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✧10.

NOAH |🍒
|point of the views|

🍒| 𝕮𝖆𝖕𝖎𝖙𝖚𝖑𝖔 𝖉𝖊𝖟.

Fiquei observando ela atender mais um cliente, quando vi o sol começar a se pôr, dando lugar para uma iluminação alaranjada, o que me fez ficar hipnotizado com a cena.

─── O que acha de fazer uma pintura do pôr do sol qualquer dia desses? ─── Sinalizei após chamar sua atenção, e ela sorriu, olhando a paisagem.

─── É uma boa sugestão, talvez eu faça. ─── Suspirou, e começou a guardar seus materias de trabalho em sua mochila.

─── Quer carona? ─── Ela pensou um pouco, mas logo sorriu.

─── Acho que não. Preciso começar a caminhar um pouco. ─── Eu confesso que fiquei meio abalado, pois queria sua companhia. ─── Mas obrigada.

─── Se você diz... ─── Me levantei, e a abracei, como um gesto de despedida. ─── Então eu te vejo amanhã?

─── Com certeza. ─── Ela partiu em direção a calçada, me dando um último aceno antes de voltar a caminhar.

Suspirei, sorrindo de lado ao ver ela caminhar em direção ao lugar que eu sempre vou quando estou indo para casa. Um senhorzinho se sentou ao meu lado, e em sua mão, tinham várias rosas vermelhas muito bem cuidadas, dando a entender que era um vendedor. Já estava pronto para negar sua oferta, quando ele suspirou, e começou a falar:

─── Então isto é amor? ─── Franzi minha testa.

─── Desculpe, o quê?

─── Você e a mocinha que acabou de ir embora. ─── Apontou na direção que Sina seguiu. ─── Dava para ver o olhar de vocês dois. Estão juntos a quanto tempo?

─── Ah, não, o senhor entendeu errado. Não... estamos juntos. ─── Eu disse, após suspirar.

─── E posso saber o por quê? Claro, pode ignorar a pergunta do velhote enxerido. ─── Deu uma risada, e eu ri junto.

─── Não, claro que pode saber. É que... bem, nos conhecemos há apenas uns dias, e não aconteceu nada além de um beijo. ─── Eu ainda observava o caminho que ela havia seguido.

─── Meu jovem, deixa eu te dizer uma coisa; eu e minha esposa, estamos juntos há mais de cinquenta anos. Bem, estaríamos se ela não tivesse partido primeiro. ─── Não havia um tom triste em sua voz. Ela parecia natural.

─── Caramba, eu sinto muito.

─── Não sinta. Ela morreu, mas teve os melhores anos da vida dela ao meu lado. Viajamos o mundo juntos e eu pude realizar este sonho para ela. E o melhor desta história, é que começamos a namorar com apenas uma semana de encontros. ─── Vi um sorriso crescer em seus lábios machucados e finos, o que me fez também sorrir.

─── Ela foi uma mulher de muita sorte.

─── Com certeza. Ora meu jovem, deixe eu te dizer outra coisa; sabe por que lhe contei esta história? ─── Neguei. ─── Por que eu quero que você entenda, que nunca vai haver tempo para o amor. Se duas almas gêmeas se encontram, elas vão ficar juntas, independente do tempo dos encontros como falávamos na minha época.

─── Como o senhor pode ter certeza que somos almas gêmeas?

─── Para um velho chegar e dizer coisas deste tipo, meu rapaz, é porque está nítido. ─── Disse como se fosse óbvio. ─── Claro, não precisa confiar no velho maluco que te parou num parque. Mas é só uma dica. Bom, agora preciso ir para casa, já está ficando tarde e eu não posso pegar frio.

─── Quer uma carona, senhor? ─── Ele negou, carregando suas rosas consigo.

─── Basta atravessar a rua, e entrar naquela casinha laranja ali, meu rapaz. Mas não tente me assaltar, senão eu te meto bala. ─── Não me segurei e ri. ─── Mas caso queira conversar, fique a vontade.

─── Será um prazer. ─── Sorri amigável e ele retirou uma flor de seu buquê quase vazio.

─── Tome, leve para ela. Retirei a mais bonita. Acredita que não quis vender esta pra ninguém? Acho que lá no fundo eu sentia que alguém iria precisar. ─── Disse simpático, e eu peguei o cabo entre meus dedos, evitando pegar nos espinhos.

─── Obrigado...

─── Thomas Martin. ─── Se apresentou, apertando minha mão.

─── Noah Urrea. ─── Me apresentei, sorrindo amigável para ele, que retribuiu o gesto.

─── Pode vir a qualquer dia, e a qualquer hora até às dez da noite. Eu quase nunca saio de casa. ─── Falou, e começou a caminhar em direção a sua casa, que era bastante chamativa. ─── Lembre-se do que eu disse, meu rapaz.

Então após olhar para os dois lados, ele atravessou a rua, e caminhou em direção a sua morada. Parecia velha, já que estava meio desgastada, mas muito bem cuidada. Um jardim bem aparado, com flores saudáveis e uma pintura boa, porém, a madeira já estava aparentemente muito velha, e não era uma casa lá muito moderna. Uma vez, eu visitei a casa da minha tataravó, e era exatamente deste jeito. Provavelmente estava ali antes mesmo de eles se mudarem para lá, e sua esposa falecer.

Sr. Thomas era um homem negro, aparentando lá seus setenta anos, cabelo grisalho e baixo, um porte físico bom, e não aparentava ter alguma dificuldade com sua saúde. Um sorriso que contagia qualquer um, e dentes brancos muito bem alinhados. Vestia uma jaqueta de camurça na cor azul, e calças jeans comuns. Usava uma boina na cor marrom, e sapatos normais. Aparentava ter um bom senso de humor, e realmente tinha cara de ser um senhor de muito bem com a vida, como se não houvesse nenhuma reclamação para fazer.

Suspirei, observando a rosa. Realmente, era uma flor exuberantemente bonita, e extremamente bem cuidada. Parecia até de plástico, mas era de verdade.

Talvez a entregue amanhã, quando a gente se encontrar. Não sei onde, porque no dia seguinte eu tinha uma entrevista de emprego, depois de vários dias procurando. Eu iria cuidar daquela rosa, até o dia ideal para entregá-la, e não deixaria a flor morrer até lá. Fiz esta pequena promessa para mim mesmo, e estava disposto a cumpri-la.

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Thomas supremacy🛐🛐🛐☪️

Os comentários me deixam tãooooo feliiiizzzzzz🥺

Beijoo
- Natti

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