Sem pensar, Steve apenas entregou Chloe no colo de Sam, que em seguida, botou ela no colo de Bucky alegando que ele estava sentado, sem fazer nada". Tendo consciência que todos os olhares estavam em cima dele, Steve releu o e-mail, que se tratava de um fragmento de  conversa onde Sam falava sobre um plano para "Conter aqueles imbecis e retornar com tudo para o poder". E ainda completava com "Quer apostar quanto que ele não vai assinar isso? E aí, vocês poderiam colocar o adendo de que quem não obedecer, vai preso. Eu tenho certeza que ele não vai obedecer". 

Erguendo os olhos para Sam, ela assentiu, com as sombrancelhas Unidas. 

-Sam Porter é da Hydra. 

-Achei que era da PAIS. - Natasha questionou, parecendo verdadeiramente confusa. - Tem certeza que isso está certo? 

-Absoluta, Natasha. É Natasha, né? - Vendo a loira assentir, Sam continuou. - Eu tô começando a achar que a PAIS é uma Organização Fantasma para encobrir os rastros da Hydra. 

-O que faz sentido do porquê nunca conseguimos sair de um ponto e começamos a andar em círculos em algum momento das investigações. - Samuel concordou, apontando um dedo para Samanta, que assentiu. - Menina, você é inteligente! 

-É, eu sei. - Samanta deu de ombros, jogando o cabelo cacheado para trás da orelha e sorrindo, levemente corada. Ela mexeu na mochila enorme que trazia nas costas. - Escuta, Capitão… Eu trouxe o resto dos documentos que deixei no apartamento. Se vocês quiserem análisar, está aqui. 

Steve assentiu, pegando a pasta rosa berrante e sustentando o olhar de Sam. 

-Obrigado pela ajuda, Sam. Isso é… Extremamente importante! 

-De nada. - Ela sorriu, fechando a mochila e olhando para Bucky. - Hey, aproveita que você não está fazendo nada e segura para mim?! Obrigada! 

-Ai! - Bucky reclamou quando a mochila bateu na perna dele. - Como eu não estou fazendo nada?! Eu tô segurando a criança! 

-É, mas está sentado! - Samuel concordou. 

-Eu tomei um tiro! 

-Sinto muito! - Samanta fez beicinho. - Mas olha o seu tamanho, homem! Você aguenta um tirinho… 

-Um tirinho?! 

-Nem parece que era o Soldado Invernal choramingando assim! - Samanta ergueu as duas sombrancelhas. 

-Tenho dito isso! - Samuel concordou com a menina. 

Os dois se encararam por alguns segundos e Samanta foi a primeira a desistir, ficando, de novo, levemente tímida e avermelhada. Então, ela pediu para ver Emma e Bruce e a guiou até a maca da garota. 

Steve trocou um olhar com Eva, que sorriu de lado para ele e ergueu as sombrancelhas. Passou tanto tempo conversando com a mulher, que já até sabia o que aquela olhada significava: Era a mesma de quando ela cismou que Steve e Emma tinham que se conhecer. 

-Steve? - Wanda o chamou. - Quer conversar? 

Ele assentiu e seguiu a feiticeira até próximo a uma janela coberta com uma persiana, mais afastado do grupo. Ele voltou o olhar para todas as pastas em sua mão. Sabia o que aquilo significava e o que poderia acarretar, mas não queria. 

Estava travando uma luta interna consigo mesmo: Investigar aquilo à fundo para descobrir mais e, consequentemente, libertar seus amigos de viver uma vida normal e ele mesmo, viver uma vida normal? Ou ignorar r deixar o pessoal se virar porquê aquilo não era mais um problema dele e Steve estava relativamente bem. 

Olhou para Emma, deitada na cama. Aquela podia ser a chance de viver uma vida normal ao lado dela. Poder sair de dia, ir a qualquer lugar sem medo de ser pego ou de a pegarem… 

Mas também significava que ele podia voltar a ser o Capitão América. Era isso que ele queria?! E sendo o Capitão, Steve Rogers precisaria voltar para a América, assumir novas responsabilidades e lidar com velhos e novos inimigos. 

E isso significava o fim do namoro. Quer dizer, sabia que tinha um tempo limitado com Emma por causa da perseguição do Governo. Mas vencer o Governo e dar a volta por cima, significava que o namoro ia acabar por causa do Capitão América. A não ser, que não voltasse a ser o Capitão América. 

Mas teria coragem de deixar os amigos voltarem a serem heróis e não ir junto?! 

Encarou Clint, que tinha três filhos e uma esposa. Os quatro viviam uma vida quase normal, mas viam o pai pouquíssimas vezes no ano. 

Se sentiu frustrado. Afinal, sabia que aconteceria, era só questão de tempo. Mas não queria aceitar que levou tão pouquíssimo tempo para acontecer. Não havia nem mesmo um mês que estavam juntos. Mal haviam duas semanas… Não era justo. 

Em um desabafo, expôs isso para Wanda. A verdade, é que Natasha era sua melhor amiga, óbvio. Mas Wanda era uma grande amiga também e desde que havia entrado para a equipe, Steve ficava abismado como ela podia estar sempre disponível para uma conversa e ainda, vir com bons conselhos, mas na hora de aplicá-los em sua própria vida, não conseguir. 

A Feiticeira ouviu tudo calada, só se manifestando no fim, quando percebeu que Steve estava quase entrando em uma crise de pânico. Então, o segurou pelos pulsos e o sacudiu, de leve, para fazer ele prestar atenção nela. 

-Hey, para, Steve! Você vai desmaiar assim! 

-Mas eu… 

-Sem mais, homem! - Wanda sorriu, amigavelmente. - Me escuta: Você acabou de receber um monte de informação junta: O Ataque, o tiro da sua namorada, do seu amigo, rever a gente, as notícias que a Sam trouxe… Olha para mim, caramba! 

Steve obedeceu, tentando regular a respiração. Wanda voltou a sorrir, apertando os dedos finos em volta dos pulsos do homem, o sacudindo de leve. 

-É muita informação de uma vez e seu cérebro precisa processar tudo, está bem? Descansa hoje, Steve. Vai dormir. Eu sei que é difícil, mas tenta não pensar sobre isso! Amanhã, você vai ter um olhar diferente, entende? 

Steve assentiu, sabendo que ela tinha razão. Mas como ele tinha acabado de beirar uma crise de pânico, ainda tremia e não conseguia falar. Wanda apenas o abraçou, devagar. Steve a abraçou de volta, tentando manter a calma.  

-Obrigado! 

-Disponha. - Wanda o soltou e sorriu, apoiando na parede ao seu lado. 

Os braços estavam cruzados na frente do corpo e ela fez um sinal para ele a seguir, após avisar que ia levar Steve para tomar um ar. Todos concordaram. Ele a seguiu pelo corredor, enquanto ela abri um apartamento há alguns metros de distância. 

-Esse é o meu e o do Clint. Alí na frente, fica a da Natasha e do Bruce. O Scott fica mais para o lado. 

-Cada um tem um apartamento? - Steve perguntou, olhando a decoração do local que estava caindo aos pedaços. 

Não parecia ter sido decorado por Clint e nem pela Wanda. Ela deu de ombros. 

-Mais ou menos isso. Essa é a vantagem de "invadir um prédio" que Tony Stark comprou para "Futuramente, investir em uma sede da Stark's Enternemeint". 

Steve se sentou em um sofá que fez um sonoro "Fuooooooooin" quando ele sentou. 

-Então, o prédio é do Tony. 

-Exatamente. Na verdade, o prédio estava abandonado há alguns anos e o Bruce o achou quando voltou. - Wanda sentou em uma poltrona na frente dele. - Mas quando o Stark apareceu, bem… Você sabe, tentando se redimir… Ele comprou o prédio. Eu e Clint estávamos escondidos na Escócia. 

-Cadê o Visão? 

-No trabalho. - Wanda apontou para uma foto em cima de uma cômoda. - Ele está diferente. 

Wanda tinha razão. Ele ostentava, na foto tirada na frente da Torre Eiffel, uma aparência quase normal, com exceção da gema no meio da testa. 

Uma chaleira apitou em algum lugar pelo apartamento e Steve se surpreendeu quando Wanda balançou as mãos e alguns talheres e louças vieram voando e pousaram com maestria em cima da mesinha de centro. Alguns biscoitos e torrões de açúcar também, além da própria chaleira fumengante e de uma leiteira com café. 

O queixo do loiro caiu e Wanda apenas explicou que não tinha precisado ir na cozinha, já que agira conseguia controlar coisas à distância, contanto que soubesse onde tudo estava e conseguisse visualizar em sua mente. 

-Nossa, isso é foda! 

Wanda, que tinha acabado de servir chá para ela, engasgou com a bebida, encarando Steve com os olhos levemente arregalados, o que fez o homem esconder o rosto atrás da xícara. 

-Nossa… Você falando palavrão é algo que eu não vou conseguir acostumar. 

-Me desculpe… 

-Tudo bem. - Wanda sorriu e se inclinou para trás, na poltrona. - Aliás… Sua namorada é muito bonita! Como se conheceram? 

Steve sorriu, bebendo um longo gole de café e sentindo a bebida o esquentar por dentro. Londres estava com o clima mais úmido do que Liverpool e, por consequência, estava sentindo mais frio do que quando pegou o trem. 

-Ela é minha vizinha. - Explicou. - Quer dizer, ela não era até um tempo atrás e a gente não se deu tão bem assim no início, mas depois… A Gente meio que não se desgrudou, sabe? E… Sei lá como isso foi acontecer, mas… Acabamos nos apaixonando. 

-Estão juntos há muito tempo? - Wanda inclinou o corpo para frente, curiosa. 

-Não tem um mês que nos beijamos pela primeira vez, ainda. - Steve suspirou. - Mas eu amo essa garota, Wanda. De verdade. E… 

Wanda sorriu, mas mordeu o lábio, tentando ficar séria para que Steve continuasse. 

-E se eu tivesse perdido ela hoje… Eu nem sei o que eu faria. 

Silêncio. Wanda se permitiu sorrir abertamente com a carinha de bobo apaixonado de Steve. Estava verdadeiramente feliz pelo amigo ter achado alguém para amar e, pelo que pode perceber quando Emma ouviu que Steve estava vindo para Londres, o amava também. 

-Sabe o que você podia fazer? - Wanda sugeriu, atraindo o olhar de Steve para si. - Não agora porque ela levou um tiro de munição soviética e isso dói para caramba, mas… Você podia passar a treinar ela, que tal? Pelo que o Bucky contou, ela sabe se defender sozinha, mas precisa de um pouco de prática. 

-Ela me socou na cara quando a gente se conheceu. - Steve declarou, de repente, fazendo Wanda rir, quase engasgando com o chá em sua mão. - Hey, para de rir! É sério! Ela cortou minha boca com o soco! E eu só fui devolver a carteira dela que caiu… Então, eu realmente sei que ela sabe se defender! Eu vou conversar com ela sobre isso quando ela acordar, está bem? 

Wanda assentiu. Um breve momento de silêncio se fez presente, preenchido apenas por um longo bocejo por parte do Capitão. 

-Olha, quer escolher um apartamento, Steve? 

-Não. - Ele foi sincero. - Quero ver a Emma de novo. 

Wanda assentiu e recolheu a louça com os poderes. Todas as peças chegaram até a cozinha, com exceção de uma única xícara que explodiu na parede. 

-Ah, perdão! Isso acontece de vez em quando… - Ela justificou. - Eu cato depois. Vem! 

Steve assentiu e seguiu a mulher para fora do apartamento. O café, ao invés de o manter acordado, tinha provocado mais sono nele e Steve se controlou para não bocejar novamente. 

Quando entrou no apartamento-Cliníca, as pessoas haviam diminuído drasticamente, ficando apenas com Bruce e Samanta. O cientista explicou que Chloe e Eva foram dormir e que Natasha tinha ido levar elas. Samuel e Scott resolveram botar o papo em dia e Clint se juntou a eles quando Visão chegou, arrastando o Androide junto. 

Bucky estava roncando como um porco no abatedouro em uma maca. Bruce explicou que deu um sedativo a ele, já que o homem não queria obedecer a ordem de não pisar no chão. 

-É, ele sabe ser teimoso como uma mula, mesmo! - Steve suspirou, pondo as duas mãos na cintura e encarando o cientista. - Aliás, obrigado por ter salvo a Emma! 

-Imagina, Steve! - Bruce sorriu e segurou o ombro do homem, dando um leve aperto. - Estamos juntos nessa, tá? Falando em juntos…. 

Steve acompanhou o olhar de Bruce, que havia parado em Emma. Ela dormia, tranquilamente. 

-Eu normalmente, proibiria de você entrar aqui durante a noite, mas você não vai mexer no soro ou em nenhuma máquina, vai? 

-Claro que não! 

-Ótimo! 

Bruce fez um sinal com a cabeça para Samanta. Ela levantou e passou por Steve, desejando uma boa noite. Steve retribuiu e caminhou até a cama de Emma, sentando ao lado dela com a cadeira que ele levou. 

De repente, havia perdido o sono e acabou pegando o celular para conversar com Natasha ou Sam, mas acabou levando um pequeno susto quando ouviu seu nome ser chamado. 

-Grant… 

Steve ergueu o olhar e viu Emma abrir os olhos, meio grogue ainda. Ela sorriu e Steve sentiu o coração aquecer com o alívio dela estar bem. Ele se inclinou para frente e segurou a mão livre da garota, a beijando. 

-Você está bem? 

-Eu estou meio…. - Emma sussurrou em resposta. - Meio lesada… 

-Lesada você sempre foi, amor. - Steve sorriu, o que fez Emma bufar, de leve. - Hey, eu quis dizer: Você está bem com essa situação toda? 

Emma assentiu. 

-Eu sabia que isso podia acontecer quando… 

-Decidiu investigar tudo? - Emma assentiu. - Eu não vou te impedir de continuar se você quiser, Emma, mas não seria melhor você parar por aqui? 

Emma usou um braço para tentar se erguer um pouco mais na cama e aceitou a ajuda de Steve para isso. Eles se encararam. 

-Pelo que eu ouvi, a Sam disse que eles são da Hydra. É isso? 

Steve assentiu, engolindo em seco. Emma hesitou por alguns segundos, antes de soltar o ar e negar. 

-Eu pararia, Steve. O problema é só um. 

-Qual? 

-Se eles sabem quem eu sou e o que eu estava fazendo e decidiram me eliminar, a Tia Eva e a Chlo estão correndo perigo. E eu parar não ia adiantar, você sabe. 

-É… Tem razão. Sabe quem é Wanda? - Vendo que ela assentiu, Steve continuou, se ajeitando na cadeira. - Olha, se você quiser, ela sugeriu da gente te treinar. Quer dizer, você já sabe lutar, não é uma mocinha em perigo… Eu podia te ajudar, ao menos, a melhorar os reflexos, essas coisas, sabe? 

Emma sorriu de leve, apertando a mão de Steve enquanto eles se olhavam nos olhos. 

-Você me ensinaria? 

-É claro! Se você quiser… 

-Eu quero. 

-Ótimo. 

Emma fechou os olhos por alguns segundos e bufou. 

-Maldita bala da União Soviética… 

-Dói, né? - Steve sorriu, acariciando a pele do pulso da menina. 

-Sim… 

Eles se encararam nos olhos mais uma vez e o resto do mundo sumiu. A única coisa que importava era que Emma estava segura agora e ia ficar bem. E que Steve estava lá por ela. 

-Seu amigo está bem? - Emma apontou com o queixo para Bucky. 

-Vai ficar. - Steve deu de ombros e sorriu. - Pode falar: Você mirou nele, né? 

-Steve, não! - Emma riu, dando um tapinha no peito do homem. - Que horror! 

-Eu tô brincando, meu bem! - Pausa. - Beleza, vamos melhorar sua mira também porque não estou afim de levar um tiro caso você tente me salvar! 

Os dois começaram a rir e a gargalhada dela só foi interrompida por causa de um bocejo. Os olhos ficaram pesados e Emma olhou ao redor, encarando o homem deitado na maca. 

-Ele vai parar de andar, né? - Emma perguntou, de repente. 

-Talvez. Por quê? 

Emma o encarou de volta e piscou, afastando algumas lágrimas. 

-Eu sei que ele tentou me matar, mas… Sei lá. Fui eu que fiz isso, né? 

-Você está se sentindo culpada? 

-Não. Eu tô… Me sentindo meio… Mal, sabe? Por não estar com tanta pena quanto eu deveria. É estranho… Mas ou era eu e o Bucky, ou ele. 

Steve assentiu, se inclinando sobre a mulher e depositando um beijo na testa dela.

-Não pensa nisso agora, tá? Descansa um pouco, meu amor. 

-Eu descanso. - Emma chegou para o lado. - Mas você dormir comigo. Por favor. Eu levei um tiro, tomei sangue, passei por uma cirurgia, vim parar em um lugar que não conheço… 

-Tá bom! - Steve riu, quando percebeu que era mais drama do que qualquer outra coisa. - Tudo bem, eu durmo. 

Emma sorriu e deixou que ele deitasse ao seu lado, enquanto ela pousava a cabeça no ombro dele. Se Steve tivesse que definir a palavra felicidade, seria aquele momento em que ele tinha tudo que precisava entre seus braços e naquele prédio. 

Ooie, Meus amores! ❤

Cheguei com o último capítulo dessa semana! Espero que tenham gostado desses, porque os próximos estão bem agitados hehehe 💖🌚

Eu vou confessar que espero que vocês gostem de fanfics longas, porque essa daqui não termina antes do capítulo 40 mesmo! A cada segundo eu tenho novas e melhores idéias para ela e... Enfim, quando eu vou ver, não tô perto do final! KKKKKKKK Mas podemos dizer que estamos no meio, okay?

Bem, era isso!

Espero vocês no próximo capítulo! Ah, e é sempre bom lembrar que temos um grupo no zap zap e se quiserem entrar para saber novidades e tal... O Link tá no meu perfil! ❤

Até semana que vem!

Beijos 💋💋