-Okay, voltando a lembrar: Eu vou pegar leve com você, tá, Sunshine? - Steve falou, encarando Emma, há alguns metros de distância dele. - Seu ombro acabou de cicatrizar e eu não quero abrir ele de novo, então, nada de atacar com o braço esquerdo! Não precisa ter medo de cair no chão, porque eu vou te jogar no feno e… 

-Você vai calar a boca e me atacar ou vai esperar um convite formal, Grant?! 

Emma suspirou, irritada, ajeitando o rabo de cavalo castanho no alto da cabeça. Ela cruzou os braços na frente do moletom emprestado com o símbolo do Capitão América e torceu a boca. Steve assentiu. 

-Eu aposto cinquenta dólares que a Emma derruba o Steve! - Samuel gritou, sentado do lado oposto do celeiro, onde o casal se encontrava. 

-Eu aposto cinquentinha que ela vai enfiar um soco na fuça dele de novo! - Samanta apontou para a amiga e piscou. - Vai, amiga! Mete o socão nele! 

Emma riu, negando com a cabeça, enquanto Natasha erguia uma sombrancelha. 

-Ninguém vai apostar no Steve? 

-Ninguém é maluco, Nat. - Bucky explicou, fazendo Steve o fuzilar com os olhos. 

-Bem, eu também não ia apostar. - Natasha deu de ombros. - Eu só queria saber se tinha algum doido por aqui! 

-Cala a boca, Romannoff! - Steve revirou o olhos e ajeitou o pequeno coque que Emma tinha feito no cabelo dele. - Vamos, Emma! 

-Tudo bem, Capitão! 

Erguendo a guarda, Emma esperou que Steve investisse em um soco e desviou para o lado, rodando o corpo e chutando as costas de Steve. O homem caiu no feno, de frente, completamente surpreso. Se virou no chão e encarou Emma. 

-Eu não usei o braço! - Emma se defendeu, erguendo as duas mãos no ar. 

Steve cuspiou o feno que tinha entrado em sua boca e ignorou as risadas dos amigos. Sam, Sam, Bucky, Natasha e Wanda tinham se reunido no canto do celeiro para verem Steve ensinar Emma a lutar. O evento envolveu até pipoca e refrigerante e a situação só não estava mais humilhante porque Eva preferiu ajudar Laura com o almoço e Chloe ir brincar com Lila e Cooper no lago congelado atrás da casa. 

-Vamos tentar de novo, okay? 

-Okay, Capitão. 

Steve se preparou e tentou dar um chute na lateral do corpo de Emma, mas ela abaixou, dando uma rasteira nele e fugindo do pé de Steve. O corpo do homem caiu no chão com um estrondo. Emma suspirou. 

-Ainda vai tentar pegar leve comigo?! 

-Palhaça! 

Steve embolou as pernas nas pernas de Emma, a derrubando no chão de uma forma que não demorou nada a encaixar o corpo atrás dela e dar um mata leão na menina. Mas Emma enfiou uma cabeçada na testa de Steve, o que o deixou tonto. 

Emma se soltou e se virou para ele, pulando por cima do corpo de Steve, puxando o braço do homem para trás. 

Sentando sobre o quadril dele, Emma observou Steve desistir e bater três vezes no feno. 

-Patético, Rogers! Eu esperava mais de voc… Ah! 

Steve levantou de uma vez, Pegando a garota no colo e a erguendo do chão, apenas para a jogar contra o feno e sentar sobre ela, fingindo a enforcar. 

-O que você faz quando isso acontece, Emma? - Steve questionou, a encarando. 

Ela não respondeu. Apenas deu com a mão, com força, na parte interna do cotovelo do homem, fazendo o braço dele falhar. Então, Emma enfiou as mãos por dentro das mãos de Steve e, rodando elas, conseguiu segurar as duas, tomando impulso com os pés para sair daquela posição. 

-Uau! - Steve riu. - Você luta bem no chão… 

-A defesa pessoal tinha que servir de algo, né? 

Steve concordou e limpou o suor que começava a brotar em sua testa. Então, ele teve uma idéia e chamou Sam com o dedo, ao mesmo tempo que encarava Emma. 

-Cada um de nós tem um estilo pessoal de luta. Então, pensei em avaliar quais de nós você consegue derrubar e quais te derrubam. 

-Certo. 

Steve observou Emma encarar Sam, atentamente. O homem se aproximou da garota e deu de ombros, sorrindo. 

-Diferente do seu namoradinho, eu não vou pegar leve com você, okay? 

-É claro! 

Steve contou até três. Sam investiu com um ou dois socos que Emma bloqueou com facilidade. Então, ele tentou a derrubar no chão e até conseguiu, fazendo ela cair em cima de um joelho. Isso deu um ângulo bom à ela e Emma socou o estômago de Sam, que arqueou, recuando e fugindo de um soco dela. 

Steve estreitou os olhos, trocando um olhar profundo com Natasha. Ela não sabia apenas se defender. Ela era treinada. 

Já faziam alguns dias que Steve, Samanta, Natasha e Fury sabiam que Emma e Chloe  eram filhas de dois Agentes da Shield Britânica. E agora, analisando Emma lutando contra Sam, Steve se perguntou se ela nunca achou estranho saber lutar tão bem. Segundo o que havia conversado com ela, Emma tinha recebido treinamento desde pequena pelos riscos que corria por ser de família rica. Realmente, os pais dela eram donos da Mayer'S. Mas nas horas vagas, trabalhavam para a Shield. 

Sam, enfim, errou um passo e Emma se aproveitou dessa distração para pegar o braço do homem e o fazer voar por cima dela, caindo estatelado no chão. 

-Ai! - Sam exclamou, assim que Emma o largou. - Essa doeu, menina! 

-Desculpa, Sam… 

-Desculpa nada! - Bucky exclamou. - Pode bater mais! Vai! Foi pouco! 

-Hahaha! - Sam revirou os olhos e o encarou, sentando no chão. - Eu vou te meter a mão na fuça e quero ver você dizer para bater mais! 

-Nós dois sabemos que se tentarmos um mano a mano, você sai de cadeira de rodas! 

Samanta começou a rir ao mesmo tempo que Emma, enquanto Sam batia na própria testa, ignorando o duplo sentido da frase. 

-Vamos de novo? - Steve questionou, dessa vez, pegando o escudo. - Me ataca! 

Emma concordou e tentou dar três socos seguidos em Steve, ao mesmo tempo que Sam tentava atacar ela por trás. Emma não conseguiu tocar em Steve, mas Sam não levou nem cinco segundos para ser derrubado no chão. Então, Steve atacou Emma, com um chute, que fez ela cair, rolando para o lado. Ela estava em pé segundos depois. 

Sam franziu a testa, observando Emma e Steve lutando, dessa vez com um pouco mais de agressividade. Steve parecia querer achar o limite da garota, que até aquele momento, estava impressionando não só o homem sentado no feno, como todo o resto dos presentes. 

Ela era rápida, precisa e tinha ótimos reflexos, embora não tivesse muito equilíbrio ou força assim. Quando a luta foi para o chão novamente, Steve pôde observar o ponto forte dela: Era quase impossível sair do mata leão ou da chave de coxa, e ele tentou muito. 

-Já desistiu? - Emma perguntou, irritada, quando ele se afastou, tossindo. 

-Eu só estou dando um tempo… 

-Quer parar com isso? - Emma perguntou, jogando um pouco de feno nele para fazer Steve a encarar. 

-Isso o que? 

-Fingir que eu estou te cansando ou dando trabalho! Aliás… - Ela se voltou para Sam Wilson, com uma careta tão irritada, que ele chegou a recuar dois passos para manter uma distância segura. - Vocês dois podiam parar, né? 

-Mas ninguém está tentando aliviar, Emma! - Sam se defendeu. 

-Tá, vocês vão querer que eu acredite que dois marmanjos desse tamanho que já lutaram contra os maiores vilões existentes, estão mesmo perdendo para uma jovem de 24 anos, inesperiente?! 

-Sim! - Os dois amigos responderam juntos. 

-Era por isso que eu não queria treinar com você! - Emma passou por Steve, em direção à saída do celeiro. 

Trocando um rápido olhar com Samanta e Natasha, Steve respirou fundo e correu atrás dela. 

-Emma! Espera! 

Emma não esperou. Bateu a porta com força, o que fez a testa de Steve se chocar contra a madeira da porta. Ele respirou fundo de novo, segurando o ponto de encontro entre a pele e a madeira e abriu a porta, correndo para fora do Celeiro. Emma já havia percorrido uns bons vinte metros. 

Antes que ela pudesse chegar a casa de Clint, Steve a contornou e a segurou pelos ombros. Emma respirou fundo, claramente irritada. 

-O que é, Rogers? 

-Onde você aprendeu a lutar, Sunshine? 

Emma bateu o pé contra a neve do chão e cruzou os braços, dando de ombros. 

-Com uma professora particular. Sei lá. Por quê? 

-Lembra o nome? 

Emma o analisou, franzindo o nariz. Talvez, estivesse tentando entender o porquê da pergunta, mas no fim, apenas deu de ombros. 

-May, eu acho… - Emma deu de ombros. - Melinda May. Acho que ela estudava com a minha mãe. Enfim, eles me fizeram ter aula de defesa pessoal e depois, quando viram que eu tinha jeito para a coisa, me botaram no boxe. Quer o endereço e nome da acadêmia também? 

-Você pode parar de ser cabeça dura e me ouvir? 

Emma rolou os olhos e assentiu, contornando Steve. Andou até os degraus da varanda e limpou a neve antes de sentar e abraçar os joelhos. Steve continuou parado, na frente dela, em pé. 

-Sou toda ouvidos, Capitão. 

-A Agente Melinda May é uma agente de Campo da Shield e que trabalhava direto com o diretor Phil Coulson. 

Emma franziu a testa. Ela "desabraçou" os joelhos e encarou Steve. 

-Que?! 

-Pois é… 

-Não existem duas Melindas May's? 

Steve negou, dando de ombros. 

-Se era uma mulher alta, com feições asiáticas na casa dos… Hmm… trinta anos, mais ou menos, então… Não. 

O queixo de Emma caiu e ela arregalou os olhos. 

-Puta que pariu! Eu fui treinada por uma Agente da Shield?! 

Steve mordeu a boca, olhando ao redor, enquanto absorvia ar gelado nos pulmões. Natasha, Samanta e o Fury chegaram, juntos, à conclusão de que quem deveria dar a notícia de que os pais de Emma eram Agentes da Shield disfarçados, era Steve Rogers.

-É, pois é… 

Silêncio. Emma o analisou. Ele estava tenso e com cara de quem fez algum tipo de merda. Suspirando, ela esticou as pernas e apoiou os braços no degrau de cima. 

-O que foi, Grant? 

-Ham? 

-Você está com a mesma expressão de quando me contou que meus pais foram assassinados. O que foi? 

Steve encarou Emma, seriamente, de novo. 

-Existem outros tipos de Agentes dentro da Shield, não só os de campo: Tem os da estática, os da balística, engenharia, química, contabilidade… 

Emma continuou com a testa franzida quando Steve se jogou entre as pernas dela, no degrau debaixo, os cotovelos apoiados nos joelhos dela e a cabeça repousando em seu colo. Ela não demorou nada a abraçar ele e apoiar o queixo no meio dos cabelos loiros. Ao longe, via todos que estavam no celeiro os espiando. 

-Jacob e Charlotte Mayers eram Agentes Secretos de Química. 

Steve sentiu o momento em que Emma arquejou e levantou de uma vez, fazendo com que ele caísse para trás. 

Ele levantou da escada e encarou o rosto surpreso de Emma. 

-O que?! Como assim…? Do que você está falando, Steve? 

-Seus pais não eram só donos da maior empresa de farmácia do Reino Unido. Eles eram Agentes da Shield. 

Emma negou, mexendo as mãos e começando a andar de um lado ao outro. 

-Não, eles não eram… 

-Emma… 

-Eu saberia se eles fossem! 

-Me escuta… 

-Além disso, não faz sentido! Ou você é dono de empresa, ou Agente secreto! 

-Sunshine… 

-E para isso, eles teriam que ser americanos, certo?! Eles não eram! Eram britânicos! Assim como eu! E… Ai, meu Deus! A Chloe! Passamos uns quatro anos nos Estados Unidos… 

-É, Emma, agora me escuta… 

-Eu não acredito nisso! - Emma o encarou, finalmente. - Eles mentiram para mim?! 

Steve, calmamente, negou, tentando chegar perto de Emma. 

-Não, amor. Ele só não conseguiram contar a você! 

-Eles mentiram! - Emma berrou, pondo o cabelo para trás, querendo chorar. - Eu perguntei se estava tudo bem, Steve! Eu percebi que tinha algo errado! E eles disseram que estava tudo bem! Eles sabiam da Hydra! Eles podiam ter me contado que tinha o risco deles morrerem! 

-Emma, meu amor… 

-Você sabe disso há quanto tempo, Steve?! 

Emma ficou muito séria, de repente. Mas Steve conseguiu não hesitar quando respondeu: 

-Tem três dias. Eu estava tentando arranjar a melhor forma de contar para você. Aliás, foram a Nat e a Sam que descobriram e pediram minha ajuda para te contar. 

Emma assentiu, desviando o olhar. Por um segundo, Steve chegou a achar que Emma ia cair no choro, mas ela só chutou uma neca de neve, com força, e grunhiu. Steve entendeu na hora o motivo da raiva dela. 

-Foi por isso que vocês brigaram? 

Emma parou, atordoada, e confirmou. 

-Foi. Eles estavam agindo estranho. Me mandaram voltar para a faculdade antes e mandaram a Chloe para um colégio interno na Escócia. Eu não fui correndo. Eu percebi que tinha algo estranho e confrontei eles e eles não admitiram. Achei que iam se separar, mas quando morreram, eu entendi e por isso comecei a investigar, mas… Agentes da Shield?! 

Steve chegou a andar um passo para frente, mas Emma apenas recuou dois e negou, passando a mão pelos cabelos. 

-Steve, por favor… Eu te amo! E você sabe que é o meu porto seguro, mas… Por favor, eu quero ficar sozinha. Eu preciso ficar sozinha. 

Steve assentiu e apenas quebrou a distância entre eles para dar um beijo na testa dela. 

-Por favor, não faz nenhuma besteira, tá? 

-Eu só vou pensar. - Emma assentiu. - Eu volto logo! 

Steve assentiu, assistindo Emma ir caminhando a passos largos na direção da Floresta. Então, o pessoal que estava no celeiro caminhou até ele. 

-Onde ela foi? - Samanta perguntou, preocupada. 

-Caminhar e pensar. - Steve suspirou. - Preciso falar com uma pessoa agora. Eu já volto. 

Dando meia volta, Steve entrou na casa indo direto até a cozinha, onde Laura preparava o jantar junto com Clint e Eva. A senhora estava sentada à mesa, descascando o que pareciam três quilos de batata. Só com o jeito que parou, Clint percebeu que havia algo errado, mas Steve garantiu que estava tudo bem. 

-Tem certeza? - Laura questionou. 

-Tenho, sim. Eu só preciso conversar com a Eva. 

A mulher parou de descascar as batatas e o encarou, confusa. 

-Comigo? 

-Sim. - Steve suspirou, passando a mão pela barba. - Por quê não me contou, Eva? 

Percebendo que ia ser uma conversa delicada, Laura murmurou algo sobre achar melhor chamar Wanda para ajudar e tanto ela, quanto Clint, saíram da cozinha. 

Eva o encarou, séria, quando Steve sentou à sua frente, na mesa, pegando uma batata e ajudando a mulher a descascar.

-Você pode ser mais específico, Steve? 

-Os pais da Emma. 

Eva ergueu o rosto para ele e murmurou um "Ah…". Steve assentiu. 

-Você sempre soube? 

-A mãe da Emma era minha sobrinha neta. - Eva começou a falar baixo. - O avô dela era meu Irmão favorito e a pequena Charlotte, ela era… Ela era tão lindinha e educada! Ela me tratava como se eu fosse avó dela! Mas sempre foi fascinada pela história da Guerra que meu irmão  contava, pela que meu marido número… - Ela fez uma rápida conta nos dedos. - O Número sete que serviu no exército, falava… 

-Não eram seis? 

-Os oficiais, meu querido. 

Steve soltou uma risada mesmo sem querer e incentivou ela a falar com a cabeça. 

-Charlotte foi fazer faculdade nos Estados Unidos e conheceu o Jacob. Ela o trouxe para casa logo nas primeiras férias e estava apaixonada. Os pais dele eram donos da Mayers… 

Steve franziu a testa de novo. 

-Achei que Você se chamava Mayer! 

-E eu me chamo. - Eva sorriu. - Foi uma coincidência! Charlotte tinha como primeiro nome o Mayers, e o último, era Radcliff. O rapaz, tinha o último. Foi assim que eles acabaram amigos: Por causa do nome na chamada da faculdade. Enfim… 

Steve observou Eva suspirar e puxar mais uma batata do saco. 

-Quando eles casaram, os pais dele acabaram falecendo de pneumonia. Os dois, em uma diferença de tempo pequena, de forma que Jacob se juntou mais para a nossa família. Entre o nascimento da Emma e da Chloe, meus irmãos morreram e os pais da Charlotte foram viajar de barco e nunca voltaram. Lembra que eu disse a história da minha família era uma tragédia, né? 

-Lembro. 

-Pois é. Então a Charlotte conseguiu entrar com o Jacob para a Shield e… Bem, o resto você deve saber. Caso não tenha feito as contas, Steve, os pais dela saíram dos Estados Unidos quando você derrubou a Hydra. 

Steve deixou o queixo cair. Franzindo a testa, encarou ela com uma pergunta na boca, mas Eva apenas deu de ombros. 

-A gente se conhecer foi apenas uma coincidência incrível! Afinal, eu não pensei vou me jogar na frente dos carros para ver se o Capitão América aparece! 

Os dois riram e Steve esticou a mão, pegando a da senhora entre a sua, encarando os olhos dela. 

-Por quê não me contou que achava que eles tinham sido assassinados, Evvy? 

- Steve, eu sei que você não vai entender. Mas eu não podia chegar para você falando "Oi, meus sobrinhos netos eram da Shield e eu acho que eles foram assassinados! Você pode investigar para mim?". Não era um segredo meu! Era deles… E além disso, na atual situação que você estava, eu não podia fazer nada. 

Steve assentiu. Entendia o ponto de vista dela. Mesmo assim, insistiu: 

-Podia, ao menos, ter me falado quando eu te contei da Hydra! 

-Para quê? Eu tinha certeza que se eles tivessem sido assassinados por eles, você ia acabar esbarrando nessa história uma hora ou outra. - Ela deu de ombros. - E eu estava certa, para variar. 

Pausa. 

-A Emma sabe? 

-Sabe. - Steve admitiu. - E está achando que os pais mentiram para ela. 

-Ela vai levar um tempo para digerir isso… 

-Pois é… 

E era quanto tempo, exatamente, que deixava Steve preocupado. 

Tentou se distrair enquanto ajudava Clint e Laura com o almoço, depois, quando ajudou Wanda a limpar a bagunça que estava o banheiro. Mas assim que percebeu que já faziam duas horas que Emma havia entrado na Floresta, Steve saiu de dentro da casa e encontrou Bucky falando com alguém pelo telefone, sentado nos degraus da varanda. 

-Hey, viu a Emma? - Ele questionou. - Já vamos servir o almoço… 

-Entrou na floresta e ainda não saiu. - Bucky informou, guardando o celular, depois que Steve visualizou uma foto de Shuri  - Quer ir lá buscar ela? 

Steve até pensou em não ir. Mas estava preocupado. Então, confirmou e os dois começaram a caminhar para as árvores, enquanto Steve contava ao amigo tudo que sabia sobre os pais de Emma. O queixo de Bucky caiu, impressionado. 

Mas não tiveram muito tempo de conversa, já que acharam Emma dormindo no chão, no meio da neve. Com o casaco embaixo da cabeça. 

Foi Bucky quem impediu Steve de andar e franziu a testa, olhando ao redor. 

-Que foi? 

-Aquilo alí… É um corpo? 

Steve tirou os olhos de Emma e encarou um ponto mais ao longe. Havia uma pessoa caída no chão, o que parecia uma lança enterrada no peito, enquanto o gelo em volta do homem se encontrava vermelho sangue. Seguindo as pegadas que saíam de perto do corpo, Emma devia ter andando, de costas, até cair no chão. E só então, Steve percebeu que aquilo não era o capuz do casaco, mas sangue. 

Com o coração acelerado e a boca seca, Steve saiu correndo para perto dela e tirando o próprio casaco, jogou sobre o corpo gelado da menina, tirando os cabelos dela da frente do rosto e percebendo que o sangue veio de uma ferida na testa dela, que já havia coagulado. Emma só parecia ter desmaiado e o sangue estava fresco, ainda. Não tinha mais sinal de nenhum ferimento, mas a neve ao redor dela estava completamente revirada. 

Steve a ergueu do chão, ouvindo, para seu alívio, a garota gemer, enquanto olhava para Bucky, que saia de dentro das árvores com uma chave na mão. 

-Era um só. - Informou. - Achei a moto dele e o acampamento. Ele tinha umas sacolas do mesmo mercado que o Scott e o Bruce foram hoje cedo e pela hora na notinha, ele fez as compras junto com os dois. 

-Ele é da Hydra? - Steve questionou, encarando o amigo. 

-Acho que não. - Bucky encarou a garota no colo de Steve. - Ela vai ficar bem? 

-Acho que sim. - Steve suspirou e encarou o amigo. - Será que temos que sair daqui? 

-Não, ele não estava atrás da Emma, Steve. - Bucky informou, puxando algo do bolso. - Ele estava atrás do Clint. Olha… 

Steve encarou uma foto de Clint com os três filhos e a esposa na frente da casa. Steve suspirou e assentiu. 

-Temos que resolver isso. 

-É, mas acho que antes, a Emma precisa de pontos. 

Ooie, Gente! 💖

Cheguei com um capítulo muito, muito polêmico para vocês por motivos de: Sim, foi a Emma quem matou o cara.
Sim, os pais da Emma mentiram para ela (mas vamos combinar que foi para tentar proteger as filhas, né, gente?).
E sim, o cara estava atrás do Clint, não deles.

Por isso eu disse que ia ser um capítulo pesadão, por causa da morte e da revelação dos pais da Emma...

Porém, vamos ver, a partir disso, um amadurecimento da personagem e eu tô animada para isso!

Espero que tenham gostado!

E que tenham uma ótima Véspera de Natal, viu? 🤭❤

Até sexta!

Beijos! 💋💋