8- FoodTruck.
Emma e Steve passaram os minutos seguintes em um silêncio confortável, enquanto comiam. Uma música suave e moderna preenchia o ambiente e nem os beijos dos casais ao redor, incomodavam tanto.
-Hm… - Emma enxugou a boca em um guardanapo e encarou Steve. - Quer me contar alguma coisa sobre você?
Steve quase engasgou com o pedaço de sanduíche que tinha na boca e encarou Emma, tentando soar naturalmente.
-Alguma coisa sobre mim?
-É… Qualquer coisa! - Emma catou as últimas batatas do prato e enfiou na boca, dando de ombros. - Quer dizer, você sabe um monte de coisas de mim e eu nem precisei contar. E nem vem dizer que não, eu sei que a Chloe e a Eva falaram demais!
Steve deu uma meia risada, sem graça.
-Em minha defesa, eu não perguntei nada!
Emma sorriu.
-É, eu sei. Elas que falam demais mesmo. E o senhor, fala de menos! Me conta qualquer coisa sobre você, vai?
Steve mordeu a boca, sem saber se isso era uma boa idéia ou não. Não devia estar criando vínculos com Emma, afinal, uma hora ele ia ter que ir embora de Liverpool para se esconder em outro lugar e Emma seria mais alguém que ele sentiria saudades e para se preocupar.
Além de que não poderia falar muita coisa. É claro que Eva e Chloe, juntas, saberem que ele era o Capitão América, já era um perigo para ele e para elas próprias. Não queria ter que expor Emma a esse perigo também.
Deu de ombros, sem fazer idéia de onde começar a contar e o quê.
-Você quer saber algo específico, Emma?
-Okay, já que você está enrolando para falar… - Emma o encarou, séria. - Por quê veio para Liverpool? Quer dizer, você trabalha em uma obra… Não acredito que você tenha vindo por isso.
Steve pensou antes de responder.
-Talvez, eu tenha vindo pelo mesmo motivo que você. - Deu de ombros. - Fugir do passado, escapar da lembrança de uma tragédia, tentar uma vida nova…
Emma franziu a testa.
-Hm… E você veio sozinho? Não tem família, nem nada? Uma namorada?
Steve negou, brincando com uma bolinha de guardanapo sobre a mesa.
-Minha mãe morreu quando eu tinha 17 anos e eu não tive contato com o meu pai. Eu tenho um amigo de infância que é quase um irmão, mas ele está morando na África e em tratamento… Enfim. - Steve mordeu a boca. - E eu tenho o Sam e mais uma amiga, o dois estão na Escócia.
Emma assentiu e se inclinou para frente.
-Você vai comer?
Steve franziu a testa, confuso, por uns segundos. Então, seguiu o dedo dela e riu, negando e empurrando metade do sanduíche e as batatas intocadas. Emma abriu um sorriso e começou a comer.
Steve achou isso tão adorável que poderia ter tascado um beijo na bochecha dela.
-Você ainda aguenta comer mais?
-Aham. - Emma concordou, mordendo o sanduíche. - Você não?
Steve deu de ombros. Se sentia meio nervoso, então não estava com fome nenhuma.
-Não… Nossa, eu estou impressionado com a sua capacidade estomacal! Quer dizer… Você é tão magrinha!
Emma deu uma risada, bebendo um pouco de refrigerante.
-Eu não era tão magra, Stee…
Steve sorriu igual a um idiota, mas abaixou a cabeça para esconder. Stee… Tinha gostado do som do apelido na boca dela ao ponto de sentir todos os pelos do corpo arrepiarem. Passou as mãos pelos braços e agradeceu de estar com o cardigã.
-Mas, eu acabei emagrecendo quando doze quilos nesses seis meses. - Emma abaixou a cabeça, com um sorriso triste.
-Desculpe, eu não queria…
-Tudo bem! - Emma levantou a cabeça e suspirou, abraçando o próprio corpo. - Eu tenho que aceitar e superar, né? Não dá para evitar falar dos meus pais para o resto da vida e… Bem, pelo visto, você sabe o quanto dói. Sua mãe morreu de quê?
Steve sabia. Sentia falta da mãe até aquele momento. Era uma dor que nunca passava, mas dava para ficar mais suportável com o tempo.
A mão de Emma estava largada em cima da mesa, enquanto a outra continuava a comer batatinhas e Steve que controlar o impulso de segurar e verificar se era tão macia quanto parecia.
-Câncer. - Steve explicou. - Foram uns dois meses só. Era agressivo demais e na época…
Calou a boca. Emma franziu a testa. Então, em um impulso, a garota segurou a mão de Steve.
-Na época…?
Steve sentiu um choque elétrico percorrer sua mão e subir para seu braço, o deixando dormente. Encarou suas mãos. A de Steve por baixo, imóvel. A de Emma por cima, quase sumindo perto do tamanho da mão dele. Steve não sabia o que fazer, se tirava a mão, de deixava dessa forma, se unia elas…
Não queria que Emma pensasse que ele estava flertando com ela porquê, no final, não estava mesmo! Foi Emma quem rodou a mão e conseguiu entrelaçar os dedos dos dois, o encarando, séria.
-Você era muito apegado à sua mãe?
-Bastante, na verdade. - Steve admitiu. - Eu sinto mais falta dela do que gosto de admitir.
Emma era a primeira pessoa, sem ser Bucky, que Steve contava sobre a mãe.
-Eu amava a minha. E amava o meu pai também. - Emma falou tão baixo, que Steve teve que se inclinar para ouvir. - Mas…
Algumas lágrimas caíram dos olhos de Emma e ela correu com os dedos para enxugar. Steve apertou um pouco mais a mão de Emma, esperando.
-Se você não quiser falar disso, Sunshine, não precisa…
Emma sorriu.
-Sabe que eu gosto dele apelido, Steve? Era assim que meu pai me chamava quando eu era criança.
Steve ergueu as sombrancelhas, surpreso, e já ia se desculpar, quando Emma negou.
-Não precisa para de me chamar assim! Sério! Eu… Fica diferente do jeito que meu pai falava e… - Emma abaixou a cabeça. - Eu gosto do jeito que você diz. No seu sotaque fica… Fofo. Eu acho…
Steve sentiu não só o rosto, como o pescoço, as orelhas e todo o corpo esquentarem. Céus, ele só queria saber o que dizer para uma garota, mesmo que ela fosse só uma amiga…
-Enfim, o que eu ia dizer era que… Eu amava eles mas quando eles morreram, eu estava irritada com eles. A gente tinha brigado, sabe? Eu… Eu nunca tive oportunidade de dizer que era mentira, que eu não os odiava…
Steve e Emma se encararam.
-Eu sinto muito. Mas acredito que eles saibam, Emma. Não dá para ficar se culpando por isso. Eles sabiam.
Emma deu um leve sorriso.
-Espero que saibam mesmo. - Ela suspirou, enfim, soltando a mão de Steve e sorrindo. - Você vai fazer algo no próximo fim de semana?
Steve franziu a testa, sem entender o objetivo da pergunta. Emma não esperou.
-A gente podia vir aqui de novo, não é? Quer dizer, você é um ótimo ouvinte e é legal ter alguém para conversar. Além disso… Acho que você é o primeiro cara que conheci aqui, em Liverpool, que ainda não deu em cima de mim, então, isso te faz uma boa companhia! A não ser, que você prefira minha irmã. Aí, tudo bem…
Steve começou a rir e encarou a garota na frente dele, sorrindo de leve.
-Jura que gostou da minha companhia?
-Aham. - Emma deu de ombros, mordendo a boca. - Como eu disse, é legal ter alguém para conversar sem segundas intenções, mesmo que você seja um pouco mais velho.
-Obrigado pela parte que me toca!
Emma começou a rir e Steve a acompanhou. Então, cruzou os braços e suspirou. Não deveria aceitar sair com Emma de novo, mas ela até que tinha razão… Era divertido e Emma era legal.
-Mesmo horário e dia?
-Por mim, tudo bem! - Emma sorriu, apontando para o prato dele. - Da próxima vez, vem com o estômago vazio!
-Se eu vier com o estômago vazio, você não vai poder pegar o meu. - Steve analisou.
Emma fingiu pensar.
-Okay, melhor você jantar antes de vir.
Mais uma risada compartilhada por ambos. E o resto da noite foi mais ou menos assim, já que Emma e Steve começaram a ficar mais confortáveis um com o outro e se soltarem mais.
Não que Steve soubesse conduzir uma conversa decentemente e por algum motivo, ele ainda estava nervoso de estar na companhia dela, mas ao menos, Emma não parecia achar que ele era um grande imbecil. Ou menos, se achava, não demonstrava.
O caminho para retornarem ao edifício de três andares estava sendo quase silencioso. Finalmente, tanto Steve quanto Emma se sentiam cansados e com sono.
Notando que o vento tinha aumentado ao ponto de Emma precisar prender o cabelo para não atrapalhar a visão, e com esse movimento, que Emma tremia, Steve agiu rapidamente, tirando o cardigã estendendo na direção da garota.
Emma ficou com um leve rubor nas bochechas e tentou recusar, mas Steve insistiu.
-Você me devolve quando chegar em casa, Emma. Deixa de ser teimosa! Vai acabar se resfriando à toa…
Emma revirou os olhos, pegando o cardigã.
-Parece minha tia… - Encarou a roupa e Steve. - Isso está limpo, não é?
-Totalmente. - Steve deu um leve sorriso.
-Mas e você?
-Ah, é raro eu ficar resfriado! - Steve deu de ombros, vendo Emma, finalmente, coloca o agasalho. - Viu? Mais quentinha?
Emma concordou, subindo as mangas do agasalho e tentando as prender, mas desistiu. O cardigã era, claramente, muito mais largo que ela, cabendo, talvez, duas Emmas e uma Chloe dentro. E só então, Steve reparou que Emma não era magra: Emma estava quase esquelética.
Mas não disse nada, afinal, achou que seria muita indiscrição, sabendo que a origem da magreza excessiva era tristeza e culpa.
O cardigã batia na altura das coxas, parecendo um vestido e Steve achou uma graça isso.
-Vamos? - Emma questionou, voltando a andar. - Preciso chegar antes das quatro da manhã…
-Precisa? - Steve se surpreendeu, rindo. - Sunshine, você sabe que horas são?
Emma pegou o pulso de Steve e olhou a hora, arregalando os olhos e xingando um palavrão alto. Steve não se incomodou.
-Melhor a gente correr! - Emma começou a andar mais rápido. - Se minha tia acordou, ela vai me matar!
-Ótimo, vou morrer por sua causa?
Emma revirou os olhos e o ignorou, se concentrando, aparentemente, no caminho. Assim que chegaram na esquina da rua, Emma o encarou.
-É melhor você entrar comigo, Steve… - Emma pediu, apontando com a cabeça para o alto do prédio. - Assim, a bronca vai ser só por sair de casa, não por sair de casa desacompanhada.
Steve não precisou erguer a cabeça para saber que Eva estava na janela. Concordou e entrou a seguir no prédio com Emma. Os dois trocaram olhares culpados antes de entrarem no terceiro andar, mesmo que não tivessem culpa alguma.
Ao menos, Steve não achava que tinha. Foi Emma quem pediu para que ele fizesse companhia.
-Bom dia, Steve! - Eva cumprimentou assim que os dois pisaram no terceiro andar.
Ela estava parada na porta, os observando.
-Bom dia, Dona Eva!
-Oi, Tia… - Emma coçou a nuca. - Já acordada?
Eva estreitou os olhos.
-Obviamente. Mas estou surpresa de ter acordado às duas e meia da manhã sem você na cama. Além disso, para que tem celular se não atende?
Emma mordeu a boca e suspirou.
-Eu meio que esqueci o celular…
-Percebi. - Pausa. - Bem, se vocês já terminaram o que foram fazer, melhor ir para a cama Emma, você ainda tem duas horas de sono.
Emma concordou e virou para Steve.
-Obrigada pela companhia, Steve Grant.
Se inclinando na ponta dos pés, Emma puxou Steve pelo braço e o beijou na bochecha. Um beijo rápido e completamente tímido. Saiu correndo e entrou no apartamento.
Steve sentiu o coração acelerar e sabia que estava mais que vermelho. Estava quase roxo de vergonha. Eva o encarou, com um pequeno sorriso.
Steve pôs as mãos na cintura e negou com a cabeça.
-A senhora nem começa!
-Já é a segunda vez que vocês saem juntos, de madrugada…
-Nós só fomos comer, Dona Eva!
Eva franziu os olhos.
-Vocês foram comer ou você foi comer?
Steve deixou o queixo cair e sentiu o calor piorar, enquanto Eva ria, o encarando, com um olhar divertido.
-Querido, eu já disse que sou uma senhora moderna! E vocês dois são adultos e independentes…
-Não, Dona Eva! Pelo amor de Deus! - Steve esfregou o rosto para disfarçar o constrangimento. - Nós… Bem, não somos amigos ainda, mas eu não estou interessado… E ela estava saindo do apartamento quando eu saí também…
-Ah, marcaram hora?
-Não! - Steve suspirou. - Foi por acaso…
-Sei… - Eva deu outro sorriso. - Bom dia, Steve! E obrigada por estar fazendo companhia a ela… A Emma precisava de um amigo.
Steve assentiu, vendo Eva sumir na porta do apartamento. Respirou fundo e se enfiou no próprio, sentando no sofá e voltando a esfregar o rosto para disfarçar o constrangimento.
Gostava de Eva, mas ás vezes, ela era a mistura perfeita entre Tony Stark e Sam Wilson. E agora, imaginou o pesadelo que seria se Eva conhecesse Natasha e as duas resolvessem que precisavam arranjar namoradas para ele.
Deus o livrasse se ainda se juntassem à Bucky…
Steve dormiu aquela noite com um sorriso idiota no rosto, sem nem mesmo ter percebido.
Antes de sair para trabalhar naquela manhã, Steve resolveu assistir televisão somente para conferir se as coisas continuavam em ordem.
Mas acabou se surpreendendo quando, quase no final do jornal da manhã, uma chamada foi anunciada com uma nova notícia envolvendo o Capitão América.
Largou o pote com leite e cereal em cima da bancada da cozinha e aumentou a televisão depois que correu para a sala, sentando no sofá.
A caçada aos Vingadores "Perdidos" (como o resto da equipe ficou conhecida) continuava, em especial, ao próprio Steve, que era considerado um traídor da pátria.
Pensando nisso, o Secretário de Segurança, Ross, junto ao Governo Federal, decidiram que a América precisava de um novo símbolo, um novo herói patriota e que seguisse os novos padrões tradicionais americanos. E com isso, anunciaram, juntamente à Equipe de Segurança da Shield, o Agente Americano.
Eles fariam uma apresentação formal do novo herói em alguns dias.
Decepcionado e com raiva, Steve deu um chute na mesinha de centro, fazendo com que ela saísse voando pela sala e batesse na porta, com um estrondo.
Já estava à ponto de desligar a televisão quando viu um rosto conhecido por ele. Tony Stark tinha sido chamado para se pronunciar. Pensou em não ouvir, mas…
Respirou fundo e sentou de volta no sofá. Ouviu alguma pergunta entrecortada de uma jornalista para Tony. Então, Tony começou a falar, encarando a câmera.
-Não tenho que opinar em absolutamente nada que o Governo decidir, afinal, eu não recebo por eles na minha folha de pagamentos…
Embora Steve soubesse que Tony não estava tentando fazer graça, todos que estavam ao redor começaram a rir, o que fez o Homem de Ferro erguer as sombrancelhas e revirar os olhos, esperando a próxima pergunta.
Batendo o pé no chão, com ritmo, Steve ouviu uma jornalista perguntar se Tony mantinha algum contato com algum dos heróis e se queria deixar recado para o caso de ter algum deles o vendo.
Steve e os jornalistas esperaram quando Tony abriu a boca, mas não saiu nada. Steve franziu a testa, estranhando o comportamento do homem.
Depois, de suspirar e olhar rapidamente para os lados (talvez, se certificando de que o pessoal do Governo estava olhando), Tony encarou a câmera, sério.
Steve mal respirava no sofá, quando Tony, enfim, falou, lentamente.
-Vou reforçar o que o Governo vem falando esses dias: Se entreguem. - Pausa. - Se não quiserem se entregar diretamente ao Governo, venham até mim e vamos tentar um acordo, uma conversa. Uma conversa que…
Silêncio.
-Uma conversa que deveria ter acontecido há muito tempo, talvez… E que poderia ter evitado muita coisa. - Mais uma pausa. - Sinto muito por termos chegado até aqui! Bem… É isso, qualquer outra pergunta, minha noiva e Secretária, Pepper Pots poderá responder.
Mais uma olhada séria para a câmera, e Tony saiu rapidamente da sala, ignorando todos os homens do Governo que foram atrás dele.
Passando rapidamente a mão pelo rosto, Steve xingou meia dúzia de palavrões rapidamente e deu um longo suspiro.
Agora, era oficialmente, um vilão. E não existia mais Capitão América…
Em parte, era um alívio. Em parte, um pesadelo.
E ainda tinha essa mensagem no final para Steve decifrar. Sabia que Tony não tinha dito aquilo à toa. Ele não ia se expor dessa forma, mandando uma mensagem tão direta a Steve, se não houvesse um objetivo por trás disso.
Mas qual? Seria uma armadilha para que Steve procurasse Tony e o Governo o pegasse, finalmente? Ou, enfim, Tony tinha admitido o erro e estava disposto a ajudar? Não, ele não se arriscaria por tão pouco e nem deixaria nenhum deles se arriscarem também.
Puxou a identidade falsa do bolso. Agora, ele era Stephen Porter, um cidadão de Los Angeles que tinha ido tentar a vida na cidade de sua avó.
Mesmo assim, deu uma última olhada para a televisão. Não procuraria Tony, mas passaria a ficar de olho em cada notícia sobre ele. Steve saberia dizer se era uma armadilha ou não.
Ooie, pessoal! 🍒💖
Voltei com mais um Capítulo para vocês e eu amo demais esse! 🥺🥰 O Steve e a Emma são tão fofos que me dá vontade de bater nos dois e depois, dar beijinho! Nossa! ❤😂
E, como sempre, a Dona Eva sendo perfeitamente perfeita! 🤭❤
Também tivemos o motivo daquela gif lá de cima... O que vocês acham? É uma armadilha ou o Tony quer falara mesmo com o Steve, hm? 👀
Espero que tenham gostado! Eu amei muito escrever esse capítulo e devo dizer que vamos ter muitas saídas noturnas do nosso casal! 🤭🥺💖👉👈
Ah, e lembrando... Se vocês quiserem ficar por dentro das novidades da fanfic e ver alguns spoilers de vez em quando, é só entrarem no nosso grupo:
https://chat.whatsapp.com/KQJIShaI81Y0XDohbXPQzk
Até o próximo!
Bjs, xuxus! 💖💖💖
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