CAPÍTULOS EXTRAS ²
Alguns meses após o casamento. - Nova Iorque.
Os pés inchados e doloridos de Emma Mayers descansavam no alto do sofá, no lado oposto ao que sua cabeça repousava. O sol entrava pela fresta das cortinas, através da janela que se encontrava entre abertas. O vento levemente seco e quente fazia com que os cabelos recém-cortados da mulher grudassem em sua nuca.
Ela estava irritada e impaciente.
Grávida de trinta e nove semanas completas e com uma barriga enorme, que a fazia ter falta de ar, ela encarou o relógio em seu pulso. Eram cerca de duas horas da tarde e ela sentia o cheiro de hambúrguer e queijo vindos da cozinha.
-Chloooooe! Cadê meu hambúrguer?! - Emma gritou, impaciente, balançando um pé no ar.
Sua mão acariciava a barriga enorme, bem onde um pézinho chato chutava. Amara Rogers já deveria ter nascido há algumas semanas, assim como Colin Wilson, porém, os dois bebês não tinham a menor pressa para saírem de seus confortos maternos.
-Chloe! - Emma gritou mais uma vez. - Cadê você, garota?
-Espera, caramba! Eu não sou sua empregada!
Chloe apareceu pelo corredor, carregando uma bandeja cheia de hambúrgueres gordurosos e cheios de queijo. Ela pousou a bandeja com um baque na mesinha de centro e empurrou as pernas da irmã para fora do sofá, o que fez com que Emma puxasse uma mecha do cabelo comprido da irmã mais nova.
Chloe estava prestes a enfiar um tapa em Emma, revidando, quando Emma ergueu uma dedo e indicou um "não", falando:
-Hey, vai bater em uma grávida mesmo?!
-Você bateu em uma criança!
-Você já é mocinha, Chloe! Não é mais criança há anos!
-Tanto faz!
As duas irmãs pegaram um hambúrguer de cima da bandeja, em movimentos sincronizados, e morderam, juntas, mastigando ao mesmo tempo. Uma encarou a outra e as duas perceberam que tinham um bigode de queijo em cima de suas bocas e começaram a rir.
-Pega guardanapo lá para a gente?
-Claro! - Chloe ergueu o corpo do sofá em um pulo, assentindo. - Fica aqui! E não come meu hambúrguer, hein!
Emma revirou os olhos, enfiando o resto de hambúrguer dentro da boca. Como Chloe demorou tempo suficiente para ela terminar o sanduíche, Emma pegou o da irmã mais nova e mordeu, de propósito, apenas para implicar.
A bebê chutou em sua barriga, forte, o que fez Emma sorrir e acariciar o local do chute.
-Calma, Amara. Vou pegar mais sanduíche. Quer, não é? Ótimo…
Ela pegou mais um sanduíche e mordeu, gemendo de prazer. O gosto do queijo com a gordura é o que fazia suas papilas gustativas tremerem de deleite e o estômago dançar, alegre.
-Eu achei que tinha dito para você não comer meu sanduíche, Emma Mayers!
Emma estremeceu de susto e quase deixou o outro sanduíche cair no chão, mas o agarrou no último segundo, sujando as mãos. Ela sorriu, culpada, e apontou para a própria barriga
-Foi sua sobrinha quem pediu!
-Tem certeza? - Chloe esticou os guardanapos para a irmã, a olhando, desconfiada. - Porque eu acho que ela ainda não fala!
-Mas me faz ter desejos, ué! - Emma deu de ombros, limpando a boca e os dedos.
-Então, tá… Se foi ela mesma…. - Chloe abaixou e encostou a cabeça na barriga da irmã, sussurrando. - Pode comer todos os meus sanduíches, Amarinha!
-Que apelido horrível! - Emma revirou os olhos, pegando o celular debaixo da almofada, conferindo as redes sociais.
As duas irmãs ficaram abraçadas, em silêncio. Emma trocava mensagens com as amigas e com o marido, informando que estava bem e que Amara havia feito ela comer dois hambúrgueres enormes. Chloe enfiou fones de ouvidos e deitou com a cabeça ao lado da barriga, assistindo uma série de romance de época.
Cerca de quinze minutos depois, Emma sentiu Amara chutar de novo e chegou a comentar com Samanta que a afilhada dela estava agitada, ao passo que era informada que seu afilhado estava tão quietinho que Samanta queria estapear ele, antes de Chloe erguer a cabeça e comentar:
-Emma, posso fazer uma pergunta?
-Aham. - Emma continuou sorrindo para o celular, sem dar muita atenção para a irmã.
-Você e o Steve transam?
Emma levou um segundo há mais que o necessário para processar a frase. E em seguida, ficou tão vermelha que mal teve resposta, a não ser, balbuciar:
-Que?!
-É… Tipo… É que precisa transar para ter bebê. Certo. E vocês vão ter um bebê….
Emma arqueou as sombrancelhas e deixou de lado o celular, respirando fundo. Ela se sentou e encarou a irmã, séria, porém constrangida.
-Hm… Bem, certo. Mas como você…?
-A Madaleine, da minha turma, contou para a gente e quando eu perguntei para a mamãe, ela me explicou. Além disso, tive uma aula falando sobre a reprodução humana em ciências essa semana!
-Ah…
Emma suspirou, coçando a ponta do nariz.
-E então…?
-Então o que?
-Você e o Steve…?
-Ah…
Emma sentiu as bochechas ficarem vermelhas e pigarreou, assentindo.
-Bem… Sim.
Chloe esperou, pacientemente. No entanto, Emma continuou cutucando as unhas e fingindo ignorar o olhar da irmã mais nova, para fugir do resto das perguntas. Obviamente, não deu certo.
-E aí? É bom?
-O que?!
-Fazer sexo!
Emma soltou um longo suspiro, se sentindo emotiva pelo fato da sua irmãzinha estar crescida. Porém, era melhor tratar o assunto como algo normal do que Chloe fazer algo escondido por medo de brigarem com ela e acabar grávida ou doente. Então, Emma assentiu.
-Quando é seguro e consensual e você tem certeza que é a hora, então… Sim, é bom.
-E quantas vezes você fez?
Emma arqueou as sombrancelhas e riu, levemente, sem graça .
-Hmm… Várias.
Chloe franziu a testa, encarando a barriga da irmã e a irmã. Ela coçou o queixo empinado e exclamou:
-A mamãe disse que a gente faz isso para engravidar.
-Não, exatamente, Chloe…
Os próximos minutos foram preenchidos por uma conversa séria e madura que Emma nunca achou que teria com a irmã depois que descobriu que os pais estavam vivos. Tudo bem, ela entendia a mãe: Talvez, treze anos fosse um pouco nova para saber essas coisas ao pé da letra, mas ao mesmo tempo, Emma se surpreendia da irmã não ter visitado a internet em busca de mais respostas do que apenas as dadas em aula. De qualquer forma, Chloe sanou todas as dúvidas de uma vez, mesmo que Emma soubesse que ela ia tornar a insistir no assunto, depois.
De qualquer forma, Emma consegui arranjar outro assunto menos constrangedor e ficou grata por Chloe ter esquecido o assunto anterior.
Foi no momento em que ficaram quietas novamente, talvez, prestes a dormir, que Chloe cutucou a irmã, a acordando do sono pesado que começava a invadir ela.
-Emma? Acorda!
-Hum… - Emma resmungou, abrindo os olhos e esfregando o rosto. - Não tô dormindo!
Chloe rolou os olhos, impaciente.
-Emma…
-O que é, caramba?!
-Ou você fez xixi, ou a bolsa estourou!
Emma franziu a testa, se dando conta, no segundo seguinte, que suas pernas estavam molhadas e que não era apenas vontade de fazer xixi o que estava sentindo. Seu coração saltou meio metro e ela ficou pálida, encarando a irmã, que a sacudiu pelos ombros, mostrando uma calma e uma segurança que a própria Emma não tinha.
-Levanta, Emma! Precisamos ir para o Hospital e ligar para o Steve!
Chloe pulou por cima das pernas da irmã e correu para a direção do quartinho da bebê, pegando a bolsa rosa que já estava separada há semanas, e pegando o telefone no meio do caminho.
Claro que Chloe não conseguiu falar com Steve, mas ligou para Natasha e pediu ajuda, sendo orientada sobre o que fazer. Enquanto Natasha ligava para o Hospital, avisando que Emma ia chegar e procurava os rapazes, Chloe voltou para a sala e encarou a irmã, que ainda estava na mesma posição, estática.
-Emma! Você ouviu que temos que ir para o Hospital?! A Amara vai nascer!
Emma lambeu os lábios e franziu a testa, erguendo os olhos para Chloe. Ela engoliu em seco e sussurrou:
-Eu não vou conseguir, Chloe…
-Vai, sim! - Chloe reclamou, indo até a bolsa de Emma, pegando a identidade dele e a carteira do plano de saúde. - Levanta essa bunda branca daí e vem parir, caramba!
Emma sentou, com calma, mas o movimento fez sua barriga doer. Não doer, exatamente… Fez ela incomodar e Emma amaldiçoou a idéia de ter parto normal no segundo em que ela percebeu que entrar era bem mais fácil do que sair seria.
-Eu liguei para a Nat e ela vai procurar o Steve, avisando. - Chloe andou até Emma e a puxou do sofá, devagar. - Consegue andar?
-Acho que sim!
-Ótimo! Vamos antes que você comece a sentir dor e eu não consiga te carregar!
Emma obedeceu, sentindo as pernas tremerem. Enquanto elas entravam no elevador do prédio, Emma sentiu o peito aquecer com um tipo diferente de orgulho, afinal, Chloe poderia ter entrado em Pânico, mas não. Ela estava sendo a mais madura e responsável das duas e Emma enfim, percebeu que sua irmã não era mais uma criança. Ela era uma adolescente crescida e segura.
E ela não poderia estar mais orgulhosa disso.
-Hmmm! - Emma reclamou, passando a mão na base da barriga quando uma cólica forte veio, tão rápido que poderia ter sido apenas impressão.
-Pelo amor de Deus, segura essa criança aí dentro que eu não vou fazer o parto! - Chloe reclamou, apontando para si. - Já não basta que você me molhou inteira de líquido sei lá o que!
Emma rolou os olhos, saindo do elevador até a recepção do prédio. Como se isso fosse uma coisa que ela pudesse controlar…
Enquanto o porteiro pegava um táxi para elas, na rua, Chloe ligou para Eva e a seguir, para os pais. Mas somente Eva atendeu o chamado, começando a se organizar para ir ao Hospital no mesmo instante. Emma estava apavorada quando entrou no táxi, na parte de trás, afinal, Amara agora estava com bastante pressa de chegar ao mundo, pelo que parecia, depois de uma estadia longa e confortável no útero da mãe.
O primeiro grito de Emma fez Chloe gritar junto e o motorista quase bater o carro contra um poste, de susto. No entanto, eles conseguiram controlar o caos e quando, dez minutos depois, o segundo grito veio, eles já estavam esperando.
-Emma, o que acontece se a Amara sair antes da gente chegar no hospital?
-É melhor a gente não saber! - O Senhorzinho que dirigia o táxi comentou, olhando as meninas pelo retrovisor. - Eu posso acabar morrendo de emoção e bater! Ou desmaiar de emoção e bater… Ou até, levar um susto e bater!
-Já entendemos! - Emma reclamou, enxugando a testa. - Obrigada pelo incentivo! Amara, fica quieta aí!
Chloe riu. E Emma teve vontade de matar a garota. Ela se contorcia de dor, sendo guiada para o Hospital por um senhor que tremia mais que vara verde, e Chloe teve o desplante de rir, como se tudo não passasse de uma enorme aventura divertida.
Logicamente, apesar do pedido da mãe, Amara não ficou quieta e, momentos depois, assim que o táxi estacionou na porta do Hospital, Emma sentia a alma começando a querer sair do corpo de tanta dor. Com o auxílio de duas enfermeiras, ela conseguiu sair do táxi e ser posta em uma cadeira de rodas, enquanto Chloe caminhava ao seu lado, segurando sua mão úmida e gelada.
-Você tem algum acompanhante, Senhora Rogers? - Uma das enfermeiras perguntou, em um tom de voz carinhoso, buscando acalmar Emma.
Seu coração bateu acelerado ao perceber Chloe hesitando no corredor. Ela arregalou os olhos e alternou o olhar entre as duas enfermeiras, desesperada.
-Como assim acompanhante?! Minha irmã… Ela pode entrar?
-Quantos anos você tem, Querida? - A Segunda enfermeira perguntou para Chloe.
-Catorze. Fiz no mês passado.
As duas se entreolharam, dando ombros, parando na porta do elevador e esperando ele aparecer no andar. Emma soltou mais um gemido longo e dolorido, respirando superficialmente.
-Ela pode?!
-Pode. - A Primeira enfermeira assentiu. - Só que um parto pode ser meio traumatizante… Por isso, recomendamos sempre a presença de um responsável...
-Eu não vou parir essa criança sem ela! - Emma exclamou, encarando a irmã, com lágrimas nos olhos. - Por favor, Chloe…
-Claro! - Chloe sorriu, de ponta a ponta, exibindo todos os dentes. - E eu vou perder a oportunidade de ver minha sobrinha nascer? De jeito nenhum!
As quatro mulheres entraram no elevador e, enquanto ele fazia seu percurso, Chloe pegou o celular e atendeu a ligação de Steve, que finalmente, retornou a dela.
-Hey, Chloe! Eu ouvi seu recado! Tá tudo bem? O que aconteceu?
Chloe não teve tempo de responder antes de Emma arrancar o telefone da mão da irmã e, sob o olhar divertido das enfermeiras, reclamar:
-Escuta aqui, Steve Rogers, eu acho muito bom você vir conhecer a sua filha porque nesse momento, ela está me rasgando ao meio para sair aqui de dentro! E se você não quer que eu te rasgue ao meio também, larga tudo que você tá fazendo e vem para o Hospital, agora! A Chloe vai assistir ao parto porque não vai dar tempo de esperar o bonitão resolver aparecer, mas se assim que eu parir essa criança você não estiver aqui, é um homem morto! Estamos entendidos? Boa tarde, Nômade!
Emma apertou o botão do celular de Chloe com força, para encerrar a ligação e, finalmente, poder gritar de desespero, já que, realmente, sentia como se fosse se partir ao meio.
Foi o tempo de vestir a camisola do hospital, deitar na cama e segurar a mão de Chloe e Emma começou a sentir a pior dor que já sentiu em toda a sua vida. Seu coração estava acelerado, sua respiração, pesada e suava igual uma condenada.
O médico apareceu e começou a falar com Emma sobre o trabalho de parto, mas ela não ouviu uma única palavra sobre e apenas sabia pedir para tirarem aquele "treco" dela, o que fez Chloe a encarar, indignada.
-Hey! Olha como fala da sua filha, Emma! Ela não é um treco e foi você quem transou para engravidar!
-Eu vou matar você! E o Steve! E todo mundo… Aaaaaaah!
Chloe levou um susto com o grito da irmã e o aperto em sua mão, enquanto o médico pedia para Emma fazer mais força, já que estava coroando.
A partir desse momento, ainda levou quase dez minutos para que Amara, de fato, nascesse, mas o tempo parecia um borrão para Emma. No entanto, qualquer dor que ela estava sentindo passou a ser o segundo foco de Emma a partir do momento em que um choro poderoso invadiu o quarto e Chloe começou a chorar, emocionada, assim como Emma.
Amara Eva Rogers era uma bebê pequena, mas roliça. Seus cabelos eram louros claros, como os do pai, e ela tinha as bochechas rosadas mais redondas que Emma já tinha visto. Os olhinhos eram verdes, como os da mãe, mas Emma podia perceber que ela tinha muito do pai, especialmente na careta zangada que fazia, entre os soluços engasgados.
Logicamente, Chloe tirou tantas fotos que Emma chegou a ficar tonta e vendo estrelinhas, mas Amara pareceu não ligar para os flashs quando, depois de devidamente limpa, examinada e vestida, começou a mamar, com fome.
-Ela é tão linda! - Chlor exclamou, chorando de novo, enquanto examinava a sobrinha. - Olha, Emma! Ela tem seus olhos!
Emma, que ainda estava abobalhada e sem saber como reagir ao fato de que aquele bebê era seu, fruto do seu amor com Steve, que ela só sorriu e assentiu, passando os dedos pela bochecha macia. A boquinha de Amara sugava o leite materno com força e, apesar de doer e incomodar, Emma nunca sentiu um amor tão grande quanto naquele momento.
-Com licença! - A voz de uma senhora soou alta, na porta. - Eu posso ver a mamãe e a bebê mais esperada do ano?
-Entra, Tia Eva! - Emma sorriu, amplamente.
-Ela é linda demais! - Chloe exclamou, indo até a tia e a ajudando a andar. - Olha para ela, Tia! Fui eu que cortei o cordão umbilical! E eu que assisti ao parto!
Eva sorriu, trocando um olhar com Emma. As duas sabiam que esse seria o assunto do ano para Chloe e a repetiria umas mil vezes para todo mundo. No entanto, seu olhar fixou na menina e ela soltou um "Awn, Meu Deus!", Emocionado.
-Ela é linda, não é, Tia? - Emma perguntou, vendo a tia assentir e enxugar o nariz em um lenço. - Ela se chama Amara Eva.
Eva arregalou os olhos e encarou a sobrinha, espantada.
-O que? Por que…?
-Se não fosse a senhora, ela não estaria aqui, Tia! - Emma explicou, calmamente, com um sorriso cansado no rosto. - Foi idéia do Steve e eu não tive como não concordar!
-Ah, querida! - Eva abraçou a sobrinha, beijando a testa dela, tentando controlar o choro emocionado. - Não precisava… Mas eu amei o nome!
-Cheguei!
As três olharam na direção da porta, onde um Nômade parou, percebendo que havia mais gente no quarto. Ele segurava flores e tinha a respiração acelerada, como se tivesse corrido uma maratona. Isso fez Emma se sentir culpada, afinal, agora havia percebido que exagerou um pouco no telefonema.
-Vamos, Chloe! - Eva pediu, dando a mão a sobrinha. - Vamos deixar os papais a sós!
Chloe assentiu e saiu do quarto, saltitando ao lado de Eva. No entanto, ela parou e contou a Steve a aventura que viveu, passando pelo detalhe de que ela havia cortado o cordão e assistido ao parto.
Quando os dois ficaram a sós, Steve se aproximou da cama de Emma, com cautela, como se o bebê pudesse explodir no mínimo olhar. Então, ao pousar os olhos na filha, Steve sentiu uma emoção tão grande que seus olhos começaram a vazar e ele chorou, abraçando Emma pelos ombros.
Por algum tempo, nenhum dos dois falou nada. Apenas ficaram abraçados, emocionados demais para dizerem qualquer coisa. Então, Steve enxugou as lágrimas e segurou o rosto de Emma, a olhando nos olhos, com um olhar que transbordava amor em sua forma mais pura e sincera.
-Eu tô tão orgulhoso de você, Sunshine!
Emma sorriu e eles selaram os lábios em um gesto de carinho, antes de Steve começar a examinar a filha melhor, tendo em vista que ela deixou a boca escapar do peito quando dormiu.
-Meu Deus… Ela é tão linda, Emma! Olha isso…
-A gente faz filho muito bem, né? - Emma riu, batendo um "high five" com o marido, que assentiu, rindo também. - Segura ela, amor!
-Que? Não… Ela tá dormindo, poxa!
-Vai, Stee! Segura!
Steve cedeu, mesmo morrendo de medo de segurar sua filha. Ela era tão pequeninha que sumiu entre seus braços e ele sentiu o coração tão cheio de amor que a dor no peito foi real e ele não sabia se ia acabar infartando ou só chorando mesmo. Abraçando Emma e beijando a testa dela, Steve encarou a filha, sorrindo.
-Oi, Neném! Eu sou o seu papai… Desculpa não ter visto você nascer, sabe? Eu estava meio ocupado, mas eu juro que você pode contar sempre comigo, tá? Você é a coisinha mais preciosa que eu tenho e eu te amo muito! Mas nossa… Você é tão pequeninha! Ou eu que sou grande? O que você acha, Em…?! Ah…
Steve percebeu que Emma havia dormido. Sua respiração estava longa e seus olhos tremiam sob as pálpebras. Analisando a esposa, ela tinha mesmo uma aparência cansada. Ele voltou a atenção para a bebê em seus braços, que dormia profundamente.
Uma batida suave na porta revelou um Capitão América e um Lobo Branco, ansiosos para conhecer a afilhada. Fazendo um sinal para que fizessem silêncio, Steve foi até a porta do quarto para não acordar Emma.
-Ela acabou de dorm…!
-Ai, Meu Deus!
-Que coisa linda!
-Ela é tão fofa!
-E pequena!
-Você está chorando?!
-Me erra, Samuel! Que merda!
-Bucky! Na frente da criança, não, caralho!
-Sam! - Steve reclamou, respirando fundo.
-Hey! Foi ele quem falou palavrão primeiro!
-E daí? Você tem que falar depois?
-Bucky… - Steve reclamou. - Calem a boca os dois! A Amara acabou de dormir e se vocês acordarem a Emma, eu vou bater nos dois!
Sam e Bucky encararam a mulher deitada na cama, que dormia suavemente. Bucky suspirou e encarou a afilhada, pedindo silenciosamente para segurar ela. Steve entregou a filha nos braços de Bucky, que sorriu, todo bobo.
-Lembra quando a gente era mais novo e idealizava a vida? - Bucky perguntou, de repente. - E eu dizia que queria ver seus filhos e você dizia que ia acabar não tendo filhos… Quem diria que a gente ia conseguir ver as nossas filhas, né?
Steve sorriu com a lembrança, assentindo.
-Nunca achei que ia ver uma filha minha… Mas ter segurado a Nala no colo é que foi uma surpresa mesmo… Por falar nisso, eu nem perguntei dela!
-Ela tá bem! - Bucky comentou, com um sorriso bobo. - E vai ficar doidinha para vir conhecer a Amara! Acho que vou trazer ela e a Shuri semana que vem! Que tal?
-Ótima idéia!
-Se já pararam de fingir que eu não tô aqui… - Sam reclamou, cruzando os braços. - Eu queria segurar minha afilhada! Que tal?
Bucky passou a menina para os braços de Sam, no entanto, não podia calar a boca, exclamando:
-Toma… Mas ela é minha afilhada!
-Não é, não! - Sam revirou os olhos e sorriu, observando a menina. - É minha afilhada, né, Amarinha? É, sim!
-Amarinha?! Vai traumatizar a criança, Samuel!
-E essa sua cara feia vai deixar ela normal, né?
-Cala a boca os dois! Me dá a minha filha aqui, anda!
Sam ainda segurou a afilhada no colo por mais uns cinco minutos, mas devolveu a Steve assim que um cheiro desagradável invadiu as narinas dos homens e os avós chegaram no Hospital, querendo conhecer a neta.
Como não teve jeito, Steve teve que acordar Emma e deixou ela e os pais à vontade junto com a bebê. Enquanto isso, Steve ouvia com detalhes cada segundo do parto de Amara contado por Chloe, que claramente, estava encantada e parecia ter achado a futura profissão, o homem abraçou Eva, acolhendo a senhora entre seus braços, com todo o carinho do mundo.
Eles esperaram que Chloe fosse atrás de Sam e Bucky, que tinham ido lanchar e avisar a Samanta que a bebê nasceu, e s encararam. A senhora enfiou o cotovelo nas costelas de Steve, com certa força, enquanto fingia falsa modéstia.
-Ah, querido! Não precisava ter colocado o nome da sua filha de Eva…
-Bem, se não precisava… Vou mandar a Emma retirar e… Ai, Eva!
Steve riu, esfregando o local onde ela deixou um beliscão dolorido.
-Você nem se atreva! Não precisava, mas até é bom! Se não fosse por mim, ela não existiria mesmo!
Steve nem mesmo retrucou, afinal, sabia que era verdade. Se não tivesse seguido os conselhos de Eva, seu relacionamento com Emma poderia nem mesmo ter começado.
Horas depois do nascimento, quando os ânimos estavam mais calmos e Steve estava acostumando com a sensação de ser pai sem tanta euforia, Emma cochilava mais uma vez, enquanto Steve se pendurou na beirada do berço, observando Amara dormir tranquilamente. Ela tinha acabado de ser trocada e alimentada, o que fazia com que o sono dela fosse bem mais calmo do que a bebê foi o dia todo.
Aparentemente, eles teriam bastante trabalho. E Steve sabia que ia precisar ter bastante amor e paciência. Principalmente, em relação a Emma. Devia ser esgotante ter alguém tão pequeno e indefeso dependendo de você o tempo todo, mas ele acreditava que valeria a pena, afinal.
Alternando o olhar entre Amara e Emma, ele sentou ao lado da esposa, segurando a mão mole dela devido ao sono e beijou o dorso, com carinho. No pulso, uma pulseira dourada brilhava com os dizeres "You Are My Sunshine ♡ ". O primeiro presente que havia dado a ela, tantos anos antes, após a primeira briga.
Fora tão idiota naquele dia… Se soubesse que Emma seria seu porto seguro e daria de presente a ele a jóia mais linda do mundo…
Steve se acomodou na poltrona, ao lado da mulher, enquanto continuava babando na filha. Ele se sentia o homem mais sortudo do mundo. E parando para pensar, era mesmo.
Oiie, Pessoal! ❤
Cheguei com mais um capítulo para vocês! E eu, sinceramente, amei tanto escrever ele! 🥺😭❤
A Chloe sendo uma pré-adolescente e tendo uma conversa madura com a irmã, a correria para a Bebê nascer, o Steve todo emocionado e a Amara Eva chegando ao mundo foi TUDO para mim! 🥺💘
Eu espero que vocês tenham curtido esse capítulo! O próximo, se não vier nessa sexta (porque eu tenho tido uns problemas aqui em casa e preciso resolver), vem na outra, e é do Sam e da Sam heheh
Espero que gostem!
Até o próximo!
Bjs 💋💋
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