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15


O cheiro característico recende ao meu olfato antes mesmo que eu seja capaz de distinguir, na penumbra do corredor, a expressão de assombro em seu rosto. Exatamente a mesma que estampava enquanto resistia à lâmina da foice que eu empunhei contra seu lindo pescocinho, apenas algumas horas atrás.

— Maldito — sussurro entredentes.

— Hadassa — Sander sussurra de volta, a surpresa em seu olhar se acentuando a cada segundo. — O que está... o que está fazendo aí?

Mal posso acreditar que ele esteja aqui e tenha se passado por um funcionário sem dificuldades. Que tenha conseguido enganar toda essa gente enquanto estou me esgueirando como uma criminosa.

— Apreciando a vista, imbecil.

Ódio, raiva, chame do que quiser, essa vibração agonizante em meu peito instiga um dos comportamentos mais irritantes que aprendi em Tibbutz: a ironia.

— Você deveria tentar. É um mundo totalmente diferente aqui em cima.

Ele contrai a mandíbula com força e vira a cabeça de um lado para o outro, constatando que está mesmo sozinho, antes de se voltar para mim com o pescoço esticado para cima. Então cruza os braços na frente do peito, e um dos cantos dos seus lábios se eleva, exibindo aquele maldito sorriso torto.

— Parece que você precisa de uma mãozinha.

— O que faz aqui? — rebato, áspera, os olhos semicerrados.

Sander revira os olhos ao ponto de sumirem por trás das pálpebras.

— Quer ajuda ou colocar o papo em dia? — pergunta ele, e num gingado maroto dá dois passos para frente.

Meus dedos se firmam ao redor do gélido metal de uma das hastes da janela. Sinto o quadril ranger, protestando contra o aperto cada vez mais estreito ao seu redor. Reprimo um gemido quando tento me mover e minha carne reclama em volta dos músculos, cada fibra dos meus bíceps retesa, numa contração de agonizante insuficiência. Sander meneia a cabeça, calado, enquanto me assiste em meu desespero.

— E aí? — pergunta mais uma vez.

Olho para as extremidades do corredor, analisando os arredores, minha mente trabalha vasculhando alternativas. Não o encaro quando dou minha resposta entre os dentes cerrados:

— O que você acha?

Sua língua estala na boca, fazendo soar um muxoxo lento e despreocupado.

— Não, mocinha... O pequeno incidente envolvendo uma foice e o meu pescoço? Coisas assim ferem a honra de um homem, sabia?

Em circunstâncias mais convencionais, talvez aquilo me fizesse achar graça. Mas não agora. Não quando preciso da ajuda da pessoa que começou tudo isso. Se existe alguém responsável pela minha situação, esse alguém é Sander Kravz.

Engulo a raiva que escorrega na forma de um líquido ácido pela minha garganta.

— Vai me tirar daqui ou não?

Sander dá um passo para o lado e, enquanto apoia uma mão na parede, estica o pescoço para espiar por uma passagem perpendicular à que estamos. Presumo que não haja ninguém à vista, já que ele solta um suspiro pesado e então volta a me encarar.

— Primeiro você precisa pedir.

Franzo os lábios na expectativa de que isso contenha as palavras torpes que querem despejar sobre ele.

— Por favor. — Sibilo, numa arfada de frustração.

Para a minha surpresa, ele não zomba. Isto é, desconsiderando a curva saliente do canto de sua boca e o arquear quase imperceptível da sobrancelha enquanto ginga para mais perto de mim.

Estendo os braços e Sander faz o mesmo, entrelaçando minhas mãos nas suas. Isso me traz um vislumbre da última conversa amigável que tivemos. Sacudo a cabeça e me concentro, fixando os olhos nos dedos que ele firma ao redor dos meus.

Ele arqueia as sobrancelhas num aviso silencioso de preparação.

Um solavanco. Sinto a carne rasgar. A gota involuntária de uma lágrima se desprende de um dos meus olhos, direto em sua camisa.

O Kravz aperta mais as mãos ao redor das minhas, recolocando-as na posição inicial e dá novamente um impulso para trás enquanto eu ainda sinto a lateral do meu corpo latejar.

— Espe... — gemo, mas antes que eu consiga completar, Sander repete o movimento e meu corpo é lançado em sua direção com um impacto que nos faz despencar juntos ao chão.

Ele cobre minha boca por instinto e eu me permito gemer contra a mão firme que abafa os sons do meu sofrimento.

— Shhh — ele faz enquanto eu soluço, deixando as lágrimas escorregarem pelo meu rosto conforme a dor lentamente se dissipa.

Passo uma mão pelos quadris e então a trago para a frente do rosto. Sander afrouxa o aperto sobre os meus lábios enquanto eu franzo o cenho ao constatar que não há sangue em minha mão. Eu poderia jurar que tive a carne dilacerada, mas tudo o que vou ganhar com isso é um considerável hematoma.

— Isso não muda nada entre nós.

Embora a declaração seja óbvia, Sander força uma expressão evidentemente fingida de pesar. Ah, tá. O que ele acha? Me ajuda a escapar de uma possível prisão precoce e, de repente, tudo bem empurrar uma garotinha para a morte?

Não, senhor.

Ergo-me num solavanco brusco e, antes que ele tenha tempo de elaborar qualquer resposta que fará o sangue subir à minha cabeça, dirijo-me para o corredor lateral. O mesmo que ele espiou há alguns segundos. Não olho para trás e esse possivelmente é o motivo do meu sobressalto e do arrepio que sinto na nuca quando o hálito dele sopra contra ela.

— Sabia que você estaria aqui. Não nessa situação, é claro, mas...

Ignoro-o deliberadamente e observo o extenso corredor em que nos encontramos. Há no mínimo duas   dúzias de portas em cada lado e, ao final, uma bifurcação. Caminho até uma porta aleatória e ponho-me na ponta dos pés, tentando espiar por uma pequena janela vítrea. Ela me revela apenas mais portas e corredores do outro lado.

Como diabos vou encontrar a Tinker? Deve haver dezenas de passagens como essa nesse hospital.

— Não quis deixar você sozinha nessa missão suicida — Sander diz e, mesmo sem olhar para ele, ouço o sorriso irônico em sua voz. — Ainda mais se é minha culpa que você está aqui...

Caminho de volta alguns metros, onde há outra porta, então dou uma olhada através de mais uma janelinha. Atrás do vidro há uma sala completamente vazia.

Tenho quase certeza que ouço algo, um murmúrio próximo. Permanecemos em silêncio, escutando atentamente. Com cautela, nos esforçamos para detectar qualquer coisa. Sigo o burburinho, com passos lentos, tão leves quanto o possível e, na próxima sala em que espio, consigo enxergar duas mulheres de uniforme azul-cobalto conversando, uma sentada a uma escrivaninha cinza e a outra debruçada sobre um balcão, lendo rótulos de pequenos frascos multicoloridos. Rapidamente me aproximo da porta, inclinando-me até apoiar meu rosto na superfície platinada, a fim de tentar discernir o que dizem.

— E aí ele beijou minha mão — uma voz nasal e aguda anuncia.

— Que horror. Em pleno século vinte e oito — a outra voz, mais grave, completa.

Sander articula, como quem está prestes a dizer alguma coisa, mas eu me espremo ainda mais contra a porta e o impeço com um chiado baixo e a palma erguida.

— É sua vez de levar o composto para a Salz — a voz mais grave reclama.

Arregalo os olhos. Sander arqueia as sobrancelhas em expectativa.

— Está bem, está bem. — A mulher solta um grunhido preguiçoso. — Qual sala mesmo?

— H872.

Sinto meu coração saltar. O Destino, ao que parece, ao menos uma vez na vida, está sendo gracioso comigo.

Estou prestes a dizer isso em voz alta, quando, de repente, um solavanco agressivo em meu braço faz com que meu corpo seja arremessado para longe da porta, dedos firmes e compridos afundam em minha bochecha enquanto meus lábios são cobertos por uma enorme mão. Quando meu cérebro enfim consegue processar o que está acontecendo, Sander está me empurrando com violência contra uma porta. Ela cede e se abre sob a soma dos nossos pesos.

Dentro da sala, ele imediatamente me lança contra a parede, mantendo a pesada palma sobre minha boca, me silenciando. Estou prestes a reinvocar as memórias de minhas técnicas de defesa, temporariamente abafadas pelo susto, quando o rapaz deposita um indicador sobre os próprios lábios num sinal de silêncio. Logo do outro lado da parede em que ele me mantém presa, a porta pela qual eu estivera espionando antes se abre e uma das mulheres sai cantarolando pelo corredor.

Nós aguardamos enquanto ouvimos seus passos ecoarem cada vez mais distantes. Quando tudo que consigo detectar é silêncio total, empurro-o com força para longe de mim e empunho uma barra de ferro repousada num balde ao meu lado.

Sander olha para a barra de ferro e depois para mim, contendo um sorriso.

— Isso-isso que você pegou... nós costumamos usar para desentupir privadas. Não é muito... higiênico. Enfim... de qualquer forma, de nada. Não precisa agradecer. — Ele ergue uma sobrancelha falha e revira os olhos.

— Quer que eu agradeça? — rosno.

Se algum dia na vida, fiquei realmente, realmente lívida, esse dia é hoje.

— Faça uma coisa útil e me fale como chegar no setor H, quarto 8-7-2.

Sander apenas ergue ainda mais a sobrancelha, desviando os olhos para um ponto acima das nossas cabeças. Sigo o olhar e descubro, cravada na parede, uma placa quadrada com uma inscrição: G-1-5-2.

— Próximo corredor. — Ele me lança uma piscadela e pronuncia as sílabas lentamente, com prazer, deixando os sons rolarem por sua língua asquerosa. — E de nada.

Em resposta, abro um sorriso falso e saltito até a porta da forma que ele e seus irmãos me ensinaram.

— Obrigada — canto com uma voz melodiosa, ao mesmo tempo que saio da sala e meto a barra de ferro na maçaneta de forma a trancar a porta pelo lado de fora.

Dou um aceno irônico de despedida com a mão, através da janelinha de vidro e corro, antes que o olhar estupefato de Sander suma de seu rosto.

Todos os corredores estão praticamente vazios agora. Mesmo assim procedo com cautela, calculando cada passo, tentando ao máximo detectar a mínima variação de som. Nesse corredor as portas não têm qualquer janela e não há jeito de enxergar através delas. Suponho que eu esteja agora em outra ala do hospital. Talvez nesta aqui haja pacientes e, por isso, seja necessária alguma privacidade, enquanto no local onde Sander está aprisionado haja mais laboratórios, escritórios, coisas do tipo.

Quando finalmente chego à porta com uma placa indicativa no topo "H-8-7-2", sinto o alívio percorrer minhas veias. Uma onda inesperada de emoção faz meus olhos lacrimejarem. Ainda não tenho um plano concreto de como escapar daqui com a Tinker, mas só a ideia de revê-la... estar com ela de novo depois de quase perder as esperanças... é mais do que posso suportar.

Inspiro com força e estendo a mão para girar a maçaneta devagar. Um ranger baixinho faz a porta se mover para frente e revelar a sala diante de mim. Meus olhos doem com a claridade intensa que os atinge desprevenidos e, após o ínfimo tempo que levam para se adaptarem a ela, se esforçam para sondar o ambiente à procura do leito de Tinker.

Em vez disso, porém, deparam-se com duas íris azuis celestes emolduradas por pálpebras surpresas. Meu ritmo cardíaco acelera em um pânico instintivo de que o choque na expressão da mulher a minha frente não é um bom sinal. De lábios entreabertos, ela não faz qualquer movimento. Ao meu redor, tudo parece um pouco fora do lugar.

Sinto o sangue pulsar em meus ouvidos enquanto ela se levanta, devagar, espalmando as mãos sobre a escrivaninha cinzenta. Ela, a mulher que, desde o acidente de Tinker, mais me intimida em toda Laguna. Dra Aleksa Salz.

E ela não parece nem um pouco feliz de me ver.

Só aí que me dou conta do quanto não-estou-aqui-para-uma-visita-amigável e sim quero-sequestrar-sua-filha deixo transparecer em meu rosto, e tento sorrir enquanto aprumo a postura, uma tentativa desesperada de fazê-la acreditar que na verdade, oi-prazer-estou-tão-feliz-de-estar-aqui, como se estivesse conhecendo hoje minha futura sogra.

Estou tão concentrada nessa interpretação que sequer me preocupo quando ouço o ruído de passos cada vez mais próximos. Imagino se aquela funcionária, por algum cálculo maluco que não faria o menor dos sentidos, não acabou chegando aqui depois de mim. Minha mente vasculha freneticamente qualquer informação que porventura me sugira o que deva dizer, e mal começo a entreabrir a boca quando me dou conta de que não consigo. Meus músculos pesam e sinto vontade de fechar os olhos. Tento encontrar uma explicação que me faça entender como isso está acontecendo.

Estou certa de que um vinco se forma em minha testa quando tudo ao meu redor começa a perder o foco até que, finalmente, fica completamente escuro.

Nota da Noemi:

Oi, pessoal! Os últimos dois dias foram horrivelmente horríveis para mim e não conseguir entrar no Wattpad, mas voltei pra postar mais um capítulo. O ritmo de postagens deve acelerar agora um pouco porque estou entrando numa fase em que o bebê pode nascer a qualquer momento e quero postar tudo antes de acontecer.

Por favor, não deixem de postar as reações de vocês nos comentários. Essa é a minha parte favorita <3

E, por último, não esqueçam de nos seguir nas outras redes pra sempre estarem atualizados do que está rolando:

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