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Cap. 012

Algumas partes deste capítulo podem conter conteúdo para maiores de 18 anos. Se você não gostar, pule as partes em que tal contexto for citado.

Aparentemente as nossas férias estão voando. Em menos de duas semanas nós já estaremos voltando à rotina de trabalho. Adeus dormir tarde e acordar tarde.

Pedro e eu passamos uma boa parte da semana juntos, porém, nos últimos dias ele resolveu focar em algumas coisas pessoais e passa quase o dia todo focado nisso.

Durante esse tempo, eu aproveitei para conseguir estudar e aprofundar as minhas pesquisas em possíveis tratamentos que venho tentando desenvolver nos dois últimos meses.

Faltam apenas pequenos detalhes para que eu conclua tudo. Matteo e Sérgio se disponibilizaram em me dar apoio e supervisão nesses projetos, afinal, se eu conseguir desenvolver melhores maneiras de ajudar na recuperação dos atletas não será proveitoso apenas para mim.

Hoje eu teria que deixar esse estudo de lado um pouquinho já que é o aniversário do Gavi.

Logo pela madrugada eu fiz um post no privado para ele que me respondeu com agradecimentos.

Como eu já esperava, Gavi não optou por fazer algo muito grande, apenas uma festa reservada em sua casa ao fim do dia para poucas pessoas.

Eu e Pedri vamos juntos, mas conversamos e entramos em acordo para não ficarmos tão próximos durante o evento. Levantar suspeitas de que realmente estamos tendo algo, é de longe o que queremos por agora.

Já havia arrumado meu cabelo desde hoje de manhã, logo após a minha corrida matinal de 50 minutos, fui direto para o banho, onde lavei e utilizei minha escova secadora.

Eu amo os meus cachinhos, mas não estava com muito tempo para poder cuidar deles como devo fazer.

Por isso optei por deixá-los lisos. Organizei meus materiais de estudo e separei minha roupa, a deixando sobre minha cama.

Minha maior maluquice, de acordo com a Angela e o Lucca, é perder tempo tomando inúmeros banhos por dia.

Simplesmente europeus estranhando os costumes brasileiros.

Prendi meu cabelo em um coque e entrei embaixo do chuveiro logo após retirar minhas roupas.

Não demorei muito tempo no banheiro, o clima está consideravelmente bom, o que ajuda bastante.

Me troquei depois de ter espalhado meu hidratante corporal e sentei de frente para minha penteadeira. Não quero fazer nada exagerado, mas também nada muito simples.

Um meio termo perfeito que combina com meu vestido.

Optei por usar um vestido branco que comprei na minha única visita a Madrid quando me formei na faculdade.

Fazendo uma breve análise nesse momento, Pedro tem razão quando falou que eu deveria conhecer melhor o país que moro a 5 anos.

Enfim, é um vestido simples, mas que não deixa nada a desejar. A cintura dele tem uma espécie de corset de renda que o deixa com um ar sexy e ao mesmo tempo elegante. Sem contar com a fenda na perna esquerda que vem desde o meu joelho até metade da minha coxa.

Fiz uma maquiagem leve e voltei para a minha indecisão entre usar tênis ou salto.

Enquanto eu permanecia parada observando os calçados, ouvi o barulho da campainha. Suspirei frustrada e andei até a porta.

Pedro me observou de baixo para cima e lambeu os lábios assim que abri a porta. Observei seu corpo de relance e não pude segurar um sorrisinho de canto. Ele está impecável. Seus músculos estão maiores do que quando o conheci e a sua barba por fazer aquecem o meu corpo de uma maneira incontrolável.

Após longos segundos apenas nos encarando, dei espaço para que ele pudesse entrar.

Meu corpo foi pressionado contra a madeira da porta no momento seguinte que ele entrou. As duas mãos do homem à minha frente agarraram minha cintura com uma certa brutalidade me arrancando um suspiro.

— Eu queria brigar com você por não deixar seus cachinhos serem livres, mas porra, você está linda para caralho. — Sua voz ecoou pelos meus ouvidos e meu corpo acabou por reagir quase que imediatamente.

Odeio o fato de não conseguir controlar meus sentimentos e desejos perto dele, simplesmente não consigo evitar.

— Boa tarde para você também, Pedro. Estou ótima, muito obrigada por perguntar. E com você, tudo bem?

Seus lábios tocaram a curvatura do meu pescoço e ele depositou alguns beijos naquela área.

— Boa tarde, mi corazón— Sua voz saiu contra minha pele —  estou muito bem, bem melhor agora na verdade.— Seus olhos fixaram nos meus e uma de suas mãos subiu até o meu rosto.

A típica frase cliché que os héteros top usam diariamente com seus 20 contatinhos.

— Achei que fosse demorar mais, ainda faltam uns 10 minutos do horário que marcamos. — Passei meus braços ao redor de seu pescoço.

— Eu iria, mas quero passar nem que sejam poucos minutos com você, já que não podemos ficar tão próximos em público.

Sua boca se aproximou aos poucos da minha e pude sentir nossas respirações se misturarem. Fechei os olhos e inclinei meu rosto em sua direção, porém, ao invés de me beijar, Pedri riu.

Abri os olhos, confusa, e ele mordeu meu lábio inferior.

— Tenho uma surpresa para você.

— Surpresa?

— Humm, mas antes de te contar o que é, preciso que você diga que sim.

— Como eu vou dizer que sim se eu nem sei do que você está falando? — Seus dedos acariciaram minha bochecha.

— Você vai dizer que sim, mas quero que confirme isso antes de te contar.

O olhei com os olhos semicerrados. Ele não parecia estar brincando, por mais descontraído que estivesse.

Tentei decifrar sua expressão, mas o seu semblante é indecifrável.

— Tudo bem, digamos que eu diga sim...

Pedro apertou seu corpo contra o meu e me prensou ainda mais na porta. Tenho absoluta certeza que se ele não estivesse me segurando eu já teria caído.

Seus lábios trilharam um caminho de beijos e pequenas mordidas até minha orelha.

— não, "digamos" não é o que eu quero ouvir. — Minhas pernas tremiam de excitação a cada palavra e a cada toque seu.

Eu podia sentir sua ereção contra meu quadril, a tensão sexual que exalava de nós dois poderia ser sentida a quilômetros.

Sinceramente, eu não me importaria de chegar atrasada à festa se pudesse senti-lo dentro de mim nesse momento.

Movida pela adrenalina e todo o tesão acumulado que estou sentindo nesse momento, eu lhe dei outra resposta.

— E-eu... sim. — Um sorriso de canto se formou em seus lábios e ele desceu a mão até o meu pescoço.

Sua boca roçou a minha e deixou um pequeno beijo no canto esquerdo dos meus lábios.

— Daqui dois dias nós vamos passar uma semana em Portugal. — Seu corpo se afastou de uma maneira brusca do meu.

Apoiei as mãos na parede ao meu lado e respirei fundo tentando retomar o controle das minhas pernas.

O que ele acabou de falar? Portugal?

Observei seu corpo se mover de costas para mim em direção ao meu quarto.

Levei minhas mãos até meu cabelo e segui na mesma direção dele.

— O que você disse? — Pedro ergueu o olhar para mim e me mostrou o salto em uma das mãos.

— Esse vai ficar melhor em você.

— Pedro, você disse no plural que "nós vamos" para Portugal, ou eu entendi errado? — Ele riu e olhou para a percata de salto novamente.

— Você ouviu certo cariño, nós vamos para Portugal. — Neguei com a cabeça. — Você já me disse sim, não é uma mulher de palavra?

Me sentei sobre o colchão da cama e ele veio em minha direção. Pedro se ajoelhou e segurou meu pé, o observei confusa e ele começou a ajustar meu salto.

— Eu não sabia que se tratava de algo assim. Pensei que... — Parei de falar quando notei que diria a ele o que tinha imaginado.

O olhar do espanhol ergueu para o meu outra vez e ele arqueou uma das sobrancelhas.

— O que você pensou? — Suas mãos deslizaram pelas minhas pernas logo após ter me ajudado a calçar os sapatos.

Pedri apoiou as duas mãos sobre minhas coxas e as apertou para conseguir erguer seu corpo.

— Nada, eu não pensei nada. — González separou minhas pernas e encaixou seu corpo ali. Com uma mão ele segurou meus dois pulsos juntos e empurrou meu corpo contra a cama.

Prendi a respiração por alguns segundos e ergui um pouco as minhas costas.

— Vai mentir para mim corazón? Vai mesmo negar olhando nos meus olhos que não imaginou eu te fodendo até o seu limite? — Pedro esfregou seu volume contra minha coxa e um gemido escapou de minha boca involuntariamente.

Se ele não parar com essas provocações, não sei se irei conseguir me controlar por muito tempo.

— Eu não sou idiota Clara, posso notar que desde a primeira vez que nos vimos naquele jogo você me quis. Nem que tenha sido por segundos, mas eu percebi em seus olhos que você desejou me sentir da mesma maneira que eu te desejei e desejo.

Rocei meu quadril com o seu e ele suspirou.

— Caralho... garota, você tem noção de que eu não transo com ninguém tem um pouco mais de 2 meses? — Suas pupilas estavam dilatadas ao mesmo tempo que suas íris castanhas estavam escuras.

Um homem sem sexo por muito tempo é algo impressionante. Principalmente se esse homem for totalmente cobiçado por várias.

— Opções nunca faltaram. — Ele riu e assentiu.

— Mas a única opção que eu quero se faz de difícil. — Mordi meu lábio inferior e desviei meu olhar do dele.

Eu sentia minha calcinha encharcada e meu clitóris latejar de tesão.

O pior de tudo é que ele sequer me tocou. Ele está me fazendo perder completamente o controle.

Meu corpo estava quente, e a medida em que não nos tocamos ou sequer nos beijamos, me deixava ainda mais fora de controle. Sinto que poderia simplesmente gozar a qualquer momento com apenas provocações dele.

— Pedro... — Minha voz saiu quase em um sussurro. Ele ainda segurava meus pulsos e me impossibilitava de fazer qualquer coisa, forcei os mesmos e ele riu me apertando um pouco mais.

— Oi? — Às vezes eu odeio esses joguinhos. Acho que quando nós somos o brinquedo, não é tão legal quanto quando estamos no controle.

Eu queria beijá-lo, ou melhor, queria que ele me beijasse. Mas ele não fazia nada, apenas me provocava e me fazia quase subir pelas paredes do quarto.

Ergui minha cabeça em sua direção e ele roçou nossos lábios. Meu corpo estava totalmente tomado pelo desejo, nesse momento eu estava pouco me fodendo se iríamos ou não sair de casa no horário certo. Tenho certeza que o Gavi iria nos perdoar se chegássemos atrasados.

González diminuiu o aperto em meus pulsos e eu consegui soltá-los. Segurei em sua nuca e finalmente pude sentir seus lábios contra os meus.

Pedri apoiou seu corpo em um dos braços e com o outro ele passou por baixo das minhas costas me apertando contra si. Arranhei sua nuca e um pequeno grunhido escapou de seus lábios. Com uma habilidade absurda, Pedro inverteu nossas posições e me deixou por cima dele, mas sem separar o beijo.

Me posicionei melhor em seu colo e dei leves reboladas contra seu membro duro. O espanhol levou suas mãos até minha bunda e apertou a mesma me estimulando a rebolar mais.

Desci minhas mãos até a barra da camisa dele a puxei para cima, Pedro me ajudou rapidamente e em segundos seu peitoral estava totalmente exposto para mim. Mordi os lábios ao observar toda sua definição e senti seu olhar queimar sobre mim.

Inclinei meu corpo contra o seu e comecei a distribuir beijos pelo seu pescoço e ombros até finalmente chegar em seu abdômen. Minhas unhas desceram com certa força por seus braços e ao decorrer de seu peitoral havia pequenos chupões e partes levemente vermelhas graças as minhas unhas.

Em momento algum ele interferiu no que eu pretendia, apenas apoiou suas mãos na lateral de seu corpo enquanto me observava descer aos poucos. Segurei a barra de sua calça e a puxei com facilidade, não tinha intenção de tirá-la por completo, ao menos não agora.

Seu pau marcado contra a cueca box me fez salivar no momento em que o toquei por cima do tecido. Pedro está inclinado e agora se apoia em seus cotovelos. Sua cabeça levemente tombada me fez sorrir e finalmente ficar de joelhos entre suas pernas. Puxei sua cueca e ele inclinou o corpo para que a peça descesse, e seu pau finalmente foi liberado da pressão que o tecido fazia. Mordi os lábios ao observá-lo. Como ele consegue esconder isso tão bem naqueles calções de jogo?

Levei minha mão até sua extensão e um pequeno gemido escapou de seus lábios. Iniciei com movimentos lentos de sobe e desce e aos poucos seu pau ficava mais ereto em minha mão.

Pedro ergueu a cabeça e seus olhos se direcionaram para os meus, o encarei fixamente até abaixar minha cabeça devagar. Lambi sua extensão vagarosamente até sua glande e suguei a mesma por alguns segundos o fazendo revirar os olhos.

Era nítido em seu rosto o quanto ele estava esperando pelo momento que eu o colocasse por completo em minha boca. Umedeci seu pênis um pouco mais e aos poucos o coloquei em minha boca.

— Isso corazón, desse jeito! — Pedro segurou em meus cabelos fazendo um rabo de cavalo desajeitado e me instigou a ir um pouco mais fundo em seu comprimento. Relaxei ao máximo tudo que pude e senti seu pau encostar no fundo da minha garganta.

Eu não ousaria me mover com ele no meu limite, seria demais e eu iria engasgar facilmente. Segurei na parte que não cabia em minha boca e comecei a subir e descer a minha cabeça.

— Mais rápido! — Agarrei sua coxa e fiz o que ele pediu. Pedro empurrava minha cabeça contra seu membro e eu sentia minha buceta doer de tanto tesão ao ouvi-lo gemer rouco.

Me afastei um pouco para conseguir respirar e antes que pudesse pensar corretamente em qualquer coisa, González ficou de pé em minha frente e agarrou meu cabelo erguendo minha cabeça em sua direção.

Meus lábios entreabertos, eram o mesmo que um convite para ele. Pedro segurou em seu pênis e o roçou em meus lábios, me fazendo entender exatamente o que ele queria. Concordei rapidamente e ele mordeu o lábio inferior.

Deslizei minha boca em seu pau novamente e segurei em suas pernas. Pedri apertou meu cabelo me deixando firme e inclinou seu quadril devagar em movimentos de vai e vem contra meus lábios.

Seus gemidos roucos o faziam ir cada vez mais forte e algumas vezes eu não conseguia evitar os meus próprios gemidos, que saiam de maneira abafada por seu pau.

Pedro puxou minha cabeça para trás com pressa e segurou em seu pênis o masturbando enquanto tentava reprimir seus próprios gemidos. Segurei sua mão o fazendo parar e ele me encarou, voltei a masturba-lo devagar e mordi os lábios ao ver seu semblante ficar sério e ao mesmo tempo ser tomado pelo prazer. Eu só irei parar quando ele gozar, quando chegar ao ápice do prazer.

Seu maxilar estava travado e seus olhos fechados enquanto aos poucos ele se entregava ao prazer.

Ambos estávamos tão concentrados em dar e receber prazer que, o simples toque do celular dele me fez tomar um susto.

Parei de tocá-lo e Pedro semicerrou os punhos.

— Caralho... — Ele resmungou alguns palavrões e pegou o celular atendendo a ligação e a deixando no viva voz. — Se você não tiver um ótimo motivo para me atrapalhar agora, eu juro que te mato Erick.

— Oi pra você também. Esqueceu do favor que te pedi? — A voz de Eric García ecoou pelo ambiente e eu revirei os olhos. Ele escolheu o pior momento possível para ligar.

Pedri me encarou e eu segurei em seu pau outra vez o fazendo sorrir maliciosamente.

— Eu vou te buscar caralho. Será que pode ter um pouco de paciência? Estou terminando uma coisa importante aqui. — Seu olhar viajou para mim e um sorriso de canto se formou em seus lábios.

— Está transando com alguém por acaso?

— Vai se foder Eric. — O espanhol mordeu os lábios reprimindo um gemido e eu aumentei a velocidade da minha mão.

— Porra González, tu me atendeu enquanto tá batendo uma? Caralho garoto.

— Eu não tô fazendo nada porra. — Omissão de fatos. Ele realmente não está movendo um dedo. — Vou buscar a Clara e no caminho passo para te buscar. Agora tchau.

Ele desligou o celular e o jogou sobre a cama. Pedri agarrou meu cabelo outra vez e eu engoli sua extensão mais uma vez. Continuei movimentando minha mão e em poucos segundos senti seu orgasmo acontecer.

Um gemido rouco tomou conta do ambiente e o aperto em meu cabelo foi se desfazendo aos poucos. Ele levou as mãos até seu cabelo e bagunçou seus fios.

Ele gozou em minha boca. Gozou enquanto olhava diretamente em meus olhos.

Afastei meu rosto de seu membro e lambi os lábios enxugando o canto de minha boca. A expressão de prazer e satisfação que havia em seu rosto me fez ficar com ainda mais vontade de tê-lo dentro de mim.

— Você é espetacular corazón. — Seu olhar transmitia toda a luxúria que ele exalava naquele momento.

Pedro me ajudou a levantar e me puxou para um beijo lento. Sua mão deslizava pelo meu corpo e apertava meus pontos sensíveis me fazendo gemer contra sua boca.

— A- a gente precisa ir. — Me afastei um pouco dele e o espanhol respirou fundo.

— Eu juro que vou acabar com Eric. — Sorri e lhe dei um selinho demorado. — Vou usar o banheiro rapidinho e já vamos.

Assenti e ele me deu outro selinho. Pedro subiu suas roupas outra vez e pegou a camisa indo em direção ao banheiro.

Passei as mãos pelo meu cabelo e tombei a cabeça para trás, preciso dar um jeito no meu cabelo outra vez e com certeza retocar o meu batom.

Olhei para o meu reflexo no espelho e prendi uma risada ao ver o estado em que o meu cabelo estava. Devo agradecer aos céus por não ter apenas definido o cabelo, iria demorar uma eternidade para desembaraçar e defini-lo outra vez nesse momento.

Pedri bagunçou o meu cabelo inteiro, além de deixar uma marca de chupão no meu pescoço.

Talvez eu nem queira ter totalmente o controle de tudo. Acho que vale a pena sair da rotina algumas vezes.

Principalmente se esse descontrole envolve Pedro González sem roupa no meu quarto. Na minha cama.

— Achei que tinha se perdido no meio do caminho. — Essas foram as primeiras palavras de Eric ao adentrar o banco traseiro do carro de Pedri.

— Da próxima vez eu deixo você ir de Uber. — González voltou a dirigir e eu tentava fazer minha melhor cara de paisagem possível.

— Oi Clara, tudo bem? — Me cumprimentou e eu quase engasguei com minhas próprias palavras.

— Oi Eric, estou ótima. E você? Como andam as férias?

— Da melhor maneira possível, se você me entende. — Olhei de canto para o Pedro que revirou os olhos. — Esse idiota também demorou para ir te buscar?

— Demorar? Por que ele iria demorar? — Me fiz de sonsa.

— Liguei para o Pedri e ele me atendeu enquanto batia uma. Foi a pior coisa que já me aconteceu.

— O QUE? — Sério, a Netflix está perdendo uma atriz e tanto. Até eu me convenci que não fazia ideia de nada.

— Porra Eric, para de falar isso! Eu não estava batendo uma.

— E aquele gemido abafado? Acha que eu sou surdo? — Meu rosto de surpresa era excelente ao observar Pedri que fingia não saber de nada.

— Você está ficando louco, isso sim. Está trepando tanto que está ouvindo coisa onde não tem. — Prendi uma risada e García resmungou alguns xingamentos para o mais novo.

O que nós dois fazemos a sós é algo totalmente pessoal e íntimo, então, ninguém precisa saber de absolutamente nada.

— O Ferran tá falando com você? — García quebrou o silêncio e me fez prestar atenção na nova conversa iniciada.

— Não com frequência, ele só comentou comigo que estava passando por algo um pouco complicado.

— Alguma ideia do que possa ser? — Pedro negou e eu semicerrei os olhos. Eric se deu por vencido com um simples acenar de cabeça, e por outro lado eu me senti na obrigação de usar meu espírito de fofoqueira para conversar com o Pedro assim que estivermos a sós. O nosso convívio nos últimos meses me faz ter certeza que ele está escondendo algo.

Nos últimos dias em que passamos juntos eu percebi que quando Pedri está escondendo algo seu olhar se direciona para baixo ao mesmo tempo que seu maxilar fica travado. E é deste exato jeito que ele está agora.

Alguém está escondendo alguma coisa.

O caminho da casa de Eric até a casa do Gavi não foi muito demorado, quer dizer, a casa dos pais do Pablo. Ele preferiu fazer algo lá pois já iria incluir todos de uma só vez.

González estacionou em frente a uma casa bem grande e todos descemos. O fato de eu ser tímida me fez recuar um pouco ao ver esse lugar, por mais que eu e o Gavi tenhamos uma certa intimidade, ainda não conheci sua irmã ou outras pessoas de sua família.

No dia em que o Barça foi campeão eu os vi de relance, mas em meio a todo alvoroço entre nós não me aproximei muito.

Eric tocou a campainha e cerca de 1 minuto depois uma garota com um rosto bem familiar veio nos atender.

— Oi Rora, não era seu irmão quem deveria estar atendendo?

— Olá pessoal, entrem e se sintam à vontade. E sim Eric, ele deveria, mas faz cerca de uns 40 minutos que o Pablo tá dentro daquele quarto supostamente terminando de se arrumar. — Os meninos riram e eu permaneci calada.

A esse ponto tenho certeza de que minhas bochechas devem estar levemente vermelhas. Odeio ser tímida e introvertida com quem não tenho intimidade.

Os meninos saíram andando pela casa com a maior liberdade possível enquanto eu andava devagar atrás deles.

— Oi, desculpa, nem me apresentei para você. Sou Aurora, irmã mais velha do Pablo. Mas pode me chamar de Rora igual a todos. — Disse e deu uma revirada de olho dramática que fazendo ficar menos tensa.

— Tudo bem, meu nome é Clara, é um prazer Rora.

— Você é a fisioterapia que o Barcelona contratou a pouco tempo, não é? — Assenti — meu irmão falou muito de você nas primeiras semanas. Sem querer parecer invasiva ou algo do tipo, mas o Pedri realmente te deu uma bolada?

Sorri nervosa e concordei com a cabeça. Ótimo, agora serei reconhecida como "a garota que levou uma bolada do Pedri". Ótimo status Clara Guimarães.

— Aquele moleque é cego, mas é um amor de pessoa. Vocês se acertaram né?

— Claro, não teria como odiar ele mesmo, pelo menos não no meu trabalho. — Ela riu e segurou no meu pulso me puxando pela casa.

— Gostei de você. De onde você é? Seu sotaque é diferente da maioria das pessoas espanholas.

— Eu sou do Brasil, me mudei para conseguir estudar e ter melhores chances aqui. — Falei um pouco tímida, fazem 5 anos que moro aqui em Barcelona, mas o meu sotaque simplesmente não me deixa nunca.

— Pelo amor de Deus, me diz que você sabe fazer aquele doce de chocolate?

— Brigadeiro?

— Isso! Eu comi uma vez quando viajei com meu namorado e fiquei apaixonada, mas não encontrei outra vez por aqui.

— Ah, eu sei fazer sim, acho que é quase de lei um brasileiro saber fazer brigadeiro.

— Rora, a gente tá só esperando você... — Fomos interrompidas pela voz do Gavi. — Clara! Não sabia que estava aqui. Achei que fosse ficar com o... com os meninos lá onde está a festa.

Senti meu coração errar as batidas quando ele quase falou do Pedri.

— Eu segurei ela aqui um pouquinho. — Disse Aurora.

— Sua irmã é um doce de pessoa Gavi, já estávamos indo. Aliás, Aurora nos disse que estava a bastante tempo no quarto. Para que tanta produção assim senhor Gavira?

O mais novo coçou a nuca um pouco desnorteado e lhe dei um abraço.

— Feliz aniversário Gaveta. Aqui, seu presente. — Ele riu enquanto pegava a sacola e nós três andamos em direção às demais pessoas.

— Olha elas aí, eu disse que não tinham se perdido, Gavi. — Ouvi a voz de Raphinha e automaticamente a minha tensão foi embora, talvez pelo fato de que ele seja brasileiro como eu tenha feito com que a nossa amizade acontecesse mais rapidamente do que com os outros jogadores.

— É sempre bom ter certeza.

Procurei Pedro com o olhar e rapidamente o encontrei próximo a Ferran, Eric e alguns garotos que eu não conheço, de certo amigos do Pablo.

— Eu ainda estou esperando quando vocês dois pretendem me contar que estão se pegando às escondidas. — Raphael falou em português e eu o encarei.

— Não estamos nos pegando.

— Eu vi você sair do vestiário naquele dia, Clara, eu derrubei a caixa de propósito tá legal!? — Encarei ele que tinha um sorriso debochado nos lábios e mordi meu lábio inferior.

— Eu não...

— Tá legal, você e ele vivem juntos, ele sempre te dá carona e...

— Ferran também já me deu carona, e você também.

— Isso foram duas vezes, nos dias que ele teve reunião com a diretoria. E tem um chupão no seu pescoço. — Arregalei os olhos e levei minha mão no lugar que eu havia passado base, eu podia jurar que tinha conseguido disfarçar bem.

— Como você consegue ver?

— Eu sabia! — Raphinha sorriu e eu fiquei confusa. — Pedri está com um chupão no pescoço e uma marca vermelha no abdômen, e a senhorita está com um chupão escondido por base.

— Eu não acredito nisso... como viu as marcas nele?

— Ele esticou os braços e a camisa subiu um pouco, você não brinca em serviço né!? — Meu rosto esquentou imediatamente e eu escondi o mesmo entre minhas palmas.

— Olha, escuta bem, ninguém pode saber sobre isso, tá legal? Só o Gavi e o Adrián sabem sobre nós dois e agora você. Mais ninguém deve saber ou meu emprego já era.

— Ei, eu sou fofoqueiro, porém sei guardar segredo. Relaxa garota, ninguém vai saber de nada se depender de mim. Mas tomem cuidado quando estiverem em público. Naquele dia do vestiário fui eu, mas poderia ser alguém da diretoria e aí vocês estariam fodidos de verdade.

— Eu sei, nós dois conversamos sobre isso e vamos tomar mais cuidado.

— Ótimo, fico feliz em saber que vocês estão bem. Nem poderia imaginar que o meu shipp favorito iria realmente acontecer.

Caminhos até uns sofás pequenos que estavam desocupados e sentamos de frente para outro.

— Shipp? — Questionei

— Sim, eu tinha certeza que vocês iriam se pegar. Ninguém se odeia na proporção que vocês diziam se odiar. Eu sabia que no fundo era tudo fogo no rabo.

— Raphael! — Ele riu dando de ombros e eu revirei os olhos. — Como está a Taia? Nunca mais nos vimos.

— Está ótima, ela iria vir comigo, mas o Gael está meio gripadinho e tá bem manhoso, daí ela preferiu ficar em casa cuidando dele.

— Aí Deus, melhoras para ele.

Continuamos a conversar em nossa língua natal. Às vezes eu passo tanto tempo sem falar em português que simplesmente esqueço como se pronunciam algumas palavras.

Quando converso com os meus pais eles sempre dizem que eu ganhei um sotaque espanhol no meu português, o que é totalmente irônico porque os espanhóis dizem que eu tenho um sotaque arrastado no espanhol, que no caso é do português.

Minha mente fica numa confusão só quando me dizem isso.


— Abre de uma vez Pablo, eu quero saber o que é! — Ferran implicou com o mais novo outra vez.  Havíamos nos reunido na parte da churrasqueira da casa, enquanto Gavi começava a abrir seus presentes.

— Achei que os presentes eram meus, Ferran. — Rebateu.

— Ih, podia ter ido dormir sem essa. — Raphinha disse enquanto dava um tapinha na nuca de Torres.

— Vocês são tão infantis. — Ouvi Aurora, irmã mais velha do Gavi falar.

— Calma aí, por que o Ferran está tão interessado em saber o que são os meus presentes?

— Todo mundo quer saber o que te trouxeram, é isso. Abre logo porra. — O mais novo revirou os olhos e começou a abrir as sacolas.

Pedri estava sentado entre eu e Ferran, que estava ao lado de Raphinha. Senti sua mão repousar sobre minha coxa e a empurrei discretamente, não podemos arriscar que os outros vejam e desconfiem de algo.

Olhei de relance para ele e o espanhol lambeu os lábios.

Mordi meu lábio inferior e voltei minha atenção para o aniversariante.

— De quem é esse? — Perguntou enquanto erguia uma sacola.

— É o meu, achei sua cara. — Ouvi Eric falar.

No momento em que Gavi levantou o "presente" todos caíram na gargalhada.

Levei minhas mãos até meu rosto e cobri a boca enquanto tentava controlar minha risada e minha surpresa.

Eric havia dado uma caixa lacrada de camisinhas e um ticket de motel para o mais novo.

Gavira afundou o corpo na poltrona que estava sentado e colocou a sacola na frente do seu rosto.

— Eu não tô acreditando no que eu tô vendo. — Rora falou tão surpresa quanto eu.

— Eu não acredito que eu trouxe a sacola errada. — Eric falou baixo, porém Ansu ouviu e simplesmente gritou para todos ouvirem.

— TU TÁ METENDO TANTO A PONTO DE COMPRAR UMA CAIXA LACRADA DE CAMISINHA GARCÍA?  — Um silêncio se instalou e todos olharam para o espanhol.

Gavi jogou a caixa de volta para o amigo e começou a rir dando início a um pequeno surto de risadas em todos.

— Eu nunca mais te convido para uma festa Eric. — Pablo negou e tomou um gole da sua bebida. — E você está me devendo um presente agora, tá legal?

— Que isso pirralho, tá muito exigente pro meu gosto. — Gavira lhe mostrou o dedo médio e pegou outra embalagem.

— Se algum de vocês tiverem feito mais alguma gracinha eu juro que expulso todos da minha casa. — Ferran e Pedri se olharam e deram um sorrisinho, sinceramente, tenho até medo de imaginar o que eles devem ter aprontado.

Nosso pequeno pinscher raivoso já havia aberto todos os presentes, e até então, não tivemos mais nada inusitado. Quer dizer, tirando o fato de que Raphinha, Pedri e Ferran tenham comprado camisas da amizade com fotos vergonhosas do Gavi e o obrigaram a vestir para tirarem uma foto, não tivemos mais nada inusitado.

Todos estavam distraídos com algo, desde conversas ou brincando com uma bola no fundo do jardim. É isso que dá reunir vários jogadores em um só lugar.

Pedro quase não se aproximou de mim durante a festa, por mais que soubessem que havíamos vindo juntos, ficamos indiferentes de certa forma com a presença um do outro.

A temperatura de hoje estava um pouco baixa, ou simplesmente o fato de eu sentir muito frio estava me fazendo quase tremer.

Me retirei da conversa com algumas pessoas e me aproximei um pouco da mesa de bebidas e comidas.

Peguei um drinks com tequila e beberiquei sem muita vontade, esses benditos saltos já estão acabando com meus pés. Maldita hora que não optei pelos tênis.

— Ehh, oi... — Ergui meu olhar e um garoto de cabelos castanhos claros sorriu.

— Oi.

— Você é namorada de algum dos jogadores? Nunca tinha te visto antes.

— Não, eu sou amiga do Gavi, posso dizer que trabalhamos juntos.

— Trabalha com o Barça então? — Assenti. — Legal, o que você faz lá dentro?

— Sou fisioterapeuta. — O garoto era bem simpático. Não tinha prestado muita atenção nas pessoas e nem havia notado que ele estava por aqui, ao menos não até agora.

— Desculpa, nem me apresentei, meu nome é Mario. — Disse e estendeu a mão.

— O meu é Clara. — Apertei sua mão e lhe dei um sorrisinho.

— Nome bonito. — Continuei sorrindo e coloquei uma mecha de cabelo atrás da orelha. — Você é de qual lugar da Espanha?

— Mora aqui mesmo em Barcelona.

— Nasceu em Barcelona?

— Não, eu nasci no Brasil.

— Sério? Seu espanhol é muito bom, não parece que é de fora.

— É sério? — Questionei, acho que é a primeira vez que um nativo elogia meu espanhol.

— Claro, sua fluência é muito boa.

— Obrigada! Todo mundo sempre fala do meu sotaque e sempre perguntam de onde eu sou. Você é a primeira pessoa que me fala isso.

— Bando de invejosos, você fala muito bem. Sabe o catalão também? — Assenti. Eu sofri muito quando cheguei aqui, só sabia o básico do espanhol e aqui tive a surpresa de que muita gente fala catalão. Minha sorte foi o Lucca, por ser um espanhol e morar aqui desde que nasceu ele sabia o espanhol e o catalão, graças a ele eu consegui aprender melhor e hoje posso me comunicar tranquilamente com as pessoas.

A noite já havia chegado aos poucos e o frio estava quase me agredindo. Abracei meus braços e olhei pelo local. Pessoas conversando normalmente e Pedri me encarando sem nenhuma expressão no rosto.

Raphinha fez um sinal no próprio pescoço como se estivesse cortando o mesmo, sorri nervosa e desviei o olhar. Ele não estaria com ciúmes do amigo do Pablo, estaria?

— Você quer um casaco? Tô percebendo que está com frio. — Mario perguntou enquanto começava a tirar seu casaco.

— Não, tá tudo bem. Daqui a pouco eu vou embora. Não se preocupe.

— Tem certeza? Não vai ser nada demais. — Ah vai, pode apostar que vai ser demais sim.

— Tenho sim, obrigada pela gentileza. — O garoto assentiu e eu forcei um sorriso. Terminei minha bebida rapidamente e coloquei o copo em um cantinho. — Eu já vou indo, preciso me despedir do Gavi e dos outros rapazes. Com licença. — Antes que eu pudesse sair ele segurou minha mão e me virou para si.

— Não quero ser invasivo e nem te assustar, mas posso pedir seu número? — Engoli seco e neguei.

— Desculpa, eu tenho um ficante sério. — Sua mão me soltou e ele coçou a nuca.

— Ah, tudo bem então. Desculpa se te incomodei. Não foi minha intenção.

— Não, eu gostei de conversar com você. Tá tudo bem. — Um sorriso se formou em seus lábios.

— Então sendo assim, posso pedir um abraço seu Clara? — Deus, se o senhor quiser abrir um buraco no chão agora eu agradeço bastante.

— Pode, claro. — Sorri nervosa e ele se aproximou me envolvendo em seus braços, dei leves tapinhas em suas costas e nos afastamos no mesmo instante que Pedro se levantou.

— A gente se vê Clara. — O garoto piscou para mim e eu sai rapidamente na direção do Gavi.

— Gavira, eu tô ferrada. — Cheguei atropelando as palavras e o mais novo me encarou um pouco confuso. — O Pedro, ele viu o seu amigo conversando comigo e tá me olhando sério.

Gavi procurou Pedri com o olhar e negou assim que o encontrou.

— Relaxa, ele só tá daquele jeito porque não pode esfregar na cara de ninguém que está com você. Quando ele te assumir isso passa.

— Melhorou muito. Obrigada. — Falei totalmente irônica.

— É sério, Pedri não é do tipo descontrolado que cobra ciúmes. O máximo que ele vai fazer é te perguntar o que ele queria. Fica tranquila.

— Tá, mas se ele brigar comigo eu mando ele ir se foder. — Pablo riu e fizemos um toque.

— Isso aí garota, mostra a ele quem manda aqui. — Foi a minha vez de rir.

— Tô atrapalhando? — Sua voz grave ecoou pelos meus ouvidos e automaticamente minha pele arrepiou.

— Para Pedrinho. — Gavi debochou e Pedro revirou os olhos. — A gente só tá conversando, não precisa de ciúmes.

— Muito engraçado Gavira. Eu acho que já vou, preciso resolver uma coisa antes das 23h de hoje. Você quer ir agora, Clara?

— Sim, tinha vindo me despedir do Pablo.

— É sério? Vocês realmente já vão? — Assenti e dei um abraço no mais novo que me apertou contra si.

— Aproveite bem o restante do seu dia gaveta.

— Obrigado fã. — Revirei os olhos e sorri em seguida.

— A gente se fala outra hora cara. — Os dois fizeram seu toque e deram um abraço rápido.

Falei com alguns meninos e com a Aurora antes de sairmos. Eric decidiu ficar e pegar carona com Ferran mais tarde.

Não faço ideia do que González precisa resolver com urgência, mas preciso muito ir para casa descansar. Sem falta alguma quero terminar minha pesquisa e conclusões até amanhã.

Se o que Pedri me falou sobre Portugal for de fato sério, visto que não terei a opção de negar, preciso finalizar e enviar para Sérgio e Matteo amanhã mesmo.

Silêncio é uma coisa que me incomoda algumas vezes. E não, eu não gosto de muito barulho.

Mas pessoas caladas tem mentes barulhentas. É isso que me assusta.

Viemos todo o percurso em silêncio. Apenas uma música baixa que tocava no som do carro que me quebrava o clima de silêncio absoluto.

Abri a porta do meu apartamento enquanto era seguida por Pedri que aproveitou e fechou a porta. Me joguei sobre o sofá e tirei os saltos vendo os meus pés um pouco vermelhos por ficarem tanto tempo apertados.

— Tá tudo bem com seus pés? — Ergui a cabeça e o encarei. Ele estava de pé em minha frente de braços cruzados.

— Tá tudo bem sim, só estão doendo um pouco.

— Quer que eu faça uma massagem para aliviar?

— Você não disse que iria resolver alguma coisa urgente? — Questionei ficando de pé e indo até a cozinha. Coloquei a ração do Zico que havia aparecido quando ouviu nossas vozes e Pedro se apoiou na bancada.

— Pedi para o meu agente resolver para mim. É apenas a confirmação do quarto de hotel lá de Portugal. — O encarei outra vez e prendi meus cabelos em um coque frouxo.

— Você realmente estava falando sério hoje mais cedo? Sobre irmos para Portugal?

— É claro. Não te faria a proposta se não fosse sério.

— Pedro, eu agradeço, de verdade. Mas eu não... — Ele cortou minha fala e se aproximou de mim. Próximo demais.

— Você já me deu seu sim, e a fim de tudo, as passagens e o quarto já estão todos pagos. Não vai fazer essa desfeita, vai? — Sua mão acariciou meu rosto.

— Deveria ter me perguntado antes de comprar tudo. — Fechei os olhos e senti sua respiração próxima ao meu pescoço.

— Você diria que não. E eu sei que tudo estando pronto você não conseguiria me dizer esse não. — Senti seus lábios sorrirem contra minha pele e suspirei.

— Idiota.

— Gostosa. — Suas mãos seguraram firme em minha cintura e ele me impulsionou para passar as pernas ao redor de seu quadril.

Segurei em seu pescoço enquanto González apertava minhas coxas e andava em direção ao meu quarto.

Pedri me colocou sobre a cama com calma e saiu de cima de mim.

— Onde deixa seus cremes corporais?

— Eu nem tomei banho ainda, não vou usar meus cremes estando suja.

— Você está cheirosa pra caralho, vai tomar o qual banho do dia agora? — Ri com sua pergunta e levantei os dedos mostrando o número 3. — Posso te acompanhar?

— Nem pensar, se você entrar ali comigo, um banho de 10 minutos iria durar no mínimo uns 40. — Ele sorriu com malícia e mordeu o lábio inferior.

— Podíamos testar para ver se é verdade. — Empurrei seu corpo e me levantei.

— Não vou demorar. Pode pegar sua roupa e me esperar, aí eu deixo você fazer a sua massagem. — Ele assentiu e eu entrei no banheiro. Seria um banho rápido, a minha intenção é apenas tirar a tensão do corpo para dormir melhor.


O roupão por cima do meu corpo, era a única peça que cobria minha nudez. Por baixo dele eu vestia apenas uma calcinha de renda.

Enquanto eu procurava meu pijama, ouvi a porta do banheiro se destrancar.

— Pepi, você viu meu pijama? Podia jurar que tinha deixado ele aqui hoje cedo.

— Não vai precisar de pijama mi corazón. — Encarei seu rosto um pouco confusa. — Vou fazer uma massagem em você, pode deitar sem esse roupão?

Ele quer que eu tire o roupão? Então isso quer dizer que ele quer que eu fique nua em sua frente?

Deus, acho que eu não estava esperando por isso.

Eu sei que ele já me tocou e que mais cedo eu estava pagando um boquete para ele, mas ficar nua?

— Não vou fazer nada que não queira, pode ficar deitada de costas. — Olhei em seus olhos e concordei. Parecia até que ele conseguia ler meus pensamentos.

Fiquei de costas para ele e deixei o roupão escorregar pelo meu corpo. Deitei de bruços na cama e aos poucos senti o colchão afundar um pouco mais.

González espalhou um creme gelado sobre minhas pernas e suas mãos acariciaram desde os meus pés até minhas coxas.

Ele me apertava de uma maneira gostosa fazendo com que o meu corpo relaxasse aos poucos. Seus toques subiram até minhas costas e suas mãos deslizaram por minha bunda com certa pressão. Suspirei contra o travesseiro e apenas tentei relaxar ao máximo, porém seus toques me faziam quase perder a linha de raciocínio.

Seus dedos tocaram meu pescoço e as pontas desenharam algo sobre meus ombros e no local que ele havia deixado um chupão mais cedo.

— Rapinha descobriu sobre nós dois. — Disse baixo e ele riu inalado.

— A gente não foi nada discreto naquele dia do vestiário. — Concordei.

— E ele viu seu abdômen hoje, jogou um verde para colher um maduro. — Suas mãos pressionaram minhas costas e deslizaram devagar até minha bunda, deixando um aperto.

— Você foi bem cruel, deixou meu corpo marcado. Se eu tivesse treino amanhã estaria fodido para ficar o tempo inteiro de camisa.

— Eu não fiz de propósito.

— E eu não estou reclamando. A propósito, se quiser fazer isso novamente, mas desta vez comigo dentro de você, eu aceito. — Minha pele se arrepiou e mexi meu corpo. — O que o  Mario queria com você naquele momento?

Eu sabia que ele iria tocar no assunto, só estava esperando um momento para me questionar sobre.

— Nada demais, ele perguntou se eu tinha namorado.

— E o que você disse?

— A verdade. Falei que não, mas quando ele pediu meu número eu disse que tinha um ficante. — Senti um tapa estalar sobre minha bunda e deixei um gemido escapar no mesmo instante. — Por que fez isso?

— Não gostou?

— Eu não disse isso. — Pedro virou meu corpo e como reflexo levei minhas mãos até os meus seios para cobri-los.

— Eu quis tanto ir lá e dizer a ele para ficar longe de você. Porra, me deu um ódio absurdo não poder fazer nada.

— Pepi, nós não temos nada oficial. Não tem como as pessoas saberem que estamos com alguém. — As suas mãos deslizaram pela minha barriga e um suspiro escapou de meus lábios.

— Tem alguma coisa que a gente possa fazer para que os outros saibam que temos um compromisso mesmo sem termos assumido ainda?

— No Brasil a gente costuma usar aliança de namoro. Mas não usamos nada quando estamos ficando, ao menos eu nunca usei. — Suas mãos pousaram sobre os meus braços que cobriam meus seios.

— Vamos dar um jeito. — Ele me encarou. — Posso? — Se referiu aos meus braços. Os afastei lentamente e seus olhos desviaram dos meus para os meus seios. Senti seus dedos se aproximarem devagar dos meus seios e fechei os olhos. — Você é tão perfeita...

Seu toque contra minha pele me causava inúmeras sensações ao mesmo tempo. E sua voz me trazia toda a segurança que nunca havia sentido antes.

Seus lábios trilharam um caminho de beijos e leves mordidas pelo meu abdômen até chegarem nos meus seios. Gemi ao sentir sua língua entrar em contato com o bico do meu peito e aos poucos o receio de estar praticamente nua em sua frente foi passando.

Seus beijos e carícias subiram dos meus seios para o meu pescoço, pela intensidade que ele sugava minha pele tenho certeza que deixará marcas.

Uma de suas mãos ainda apertava levemente o meu seio direito enquanto seus lábios beijavam meu pescoço e algumas vezes o meu queixo.

— Pedro... — Praticamente gemi seu nome e pude sentir um sorriso se formar em seus lábios contra a pele sensível do meu pescoço. — E-eu acho melhor...

— Eu não vou fazer nada demais corazón, fique tranquila. — González segurou a lateral do meu rosto e roçou nossos lábios vagarosamente.

Fechei os olhos e ele acabou com a distância que existia entre nós. Um beijo calmo e com desejo de ambas as partes. Meu corpo era totalmente reprimido pelo dele, seus músculos me faziam sentir como se eu fosse menor do que realmente sou.

Minhas mãos acariciavam suas costas por dentro da camisa enquanto as dele tocavam meu rosto e puxava levemente a minha nuca.

Afastamos um pouco pela falta de ar e alguns selinhos foram deixados pelo meu rosto me fazendo sorrir involuntariamente.

— Você é perfeita linda. — Ele colocou uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha e contornou os meus lábios.

— Você que é perfeito, Pepi. — Acariciei sua bochecha e o espanhol saiu de cima de mim.

— Já são quase 23h. Quer ir dormir agora cariño? — Ele retirou a camisa e a colocou sobre a cama, me dando total liberdade de pegá-la e vesti-la.

— Por mim sim, estou cansada e amanhã de manhã preciso finalizar algumas coisas importantes. — Pedro apagou as luzes e deitou ao meu lado nos cobrindo com meu edredom quentinho.

— O que é exatamente isso? São estudos? — Me questionou enquanto eu aconchegava meu corpo contra o seu.

— Isso. É uma pesquisa e estudos que eu estou fazendo para desenvolver um tratamento físico. Só vou finalizar e enviar para fisioterapeutas mais experientes na área, se eles aprovarem a gente vai poder utilizar na próxima temporada e vai ser bem eficaz.

— Tenho certeza que eles irão aprovar. Você é a melhor mi corazón. — Sorri enquanto acariciava seu braço.

— Obrigada. — Seus lábios tocaram a parte traseira do meu pescoço e uma corrente elétrica parecia percorrer através do meu corpo. São reações como essa que meu corpo insiste em ter todas às vezes que ele me toca assim.

Um misto incontrolável de sensações. Únicamente Pedro González.

Nossos corpos juntos representam a melhor prova de que amor e ódio andam lado a lado.

Muitas vezes, algumas pessoas entram de uma maneira tão inusitada em nossas vidas que nosso mecanismo de defesa acaba por nos fazer reagir de uma maneira não tão agradável.

Mas sinceramente, eu sou muito grata pelo nosso começo. Não posso imaginar outra maneira para termos começado nossa amizade, quer dizer, nossa amizade com benefícios.

Ele é a pessoa que eu sempre sonhei ter. É isso que ele me disperta. Para mim, Pedro é exatamente o que eu sonhei quando criança.

Eu acho que o sentimento incontrolável e cheio de emoções misturadas tem um nome. Algo que me assusta, que assusta muitas pessoas.

Amor.

Talvez eu esteja apaixonada.

Talvez eu já o ame mais do que deveria.

Olha quem reviveu do mundo dos mortos! Depois de uma eternidade e meia eu reapareci aqui. Perdoe-me pelo sumiço e a demora absurda para atualizar, esses últimos meses os meus professores enfiaram trabalho até de onde não existia em cima dos 3° anos.
Nem tempo para estudar para o Enem a bonita aqui tá tendo.

Quero agradecer vocês pelos 8k de leituras! Fiquei tão feliz quando vi que nem sei explicar. Vocês são incríveis de mais 🫶🏼

Meu bloqueio criativo está um pouco melhor e eu estou até desenvolvendo melhor os capítulos. Se tudo der certo (já deu se Deus quiser), sexta irei postar novamente.

E agora sobre o capítulo...
A única coisa que eu digo é que, eu não digo é nada. Só quero ver essa viagem aí pra Portugal viu 👀

Brasileira apocalíptica e país com dívida histórica por enganação e roubo de ouro vão dar o que falar.
( Portugueses, eu amo vocês viu! Não levem isso a sério 🥲)

Bom, espero muito que gostem 💙
Até o próximo capítulo!

📝 Não esqueçam de comentar e deixar o seu voto no capítulo em!? 🤍

Beijos de luz,Kalisa.

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