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Cap. 020

Alguns dias depois

Tateei minhas mãos sobre a cama à procura da mulher que havia dormido comigo na noite anterior, mas não tive muito êxito em minha busca. Ainda é cedo, a luz do sol mal entrou pela janela da varanda, o que é justificável já que estamos em uma temporada mais fria nessa época.

Resmunguei um pouco ao perceber que ela realmente não estava mais dividindo a cama comigo. Para onde ela foi? Ergui meu corpo, ficando sentado e passei minhas mãos pelo meu rosto abrindo meus olhos pela primeira vez no dia. Vasculhei com o olhar cada canto do quarto à procura dela e nada. De certo ela não está nem no mesmo cômodo que eu.

Vesti uma calça moletom e andei até o banheiro para escovar meus dentes antes de descer e procurar onde Clara estava. Ainda é bem cedo, e pelo o que sei ela não tinha nada para resolver nesse horário. Lavei meu rosto e saí do quarto logo em seguida, descendo as escadas que dão na sala.

Um cheiro muito bom de alguma comida invadiu minhas narinas e me fez lamber os lábios, até onde lembro, havia dispensado o meu cozinheiro neste fim de semana. Adentrei a cozinha e uma mesa com diversas comidas me chamou atenção. Clara estava de costas enquanto se concentrava em algo, ela sequer notou minha presença.

— Corazón? O que está fazendo acordada tão cedo? — Seu corpo tremeu à medida que ela deu um pulo e a espátula que estava em sua mão foi direto para o chão. Clara virou em minha direção levando as mãos até seu peito e me encarou com os olhos levemente arregalados. — Desculpa, você tá bem?

— Você acabou de me dar um susto, como espera que eu esteja? — Ela caminhou até a geladeira e pegou uma garrafinha de água dando um gole na mesma. — Não era pra você estar dormindo?

— Talvez, mas eu procurei você e não te encontrei. — Disse me aproximando dela e colocando minhas mãos em sua cintura. — O que está fazendo?

— Bem, era pra ser uma surpresa. — Ela deixou um selinho em meus lábios e saiu de meus braços. — Fiz um café com suas coisas favoritas dentro da sua dieta e estava finalizando uma torta de maçã até quase morrer de susto. — Soltei uma risada e observei a bancada onde ela havia se aproximando vendo a torta sobre um prato de porcelana. O cheiro era maravilhoso.

— Por que fez tudo isso?

— Por que? É seu aniversário, Pepi, queria te fazer uma surpresa antes que acordasse. — É claro, por alguns minutos eu havia esquecido completamente que hoje é o meu aniversário de 22 anos. — Você estragou sua própria surpresa, sabia?

— Eu agradeço pelo empenho e peço desculpas por estragar seu presente. — Ela negou e me abraçou forte.

— Não estragou, e esse não é seu presente. — Disse e imediatamente levou as mãos até a boca. Acho que eu não deveria saber disso.

— Se tudo isso não é o meu presente, o que é então? — Ela se afastou de mim e se abaixou para pegar a espátula que havia caído no chão.

— Nada, você ouviu errado. — Claro que eu não ouvi errado, Clara sempre fala comigo olhando em meus olhos, apenas quando mente que ela os evita. E é exatamente assim que ela está falando comigo agora.

— Sabe que vou descobrir, não sabe? - Ela negou e eu assenti prensando seu corpo contra a bancada e o meu. — Vai me contar uma hora ou outra e sequer vai perceber.

— Nem adianta jogar seu charme de gostoso para cima de mim. Eu não vou contar. — Pontuou e cruzou os braços em frente aos seus seios.

— Vou gostar do seu presente?

— Eu espero que sim, mas talvez sua reação não seja a que estou esperando. — Falou um pouco receosa. O que ela está escondendo que pode fazê-la duvidar se irei gostar ou não? — Agora chega de perguntas, vai comer porque mais tarde tem jogo e logo vamos ter que ir para o estádio.

Revirei os olhos soltando seu corpo e ela se afastou. O dia está meramente chuvoso e faz um pouco de frio, logo mais teremos um jogo pela 14° rodada de La Liga contra o Rayo Vallecano e confesso que não estou tão animado quanto deveria. O jogo que seria no estádio Campo de Vallecas acabou sendo transferido para o Estádio Olímpico Lluis Company, substituto do Camp Nou, durante a reforma.

Meus pais e meu irmão irão diretamente para o estádio assistirem ao jogo e em seguida virão para minha casa para passarmos o resto do dia. Clara até tentou me convencer que deveríamos dormir em camas separadas, mas minha mãe não é do tipo que iria reclamar por ela estar deitada comigo. Tenho certeza que dona Rosy, melhor do que ninguém, já deduziu que eu e ela transamos e dormimos juntos a bastante tempo.

Depois de pensar bastante sobre o que eu iria fazer no meu aniversário, acabei optando por algo mais reservado e não muito exagerado. Apenas um DJ, um buffet de comidas e bebidas e uma decoração na área da piscina onde normalmente faço algumas comemorações pequenas. Só amigos próximos e alguns familiares que foram chamados é que irão comparecer esta noite, acredito que serão cerca de 40 pessoas no máximo, mas nunca se sabe.

De certa forma, esses amigos mais íntimos irão conhecer Clara, mesmo que indiretamente por momento. Celulares, como em qualquer uma das minhas festas, são totalmente proibidos. Seria muito chato caso qualquer coisa pessoal fosse vazada para a mídia, mesmo que sem querer. Por isso as regras de sempre.

Meus pais decidiram que iríamos almoçar em família para comemorarmos o meu aniversário e nessa primeira noite iriam ficar em uma outra casa que temos aqui em Barcelona. Já o Fer, obviamente ficará comigo em minha casa para curtir a festa.

Eu não havia prestado muita atenção sobre o dia de hoje, acho que por estar passando um momento delicado com o Barcelona e agora o Gavi, um dos meus melhores amigos, estar lesionado gravemente, acabou me deixando atordoado.

Algo que também influencia um pouco é que, desde o meu término com Cecília a pouco mais de 2 anos, evitei bastante fazer festas grandes e que chamasse muita atenção, até porque eu nunca me senti à vontade para fazer esse tipo de coisa.

E claro, Cecília Guardiola. Filha de Pep Guardiola, ex-técnico do Barcelona, ex-jogador e um grande técnico da atualidade. Cecília foi a maior ilusão que me permiti ter em toda minha vida. Meu relacionamento com ela foi totalmente conturbado e instável. Hoje em dia, particularmente, eu até entendo os motivos de Guardiola ter mandado a filha para um país que fica em outro continente. Para o próprio bem dela, essa foi a melhor decisão que ele e a família dela poderiam tomar naquele momento.

Mas isso não é assunto para esse momento, hoje pretendo me concentrar para o jogo e aproveitar meu dia com as pessoas que amo.

Xavi estava a ponto de apertar nossos pescoços um a um. Toda a partida contra o Rayo Vallecano foi um desastre completo, terminamos empatados e tudo graças a um gol contra que o jogador do adversário fez a nosso favor. Além do time já estar em uma situação bem complicada, hoje, além do desfalque do Gavi, nosso goleiro, Ter Stegen, também sentiu algo na coluna e ficará afastado das atividades do clube por algumas semanas. Fisicamente estamos na merda. E mentalmente também.

Após uma bronca do nosso treinador e parte de sua equipe, seguimos todo o procedimento dos fins dos jogos antes de cada um seguir com seu dia.

— E então, animado para a festa hoje à noite ou vai estar com a mesma empolgação do jogo? — A voz de Ferran me fez erguer a cabeça e observar Lewandowski e Raphinha se aproximarem de mim ao lado do camisa 7.

— Cara, você ficou bem distante do jogo. Nem parece o Pedri mágico que estou acostumado a ver atuar. — Lewan tem total razão, depois do que Clara comentou sobre o presente que ela me daria, eu acabei ficando muito intrigado e com certas dúvidas sobre o que seria e isso acabou, com muitas outras coisas acabaram me deixando com falta de concentração.

— Eu sei, essa semana foi muito conturbada e isso me afetou. E também, hoje mais cedo aconteceu uma coisa que me deixou meio paranóico. — Disse enquanto organizava minhas coisas em minha mochila.

— O que aconteceu? — Raphinha questionou.

— Clara, ela deixou escapar sem querer que estava com medo da minha reação quando recebesse o presente dela. Ela disse que não sabe se vou reagir bem ou não. E isso não sai da minha cabeça desde então. — O brasileiro olhou o polonês e ambos me deram uma olhada logo em seguida. — Vocês por acaso sabem de algo?

— Não, mas eu acho que posso imaginar o que seja. — Lewandowski comentou.

— Então diga, já estou bem paranóico com várias ideias aleatórias na cabeça.

— Você acha que pode existir a possibilidade dela estar grávida? — Senti meu corpo paralisar ao mesmo tempo que as engrenagens do meu cérebro pareciam funcionar com dificuldade. Grávida? Ela pode estar grávida?

— A Taia ficou bem estranha comigo quando descobriu que estava grávida do Gael, só depois que ela me contou foi que tudo voltou ao normal.

— Anna também ficou diferente. Ela ficou receosa com minha reação, mas depois que descobri sobre a primeira gravidez, todas as demais foram tranquilas. — Minha cabeça parecia uma bomba relógio com tanta informação ao mesmo tempo. Clara pode estar grávida? Isso iria prejudicá-la com o clube? Droga, será que ela está com medo da minha reação se realmente descobriu uma gravidez indesejada no momento?

— Porra, vocês estão assustando o garoto. — A voz de Ferran me trouxe de volta a realidade. — Cara, não acho que ela está grávida. Você e ela não são irresponsáveis a esse ponto, além de quê se fosse verdade, eu já estaria sabendo de algo e ela não estaria quase matando o quarto árbitro na beira do campo e xingando até a próxima geração dele em português.

— Por que você saberia de algo? — Questionei, mesmo já imaginando a resposta.

— Tá brincando né? Clara e eu somos melhores amigos. Ela me contaria algo nesse nível se fosse verdade.

— Não deixa de ser uma hipótese. — Reforçou Raphinha. — Mas não deixe isso tomar sua mente, se divirta com sua família e logo vai saber se teremos um mini Pedri Potter no elenco ou se viajamos muito. — Ótimo, claro, é só ignorar que talvez eu vá ser pai. Super simples.

— Sinceramente, espero que vocês tenham viajado. — Lewan apertou os meus ombros me fazendo prestar atenção em si.

— Quando for a hora você vai ter que respirar fundo e se acalmar para saber lidar com a situação. Acredite, nenhum de nós está pronto para receber uma notícia dessa proporção. — Concordei enquanto me levantava. Meus pais e meu irmão estão me esperando para irmos almoçar.

— Espero ver vocês mais tarde.

— Não vamos perder sua festa por nada González. Pode apostar. — O tom de ironia na voz do brasileiro me deixou intrigado, o que ele quis dizer com isso? Bem, mais tarde irei descobrir.

Clara não havia aparecido ainda e eu só estava esperando por ela para irmos. Como ela não apareceu, eu resolvi procurar por ela, e não foi muito difícil encontrá-la. Minha namorada estava conversando com Matteo e um dos dirigentes do clube em um canto.

Me aproximei minimamente e ao notarem minha presença os três me observaram.

— Aconteceu algo? — Matteo me questionou e eu neguei rapidamente.

— É que eu acabei ficando com uma dúvida sobre uma coisa que a Guimarães falou a respeito do tratamento. — Ela fez uma cara de confusão e Matteo olhou para a brasileira. — É algo bobo, posso conversar com você um pouquinho? Vai ser rápido, é apenas para esclarecer isso.

— Bem, eu... — Ela olhou para Matteo que concordou. A mulher andou em minha direção e eu me afastei um pouco dos outros dois homens. — O que foi? Ficou com dúvidas sobre qual parte especificamente?

— Não tenho nenhuma dúvida corazón, você sempre explica muito bem cada etapa. — Seu olhar confuso parecia se intensificar ao fim de minha fala. — É que você não apareceu até agora lá no vestiário, lembra do almoço com os meus pais e o Fer?

— Lembro, claro que lembro. Mas eu não posso ir. — Seu tom de voz soou tão baixo que eu mal pude escutar. — Eu preciso entregar um relatório ainda hoje aos superiores, me desculpa.

Sorri sem mostrar os dentes e segurei seu queixo discretamente.

— Não precisa pedir desculpas, eu entendo que não possa ir por esse imprevisto. Está tudo bem.

— De verdade? Eu queria muito passar o restante do dia grudada em você. — Disse com certa tristeza na voz.

— Está tudo bem corazón, podemos marcar outro almoço com meus pais e teremos o dia de amanhã inteiro para ficarmos juntos. — Ela concordou e mordeu o lábio inferior, como se algo estivesse lhe incomodando. A voz de Raphinha e Lewandowski ecoavam dentro de minha cabeça, e se ela estiver escondendo uma gravidez?

— Tá, eu vou terminar aqui e vou pra minha casa. Mais tarde a Angela vai comigo pra sua casa. — Assenti e ela deu um meio sorriso virando o olhar para Matteo que nos observava. — Preciso ir, até depois Pepi. Aproveite o momento com seus pais.

A morena deu as costas para mim que permaneci observando ela se afastar. Matteo lhe perguntou algo enquanto olhava para mim e ela negou enquanto falava algo para o seu superior.

O que me resta agora é ir almoçar com minha família e tentar não pensar tanto assim na possibilidade que meus colegas de time deram.

Mas sério, como eu vou ignorar a possibilidade de que talvez eu receba o título de papai do ano antes mesmo do ano acabar?

As luzes que haviam sido instaladas próximas ao DJ deixavam o ambiente como uma balada. As pessoas que eu havia convidado já estavam acomodadas e entretidas com algo, e isso também inclui alguns dos jogadores que puderam comparecer.

Fer conseguiu "comprar" uma loira com seu papo barato e os dois sumiram a bastante tempo. Espero que ele não tenha entrado no meu quarto igual a última vez, tenho pesadelos até hoje só de lembrar.

— Pra quem não queria algo grande, isso aqui superou minhas expectativas. —Ferran falou enquanto me cumprimentava. — Aliás, parabéns mais uma vez cara!

— Valeu. — Fizemos um toque com as mãos e o meu amigo pegou um copo da bandeja de um dos garçons.

— Já descobriu o que é o seu presente ou ainda está com a ideia maluca da gravidez na cabeça?

— E se não for tão maluca assim? — Torres negou e virou a dose do copo de uma única vez.

— Acredite em mim, é sim. Clara não iria brincar com algo sério, sem contar que ela não estaria tão calma diante de algo nesse nível. — Bom, em algumas partes ele está certo.

— Não sei cara, me resta esperar ela me contar. Aliás, viu ela por aí?

— Achei que ela já estaria com você.

— Ela disse que viria com a Angela. Dessa vez ela não se livrou de poder entregar o relatório em outro dia, teve que ficar no CT e finalizar tudo.

— Droga, a Angela também não está aqui? — A voz carregada de frustração do meu amigo me fez rir.

— Deveria ter avisado que ia atolar sua casa de gente, teria ficado em casa. — Gavi resmungou enquanto sentava e colocava as muletas que o ajudavam a andar ao lado do sofá. Pablo sempre foi teimoso, e dessa vez não seria diferente. Ele fez o pai dirigir até minha casa para participar da festa, mesmo com dificuldade para andar.

— Isso fugiu um pouco do meu controle. Inicialmente tinha menos de 40 pessoas. — Comentei e a esse ponto todos nós nos sentamos.

— Tem no mínimo umas 100 pessoas aqui. — Concordei com a cabeça.

— Alguns convidados trouxeram seus próprios convidados e deu nisso. — Expliquei.

— Eu teria expulsado todos. — Gavi resmungou e eu ri enquanto negava.

— O que é tão engraçado? — Fernando perguntou enquanto se aproximava. Desacompanhado.

— Onde está a loira que você tava grudado? — Perguntei e ele deu de ombros.

— Deve estar por aí beijando alguém.

— E vocês não... você sabe? — Questionou Ferran.

— Não. Ela era muito entediante e só sabia falar de roupas caras e viagens que fez nas férias do ano passado. — Fizemos uma careta ao mesmo tempo. Mulheres fúteis são as mais fáceis de se encontrar em qualquer lugar hoje em dia.

— Puta que pariu. — Fer indagou totalmente fora de contexto e nós três seguimos o olhar do meu irmão. Clara e Angel. As duas haviam chegado e...

— Porra, elas estão lindas pra caralho. — Ferran comentou sem desviar os olhos da loira. Quer dizer, Fer e Gavi também tinham seus olhares fixos na garota de cabelos loiros, mas meus olhos só conseguiam enxergar a morena que sorria timidamente vindo em minha direção.

— Achei que não viria. — Ironizei assim que ela parou ao meu lado me fazendo ficar de pé.

— Achou mesmo que eu iria perder uma festa na casa de Pedri González? — Falou sorrindo e me abraçou logo em seguida. Envolvi seu corpo em meus braços enquanto inalava seu cheiro delicioso, deixei um beijo no topo de sua cabeça. —  Feliz aniversário Pepi.

— Obrigado corazón. — Clara deixou um beijo no canto de minha boca e se afastou um pouco.

— Parabéns González, meu presente para você é um exame de vista para vermos se sua pontaria melhora. — Ferran cuspiu a bebida que havia acabado de colocar na boca e Gavi tapou a boca com a mão enquanto Fer simplesmente soltou uma gargalhada sincera. Adoro o senso de humor dela, não sei o porquê dela odiar tanto o Ferran, eles tem praticamente a mesma idade mental.

— Você não está esperando que eu agradeça, está?

— Claro que não, eu só estou brincando. — A loira me puxou para um abraço rápido e me entregou uma sacola de grife. — Vou adiantar que é um relógio, espero que goste.

— Obrigado Angel. — Ela sorriu e se aproximou do Gavi que a observou de cima abaixo.

A presença de minha namorada nesse momento me deixou um pouco mais relaxado e a vontade. Festas de aniversário nunca foram muito o meu forte, mas tê-la comigo acaba deixando as coisas um pouco mais leves.

Segurei a mão da brasileira que observou meu gesto e ergueu a cabeça para mim outra vez.

— Você está deslumbrante neste vestido. — Falei em seu ouvido com a voz um pouco rouca.

— E você está perfeito nessa roupa social, quem escolheu? — Questionou enquanto analisava minhas roupas.

— Minha mãe, ela tem um bom gosto quando quer. — Clara me deu um tapinha e eu sorri.

— Os três vão babar em cima da Angela desse jeito. — Comentou e eu olhei na direção dos outros garotos, os três mal piscavam enquanto observavam descaradamente a loira.

— Seus mal educados, não vão cumprimentar a Clara? — Chamei a atenção deles que pareciam retornar para a terra.

— Oi cunhada, como está suportando conviver tanto tempo com o meu irmão? — Mostrei o dedo médio ao Fernando que devolveu o gesto.

— Oi Fer, ele não é tão insuportável quanto parece. — A encarei indignado e a morena apertou minha bochecha.

— Ficou linda em, o Pedri quase babou quando te viu chegar. — Ferran, como sempre desnecessário.

— E como você prestou atenção se só não fez se jogar no chão para a Angela passar? — Rebati. A loira engasgou com a bebida que estava tomando e Ferran levou a mão até o próprio pescoço.

— Tá viajando legal né? — Quis desconversar.

— Claro, eu quem vi errado. — Clara me deu um tapinha no braço e Torres mostrou seu dedo médio.

— Tá legal, chega dessa ladainha. Alguém me ajuda a levantar? — Os olhos de Clara se direcionaram até o Gavi.

— Não era pra você estar repousando até a data da cirurgia? — Questionou o mais novo que assentiu e logo respondeu.

— Não vou beber, fique tranquila. Só que eu não ia perder a festa do Pedrinho por nada. — Olhei desconfiado para o garoto e ele desviou o olhar enquanto Clara o ajudava.

Raphinha havia falado quase a mesma coisa hoje mais cedo, tenho certeza que eles estão aprontando algo. Na verdade eu já esperava, hoje mesmo no jogo. Ano passado eu tive que tomar três banhos antes de treinar, graças aos meus queridos companheiros terem jogado ovos e farinha em mim. Até estranhei o fato de não terem feito nada até então, porém tenho absoluta certeza de que não vou escapar de uma pegadinha.

Eles não deixariam passar em branco tão fácil assim.

— Me coloquem no chão! — Falei alto chamando a atenção das pessoas à minha volta. Ferran e Raphinha me seguravam pelos braços e pernas e estavam indo comigo na direção da piscina, puta que pariu, já está um frio do caralho e pra piorar é madrugada, a água deve estar congelando.

— Relaxa cara, não vamos te jogar na piscina. — Os dois me soltaram próximo da borda e eu logo me pus de pé.

— Bom, ainda não. Pode jogar! — Ferran gritou e eu senti um líquido extremamente gelado cair sobre minha cabeça. Água gelada.

— Porra! — Olhei para cima, e pude ver que Balde e Félix estavam na varanda de um dos quartos com dois baldes nas mãos. Filhos da puta!

— Feliz aniversário Pedri! — Eles gritaram e Ferran me empurrou de costas na piscina. Puta merda, odeio esses caras. Voltei para a superfície rapidamente e ouvi todos gritando e resolvendo que seria um bom momento para se jogarem na água também.

Saí pela borda e ameacei correr atrás dos garotos que conseguiram dar no pé na primeira oportunidade.

— Toma, vai ajudar um pouco. —A voz angelical de Clara me fez erguer a cabeça em sua direção. A morena estava segurando uma toalha, peguei a mesma e passei pelo meu rosto e cabelos. —Acho melhor você subir e trocar de roupa. Pode ficar doente.

— Vou matar aqueles idiotas. — Ela riu e segurou meu pulso me puxando para dentro de casa. Subimos as escadas até chegar no meu quarto.

— Quer que eu escolha sua roupa? — Assenti e fui tirar meus sapatos que haviam ficado encharcados. Enquanto eu me livrava das roupas molhadas, uma caixa preta me chamou atenção. Não lembro de tê-la visto aqui antes. Joguei a camisa em um canto junto dos sapatos e me aproximei daquele objeto. — Onde pensa que está indo?

— O que tem nessa caixa? — Clara observou o local que eu estava me aproximando e correu na direção da mesma, segurando o objeto atrás de seu corpo.

— Você é curioso demais. Vai tomar banho para a gente descer. — Estreitei a vista e ela permaneceu me encarando. Tenho absoluta certeza que dentro daquela caixa está o meu presente. E no que depender de mim, só sairemos desse quarto quando ela me mostrar o que.

Caí por cima de seu corpo e prendi seus braços acima de sua cabeça. Eu já havia tomado banho e trocado minha roupa, e agora estava tentando convencer minha namorada a me contar o que ela estava escondendo.

— Se você não me soltar eu vou gritar. — Falou em tom de ironia e eu ri.

— Você pode gritar o quanto quiser, ninguém vai te ouvir corazón. — Encaixei meu rosto na curvatura de seu pescoço e deixei beijos e mordidas naquela área. Clara soltou alguns suspiros e mexeu seu corpo. — É bom ir me falando, ou então...

— Então o que? — Sorri com malícia e mordi sua pele. A brasileira soltou um gemido e negou no mesmo instante. — Ainda não é o momento, Pepi, você vai saber na hora certa.

— Qual foi Clara, desde hoje de manhã você está escondendo o que tem naquela caixa de mim. — Ela me encarou e eu soltei seus pulsos. A morena colocou as mãos no meu abdômen desnudo e me empurrou levemente, sai de cima dela e a mesma levantou indo até a mesa que havia deixado a caixa.

— Eu realmente espero que você goste, ao menos para mim isso é algo importante e foi muito pensado até eu tomar a decisão. — Segurei a sua cintura e a deixei parada no meio das minhas pernas. Peguei a caixa de suas mãos e retirei a tampa. Inicialmente eu não entendi muito bem do que se tratava, só quando eu retirei o objeto de dentro da caixa foi que as peças se encaixaram.

Emoldurado dentro de uma caixa transparente bem delicada, havia um modelo de coração humano feito de cristal vermelho e com detalhes dourados e outros bem pequenos em um tom de cinza meio azulado. Na parte superior, as veias artérias estavam representadas por pequenas flores vermelhas. Analisei cada detalhe dele e senti meu próprio coração pulsar com mais força, ela transformou parte das palavras da minha declaração no pedido de namoro em algo material e que pode ser visualizado. Isso é incrível!

— Você não gostou, né? Se quiser eu posso comprar outro presente e... — Coloquei a caixa com cuidado no móvel próximo a minha cama e agarrei sua cintura a puxando para um abraço apertado. Pela falta de equilíbrio, Clara caiu por cima de mim e nós dois permanecemos abraçados sobre a cama.

— É claro que eu gostei. Você conseguiu materializar palavras importantes para nós dois em um objeto lindo. Eu não errei quando disse que você era diferente e que meu coração voltou a florescer depois que te conheci. — Um sorriso genuíno se formou em seus lábios e eu deixei um beijo casto em sua testa.

— Eu quase surtei por não conseguir ter uma ideia do que comprar para você, aí depois de quebrar a cabeça eu tive essa ideia e a Angel me ajudou com o desenho.

— Você que fez ele? - Ela negou.

— Eu "criei" ele da forma que eu queria, depois que a Angela terminou o que eu havia pedido eu levei ele para um conhecido meu que trabalha em uma joalheria para materializar o desenho. — Contornei seus lábios com meu polegar e deixei uma risada escapar. — Por que está rindo?

— Acredita que eu estava achando que você poderia estar grávida e estava com medo de me contar? — Clara levantou rapidamente e me encarou confusa.

— Como eu estaria grávida? Como chegou nessa ideia? — Perguntou tentando imaginar o que eu responderia. Puxei ela de volta para mim, e dessa vez a mulher sentou-se sobre o meu colo.

— Eu fiquei pensando no que tinha me dito mais cedo, percebi que havia ficado um pouco receosa e comentei com o Raphinha e o Lewan. — Acariciei sua coxa enquanto ela prestava atenção em meu rosto. — Os dois comentaram que quando as esposas deles ficaram grávidas, ficaram receosas com as reações que eles poderiam ter.

— Corazón, se eu estivesse grávida não iria esconder de você. Nem que eu quisesse poderia fazer isso, eu iria conversar com você para que nós dois pudéssemos tomar uma decisão unânime sobre isso. — Suas mãos macias repousaram sobre meu rosto e ela deixou uma carícia naquela região. — E sério, Raphinha é péssimo no quesito ideias, você sabe disso.

— Eu sei, mas o Lewandowski também falou, acho que por isso eu dei mais credibilidade. Só o Ferran que disse que não era possível porque você não tinha contado nada pra ele. — Ela riu e assentiu. — Desde quando viraram melhores amigos?

— Bom, desde o dia em que aquele idiota resolveu que quer ficar com a Angel. Quer dizer, já éramos próximos desde quando brigamos no começo de agosto, agora isso apenas se reforçou. — Se ela sonhar que apostamos uma Porsche, ela vai matar nós dois.

— Contaria a ele se estivesse grávida?

— Provavelmente sim, acho que iria pedir ajuda para te contar. — Assenti. — Mas o que importa é que eu não estou grávida e vocês foram até Nárnia com essa ideia maluca. Quer descobrir um filho antes do ano acabar González? — Perguntou com ironia.

— Não necessariamente, mas se você quiser me deixar fazer um em você, eu repenso. —  Clara negou imediatamente me fazendo rir.

— Sem filhos por enquanto. — Concordei e ela levantou do meu colo. — Termina de se vestir para a gente descer, devem estar pensando que a gente está fazendo alguma coisa.

— Pensando bem, podemos demorar mais um pouco. — A encarei com malícia no olhar e um sorriso de canto se formou em meus lábios.

— Não mesmo. Agora se veste e vamos logo! — Revirei os olhos e ela saiu do quarto para me esperar no corredor. Vesti a camisa que ela havia escolhido e por cima coloquei uma jaqueta preta. Antes de sair do quarto olhei para o coração de cristal. É perfeito, com certeza foi o melhor presente que eu poderia ganhar e que irei guardar comigo para sempre.

Ela é extraordinária.

Ela definitivamente é a mulher que eu quero ter ao meu lado para o resto da minha vida.

Voltei! Esses dias que eu passei um pouco sumida se dão graças ao meu transtorno de ansiedade e a alguns problemas familiares.

Sinceramente, não acho que eu devesse deixar o tipo de problema que se formou me afetar, mas a gente não consegue controlar o que sente :)

Aniversário do Pepi com direito a presente especial e tudo viu! E não foi dessa vez que o Pedro descobriu que seria pai, Raphinha e Lewan viajaram legal nessa idéia.

Peço desculpas pelo capítulo não estar tão bom, como eu já havia dito, essa semana eu passei por alguns problemas e isso me afetou um pouco mais do que deveria e acabou me deixando bem desfocada na hora de escrever.

A foto abaixo é uma representação de como seria o coração de cristal que a Clara deu de presente para o Pedri. Quando eu imaginei como seria o presente dela para ele fui buscar referências e encontrei essa IA, mas apesar disso é bem parecido com o que eu havia imaginado.

Espero que gostem 💙

Até o próximo capítulo!

📝 Não esqueçam de comentar e deixar o seu voto no capítulo! 🤍

Beijos de luz,Kalisa.

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