Thraja chegou à cidade de Mill Valley no final da tarde, quando o sol começava a se pôr atrás das montanhas.

A cidade estava envolta em uma névoa fina, que dava um ar de mistério e suspense ao lugar.

Thraja desceu de seu carro e olhou em volta, observando as ruas desertas e as casas antigas.

Ela sentiu uma sensação de que algo não estava certo na cidade.

Se aproximou de um poste de luz e examinou o mapa da cidade que estava pendurado nele.

Mill Valley era uma cidade pequena, com apenas algumas ruas principais e um centro comercial.

Thraja sabia que estava procurando por algo específico.

Ela havia recebido informações sobre uma série de assassinatos misteriosos na cidade.

As vítimas eram todas crianças, e o modus operandi era sempre o mesmo: as crianças desapareciam e nem seus corpos eram encontrados.

Thraja sabia que isso era trabalho de uma fantasma, conhecida como Sarah Bellows.

Ela guardou o mapa voltou para seu carro e começou a dirigir pela cidade, observando as pessoas e as casas.

Thraja sentiu uma sensação de que estava sendo observada, e olhou em volta, mas não viu nada fora do comum.

Quando chegou ao centro comercial entrou em uma lanchonete local.

Ela pediu um café e sentou-se em uma mesa ao fundo, observando as pessoas que entravam e saíam.

Uma mulher mais velha se aproximou dela. - Você é nova por aqui, não é?

Thraja sorriu. - Sim, eu sou. Estou procurando por bom lugar para passar a noite.

- Vá a Mill Creek Guest House, no final da rua. É a melhor pousada da cidade.

Thraja agradeceu com um aceno de cabeça.

- Aqui está seu café. - A garçonete lhe trouxe o café minutos depois da conversa.

- O qué atrás a Mill Valey? - Questiona a moça.

- Estou aqui para investigar os desaparecimentos que aconteceram na cidade. - Respondeu Thraja.

A mulher olhou em volta nervosamente e disse: - Não fale sobre isso aqui. A cidade está com medo. Mas se você quiser saber mais, eu posso lhe contar algo.

Thraja inclinou-se para frente, ansiosa para ouvir o que a mulher tinha a dizer.

- O que você sabe? - Perguntou Thraja.

A mulher olhou em volta novamente e disse: - Eu sei que o nome do fantasma é Sarah Bellows. E ela está de volta.

Thraja acordou cedo naquela manhã, sentindo-se renovada após uma boa noite de sono na pousada Mill Creek Guest House.

Ela havia chegado a Mill Valley no dia anterior, ansiosa para começar a investigar o caso dos desaparecimentos misteriosos.

Depois de se vestir, Thraja sentou-se à mesa do café da manhã e abriu seu laptop.

Ela havia recebido alguns e-mails de Simon, seu amigo e informante, com informações detalhadas sobre o caso.

Thraja leu os e-mails rapidamente, anotando os detalhes importantes.

Ela sabia que precisava visitar a casa da família Bellows o mais rápido possível, pois segundo Simon, havia uma garota desaparecida a uma semana.

Depois de terminar o café, Thraja se dirigiu à casa da família Bellows.

A casa estava localizada em uma rua tranquila, cercada por árvores antigas e uma cerca de madeira, o mato havia tomado conta do terreno.

Thraja parou em frente à casa e olhou em volta.

A casa parecia a muito abandonada, com janelas quebradas e uma porta principal coberta de poeira.

Ela respirou fundo e se aproximou da porta.

Thraja podia sentir uma energia estranha emanando da casa, como se algo estivesse observando-a.

- Estou aqui. - Disse Thraja, em voz baixa. - Vou descobrir o que está acontecendo.

Thraja empurrou a porta e entrou na casa. O interior estava escuro e silencioso, com mobília coberta de poeira e cortinas fechadas.

Ela começou a explorar a casa, procurando por qualquer sinal de vida ou pistas sobre o que estava acontecendo.

Thraja sabia que precisava ser cuidadosa, pois não sabia o que estava enfrentando, possivelmente era um fantasma... e se não fosse?

De repente, Thraja ouviu um barulho vindo do andar de cima. Ela se congelou, ouvindo atentamente.

- Alguém está aí em cima. - Disse Thraja, em voz baixa.

Ela sacou sua faca e começou a subir as escadas, pronta para enfrentar o que quer que estivesse esperando por ela no andar superior.

Thraja subiu as escadas lentamente, sua faca em mãos,pronta para qualquer coisa.

Ela ouviu novamente o barulho, desta vez mais claro. Parecia um choro abafado.

Quando chegou ao topo das escadas, Thraja viu uma figura sentada no chão, encostada na parede. Era uma adolescente, com olhos vermelhos de chorar e cabelos desalinhados.

A menina olhou para Thraja com uma mistura de medo e desespero. Thraja imediatamente abaixou sua faca e se aproximou da menina.

- Não se preocupe, estou aqui para ajudar. - Disse ela, suavemente.

A menina não respondeu, apenas continuou chorando.

Thraja se aproximou vagarosamente, sentou ao lado dela e colocou uma mão em seu ombro.

- Qual é o seu nome? - Perguntou ela.

- Ru-Ruby Storm. - Espondeu a jovem, entre soluços.

- Ruby, o que aconteceu? - Perguntou Thraja.

Ruby olhou para Thraja com olhos cheios de culpa.

- Eu encontrei o livro... e ela saiu. - disse Ruby, tremendo. - Eu não sabia que isso iria acontecer. Eu não sabia que ela iria machucar minha irmã.

Thraja sentiu um arrepio na espinha.

Ela sabia que precisava ajudar Ruby a parar Sarah antes que mais alguém fosse machucado.

- Conte-me tudo. - Pediu Thraja. - O que aconteceu depois que você encontrou o livro?

Ruby respirou fundo e começou a contar sua história.

- Eu encontrei o livro em nosso porão. Nós mudamos a alguns meses. Eu não sabia o que era, mas algo me chamou a atenção. Era como se o livro me chamasse. E eu o abri e... acordei aqui nesta casa. - Soluçando. - Então voltei correndo para casa e o livro estava lá, sob minha cama.

Thraja ouviu atentamente, analisando cada palavra.

- E então? - Perguntou Thraja.

Ruby chorou novamente.

- Minha irmã... teve a brilhante ideia de trazer o livro até aqui e quando chegamos, ela levou minha irmã e a amiga dela. Eu não sei onde elas estão. Eu não sei o que ela vai fazer com elas.

Thraja sentiu uma onda de determinação. Ela iria encontrar a irmã de Ruby e parar Sarah, não importava o que fosse necessário.

- Me explique melhor, como ela levou a sua irmã e amiga dela?

- Eu contei para minha irmã que havia encontrado o livro e que ele me levou a casa Bellows, então nós três decidimos ir investigar o que havia acontecido.

- Vamos encontrar sua irmã e sua amiga. - Disse Thraja. - E vamos parar a Sarah. Juntas!

Ruby, sua irmã Emily e amiga Sophia estavam diante da casa Bellows, sentindo-se nervosas e curiosas.

- Eu não sei se é uma boa ideia. - Disse Emily.

- Vamos, é apenas uma casa abandonada. - Disse Sophia.

As três amigas entraram na casa, explorando os cômodos vazios e escuros.

- Isso é assustador. - Disse Sophia.

- Vamos procurar algo interessante. - Sugeriu Ruby.

Elas subiram as escadas e chegaram a um quarto grande.

- Ei, olhem isso. - Disse Emily, apontando para um espelho velho.

Mas quando se aproximaram, o espelho começou a tremer e uma figura apareceu atrás delas.

- Vocês não deveriam ter vindo aqui. - Disse uma voz trêmula.

As três amigas se viram e viram Sarah Bellows, com olhos frios e um sorriso sinistro.

- Vocês serão minhas agora. - Disse Sarah.

Ruby, Emily e Sophia tentaram correr, mas Sarah as paralisou com um olhar.

- Vocês vão ficar aqui comigo. - Disse Sarah.

E então, Emily e Sophia desapareceram.

Ruby ficou sozinha, frente a frente de Sarah.

- Você é especial, Ruby. - Disse Sarah.
- Você tem o poder de me libertar.

Ruby não entendeu, mas logo lembrou que havia encontrado o livro no porão de sua casa.

Ela não sabia que aquele livro era a chave para libertar o espírito de Sarah Bellows do aprisionamento.

Ao levar o livro para a casa Bellows, Ruby acidentalmente libertou o espírito de Sarah, que estava adormecido por quase 50 anos.

- Thraja, o que você fez?! - Questionou Simon com a voz elevada.

- Do que você está falando, Simon?

- Você sabe exatamente do que estou falando! - Em tom irritado. - Você envolveu Ruby nessa história da Sarah Bellows!

- Eu não tive escolha, Simon. Ela já estava envolvida. Ela é a menina que encontrou o livro, que teve a irmã e amiga levada. A menina que sobreviveu.

- Isso não é desculpa! Você sabe que a Ruby é apenas uma adolescente. Ela não está preparada para lidar com esse tipo de coisa.

- Eu sei que Ruby é jovem, mas ela também é forte e determinada. E ela tem um papel importante nessa história.

- Thraja, você está colocando a vida dela em perigo! Sarah Bellows é um espírito maligno. Ele não hesitará em machucar Ruby.

- Eu sei que há riscos, Simon. Mas eu também sei que Ruby é a chave para resolver esse caso. E eu estou aqui para protegê-la.

- Você sempre faz isso, Thraja. Você sempre envolve as pessoas que mais se importam com você em suas batalhas.

- Simon, eu não quero machucar Ruby. Eu quero ajudá-la. E eu preciso da sua ajuda para fazer isso.

- Eu vou ajudar. Mas você precisa prometer que vai proteger Ruby a todo custo.

- Eu prometo, Simon. Eu vou proteger Ruby com minha vida.