[2] Normandia
Boa leitura:
Embora Jisung possa sentir as emoções do alfa e até mesmo decifrar seus pensamentos em certas ocasiões, às vezes, Jackson se tornava uma grande interrogação na sua mente. Talvez ele tenha alguma habilidade que possa desabilitar seus sentimentos por um tempo, ou simplesmente já está acostumado a isso. Mas desde que ele voltou para o quarto, o ômega não sentiu nada de diferente vindo dele, pela marca. Nem um pouco de remorso, ansiedade ou medo.
Quando terminou de lavar as mãos e o punhal, deixou o banheiro e guardou as armas novamente. É como se o caçador apenas tivesse ido dar um simples passeio pelo convés.
— Que estranho.... — Jackson afirmou, sentando-se na cama. — você está quieto.
— Não tenho nada a dizer. É tão estranho assim?
— É bastante. — Ele respondeu, e em seguida riu da expressão chocada do menor. — Você tá sempre me fazendo perguntas ou falando alguma coisa.
Que era um pouco tagarela, às vezes, Jisung não negava, mas a frieza com que o caçador lida com os assassinatos talvez tenha lhe deixado sem palavras.
— Então minhas perguntas não te incomodam?
— Acho sua curiosidade fofa e eu gosto de ouvir sua voz.
— Também gosto de ouvir sua voz... — o ômega sorriu para ele. — Tenho uma pergunta, na verdade algumas…
— Pode fazer quantas perguntas você quiser.
— Quantas pessoas você já matou? — Jisung jogou assim que ele terminou de falar.
— Não sei. — Jackson refletiu um pouco em silêncio, antes de prosseguir: — Duzentas? trezentas? trezentas e duas? Perdi a conta depois que passou de cem.
— E... — Jisung tomou um suspiro tentando não demonstrar o espanto. O de nada adiantou. Ele continuou sem saber o que dizer. Jackson aguardou pacientemente. — Desculpe, não pensei que fossem tantas.
O caçador sorriu estudando-o com atenção. Ele segurou na mão do ômega e o puxou para sentar em seu colo. Jisung permitiu ser guiado por ele e sentou de lado, tentando manter sua atenção na parede à sua frente. Mas Jackson segurou em seu queixo e virou seu rosto para encará-lo.
— Não precisa lidar com isso como se fosse algo normal pra você. Pode ficar chocado, meu bem.
— Eu não tô chocado... talvez só um pouco... tá bom, eu estou muito chocado. Trezentas, Jackson?!
— Um pouco mais, um pouco menos. Não sei ao certo.
— E você hesitou alguma vez?
— Não.
— Já se sentiu mal por alguém?
— Não. Nenhum deles se sentiria mal por mim. — Jackson disse, e em seguida beijou o pescoço dele. — Tem mais alguma pergunta?
Jisung sentiu o corpo amolecendo à medida que o caçador tornava o abraço mais firme, ao redor do seu corpo. Fechou os olhos e negou com a cabeça a respeito da pergunta. No segundo que se passou, sentiu seus lábios encostarem-se nos dele, e sua língua úmida deslizando para dentro da boca.
Ainda com os olhos fechados, sentiu seus corpos se movendo. Não sabia ao certo o que ele estava fazendo, até que suas costas foram de encontro com o colchão. Jisung abriu os olhos no mesmo instante, e se viu preso entre o corpo do caçador e a cama. Uma de suas pernas estava entre as do ômega, e suas mãos subiram pela cintura dele quando apertou, fazendo-o curvar as costas.
— Que tal a gente terminar o que começamos mais cedo? — Jackson seguiu beijando a clavícula.
Depois que ele foi marcado, Jisung percebeu o quanto era bom ser tocado por um alfa. O caçador conhecia seus limites e respeitava-os. O ômega mordeu o lábio inferior, tentando conter o misto de sentimentos quentes que sentia em seu peito, onde Jackson mordia e passava sua língua por cima. Essas sensações desciam tal como ondas até seu baixo ventre, e fazia-o ansiar por tê-lo dentro de si.
Naquele momento não existia tamanha vergonha, que o fizesse pará-lo enquanto o alfa retirava suas calças. Jisung apenas cobriu meu rosto com ambas as mãos e aproveitou ao máximo, quando a língua dele deslizou ao redor da sua região mais íntima. Seu órgão estava tão ereto, que podia senti-lo pulsar na mão do alfa, enquanto ele subia e descia, estimulando-o.
Jisung sentiu o ar quente que saia da boca de Jackson enquanto ele sussurrava, batendo contra a entrada úmida. Um dedo foi inserido com cuidado para dentro de seu corpo, e foi como o paraíso, assim que ele tocou seu ponto mais sensível.
O ômega queria dizer a ele que poderia tocá-lo como quisesse, tal como fez quando o marcou, mas as palavras não saíram. Sempre que Jackson tocava-o mais intimamente ele era extremamente cuidadoso. Isso fazia com que Jisung se apaixonasse ainda mais por ele. Um lúpus se controlando como ele faz, e concentrando-se em lhe dar prazer.
Em resposta, Jisung abriu um pouco mais as pernas e moveu os quadris, torcendo para que o alfa compreendesse sua mensagem. Jackson logo entendeu, até porque, pela marca, ele poderia notar o quanto Jisung desejava-o naquele momento. O caçador retirou seu dedo e posicionou-se em cima do corpo dele, e o ômega sentiu suas paredes internas sendo preenchidas.
À medida que o órgão era introduzido, Jisung removeu as mãos do rosto e agarrou os lençóis da cama. Pequenas e intensas contrações de prazer formavam-se, conforme o alfa entrava e saía, acertando aquele lugar que o levava ao paraíso. Sempre que ele começava a mover-se com certa brutalidade, Jisung apertava os ombros dele, para que diminuísse a intensidade. E Jackson o fez imediatamente.
— Desculpa... — o caçador sussurrou enquanto beijava-o e chupava o pescoço.
Derreteu-se entre longos espasmos indescritíveis, quando sentiu um líquido quente ser expelido dentro de si. Aquele era o sinal de que concedeu prazer tanto quanto recebeu. Acima de qualquer outra coisa, era a melhor sensação que ambos já experimentaram.
— Deixe-me banhá-lo.
Jisung sorriu agarrando-se no pescoço dele, como apoio, no momento em que o alfa ergueu seu corpo da cama. Jackson o colocou suavemente dentro da tina e também entrou junto. As mãos dele deslizavam suavemente pelo corpo do mais novo, que por um momento esqueceu que elas mesmas eram capazes de matar sem nenhum remorso.
O alfa deixou claro que não havia mais caçadores naquele navio, mas nos primeiros dias da viagem Jisung evitava andar sozinho, com medo de encontrar algum outro que pudesse ter passado despercebido.
Após um tempo, ele já estava mais tranquilo, e arriscava caminhar desacompanhado pelo convés. Talvez, graças à presença notavelmente ameaçadora de Jackson, nenhum alfa lhe importunou. O que também era curioso foi o fato de que ninguém deu por falta dos dois tripulantes que foram mortos. Ou, ninguém se importava.
Logo após duas semanas navegando sem nenhuma parada, o galeão da Marinha mercante finalmente chegou em seu destino. O navio ancorou suavemente em um dos portos daquela região completamente desconhecida pelo ômega. Jackson, por outro lado, parecia conhecer aquele lugar tão bem, como se fosse sua terra natal.
O casal desembarcou e seguiram juntos pelas ruas cheias de pessoas comemorando alguma coisa que Jisung não fazia ideia do que seja.
Como se estivesse lendo seus pensamentos, o caçador murmurou:
— Estão comemorando o fim de uma guerra local.
Jisung murmurou um “ah” e ambos seguiram caminhando até encontrarem uma hospedagem onde pudessem descansar tranquilamente. Jackson decidiu que iria comparecer à sede da Ordem francesa e, como era de se esperar, Jisung não pôde acompanhá-lo. O ômega decidiu então conhecer um pouco mais da região.
Tudo parecia muito moderno, diferente dos lugares que passaram nas últimas semanas. Algumas pessoas vestindo poucas peças de roupas, caminhavam pelas ruas sem serem molestadas, ao invés, eram elas que abordavam os transeuntes, oferecendo seus serviços em troca de moedas.
Em certo momento, Jisung teve a leve impressão de que estava sendo observado. Primeiramente imaginou que pudesse ser Jackson querendo testar sua percepção ao que acontecia ao seu redor, depois pensou que talvez fosse apenas coisa da sua cabeça, ainda assim, ele ficou um pouco mais atento. Se realmente fosse a primeira opção, Jisung gostaria que ele ficasse orgulhoso de si.
Estudou o ambiente ao seu redor, e como as ruas provinham de pequenas vielas, elaborou um plano rapidamente. Simples, mas que seria eficaz. Apressou os passos, fingindo estar alheio à movimentação ao seu redor, e quando entrou em um dos becos, grudou as costas na parede esperando que quem estivesse o seguindo, surgisse logo em seguida.
Para a surpresa do ômega isso não aconteceu. Ele curvou o corpo para frente e espiou através da esquina. A movimentação das pessoas manteve-se a mesma, mas não havia nenhum sinal de que alguém realmente estava perseguindo-o.
Jisung respirou aliviado, mas quando retornou a mesma posição, alguém surgiu atrás dele e o puxou mais a fundo daquele beco. No momento em que uma mão cobriu sua boca, o ômega entrou em desespero, tentando se livrar seja lá de quem fosse.
— Olá, Park Jisung. — O desconhecido disse, calmo. — Assim como Jackson, sou um caçador. Vou soltá-lo e será bom que não grite.
O ômega estava tão assustado que apenas assentiu. Ele tentou respirar devagar para se tranquilizar um pouco mais, mas estava com tanto medo que seu corpo não parava de tremer.
Jisung tinha em mente o que os caçadores são capazes de fazer, e que ele não iria se importar em eliminá-lo, caso o visse como uma ameaça. Desse modo, ele permaneceu quieto, com os ombros encolhidos.
— Como sabe quem sou?
— E quem não sabe? — O desconhecido perguntou de volta, mas logo em seguida reconheceu: — É, talvez toda a França. Mas eu não sou francês.
— O que quer de mim?
— Estou entediado. Vamos ver quanto tempo Jackson leva para encontrá-lo. — Ele tentou agarrar seu braço, mas Jisung esquivou-se, dando alguns passos para trás. — Por favor não faça isso. Não quero machucá-lo.
— Ele vai te matar. — O ômega cedeu assistindo o caçador desconhecido segurar suavemente em seu cotovelo.
— Que nada… — ele disse sorrindo, guiando-o para outro lugar enquanto refletia: — Talvez... mas com certeza vai me bater. Tomara que não muito…
O ômega franziu o cenho, confuso. O desconhecido continuou falando durante todo o percurso, sobre coisas totalmente aleatórias. Jisung não tinha certeza se deveria sentir mais medo por ele ser um caçador, ou por parecer um completo maluco.
Assim que chegaram no início de uma estrada de terra, ele o fez subir em um cavalo e fez o mesmo logo em seguida, sentado atrás do ômega.
— Continue quietinho, por favor. — O caçador pediu. — Se assustar o cavalo tentando fugir, ele vai derrubar nós dois e a queda vai ser feia.
Os dois seguiram a cavalo durante alguns longos minutos. O passeio foi breve, atravessaram um pequeno bosque e logo depois de um riacho, chegaram a uma casa que parecia totalmente abandonada. Por dentro, ela era completamente diferente. Era bem cuidada e arrumada. Tinha até uma senhora fazendo comida.
— Sou eu, Gertrudes. — o alfa disse. — Pode ir pra casa minha querida. Pode tirar até mesmo o restante da semana de folga.
Sem dar atenção à presença do ômega, a mulher assentiu com uma reverência, pegou suas coisas em um quartinho e saiu da casa sem olhar para trás e sem dizer uma única palavra.
— Muito bem. Enfim, a sós. — o caçador suspirou, largando o corpo no sofá. — Você prefere ficar no meu quarto ou no porão?
— Prefiro que me leve de volta.
— Tudo bem, no quarto de hóspedes, então. — Afirmou se levantando, e levando o ômega ao cômodo citado por ele.
Continua…
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