - com um empate levando diretamente aos pênaltis, - Jude Bellingham marcou um gol abrindo o placar e levando toda a torcida do time britânico à completa loucura.

7 minutos. O chute certeiro de um dos jogadores ingleses foi parado pelo goleiro espanhol que saiu jogando rapidamente com Yamal. O jogador do Barcelona era ágil, seu corpo parecia deslizar dentre os rivais. Um passe arriscado cruzando a bola na frente do gol foi suficiente para que Ferran chutasse perfeitamente para balançar as redes.

A torcida explodiu em gritos e berros imediatamente. Angela e eu começamos a gritar e pular junto de Carmen, ninguém estava se importando para um status social ou como quem quer que as pessoas nos vissem publicamente. Apenas cheias de felicidade.

4 minutos. Eu já havia perdido a conta de quantas vezes havia estalado meus dedos ansiosamente. Nos últimos minutos um jogador inglês foi expulso, o que fez o juiz dar mais 2 minutos. A loira ao meu lado apertava tanto a camiseta em suas mãos que os nós de seus dedos estavam completamente brancos.

O estádio parecia estar mudo. Todos concentrados nos passes e em cada movimento dos jogadores em campo. Um único erro pode custar o campeonato.

Em um passe arriscado, um dos jogadores conseguiu driblar no meio de três homens e ganhou uma velocidade de vantagem. Porém, seu chute desorganizado fez o goleiro inglês rebater a bola para frente.

Como em uma apresentação de balé, González parecia flutuar como uma bailarina em: O lago dos cisnes, mas sem a leveza e a graça do balé. Seu chute firme e certeiro tinha um destino certo. O fundo da rede dos ingleses.

Seria como uma aula de história, quando estudamos sobre as guerras. Ou sobre as coroas britânicas e espanholas. A única diferença é que não é uma aula de história, e não estamos falando de reis ou rainhas. De uma guerra? Talvez. Mas não com armamentos de fogo cruzado, e sim de uma virada histórica literalmente no último segundo do jogo.

Todo o estádio se calou enquanto observava a bola ir diretamente para o gol. O goleiro caindo para um lado e a bola sendo parada pela rede do outro.

Uma explosão de gritos acompanhou a comemoração dos espanhóis em campo. O juiz confirmou o gol e se é que era possível, os gritos ficaram ainda mais altos.

Mesmo que a quantidade de espanhóis presentes neste estádio seja muito inferior aos donos da casa, uma coisa eles têm em comum com o Brasil: são tão animados quanto o nosso povo.

O apito final foi ouvido por todos os quatro campos e Angela começou a pular loucamente ao meu lado. Nossos sorrisos estavam tão imensos que eu sequer conseguia explicar a êxtase que estou sentindo.

A Espanha é a campeã da Eurocopa 2024!

Os fotógrafos estavam loucos correndo de um lado para o outro pelo campo atrás dos jogadores. A quantidade de clicks e flashes no rosto dos atletas me deixou completamente incomodada, mesmo não estando diretamente em minha direção.

- Clara! Angel! - Sérgio nos cumprimentou com abraços e um largo sorriso nos lábios. - Não sabia que estavam aqui, vieram com alguém?

- Temos credenciais de acesso como parentes dos meninos. - A loira se apressou em responder, me deixando intrigada. Parentes? Ela não me disse nada disso.

- Imagino que sim. Bem, aproveitem, vão lá no gramado parabenizá-los. - O fisioterapeuta passou por nós duas me fazendo encarar a loira.

- Parentes Angela? Que história é essa? - A mesma deu de ombros e me puxou para o gramado quase me derrubando ao me fazer tropeçar nos meus próprios pés.

Passamos por um grande aglomerado de familiares e atletas espanhóis e aparentemente a maioria deles nos observavam descaradamente. Sinceramente eu também faria o mesmo se visse duas malucas desconhecidas no meio do campo, no mínimo iria achar que invadiram.

- Com licença, as senhoritas não deveriam estar aqui. - Senti meu coração errar as batidas quando um segurança enorme segurou em nossos ombros. - Me acompanhem até...

Sua fala foi bruscamente interrompida com dois braços fortes e suados passando ao redor de nossos ombros.

- Achei que não viriam mais! - Torres nos puxou para si e eu o empurrei brevemente, me livrando do seu suor. - Elas têm passe livre, não se preocupe.

- É claro senhor Torres. Perdão, senhoritas. - Sorri amarelo para o homem que se retirou no momento seguinte.

- Achei que ia ser deportada para o Brasil. - Levei uma das mãos até o meu peito fazendo um breve drama e o espanhol riu. - Parabéns Torres! Foi um gol belíssimo.

Abracei o homem quase me arrependendo no momento em que seu suor grudou em minha bochecha.

- Valeu, mas acho que tem alguém que merece mais esse abraço do que eu. - Ele gesticulou com a cabeça e eu virei na direção indicada, vendo Pedri e sua família um pouco longe de nós. - Deveria ir lá.

- Eu não...

- Vai logo, só parabenizá-lo não vai te matar. - Concordei minimamente e me afastei dos meus amigos. Angel imediatamente pulando nos braços do espanhol e enchendo seu rosto com pequenos beijos, pouco se importando com todas aquelas câmeras e flashes em sua direção.

Apertei a camisa em minhas mãos conforme me aproximei da família González. Meus dedos gelados e trêmulos ao mesmo tempo. Parece uma grande ironia, principalmente depois da noite que eu Pedri tivemos no Brasil.

Fer foi o primeiro a ver que eu me aproximava, o canário mais velho veio em minha direção de braços abertos e me apertou contra si.

- Cunhadinha! Nunca mais nos falamos, estávamos todos com saudades. - Sorri fraco retribuindo o abraço.

- Ah, é que com a correria no trabalho eu quase não tenho tempo para nada. - Fer passou o braço ao redor do meu pescoço e me guiou até sua família.

- Olhem quem está aqui!

- Ah, querida! Quanto tempo. - Dona Rose me puxou para um abraço apertado e eu não pude deixar de sorrir, ela é sempre tão gentil comigo.

- Nem me diga, senti saudades das nossas conversas e principalmente da sua comida! - Ela riu com meu tom de brincadeira e acariciou meu cabelo.

- Deveria ir passar as férias lá em casa, assim podemos colocar as conversas em dia e eu faço aquele prato com camarões que você tanto ama.

- Seria ótimo. - Senhor Fernando sorriu e também me abraçou brevemente.

- Não vou prendê-la aqui, Pedro está ansioso para vê-la. - Sorri sem jeito enquanto girava sobre meus calcanhares, ficando quase de frente para o canário. Andei alguns passos em sua direção e seu típico sorriso de canto estava presente em seus lábios.

A medalha dourada em seu pescoço reluzia com as luzes contra o metal, mas definitivamente o sorriso em seus lábios era mais perfeito do que qualquer metal precioso. Parei em sua frente e o canário me observou.

- Parabéns! Vocês foram incríveis e... droga, você foi incrível! - Ele revirou os olhos e me puxou para si, envolvendo seus braços em torno do meu pescoço, escondendo o rosto sobre a curvatura do meu pescoço.

- A melhor coisa de hoje não foi eu ter ganhado a Euro, e sim ter você aqui comigo me parabenizando. Obrigado por esse momento, mi corazón. - Um pequeno beijo foi deixado em meu pescoço e um sorriso involuntário escapou entre os meus lábios.

- Quer me explicar como eu vim parar aqui como parente de alguém? - Sussurrei de volta e ele deixou um beijo em minha bochecha.

- Não leu sua credencial? - Neguei e ele a pegou em meu pescoço, indicando as letras abaixo do meu nome. "Relative off Pedri González". Meus olhos se voltaram para o canário que ainda me segurava pela cintura.

- Parente de Pedri González? Sério? - Ele deu de ombros.

- Precisava que você viesse aqui de alguma maneira. - Sorriu novamente me deixando ao seu lado, mas sem tirar a mão da minha cintura. - Aliás, sinto muito pela sua seleção.

- Ah, tudo bem. Eles melhoram para a próxima. - Ele negou enquanto ria e eu apenas me permiti sentir o momento. Nós não estamos juntos, mas publicamente as pessoas não sabem disso e com essa interação, Deus, a internet vai acabar comigo.

- Ei, não se preocupe. Ninguém vai fazer nada contra você. - Como se pudesse ler meus pensamentos ele deu um leve aperto em meu quadril, tentando me passar segurança. - Não quer ir ver a taça comigo?

- Eu posso? - Meus olhos brilharam com sua proposta, esse filho da mãe sabe como me persuadir. Sabe que como fã de futebol, estar perto de uma taça de campeões é um sonho.

- É claro que pode, você é minha... - Ele parou de falar quando percebeu o que diria. Olhei para os seus olhos e ele sorriu timidamente. - Desculpe, ainda não me acostumei em sermos apenas amigos.

- Não tem problema, mas eu ainda aceito sua proposta de ver o troféu de perto. - González deixou uma gargalhada escapar e me guiou até o troféu, onde alguns jogadores tiravam fotos com suas famílias e amigos.

- Bom, essa é a taça dos mais novos campeões da Europa. - Sorri como uma criança que acaba de ganhar um doce. É tão linda. - Pode tocar se quiser.

- É sério? - Com um sorriso travesso nos lábios, González segurou a taça com as duas mãos e a trouxe em minha direção. Com os olhos arregalados, dei alguns passos para trás.

- Ela não vai se despedaçar se tocar nela, mi corazón. Venha aqui, segure comigo. - Me aproximei devagar e toquei suavemente em um dos pregadores do troféu.

- É perfeita! - Sorri sentindo o metal gelado entre meus dedos. O canário me olhou concordando.

- Vejam que bela imagem, vocês poderiam se juntar mais para uma foto? - Desviamos o olhar para o senhor com uma câmera em mãos. Imediatamente, minhas bochechas corando.

- Tudo bem por você? - Pedro me perguntou.

- Acho que sim. - Seguramos na taça e eu sorri timidamente.

- Incrível, agora, se não for muito invasivo, poderiam dar um beijo erguendo a taça? - Meus olhos arregalaram com aquela proposta. Antes que eu pudesse ter qualquer reação aceitável, senti a mão do canário rodear meu corpo e me puxar para um beijo. Não algo invasivo, um selinho suave enquanto nossos braços se ergueram para levantar aquela taça. - Vocês são um belo casal. Parabéns pela relação.

O senhor saiu com um sorriso nos lábios e Pedri colocou o troféu em seu devido lugar.

- Desculpa, fui invasivo com você?

- Digamos que eu não esperava, mas o que as pessoas vão pensar quando descobrirem que não estamos...

- Não pense assim, amigos também podem se beijar. - Revirei os olhos e ele entrelaçou nossos dedos, nos guiando de volta até sua família.

- Aí está ela, Clara, o que acha de ir jantar conosco essa noite para comemorarmos essa vitória? - Fer me atropelou assim que chegamos perto deles.

- Jantar? É, eu não posso deixar minha amiga sozinha, sabe. Quem sabe uma outra vez.

- Para de bobagem, pode ir. Eu vou sair com o Ferran e a família dele. - Olhei incrédula para a loira que me deu seu melhor sorriso idiota.

- Ótimo, então está combinado. Nos vemos no jantar esta noite!

- Puta que pariu, eu não faço a menor ideia do que eu vou vestir! - Me joguei sobre o colchão enquanto fitava o teto. Eu não trouxe uma única roupa que possa usar durante o jantar. - Eu vou ligar e dizer que não vou poder ir.

- Um caralho. Levanta dessa cama logo, vai estragar seu cabelo, sua vagabunda! - A loira me puxou e eu resmunguei. - Você vai nesse jantar, seria falta de educação desmarcar em cima da hora.

- Angel, eu e o Pedro não somos mais namorados! Eu não quero mentir para os pais dele.

- Não está mentindo, está omitindo. É diferente, - um tecido pairou sobre o meu rosto no momento seguinte. - Merda, veste esse vestido. Vai ficar lindo em você.

Suspirei enquanto caminhava com desânimo até o banheiro. Tirei o roupão e vesti o vestido. Um tom branco cintilante, parecido com seda ou algo do tipo. O caimento dele sobre o meu corpo ficou incrível, deixando minhas curvas marcadas, mas não de uma forma vulgar.

- O Pedri ligou, ele está esperando na recepção. Uau! Você está perfeita! - A loira deu palminhas. - Usa aquele sapato branco.

- O seu Louboutin? Nunca.

- Calça logo, vai ficar perfeito com esse vestido. E usa a bolsa conjunto. - Só de pensar na possibilidade de estar calçando um sapato desses já me dava uma vontade absurda de não usá-lo. Se eu estragar terei que vender um rim para pagar. - E não faça essa cara, não vai estragar os sapatos. Calça logo e desce, ele já está te esperando!

Sem muitas opções, calcei o sapato enquanto a loira colocava meus objetos pessoais dentro da bolsa. Guardei meu celular e meu cartão de crédito logo em seguida.

- Bom jantar! - Mostrei o dedo médio para a loira que riu e bateu a porta, Ferran viria buscá-la em menos de 30 minutos. Respirei fundo enquanto apertava o botão do elevador para o térreo. Meu nervosismo estava tão aguçado que eu não ouvi quando o "bip" das portas se abrindo soaram pelo lugar.

Pisquei algumas vezes quando o segurança chamou por "senhorita" e sorri sem graça antes de começar a andar. Vasculhei brevemente toda a recepção do hotel à procura do canário, mas acabei não o encontrando. Será que eu demorei demais e ele pensou que eu havia desistido?

- É impossível não me apaixonar por você todas as vezes que te olho. - A voz rouca de González ao canto do meu ouvido me deixou arrepiada. Virei-me em sua direção e um buquê modesto, mas absurdamente lindo estava estendido em minha direção. - Boa noite, mi corazón.

- São para mim? - É claro que são sua idiota! Por que mais ele estaria estendendo na sua direção se não fossem para você?

- Claro, não é muito grande, mas... - Pelo impulso, abracei o canário interrompendo sua fala e o fazendo me apertar em seus braços.

- São perfeitas! Acho que nunca vi flores tão lindas. - Segurei o buquê observando mais de perto e sentindo o seu delicioso perfume. Reprimi um sorriso enquanto lembrava de todos os outros buquês que ele já havia me dado.

- Vamos? Meus pais e o Fer estão no restaurante nos esperando. - Concordei brevemente sem olhar diretamente em seus olhos.

O caminho até o restaurante foi calmo. Não trocamos muitas palavras, é estranho para nós dois estarmos em um jantar com os familiares dele, quando não somos mais um casal. É péssimo não contar toda a verdade.

- Meus pais não sabem que não estamos juntos, eles notaram o afastamento, mas eu disse que era por conta do trabalho. - González guiou sua palma sobre minhas costas antes de sairmos.

Ao descermos do carro, ajustei a barra do vestido enquanto senti sua mão ainda em minhas costas me guiando para dentro do restaurante. O ambiente era sofisticado, com luzes quentes e mesas bem postas. Eu preciso fazer o impossível para não parecer deslocada, mas o nó em meu estômago me faz questionar por que diabos havia aceitado o convite.

A mesa estava pronta no canto mais reservado do salão, - onde não chamaríamos tanta atenção -, onde a família González já esperava. Assim que colocou seus olhos em nós, a mãe de Pedri levantou-se com entusiasmo.

- Clara! Você está linda, querida! - Ela me abraçou calorosamente. - Nós estávamos com tanta saudades desses momentos. Finalmente nosso campeão trouxe você de volta para casa.

Lancei um olhar para Pedri, que me respondeu com um meio sorriso - algo entre desculpa e constrangimento.

O canário puxou uma cadeira para mim, logo depois que eu cumprimentei sua família devidamente.

Enquanto aguardamos o jantar, a conversa começou leve, com elogios à vitória de Pedri na Eurocopa. Minha barriga parecia doer enquanto eu mantinha um sorriso educado, mas ao mesmo tempo, tentava não me envolver demais no assunto. Assim que o prato principal foi servido, Rose me encarou com um brilho nos olhos.

- Clara, agora que tudo voltou ao normal, vocês já pensaram em dar o próximo passo? Quero dizer, casamento? Já passou da hora, não acha? - A empolgação em sua voz quase me fez engasgar com sua fala.

Meu corpo travou. Tudo parecia começar a girar em minha frente. O garfo em minha mão ficou suspenso no ar. Pedri pigarreou, tentando amenizar a situação.

- Mãe, deixe isso para lá. Não é assim tão simples ou do dia para noite. E além do mais, somos muito jovens para pensar em casamento agora. - Fer soltou uma risada antes de falar.

- Não é simples porque você complica tudo. Clara merece uma medalha por aturar você, irmão!

Engoli em seco antes de tomar um gole da taça de suco na minha frente.

- As coisas mudaram. Nem tudo é como antes... - Meus olhos desviaram novamente para o meu prato. Evitando olhar qualquer um deles nos olhos.

Como se fosse capaz de sentir e entender o que estava acontecendo, senhor Fernando disse de uma forma totalmente calma, olhando diretamente para mim.

- Mudanças acontecem, mas há coisas que valem a pena lutar para recuperar.

O silêncio que se seguiu foi quase insuportável. Meus olhos se dirigiram para Pedri, que estava com o maxilar travado, evitando os meus olhos como o diabo evita a cruz.

Ninguém disse muito mais. Apenas comentários sobre a partida de hoje.
Enquanto os pratos eram retirados, dando lugar à sobremesa, dona Rose insistiu outra vez, percebendo que algo estava nitidamente errado.

- Querida, você é como uma filha para nós. Não importa o que tenha acontecido, sei que o amor supera qualquer coisa. - Sua voz terna e cheia de compreensão soou pelos meus ouvidos quando ela se inclinou para que apenas eu pudesse ouvir suas palavras.

Respirei fundo antes de me levantar educadamente e torcendo para que minhas pernas não estivessem tão bambas.

- Com licença, vou ao banheiro. - Sai apressadamente em direção ao banheiro, onde tranquei a porta e apoiei minhas mãos sobre a pia.

No espelho, encarei meu próprio reflexo. O peso de tudo está bem ali, no reflexo dos meus próprios olhos cansados. Não é apenas o constrangimento; é a dor de estar perto demais do que havia perdido.

Acalmei minha respiração e decidi voltar para a mesa antes que eles pensem que saí correndo pela janela do banheiro.

Ao chegar novamente na mesa, os pratos já haviam sido retirados e Pedri pagou a conta.

- Minha linda, Pedri vai levá-la de volta para o hotel que está hospedada com sua amiga. Não suma assim outra vez, mande notícias e assim que puder, vá nos visitar nas ilhas Canárias. - Dei um sorriso tênue para a mais velha que me apertou de forma acolhedora em seus braços.

No carro, a caminho do hotel, o silêncio era denso enquanto percorremos as ruas da cidade. Apenas a respiração do homem que divide o espaço comigo era possível ser ouvido por mim.

- Eles ainda acham que tudo pode ser consertado. - Sua voz rompeu o silêncio que pairava sobre nós dois até então.

- Eles não sabem de nada, Pedri. E, talvez, seja melhor assim. - Ele apertou o volante, frustrado.

- Eu sei o que perdi, Clara. E sei que foi culpa minha. - Não o respondi, mas a tensão no ar dizia mais do que qualquer palavra.

Chegando ao hotel, Pedri me acompanhou até o quarto. Eu ainda insisti que ele não precisava, mas o canário fez questão. Quando abri a porta do quarto, um miado suave e muito familiar ecoou pelos meus ouvidos.

Olhei incrédula para o canário que tinha um breve sorriso em seus lábios.

- Ele sentiu sua falta. Passei esses dias cuidando dele, mas, sinceramente, acho que ele gosta mais de você. - Pedri cruzou os braços, me observando enquanto eu jogava a bolsa e as flores sobre a cama e fiquei de joelhos para pegar o Zico no colo.

Deixei que um sorriso escapasse em meus lábios pela primeira vez naquela noite.

- Obrigada por cuidar dele. - Pedri se aproximou, abaixando-se para acariciar Zico. Por um momento, o silêncio entre nós não era mais desconfortável. Era quase... familiar.

- Clara, - ele começou, a voz baixa, - eu queria ter feito as coisas de forma diferente.

Levantei os olhos para ele, surpresa com a sinceridade que aquelas palavras soaram. Mas antes que pudesse responder, Zico subiu no colo de Pedri, interrompendo o momento.

- Parece que ele acha que você merece outra chance. - Sorri e, por um instante, o peso daquela noite desapareceu.

- E você? Acha que eu mereço uma outra chance? - O ronronar do pequeno felino gorduchinho acalmava meus pensamentos e me fazia pensar com mais clareza.

- Podemos ir caminhar perto do parque aqui perto do hotel? - Minha proposta inusitada parecia ter pego o canário de surpresa, mas ele prontamente concordou.

Dei alguns beijinhos no topo da cabeça do gatinho e o coloquei sobre o colchão, antes de fechar a porta e nós dois sairmos em direção a calçada que levaria pela ponte até o parque.

Andando ao meu lado, pude notar o breve desconforto que Pedri sentia. Seu maxilar travado; a curva que se formava entre suas sobrancelhas quando ele pensa demais; seus ombros tensos.

Parei no parapeito da ponte e ele me acompanhou, ficando ao meu lado e mantendo uma certa distância entre nosso espaço pessoal.

- Sabe, tem um cantor... melhor, um poeta brasileiro que disse uma vez que "não é porque o céu está nublado que as estrelas morreram." - Seu olhar guiou o meu para o céu, observando as estrelas que se esforçaram para brilhar entre as nuvens carregadas

- É uma citação incrível...

- É sim. Eu não soube interpretar muito bem quando a ouvi pela primeira vez. Mas sabe, nem sempre algo que acontece é necessariamente o que vai definir se as estrelas vão ou não brilhar. - Apoiei meus cotovelos sobre o parapeito e observei o oceano. - Eu não tenho muita certeza, mas sempre que olho para essas estrelas me permito sonhar. Me pego pensando, "e se"?

- Você acha que, se tivéssemos feito as coisas diferentes, não estaríamos tendo essa conversa agora, não é? Acha que não precisaria mentir para os meus pais ou como pode me dizer que podemos ser só amigos. Certo? - A dor em sua voz me fez fechar os olhos e segurar o aperto em meu coração. O nó em minha garganta e a leve ardência em meus olhos me denunciavam.

- Eu acho que podemos tentar... uma amizade quem sabe...

Pedri riu pelo nariz, negando antes de segurar levemente minha mão.

- Não me peça para sermos apenas amigos. Eu te amo mais que uma simples amiga, eu não saberia lidar em ter apenas a sua amizade. Se não pudermos ser mais que apenas amigos, eu prefiro não ter nada com você. - Senti todo o meu corpo congelar. Então é assim? Esse é o fim? - Nós não damos certo juntos, então por favor, vamos dar errado juntos.

Sem controle algum, lágrimas escorreram pelas minhas bochechas. Que se dane tudo!

- Minha racionalidade me diz que eu deveria ir embora, que nunca mais nos falássemos e que fôssemos apenas estranhos com memórias. - Seus olhos fecharam e ele engoliu em seco. Apertei sua mão, tocando seu rosto delicadamente e vendo seus olhos castanhos molhados pelas lágrimas que se formavam. - Mas o meu coração é seu. É seu para fazer o que quiser com ele, eu nunca deixei te amar, Pedro. Cada pulsar do meu coração pertenceu, e pertence a você. Eu só não quero passar por isso outra vez, porque, mesmo que eu te ame, amor não pode machucar, e quando machuca já não é mais amor.

- Então... isso é um sim? Você me dá uma chance? - Concordei. Seu sorriso era radiante no momento seguinte, as lágrimas que rolavam por seu rosto me deixaram levemente confusa. - Deus, eu nunca implorei tanto que ele me devolvesse algo. Eu te amo Clara! Eu te amo tão intensamente que respirar e saber que estava longe de você doía. Por Deus, eu amo você! Eu te amo!

González me abraçou pela cintura, me levantando do chão e começando a girar comigo. Soltei risadas entre as lágrimas e segurei em seus ombros. Antes de me colocar no chão, ele colou nossos lábios em um beijo tênue. Seus dedos acariciando minhas costas.

- Eu te amo, mi corazón... - Sussurrou entre os meus lábios. - Casa comigo?

Me afastei brevemente para olhar em seus olhos, ele não pode estar falando sério? Pode?

- O que? - Questionei, atordoada.

- Casa comigo? Eu quero que case comigo, que tenhamos uma família linda e que você tenha o meu sobrenome. Quero gritar para o mundo que você é minha, minha mulher!

- Por Deus, Pedri! Não pode me pedir em casamento assim.

- Por que não? Você não quer se casar comigo? É isso?

- Não! Quer dizer, eu quero. Mas não assim.

- Então você aceita? - Revirei os olhos e sorri, segurei seu rosto e grudei nossos lábios uma outra vez.

- É claro que eu aceito! - Pedri me abraçou, envolvendo meu corpo contra o seu enquanto eu podia sentir seu coração acelerado e seu peito vibrar com o som de suas risadas. As gotas de água começaram a cair do céu, rapidamente nos deixando encharcados.

- Ela disse sim! A minha mulher aceitou se casar comigo! - Ele começou a gritar enquanto corríamos pela chuva igual dois loucos de mãos dadas. As pessoas que se protegiam da chuva embaixo de sacadas, olhavam para nós dois com um sorriso bobo e uma cara estranha ao mesmo tempo. - Ela aceitou, ela vai casar comigo!

Pedro me puxou para si, beijando suavemente os meus lábios outra vez.

Enquanto as gotas de chuva escorriam por nossos rostos, misturando-se às lágrimas que ambos já não conseguimos conter, Pedri me envolveu em um abraço tão firme quanto cheio de amor. Nossos olhos se encontraram, um brilho capaz de superar qualquer tempestade, e então, com um sorriso leve, ele sussurrou:

- Eu prometo fazer você feliz todos os dias da minha vida.

Segurei o rosto dele entre as mãos, sentindo o coração quase explodir.

- E eu prometo nunca duvidar do quanto eu te amo.

Ali, no meio de uma Inglaterra cinzenta e encharcada, com a chuva como testemunha, nos beijamos como se o tempo tivesse parado. E, pela primeira vez em muito tempo, senti que o futuro finalmente fazia sentido.


*Capítulo não revisado

O bom filho a casa torna!
Voltei besties! E nem demorou tanto dessa vez. Então, a reconciliação dos "bunitos" finalmente aconteceu e com direito até de pedido de casamento! Mas ó, vem muita bomba por aí tá! Não pensem que foi só isso...

Um fato é, I Can't Lose You está chegando ao fim. Em breve diremos adeus a Clara e ao Pedri, mas daremos as boas vindas a dois personagens tão incríveis quanto.
Fiquem de olho no meu Instagram, sempre estou postando algum spoiler por lá e quando eu estiver com a data certinha do novo lançamento, avisarei primeiro por lá!

Aliás, e essa interação entre o mundo de I Can't Lose You e a F1? Será algum spoiler do que vem pela frente ou apenas uma mera coincidência? Bom, para descobrir, só me acompanhando e vendo onde um lápis, um pedaço de papel e minha criatividade pode nos levar.

Até o próximo capítulo, não deixem de comentar e votar no capítulo para ajudar no engajamento!
Amo vocês besties!

Beijos de luz,Kalisa.

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