Capítulo 32 - Haven - Parte V
Na manhã de sexta-feira, Sam e Thraja acordaram tarde. Após uma noite de intensa pesquisa, os caçadores estavam exaustos. Eles haviam passado a madrugada inteira investigando e tentando entender mais sobre a mulher misteriosa, seus padrões e vítimas. Mas com o amanhecer, precisavam de descanso.
Assim, a maior parte da manhã foi dedicada ao sono, e só depois do almoço, quando o sol já começava a declinar, é que se levantaram para revisar as informações coletadas durante a noite.
O quarto estava em silêncio, exceto pelo som suave da chuva batendo contra a janela. Sam se levantou primeiro, espreguiçando-se e caminhando até a janela para observar a paisagem molhada. O céu estava nublado, uma cortina cinza que refletia a sensação de inquietação que ele sentia. Thraja, ainda deitada, olhou para o relógio ao lado da cama, antes de pegar o laptop ao seu lado e começar a revisar as últimas pesquisas.
Tomando o café da manhã à mesa do hotel, Thraja abriu um e-mail de Simon, detalhando uma série de eventos que se estendiam por quase 500 anos. O conteúdo do e-mail deixou os dois em silêncio por alguns minutos. Nele, Simon relatava casos de homens que envelheciam rapidamente após encontros com uma mulher misteriosa. Ao longo dos séculos, os relatos se repetiam: todos os homens afetados eram atraídos por essa figura sedutora, e todos pareciam desaparecer ou morrer após o processo de envelhecimento acelerado.
— Isso é… muito mais do que imaginávamos — murmurou Sam, lendo as palavras com uma expressão sombria. Ele sentiu um frio no estômago. Havia algo de aterrador na ideia de que aquela mulher estava presente há tanto tempo, sem que ninguém tivesse conseguido detê-la.
Thraja fechou o laptop com um suspiro, passando uma mão pelo rosto cansado. Eles tinham mais perguntas do que respostas, e o tempo estava se esgotando. Sabiam que precisavam agir rápido.
— Ela não vai parar. Não até atingir o objetivo dela — disse Thraja, olhando para o relógio. Ela estava preocupada. Sabia que cada minuto a mais que perdessem poderia significar mais vítimas. — Precisamos dar um fim a isso antes que mais vítimas apareçam.
Ao anoitecer, Sam e Thraja saíram do hotel e se dirigiram ao bar "The Siren’s Call" novamente. O lugar estava animado naquela noite, com frequentadores começando a encher as mesas e a pista de dança. A música suave e o burburinho das conversas preenchiam o ambiente. Sam, sempre vigilante, observava cada movimento ao seu redor, enquanto Thraja parecia mais descontraída, embora a tensão em seus olhos fosse evidente. Os caçadores se acomodaram em um canto, onde poderiam observar discretamente os demais clientes, sempre atentos ao menor sinal de que a mulher misteriosa pudesse aparecer.
O tempo passou, e a tensão só aumentava. O som da música parecia se intensificar, mas para Sam, tudo estava abafado pela sensação de iminente perigo que pairava no ar.
Depois de cerca de duas horas, um homem entrou apressado no bar, interrompendo as conversas ao redor. Ele se aproximou do balcão, chamando a atenção de todos.
— Encontraram outro corpo! Na praça central! Um homem idoso! — gritou ele para a sala cheia, e logo o rumor se espalhou entre os frequentadores. A notícia era um novo estalo na mente dos caçadores. Eles se entre olharam rapidamente, sabendo que algo estava prestes a acontecer, e sem hesitar, se levantaram e saíram do bar, indo em direção à praça central.
Lá, uma pequena multidão já estava reunida em torno de um corpo que estava estirado no chão. Ao olhar mais de perto, Sam notou que o homem não tinha sinais de envelhecimento acelerado. Ele parecia ser apenas um idoso comum, que tinha falecido de um infarto. Não havia indícios de que fosse uma vítima da mulher misteriosa.
— Pista falsa — murmurou Thraja, já reconhecendo a situação. — Não é ela.
Sam assentiu com a cabeça, sentindo a frustração subir dentro dele. O tempo estava se esgotando, e mais uma vez, as pistas estavam se mostrando inúteis. Eles precisavam de respostas reais, não de distrações.
Assim que os caçadores saíram do bar, a porta se abriu, e uma figura familiar entrou. Castiel, entrava no bar. Ele se aproximou do balcão, e logo a mulher misteriosa entrou no bar também.
Ela o avistou imediatamente.
— Olá — disse Castiel a barista. — Me chamo Castiel, e procuro por este rapaz —
mostrando uma pequena fotografia de Sam.
— O investigador? — perguntou a barista.
— Isso, o investigador — concluiu Castiel.
— Ele estava aí mais cedo, junto com a sua parceira — lhe informou a garota.
— Sua parceira? — indagou Castiel.
— Sim, uma moça loira, bonita, alta — descreveu a bartender.
— Ah, sim — proferiu Castiel, sem saber realmente de quem se tratava. — Eles foram embora?
— Não sei dizer, não os vejo a tensão vinte minutos — respondeu, saindo para atender outro cliente.
A mulher misteriosa deslizou pelo bar com a graça de quem já sabia onde estava indo. Seus olhos encontraram os de Castiel, e um sorriso enigmático apareceu em seus lábios. Castiel a notou, mas parecia hesitar, como se estivesse incomodado, mas também atraído pela presença dela. Ela se aproximou lentamente, com uma energia sedutora que parecia controlar o ambiente ao redor.
O bar agora estava mais silencioso, e as luzes suaves pareciam enfatizar o magnetismo daquela mulher.
Sem que Castiel pudesse resistir, ela tocou suavemente o braço dele, e seus olhos se encontraram novamente. Ele parecia completamente fascinado, quase em transe. A mulher, com um sorriso que poderia ser tanto sedutor quanto perigoso, falou com uma voz suave, mas carregada de um poder invisível.
— Você está perdido, não é? — sussurrou ela, com uma voz suave, como um comando irresistível.
Castiel, como se estivesse hipnotizado, deu um passo à frente meneando a cabeça positivamente. Não foi uma escolha consciente, mas uma ação instintiva, como se algo dentro dele fosse atraído por ela. A mulher tomou sua mão, e logo o conduziu para fora do bar, desaparecendo nas ruas escuras da cidade com ele.
Os caçadores, que acabavam de voltar para o bar, após a pista falsa, não pecreberam a interação imediatamente. O bar ainda estava cheio de murmúrios e olhares curiosos, mas nada parecia fora do normal. E também não viram a mulher
A mulher e Castiel já haviam partido. Eles não estavam mais no local.
Sam sentiu um nó na garganta. Algo não estava certo, e ele sabia que estava prestes a perder uma pista crucial.
Depois de algumas horas, Sam e Thraja saíram do bar e seguiram em direção ao hotel. O caminho estava calmo, e a noite parecia mais silenciosa à medida que se aproximavam da praça, mas algo no ar estava diferente. As ruas, normalmente movimentadas, estavam mais vazias, e uma sensação de tensão pairava no ar.
Enquanto caminham, eles veem uma figura cambaleando, sozinho, andando de maneira errática, como se estivesse desorientado. Sua expressão era de confusão total, e ele parecia ter envelhecido um pouco, como se estivesse sofrendo os efeitos da maldição.
— Castiel? — comentou Sam, com um tom de reconhecimento e apreensão.
— Quem? — questionou Thraja, um pouco mais distante, tentando identificar a figura.
— Castiel! — gritou Sam, agora com mais urgência. Ele deu um passo à frente, tentando alcançar o homem antes que ele desaparecesse na escuridão da rua.
Castiel virou-se lentamente, seus olhos ainda turvos, sem foco. Ele tocava o próprio rosto, como se tentasse entender o que estava acontecendo.
— O que faz aqui? — Sam se aproximou de Castiel. — O que aconteceu com você? — perguntou, tentando manter a calma, mas a preocupação era evidente em sua voz.
Castiel olhou para ele, perdido, e balbuciou:
— Eu não sei. Eu… não entendo o que aconteceu. Eu só… eu estava com ela, e agora… — Ele tocou seu rosto, franziu a testa, e seus olhos se arregalaram ao perceber que algo estava errado. — Eu… estou… diferente.
Sam olhou para ele, ainda em choque, mas com a mente trabalhando rápido. Castiel estava começando a envelhecer rapidamente, exatamente como as vítimas da mulher misteriosa. Eles não tinham muito tempo.
— Precisamos levá-lo para o hotel e ajudá-lo antes que seja tarde demais — disse Thraja, com urgência.
Sam olhou para o amigo, agora visivelmente mais envelhecido, e assentiu. Eles tinham que agir rápido. O tempo estava se esgotando para Castiel, e eles precisavam encontrar uma maneira de parar a maldição antes que fosse tarde demais.
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