[7] Entendimento
Boa leitura:
Quando acordou um pouco mais tarde, podia ouvir os resmungos de Chanyeol , e Jackson mandando ele se ferrar em todas as formas que isso poderia ser feito. Se o ômega pudesse, ficaria o dia todo escondido dentro da barraca, mas estava nos planos partir em pouco tempo e ele precisava sair. Olhou para a katana e respirou fundo revirando os olhos, antes de encaixá-la em seu cinto.
Assim que pisou do lado de fora, os alfas pararam de conversar e olharam ambos para ele. Jisung ignorou a presença dos dois e seguiu seu caminho até o rio.
Antes de sumir entre as árvores, ele olhou rapidamente para trás e viu Jackson olhando em sua direção, mas não deu importância para isso e continuou o percurso. Ele sabia que quando subir na carruagem, vai demorar dias até que possa tomar um banho outra vez, então decidiu aproveitar o pouco tempo que lhe resta pelo lugar, para banhar-se no rio de águas calmas.
Encontrou um pequeno espaço formado por rochas, semelhante a uma tina de madeira, entrou dentro e inclinou a cabeça para trás, apoiando-a em uma pedra. Fechou os olhos para sentir a calmaria do lugar. Mesmo com muitas indagações, conseguiu esvaziar a mente, apenas desfrutando do seu breve momento particular.
Ainda estava muito chateado pelo incidente desconfortável que Jackson e Chanyeol o fizeram passar, mas também não gostava da ideia de pensar em seu alfa e sentir vontade de esganar ele, por isso, esperou que esse tempo sozinho o ajudasse a relaxar um pouco, e esquecer o infeliz momento da noite anterior.
Com os olhos fechados, deixando que os pensamentos ruins descessem junto às águas do rio, Jisung não percebeu quando Jackson se aproximou sorrateiramente, sem fazer nem um barulho que chamasse sua atenção. Se não fosse pelo seu inconfundível cheiro de menta, o ômega jamais perceberia que neste mesmo instante, ele estava se aproximando à direita de onde ele estava.
O braço do Ômega estava fora da água, apoiado na borda de algumas pedras e ele mantinha o aperto no cabo da pistola. A katana ainda estava embainhada, mas estava logo ao seu alcance, perto de onde colocou suas minhas roupas.
— Vejo que está com suas armas. — Ele ouviu a voz de Jackson a poucos passos.
— Um bom observador, você. — Respondeu, ainda mantendo os olhos fechados.
— Você acha que a vida de caçador vai pegar leve com você, só por que é um ômega?
Jisung abriu seus olhos e finalmente pôde ver onde ele estava. Jackson mantinha sua expressão neutra e os braços cruzados, encarando-o de volta.
— Eu não quero que pegue leve comigo. Mas também não precisa exagerar tanto. Eu estou iniciando agora. Só acho que seria mais adequado se começasse com coisas menos traumatizantes.
— Eu comecei pelo básico. Algo que nem ao menos necessitava de um treinamento. Mantenha as armas sempre por perto, te disse isso dezenas de vezes, mas você só aprendeu com a prática.
A intenção do ômega era relaxar e deixar a raiva fluir junto com o rio abaixo, mas Jackson não estava cooperando muito.
— Eu aposto que o Capitão Jeon nunca expôs o Jimin a nada tão terrível.
— Não. Ele apenas o fez caminhar na prancha. Isso, antes de tentar vendê-lo a um bordel. — A comparação não o agradou.
— Isso foram apenas estratégias de um pirata. O Capitão Jeon nunca faria algo assim de fato depois que passou a se envolver com o Jimin.
— Agora você chegou ao meu ponto. O Capitão Jeon é um pirata, e os piratas são…
— Bandidos que cruzam os mares… eu sei, você já disse isso centenas de vezes. A viagem será longa, por favor, não me canse. — Jisung esticou o braço para pegar suas roupas, mas lembrando-se que não estava sozinho, a vergonha se tornou mais forte que sua raiva. Ele pediu: — Você poderia virar-se para o outro lado?
Preciso vestir minhas roupas.
Jackson parecia chocado, com a boca ligeiramente aberta e os olhos arregalados. Ele realmente pensou que o ômega não ficaria chateado.
— Não — ele respondeu, depois de algum tempo. — Você é o meu ômega e não há motivos para eu fazer isso. Já vi, toquei e beijei cada centímetro do seu corpo.
— Por favor? — Insistiu, mas o outro apenas tomou um longo suspiro e ergueu uma sobrancelha. — Eu estou segurando uma pistola, Jackson. Seria sábio da sua parte fazer o que estou pedindo…
O caçador permaneceu parado na mesma posição, como se estivesse desafiando Jisung a fazer o mencionado. É certo que ele nunca teria coragem de atirar contra o alfa, antes de machucar aqueles que ama, ele mesmo amputaria suas próprias mãos.
Ficaram por um longo tempo encarando um ao outro, em uma espécie de desafio sobre quem iria ceder primeiro. Jisung chegou a pensar que ele fosse tirá-lo dali e acabar com todo o conflito, mas Jackson desviou o olhar e estudou o ambiente ao seu redor, em seguida, deu meia volta e retornou para o local do acampamento.
No minuto seguinte, Jisung vestiu suas roupas e seguiu pelo mesmo caminho por onde veio pela primeira vez. A diligência já estava pronta, dessa vez os cavalos seriam guiados por Jackson. O ômega subiu na carruagem e acomodou-se sentado ao lado de uma pequena janela, no lado oposto ao que Chanyeol estava sentado.
Com a visão periférica, ele podia enxergar que o alfa estava olhando diretamente para si. Jisung olhou para ele e suspirou demonstrando incômodo, para que ele buscasse uma outra coisa para observar, mas Chanyeol permaneceu olhando para ele, tão descaradamente que já estava deixando-o um pouco constrangido.
— Pois não? — O ômega perguntou, por fim.
— Você parece chateado.
— Deve ser porque estou.
— Comigo? Não tenho nada contra você. Só fiz aquilo porque o Jackson me pediu.
— Você precisava mesmo me sujar com seu sangue? aquilo foi doentio.
— Você preferia que fosse o seu próprio? — Chanyeol deu de ombros. — Eu não tinha permissão para machucá-lo.
O ômega não sabia se ficava menos bravo por Jackson ter tido pelo menos esse cuidado, ou se ficava com medo do fato de que Chanyeol poderia ter feito algo pior, sem hesitar.
Jisung não disse nada e o alfa continuou:
— Eu acredito que já estamos quites, não acha? — Ele puxou a camisa e exibiu a área em que foi atingido pelo punhal.
Pouco abaixo do ombro, havia um curativo feito grosseiramente. Estava bastante avermelhado pelas adjacências. Jisung sentiu-se um pouco mal por isso, mas o que ele poderia fazer? Estava apenas se defendendo. Aquilo foi uma consequência dos próprios atos do alfa.
— Acho que sim...
— Tente mirar um pouco mais abaixo, da próxima vez. — Chanyeol aconselhou, apontando para o próprio coração, em seguida, adicionou rapidamente: — Mas não em mim, é claro.
Jisung sorriu, lembrando-se de quando o Capitão Jeon o ensinou a manusear uma pistola.
— Pode deixar. Não vou errar da próxima vez.
O alfa ergueu as sobrancelhas chocado com a afirmação, mas depois ele sorriu e mudou sua atenção para a janela. Jackson conduziu os cavalos durante toda a noite e prosseguiu pela madrugada. Chanyeol dormiu tão profundamente que ressonava, mas o ômega não conseguiu.
Na manhã seguinte eles revezaram, e Jackson finalmente pôde descansar. Ainda não tinham se falado desde o momento no rio, Jisung estava ansioso para quando ele acordasse. O que não demorou muito. Cerca de quatro horas mais tarde, Jackson abriu os olhos e o pegou em flagrante, observando-o dormir. O ômega desviou o olhar, mas supôs que não conseguia disfarçar muito bem.
Jackson passou a mão no rosto e estudou a paisagem do lado de fora. Jisung não estava olhando diretamente para ele, mas as ações do alfa eram perceptíveis através da visão periférica.
— Ainda está bravo comigo? — Jackson perguntou.
Jisung deu de ombros e balançou a cabeça, dizendo que não. Ele foi sincero, apenas estava cansado por não ter conseguido dormir na noite anterior.
O alfa se levantou e ficou sentado ao lado dele. Passou um tempo em silêncio apenas observando-o de perto. Após uma breve reflexão, o alfa expôs sua opinião verdadeira:
— Um dia você vai matar aquele Tenente.
— Isso é impossível… — O ômega riu, desacreditado.
— Impossível, é o limite de todo caçador. — Jackson permaneceu austero. Jisung parou de sorrir e também o encarou com seriedade quando este continuou: — Nenhum alvo é inatingível. Se não encontrar uma fraqueza, então crie uma.
— Você acredita mesmo em mim, não é?
— Não treinaria se não acreditasse, e não faria nada se eu não soubesse que você é capaz de superar.
— Queria poder fazer valer a fé que você deposita em mim.
— Você pode. — Jackson suspirou antes de continuar: — Não vou forçar seus limites até que você acredite mais na sua capacidade.
— Então você... — Jisung entendeu o raciocínio dele, só não sabia exatamente como seria feito.
— Vou ser mais cuidadoso com você, meu bem. Vou continuar ensinando-o a lutar, rastrear, encontrar pistas... quando entender que eu posso avançar, então eu vou iniciar um treino mais pesado.
— O que você quer dizer com pesado?
— Resistências, torturas, assassinatos…
— Entendi. — Jisung o interrompeu, engolindo em seco. — Eu agradeço por isso. Não quero que pegue leve comigo, mas há coisas que eu ainda preciso ir com calma.
— Vamos no seu tempo.
O alfa sorriu com ternura, fazendo o corpo do ômega amolecer, moldando-se ao seu lado quando Jackson o abraçou e ergueu seu rosto, tocando delicadamente em seu queixo. Jisung mirou sua boca e subiu os olhos até os dele, em uma silenciosa mensagem que o alfa compreendeu rapidamente.
Assim que uniu seus lábios, o corpo inteiro do ômega respondeu aquele contato, e ele experimentou certas coisas que todo ômega sente em suas partes baixas. As mãos de Jackson desceram até seus quadris e ele se levantou, ajudando-o com o que pretendia. Em questão de segundos, Jisung estava sentado no colo dele e de frente para ele, com uma perna de cada lado.
A carruagem provavelmente estava passando por alguma cratera, pois o veículo deu um solavanco e o corpo dele foi mais pressionado contra o de Jackson. Jisung sentiu quando sua parte íntima foi pressionada contra a dele. Estava quente. Ele ajudou Jackson a remover a própria camisa e depois ambos tiraram alguns botões da dele.
O ômega foi ao céu quando sentiu os lábios beijando e mordendo a sua pele. Como aquilo era bom demais! Não apenas o ato em si, mas sentir que pertencia a este alfa, e ele pertence a si. Esse sentimento de amor e entrega, que ambos podiam sentir tão claramente através da marca.
Jisung curvou o peito para frente, ao sentir as mãos do alfa deslizando pela sua cintura, dedos curvaram sua pele com a autoridade de quem sabia o que estava fazendo, a quem entregava-se com toda a confiança. E quando ele toma posse do seu corpo o ômega sentia que era completamente dele. Porque sim, Jisung era dele. Indubitavelmente. De corpo e alma.
E ali mesmo, sentado em seu colo, dentro da diligência em movimento e guiada por Chanyeol, ele sentiu seu corpo ser invadido pelo órgão do alfa.
Não sabia se o que estava fazendo era o certo, mas arriscou mover seu corpo de acordo com as reações dele.
Jisung estava mordendo os lábios e quando deu por si, estava puxando os cabelos de Jackson, na tentativa de conter gemidos e impedir que Chanyeol percebesse o que acontecia naquela cabine. Podia sentir a respiração ofegante e com ânsia, assim como um aroma deliciosamente refrescante de menta, quando o alfa deixou seu pescoço para encostar a testa na dele.
O hálito quente que saia de sua boca tocou os lábios ainda úmidos do ômega, como um tênue convite para ser tomado. Jisung tomou a liberdade de beijá-lo, e o fez.
Algum tempo depois, senti-se preenchido e também expeliu o próprio prazer entre seus corpos. Olhou para Jackson com algum receio e vergonha por ter manchado as roupas dele, mas o alfa sorriu e negou com a cabeça, indicando que aquilo não era um problema..
— Não se preocupe com isso. — Jackson assegurou, enquanto deixava alguns beijos carinhosos em seu rosto. — Apenas descanse, a viagem é longa.
— Será que ele ouviu? — O ômega perguntou referindo-se a Chanyeol.
— Provavelmente sim. — A sinceridade de Jackson só aumentou o constrangimento do mais novo. — Mas ele não vai dizer nada, relaxe.
— Mas e se…
— Ele não vai. — Jackson o cortou, como se tivesse lido seus pensamentos. — E se ele te perturbar com qualquer coisa, eu corto a língua dele e jogo para os cães.
Jisung arregalou os olhos, surpreso, mas logo sorriu com diversão. Ele sabia que Jackson estava apenas brincando. Ou pelo menos ele acreditava nisso.
Jackson e seus amigos demonstram carinho um pelo outro através de palavrões, xingamentos, ameaças e agressões. O ômega estava começando a se acostumar com isso.
Após limparem alguns fluidos entre seus corpos, ambos ficaram em silêncio, apenas curtindo a presença um do outro. Em pouco tempo Jisung adormeceu sentado ao lado de Jackson, e sendo abraçado por ele.
Continua...
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