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[36] Instintos

Boa leitura:

Em apenas um segundo, todos os acontecimentos da vida do caçador , passaram-se diante de seus olhos. Desde que era uma criança até este exato momento. Jackson sentiu suas pernas fraquejarem e as costas escorregaram aos poucos, através da parede, até cair sentado no chão. Os ruídos ao seu redor foram se tornando mais distantes e indefinidos. Sua visão tornou-se turva e a dor em seu abdómen crescia, à medida que sentia mais sangue brotar do ferimento que ele tentava pressionar com as mãos. 

Mas ele conseguiu ver quando uma pequena silhueta borrada se ergueu do chão, avançando contra outra maior. Talvez ele estivesse delirando por estar à beira da morte, mas era como se estivesse assistindo o próprio pai lutando com sua espada.

O tão familiar som da carne sendo fatiada soou incansavelmente alguns passos ao lado. Jackson piscou os olhos algumas vezes e conseguiu entender o que estava acontecendo. Jisung estava em pé diante de um Hendrik morto, caído próximo de onde ele estava. Os olhos do ômega estavam de um azul tão claro quanto o céu de uma manhã ensolarada, e ele investia as lâminas das armas que empunhava contra o torso de Hendrik sem intervalo, e mesmo que ele já estivesse sem vida Jisung continuou, em uma cena completamente selvagem em que era possível enxergar o interior do alfa. 

Quando Jackson tossiu um pouco de sangue, Jisung parou seus ataques coléricos, se ajoelhou ao lado e segurou em sua mão. Jackson instantaneamente sentiu um pouco de alívio.

— Não faça isso. — Ele o advertiu. Assim como Jackson fez consigo durante o treinamento de resistência com Chanyeol, Jisung estava tomando um pouco de sua dor.

— Cale-se! — O ômega rugiu. Seus olhos agora voltaram ao azul natural, mas cheios de lágrimas, parecendo um oceano agitado. — Me ajude a deixá-lo de pé. Levarei você a algum médico.

— Não. Isso chamará atenção, além de que esses médicos não passam de açougueiros… veja se o projétil saiu do outro lado.

Jisung o ajudou a virar de costas. A expressão de espanto em seu rosto foi como um golpe. 

— Não saiu. 

— Você terá que fazer isso — Jackson afirmou. Jisung negou, balançando a cabeça. — Eu não confio em mais ninguém, além de você.

Mesmo não estando de acordo, o ômega aceitou e o levou de volta ao quarto que ele estava hospedado. Jackson largou as costas no colchão e uma dor aguda percorreu seu corpo.

— Pegue o álcool, está na bolsa. — Indicou. 

Enquanto Jisung reunia os instrumentos que iria precisar, o alfa rasgou sua camisa livrando-se dela e posteriormente a jogando em um lugar qualquer. Assim que recebeu a garrafa de tequila, Jackson pegou a faca e banhou a lâmina na bebida, tomou alguns goles e jogou mais um pouco sobre o fermento.

— Retire o projétil e os estilhaços — instruiu, entregando-lhe o punhal. Jisung segurou no cabo da arma e antes mesmo que começasse Jackson o interrompeu. — Espere… — segurou em sua nuca e o puxei para um beijo rápido. Ficaram por alguns segundos encarando-se nos olhos e, por fim, o alfa indicou: — Eu confio em você.

Jackson colocou seu cinto de modo que pudesse morder e descontar nele toda a dor, e assentiu para que ele iniciasse. O ômega respirou fundo e pressionou a lâmina, iniciando o procedimento. Jackson mordeu o couro tentando conter a dor, mas aquilo parecia completamente inútil. 

A dor era tão forte e intensa que nada que ele tentasse fazer conseguia diminuir um pouco. Até que uma onda de alívio percorreu seu corpo e Jackson conseguiu respirar finalmente, sem se sentir tão sufocado. Ele sabia que era Jisung quem estava fazendo isso, era visível como ele tentava disfarçar incômodo. 

O alfa retirou o cinto da boca e segurou na mão dele para pedir mais uma vez:

— Não faça isso.

— Mas…

— Concentre-se apenas em retirar o projétil e os estilhaços. Você precisa de toda concentração. Quanto mais demorar com isso, mais eu sinto dor.

— Tudo bem, me desculpa — o ômega respirou fundo mais uma vez e voltou ao trabalho.

Jisung manteve suas mãos firmes enquanto buscava pelo objeto. O corte estava localizado alguns centímetros abaixo da costela. O alfa podia sentir a lâmina movendo-se dentro dele. No momento em que o mais novo finalmente puxou o projétil, Jackson tomou mais alguns goles de tequila e permitiu que ele continuasse. 

A tortura se estendeu por mais alguns minutos e quando Jisung se deu por satisfeito de que não havia mais nenhum corpo estranho na lesão, Jackson o ensinou a cauterizar o ferimento.

— Isso é tortura… 

— Isso vai salvar a minha vida — o alfa corrigiu, soando firme para que ele não ficasse ainda mais preocupado. 

Após esquentar a lâmina do punhal até o metal ficar incandescente, Jisung pressionou contra a fissura e uma onda de choque se espalhou pelo corpo de Jackson novamente. 

— Isso é suficiente? — O ômega perguntou, afastando a lâmina.

O caçador examinou o ferimento cauterizado e assentiu. Sendo a primeira vez que Jisung precisou fazer esse tipo de coisa, ele se saiu melhor do que outros mais experientes. O alfa tomou mais um pouco de tequila enquanto Jisung limpava suas mãos sujas de sangue. 

— Você precisa descansar — ele afirmou, tirando a garrafa das mãos dele. — Sei que deve estar doendo muito, mas tente dormir um pouco.

Mesmo que quisesse retrucar contra, Jackson não tinha mais forças para contestar uma única palavra. Alojou-se de um jeito mais confortável e fechou os olhos ao sentir os dedos do ômega enquanto acariciava o seu cabelo. Não sabia dizer por quanto tempo ficou desacordado, mas assim que abriu novamente os olhos a primeira coisa que notou foi que estava sozinho. Jisung havia saído para algum lugar e ele não fazia ideia de onde. Pela marca, o alfa podia sentir que ele estava bem, então logo descartou qualquer possibilidade de que ele estava em apuros.

O vento balançou a pequena cortina e através da janela, ele soube que a noite havia chegado com a lua iluminando o céu escuro. Sua boca estava terrivelmente seca, mas em cima da mesa de cabeceira estava uma jarra com água e um copo ao lado. Assim que se serviu tomando um pouco, a porta consertada foi aberta e Jisung apareceu trazendo algo consigo.

— Pra onde foi? — Perguntei e ele me olhou surpreso.

— Como se sente? — Ele colocou uma pequena bolsa em cima da cômoda e se aproximou.

Ignorando sua pergunta, Jackson repetiu:

— Para onde você foi? 

— Comprei comida, algumas ervas e sementes de papoula no mercado. Aprendi com o Sungjae a fazer uma mistura que ajuda a diminuir a dor — ele explicou. — Como está se sentindo?

— Estou bem — o alfa tentou levantar da cama, foi impedido.. 

— Fique quietinho aí. Não me faça amarrá-lo nessa cama — ele sentenciou e Jackson ergueu as sobrancelhas. — Eu não sou mais aquele ômega inútil que você conheceu há três anos. Por favor, deixe-me cuidar de você.

— Você nunca foi inútil. 

Jisung o encarou por alguns segundos e sorriu, mas foi um sorriso inexpressivo, forçado, talvez um pouco frio. Logo em seguida, o ômega voltou sua atenção a um recipiente, onde ele colocou as sementes. 

Jackson ficou observando-o fazer o óleo, ele estava muito concentrado amassando as sementes e misturando o líquido que saía de dentro com as ervas. 

— O corpo de Hendrik? — O caçador perguntou.

— Eu já me livrei dele — Jisung respondeu, tranquilo. — Limpei qualquer vestígio do que aconteceu, não se preocupe.

— Hendrik era muito grande, como você conseguiu fazer isso sozinho? 

— Primeiro eu separei seus membros e a cabeça. Usei a espada do seu pai pra fazer isso, ela é bastante afiada e tem a lâmina mais forte que a katana. Desculpe. — Jackson piscou abismado enquanto ele contava os detalhes: — O torso foi um pouco complicado porque alguns órgãos internos estavam  expostos… 

— Você…?

— Enterrei em vários locais. É bastante difícil cavar só uma cova, grande e profunda. Isso pode ser algum problema?

— Não…

— Que bom. — Jisung respondeu sem demonstrar emoção. Ele pegou um pouco da mistura e se aproximou do alfa. — Deixe-me cuidar disso.

Jackson expôs o abdômen para ele quando removeu a manta. Sua mão deslizou tão suave sobre a pele dele, que o alfa não diria que essas mesmas mãos fizeram tudo o que ele acabou de contar. Ao terminar, Jisung trocou os curativos e o alívio da dor foi acontecendo gradativamente.

— Vou pegar comida. — Jisung guardou o recipiente em cima da mesa de cabeceira, e quando foi se levantar Jackson o puxou de volta.

— Agora não. Deite-se aqui comigo.

Jisung franziu o cenho, demonstrando hesitação. Jackson entendeu o que estava acontecendo com ele no segundo em que o ômega entrou naquele quarto, só não esperava que fosse ocorrer justamente com Jisung. 

Acontece que, durante o treinamento, os aprendizes são obrigados a utilizar mais de seus instintos do que qualquer coisa, com isso, seus lobos vão se tornando cada vez mais fortes e assumindo o controle da mente. Como se a humanidade do aprendiz estivesse cedendo lugar ao seu lobo interior, com seus instintos mais primitivos. Não era necessariamente uma escolha de Jisung, mas sim uma consequência. 

A parte boa é que ele é um ômega, então Jackson pode domá-lo com sua voz de comando que todo alfa possui, a parte ruim é que o caçador não estava disposto a fazer isso. Entretanto, ele o faria se fosse absolutamente necessário. Não iria permitir que o amor de sua vida se transformasse em um Hendrik.

— Mas você precisa se alimentar — Jisung argumentou. — Está fraco.

Jackson o abraçou pelos ombros e o puxou para que se deitasse consigo. Ele cedeu, apoiando a cabeça em seu peito e tendo o cuidado para não encostar no curativo.

— Faremos isso depois. — Beijou a lateral de seu rosto. — Eu te amo.

— Por que tá falando isso agora?

— Porque eu quero que saiba.

Jisung ergueu o rosto para encará-lo, com um semblante confuso.

— Mas eu já sei.

O alfa sorriu para ele e beijou seus lábios. Ele deitou novamente e ficou em silêncio por longas horas, para mais tarde preparar nossa refeição.

O acordo foi que iriam ficar naquele lugar no máximo uma semana, para que Jackson se recuperasse um pouco mais. Mesmo o ferimento não sendo tão profundo e também com a ajuda da mistura de ervas, ajudando com a cicatrização, o processo ainda era demorado. 

No decorrer da semana, Jisung saiu algumas poucas vezes, e durante uma delas, ele voltou com um machucado pouco abaixo do olho esquerdo. Ele tentou esconder, evitando olhar para o alfa. 

— O que foi isso em seu rosto? 

— Nada. Você gostaria de algumas batatas ou prefere ovos?

— Prefiro que você me responda. 

Jackson viu quando seus ombros se moveram,  ele tomou um longo suspiro incomodado. 

— Foi um caçador. Quer dizer, eu acho que ele era um caçador. Ele tentou lutar quando eu o ataque, mas não se preocupe, eu já o matei.

— Você o quê?!

— Matei e escondi o corpo.

— Você matou uma pessoa sem ter certeza se ele era realmente um caçador? — o alfa indagou ainda incrédulo, se sentando na cama. Jisung assentiu balançando a cabeça. — Você não pode sair matando as pessoas assim. Ele poderia ser um  simples aldeão. 

— Corrija-me se eu estiver errado. — O ômega trocou o peso do corpo de uma perna para outra, manuseando uma faca. — Não foi exatamente o que você pretendia fazer com a Louise? Uma simples ômega inocente.

— Ela comprometeu a missão do Chanyeol, não é a mesma coisa. 

Jisung abriu a boca para responder, mas calou-se no momento em que ouviram batidas na porta. Ele posicionou a faca em modo de ataque.

— O que está fazendo? — Jackson sussurrou. Ele o olhou fazendo sinal de que iria matar seja lá quem estivesse atrás daquela madeira. — É a ômega dona deste lugar. Posso sentir o cheiro dela daqui.

— Não faz diferença — deu de ombros, também falando baixo. — Ela pode ser uma ameaça.

Jisung girou dando-lhe as costas, seguindo irresoluto até a porta. O alfa se levantou da cama vagarosamente, sentindo uma fisgada em seu abdômen, mas conseguiu contê-lo quando o puxou pela mão que já segurava a arma.

— Você acha que apenas se livrando do corpo vai impedir que qualquer caçador nos encontre mais rapidamente? — Jisung tentou puxar o braço mas o outro deixou o aperto mais firme. — Só vai deixar um rastro de sangue apontando diretamente para nós.

— Solte agora mesmo. — Ele exigiu. Seu tom foi como uma advertência.

A ômega bateu na porta novamente. Jisung rosnou puxando a mão, seus olhos estavam com um azul mais claro que sua cor natural. Jackson agarrou seu outro braço, um pouco acima do cotovelo e o empurrou contra a parede. 

— Me perdoe por isso — Jisung franziu o cenho, sem entender. Jackson o beijou na testa carinhosamente, deixou que seus olhos se tornassem vermelhos e murmurei com a voz de comando: — Deixe que eu cuido disso. Sente-se na cama e fique quieto.

Os olhos do ômega marejaram, e finalmente voltaram à cor natural. Ele abriu a mão que segurava a faca e o objeto caiu no chão. Assim que se viu livre, Jisung suspirou e caminhou devagar até se sentar na cama, com as mãos no colo e os ombros encolhidos. O caçador olhou para ele, mas o ômega permaneceu com a cabeça baixa, encarando suas mãos. 

Jackson pretendia conversar com ele sobre o ocorrido, e estava torcendo para que ele não tentasse matá-lo, pelo que acabou de fazer 

Ignorando o incômodo em seu abdômen, ele finalmente abriu a porta.

— Olá. Estou procurando um moço loiro, assim da minha altura…

— Ele é meu ômega — esclareceu. — O que quer?

— Ele esqueceu o saquinho de moedas no padeiro — Ela esticou a mão, e o entregou. — Bem, somos um vilarejo pequeno, o padeiro soube que ele está hospedado aqui e veio trazer.

— Hm… obrigado.

— Por nada — ela se afastou fazendo uma reverência. — E perdoe-me por importuná-los. 

A ômega virou-se dando-lhe as costas, e Jackson a acompanhou com os olhos, até a mesma curvar a esquina do prédio, que dava para a recepção. 

Continua...

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