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Capítulo 10

Embati contra a firmeza dos lábios dele, e antes que pudesse perceber, a língua provocou-me um arrepio na espinha que me levou a abrir mais boca. Era uma fome estranha, e não me lembrava nunca de ter sentido esta sensação no fundo do estômago, como se me estivesse a afogar e a gostar. Levei as mãos ao cabelo dele num impulso e senti uma vertigem quando ele nos virou de forma desajeita e me encostou à parede.

-Eu sabia.- Ele sussurrou.

-Sabias o quê?- Ele tinha os lábios abertos por cima dos meus, e de cada vez que tentava beijá-lo, ele afastava-se. Estava a deixar-me maluca.

-Que querias perder o controlo.

-Não.- Retorqui, enquanto ele me beijava o queixo.

Ele respondeu-me passando-me os dedos da garganta para a nuca.

-Harry.- O nome escapou-me em forma de promessa dos lábios.

-Shhh.- Os dedos dele pousaram-me nos lábios e senti.

Queria beijar-lhe a ponta dos dedos, mas quando ele pousou os lábios num ponto específico em baixo da minha orelha senti que estava a arder. Deixei escapar um lamento e quando senti baixar, o queixo dele no intervalo dos meus seios tive a certeza de que o meu coração não ia aguentar aquele ritmo. Foi só quando ele me pegou ao colo, as mãos dele a apertarem-me o rabo, é que tive a certeza do que algo de muito errado se estava a passar. Mesmo assim, não disse nada. Não disse nada quando lhe tirei o casaco e ouvi o telemóvel dele cair no chão. Não disse nada quando lhe passei as mãos pelos braços e senti a pele e os contornos rijos dos braços dele, e definitivamente, não disse nada quando nos vi pela sombra do espelho e pensei que devia estar a sonhar.

Foi só quando ele nos deitou na cama, comigo perfeitamente enjaulada debaixo dele, é que percebi que se ele não parasse, eu também não ia parar.

-Melhor do que da primeira vez, hum?

O meu cérebro, já de si completamente derretido pela privação de sono, fome e confusão das últimas horas não percebeu. E enquanto ele me mordiscava a pele do pescoço tive a certeza, eu nunca, mas nunca, tinha aproveitado ou gostado de estar com alguém como agora. Eu não sabia que podia sentir assim.

-A minha primeira vez foi horrível. -Sussurrei quando senti os dedos dele tocaram-me a barriga e arquei as costas.

Fiquei à espera que o toque dele subisse, queria que ele me tocasse em todo o lado, mas quando isso aconteceu fui obrigada a olhar para ele. O sorriso não era o pior, eram os olhos. Como se, sem querer, eu lhe tivesse aberto a porta a meio de um assalto que planeara há meses.

-Estava a falar do nosso beijo. Mas podemos fazer alguma coisa em relação a isso.

Subitamente, os dedos dele inverteram a marcha e senti-me pulsar. Ele nunca tirou os olhos de mim, enquanto a mão dele viajava para sul e eu sustinha a respiração.

-Camélia!- Um grito soou e a porta abriu-se com um estrondo. Empurrei o Harry de cima de mim e apertei as pernas.

-Mar?!

O pânico e a súbita realização daquilo que quase se passara na minha cama atingiram-me quando senti mão do Harry no fundo das minhas costas. Mar acendeu a luz do teto e pude ver a cara suave dela, manchada de lágrimas. Os lábios finos e esculpidos estavam brancos e os olhos azuis e pareciam baços debaixo de uma tempestade.

-Cam... eu... desculpa!

Tal como eu estivera a analisar a aparência dela, ela devia ter estado a fazer o mesmo comigo. Sentia os lábios inchados, e tinha uma sensação de frustração a percorrer-me o corpo. Olhei para o Harry e se a situação não fosse tão embaraçosa talvez me tivesse rido do estado do cabelo dele.

-Não, nós estávamos só a...- Olhei em volta, mas não havia escapatória. O Harry riu-se e apanhou o telemóvel.

-Estávamos a tentar foder.

Engasgo-me com o ar e olho para ele. Como se fosse um espelho, ele faz o mesmo e arregala-me os olhos, daquela maneira trocista, como se me desafiasse a contrariá-lo.

-Não! - Digo-lhe, enquanto sinto a onda de calor do meu corpo ser substituída por uma variação estranha de neve a cair na praia.

-Não? - Harry e Mer perguntam ao mesmo tempo. Ela olha-me com olhos de ponto de interrogação e apetece-me torcer-lhe o nariz.

O Harry encolhe os ombros e apanha o telemóvel do chão. Passa os dedos pelo cabelo castanho e estupidamente os meus dedos fletem. Passei os dedos naquele cabelo...

-Depois falamos. De qualquer maneira acho que a tua amiga precisa de mais atenção do que eu.

Os nossos olhos cruzam-se durante uns segundos a mais do que seria necessária e quero que o chão me engula. Como é que me passei desta forma? Como é que deixei que ele me beijasse? Quando todas estas perguntas começam a levantar-se na minha cabeça, qual nevoeiro, o Harry fecha a porta do dormitório e leva com ele a qualidade leve do ar. Agora tudo o que me passa pelos pulmões parece chumbo.

-Ele precisava da tua atenção.- Mer quebra-me o raciocínio.

-Quê? – Passo as mãos pelas bochechas numa tentativa de aliviar o calor.

-Ele precisava de atenção, viste o tamanho daquela...- Tapo os ouvidos.

-Cala-te, por favor.

Mar passa os dedos pelo fecho imaginário dos seus lábios e aproximo-me dela.

-Porque é que estás a chorar? Porque é que estás aqui, sequer?

É o dia de ela dormir fora. Aliás com esta conversa toda do casamento, mal a tenho visto. Manda-me fotos de vestidos, pergunta-me se casar pelo civil é pecado...

-O Jake... ele...- A cara dela contorce-se numa careta de dor e o pior cenário passa-me pela cabeça. Aquele nerd com uma queda para a comédia traiu-a, num daqueles clubes onde faz stand-up.

-Ele traiu-te?- Não creio que tenha energia para lhe bater hoje, mas quando acordar seria a primeira coisa que ele vê.

-Não! Pior!

-Pior? Enrolou-se com a tua irmã?

-Não!

Estou confusa. O que é que pode ser pior que uma traição com a nossa irmã?

-Ontem chegou o meu vestido. Não o consegui abrir porque ele passou o dia com os amigos, e como a casa é deles, não quis dizer nada. Mas agora ele estava a dormir, estavam todos a dormir e decidi experimentá-lo na sala.

-Ele viu o teu vestido, Mer?

Os olhos dela transbordam lágrimas roliças e abraço-a.

-Sim! E começámos a discutir, e ele disse que era sonâmbulo e que amanhã não se ia lembrar, o que só me fez ficar mais zangada. Ninguém que é sonâmbulo diz que é sonâmbulo!

Tenho de me rir.

-Se te faz sentir melhor, acho que é bom que ele tenha visto o vestido.

Ela afasta-me à distância de um braço, para confirmar que estou louca. Mas não estou. Tenho uma teoria.

-Isso não me está a fazer sentir melhor, Cam.

-Acho que isso é especial. É uma tradição tão rígida, ninguém sabe porque é que começou, mas toda a gente o faz. Acho que é um segredo bonito de se partilhar com a pessoa que amamos. Olharem um para o outro no altar e saber que infringiram as regras... os dois.

É como ver uma orquídea florescer, a forma como os olhos dela relaxam e a tensão se vai evaporando.

-Pois é...

Limpo-lhe as lágrimas e depois viro-me para a casa de banho.

-Pois é, mas não é por isso que te safas de uma conversa.

-Já safei.- Grito-lhe quando fecho a porta da casa de banho.

Mer reclama do outro lado da porta, mas não digo nada. Em vez disso fico hipnotizada pelo meu reflexo no espelho. Os meus lábios estão inchados e toco-lhe com o dedo. Não me lembro nunca de ter beijado ou ser beijada assim. Há marcas da barba dela nas minhas bochechas e o mais impressionante: os meus olhos tem um brilho estranho. Inclino a cabeça para um lado e para o outro antes de começar a entrar em pânico: como é que resolvo esta trapalhada?

Os próximos dias são passados num turbilhão de emoções e prazos de entrega de trabalhos. Não vi o Harry e não há sinal dele em redor do campus ou do dormitório. O Max ligou-me a pedir desculpa e sou estranhamente seduzida pela ideia de que aquela noite não passou de um sonho estranho.

Só algumas noites a seguir, quando caminho pela zona ribeirinha é que as emoções daquela noite voltam a atingir-me com a força de um canhão. Vejo-o, longo e esguio, enquanto ele aquece, provavelmente depois de uma corrida. Penso virar costas e seguir a minha vida. Fazer as pazes com aquilo que se passou ou ignorar a força que parece puxar-me na direção dele. Mas antes que possa ter a certeza do que estou a fazer, ele vê-me e levanta a mão. Levanto também e pondero se será apenas isto, até que ele vem na minha direção.

-Já é tarde.

-Parece que sim.

As luzes por cima de nós piscam da mesma maneira como fizeram na noite em que nos conhecemos.

-Vou acabar com esta merda, estás zangada comigo?

A forma direta como fala comigo, o cheiro do corpo dele e o calor que emana fazem-me parar de pensar por dois segundos.

-Talvez, e tu?

-Zangado contigo? Não. Zangado com a forma como deixámos as coisas? Um bocado.

Assinto e engulo em seco.

-Acho que nós...- Começo, sem a certeza daquilo que quero dizer.- acho que nós somos muito parecidos.

É verdade. Embora não tenhamos nada a ver um com o outro, eu diria que somos a mesma espécie. Impulsivos.

-Eu não me colocaria nesses termos, mas percebo.

-Então e como é que te colocarias?

-Um tipo que sabe o que quer. Tu estás cheia de dúvidas.

-Em relação...?

-A tudo. Em especial áquilo que queres.

-Eu sei muito bem o que é que quero.

Harry dá um passo na minha direção, e dou outro para trás.

-Exceto que não sabes. Por se não, não tinhas pensado em fugir quando me viste.

Odeio-o.

-Não pensei em fugir. Pensei em adiar a nossa conversa, que já agora, não vai grande coisa.

-Cobarde.

-Sim, e depois? – Mais vale admitir que morro de medo da forma como ele olha para mim, me toca e faz sentir. - Eu acabei com o Max há pouco tempo, não quero... não quero magoar-me.

-E eu vou magoar-te, mais que o viciado do teu ex-namorado?

-Eu não quero namorar.

-E quem é que falou em namorar?

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