27. Dúvidas
Emma conseguiu escapulir da cozinha, rapidamente, avisando que ia falar com a tia antes que Eva ficasse preocupada. Os dois homens acompanharam a mulher correr para o corredor e sumir na sala. Então, Steve se virou para o amigo.
-Eu juro que não estava rolando nada entre a gente, tá?! - Bucky se defendeu, sem dar chance ao amigo de responder. - A Emma só queria conversar sobre você!
-É, eu sei! - Steve pôs as mãos nos quadris e suspirou. - Mas sei também que você deve ter falado demais para ela, não é?
Sam apareceu próximo à porta, alternando o olhar entre os dois. Bucky coçou a testa e deu um meio sorriso sem graça.
-Em minha defesa, ela só queria saber se era uma paixão efêmera ou uma forte…
-E você como um ótimo linguarudo, contou tudo que eu te falei?!
-Espera… - Sam pediu. - O que você contou a ele que não contou a mim, Rogers?!
-Cala a boca que a conversa ainda não chegou aí, seu metido!
-Ah, desculpe… Eu quase me importei com a sua opinião, cabeludo!
-Cala a boca os dois! - Steve exclamou, alto, esfregando o rosto. - O que você disse à Emma, Bucky?
Bucky andou até a pia e encheu o copo que, anteriormente, Emma havia enchido. Depois, bebeu sem a menor pressa, apenas para ver se Steve desistia.
Mas o loiro continuava esperando, pacientemente, uma resposta. Então, quando perdeu a paciência, pegou um garfo em cima da mesa e tacou na direção de Bucky, o que fez Sam cair na risada.
-Hey, tá doido?!
-Fala!
-Eu disse a verdade. Que você gostava mais dela do que ia dizer ou demonstrar. Só isso!
-Só isso?! Bucky, eu vou matar você!
Steve Rogers começou uma perseguição pela cozinha, atrás de Bucky Barnes. Infantil. Completamente infantil. E ele tinha consciência disso, é claro. Mas nunca se preocupava em ser maduro perto de Bucky e não seria naquele minuto que se preocuparia.
Vendo que o melhor amigo havia fugido da cozinha, Steve correu atrás com Sam em seu encalço. Bucky pegou a almofada em cima do sofá e jogou com força na direção de Steve, que a pegou com maestria. Em segundos, Sam apareceu com os travesseiros da cama de Steve e jogou nos dois, iniciando assim, uma guerra de travesseiro que resultou em uma sala cheia de espuma espalhada pelo chão.
Rindo, os três homens se encararam. Steve deitado no chão, Sam e Bucky largados no sofá.
-A gente tem quantos anos? Cinco? - Bucky questionou, limpando algumas lágrimas que caíram, de tantas risadas.
-Foi você quem começou! - Steve acusou.
-Eu não lembro disso, não! - Bucky cruzou os braços. - Quem veio com os travesseiros foi o Sam!
-Mas quem abriu a boca e entregou os sentimentos do Capitão Apaixonado Foi você!
Steve bufou, com um sorriso ainda preso nos lábios.
-Vocês são dois idiotas. Olha a bagunça que fizemos! Vamos, vocês dois vão me ajudar com isso aqui!
Steve levantou do chão, limpando as mãos nas calças. Os dois homens até tentaram reclamar, mas Steve não deu atenção. Apenas começaram a descer as escadas em direção ao porão, para pegar as coisas de Steve Rogers.
-Hey, Steve…
-Que? - Steve encarou Sam, que olhou ao redor, franzindo a testa.
-Não tem risco de ter câmeras e microfones escondidos pelo prédio, não, né?
Steve negou com a cabeça, enquanto abria a porta do porão e deixava os dois amigos passarem, se empurrando. Esperou até que os dois saíssem com mochilas e pertences e entrou, pegando mais uma mala que havia escondido.
Então, voltaram a subir as escadas, enquanto explicava:
-O Tony fiscalizou de perto as buscas. E eles não estão investindo nesse tipo de busca, sabe? Eles só verificam e caem fora…
-Governo idiota, né? - Bucky comentou.
-É o governo! - Sam retrucou. - O que você esperava? Eles chegaram a criar um "substituto" para o Capitão América… Como se isso fosse possível!
-Melhor para mim que eles sejam idiotas! - Steve retrucou.
Os três amigos ainda fizeram mais quatro viagens cada e por fim, começaram a arrumar Todo o apartamento. Só terminaram quando o cheiro de almoço pelo prédio provocou o estômago deles. Eles se entreolharam.
-Está tudo no lugar?
-Acho que sim. - Steve encarou Bucky. - Por quê?
-Bem, eu não sei vocês, mas eu estou morto de fome e vou almoçar! Boa tarde!
-Hey, volta aqui, Cabeludo! - Sam puxou Bucky pelos cabelos.
-Ficou maluco?! - Bucky o fuzilou com os olhos. - Tá querendo morrer, Passarinho?!
-Eu só ia dizer que vamos nós três. Que tal?
-Precisava puxar meu cabelo, seu imbecil?!
-Ah, relaxa! - Sam deu um tapinha no ombro dele, trocando um olhar divertido com Steve. - Você tem cara de quem gosta de uns puxões de cabelo!
Steve caiu na risada ao ver o olhar confuso do amigo. Sam começou a arrastar o loiro pela manga da blusa, rindo junto.
-Que?! Por que eu ia gostar que… Ah, vai à merda!
Steve puxou Bucky ao passar por ele e os três homens saíram do apartamento, discutindo igual crianças no maternal. E estavam chegando ao segundo piso do prédio quando ouviram a voz de Emma chamando por Steve no início das escadas.
Buscando ignorar o olhar dos dois amigos, Steve voltou para perto de Emma e ficou dois degraus abaixo dela, a encarando nos olhos, com um pequeno sorriso.
-Oi. Me chamou?
-Chamei… - Emma apontou para as escadas. - Vai sair?
-Vamos almoçar.
-Ah… Bem, não come muito, está bem?
Steve riu, cruzando os braços e jogando um charme, enquanto piscava para Emma.
-Pra não deixar de ser gostoso?
Emma soltou uma risada alta e parou na beirada do degrau. Jogou os braços por cima dos ombros de Steve e grudou o corpo ao dele, indo até a orelha do homem e esmordicando, de leve.
-Duvido que você deixe de ser tão gostoso quanto pareceu ontem!
-Gostou de ontem, não é? - Steve fechou os olhos, com força. - Você ainda não viu nada, amor…
Emma suspirou, o hálito quente dela batendo contra a orelha de Steve.
-Droga… Para de me deixar excitada ou eu não vou responder por mim! - Emma o empurrou de leve, enquanto Steve ria da careta de desespero dela. - Eu só vim avisar que minha tia te convocou para um jantar. E se seus amigos quiserem, podem vir também! - Emma comentou, falando mais alto. - Enfim… Vai lá!
Steve assentiu puxando o queixo de Emma e dando um longo beijo nela. Esperou até a garota ter sumido atrás da porta e voltou a descer as escadas.
-Não comecem!
Não adiantou o aviso. Sam e Bucky foram o caminho inteiro até o restaurante tirando sarro da cara de Steve, que tinha acabado de ganhar o apelido de Romeu de Sam.
O almoço foi mais tranquilo, até porquê, os homens começaram a se sentir mais sonolentos antes de terminarem o segundo prato e acabaram enrolando para comerem a sobremesa que era uma travessa de pudim de amora.
Como consequência, acabaram dormindo a tarde inteira depois de voltarem para o prédio pertencente a Eva. Steve e Sam dividiram a cama, enquanto Bucky preferiu ficar com o sofá. Acordaram cerca de quatro horas depois com o som alto da campainha. Foi Sam quem levantou da cama, se arrastando, e foi até a porta, olhando pelo olho mágico.
-Nat?!
-Oi. - Natasha entrou pelo apartamento, largando a mochila na entrada. - O Steve já terminou com a garota?
Steve apareceu na sala ao mesmo tempo, coçando os olhos e encarando a melhor amiga.
-Ah… Achei que tinha ouvido a campainha!
-Ouviu. - Natasha assentiu, sentando no sofá, enquanto cruzava braços e pernas com um sorriso discreto no rosto. - Pelo visto, você desistiu de sair daqui.
Steve acompanhou o olhar dela até o móvel que equilibrava a televisão, visualizando o porta-retratos com paisagens. Esfregou o rosto, trocando um olhar com Sam que entendeu o recado e murmurou que ia estar na cozinha.
Steve caminhou até Natasha, puxando as pernas da calça para cima antes de sentar. Natasha o acompanhou com os olhos, atenta. Antes que ele pudesse abrir a boca, Natasha começou a falar, sacudindo os ombros.
-Você está apaixonado.
Steve respirou fundo, pensando em negar, mas… Estava mesmo. E Emma já sabia disso. Soltou o ar dos pulmões e encarou o céu pela janela, assentindo.
-É por isso que você quer ficar aqui, não é?
-É… - Steve esfregou o rosto, falando baixo. - É por isso. Não consigo me manter longe dela, Nat. Não consigo!
Natasha esperou, provavelmente, percebendo que Steve estava uma confusão de sentimentos.
-A gente fez amor ontem. E eu nunca senti tanto prazer ou fiquei tão ansioso, sabe? Eu…
-Você…?
Steve a encarou, percebendo que a mulher estava mesmo interessada. Respirou fundo e esfregou as pernas com as mãos apenas para ter o que fazer quando falasse.
-Eu queria ter terminado com ela porque eu sei que é egoísmo pedir para ela participar da minha vida. Mas eu não consigo… Cada vez que eu chego perto dela, apesar de ter todas as possibilidades negativas berrando na minha cabeça, eu me sinto tão bem e tão idiota… Eu amo ela, Natasha. Como eu nunca amei e desejei ninguém.
Apenas o som dos roncos de Bucky, no quarto, podiam ser ouvidos, junto com o de Sam mexendo em panelas. Natasha o encarou, séria, mas sem um olhar de reprovação, para o alívio do loiro.
-Ela sabe disso?
-O que? Que eu não podia ficar com ela?
-Isso também.
-Eu contei hoje quando contei dos pais dela. Aliás, ela já sabia sobre isso.
Steve resumiu de forma objetiva e prática o que Emma havia contado, vendo Natasha sorrir de lado.
-Uau! Ela é esperta…
-Aham…
-E a esperta sabe que você ama ela?
Steve torceu os dedos, os ouvindo estalar. Emma sabia? Talvez… Deu de ombros.
-Eu deixei escapar ontem, mas acho que ela levou para a amizade. E… Bem, o linguarudo do Bucky contou hoje de manhã.
-Por quê? - Natasha arqueou uma sombrancelha, surpresa.
-Porque a Emma queria saber se… Bem, se ela significava algo para mim.
Natasha assentiu, olhando ao redor.
-Então, ela não sabe.
-Mas eu falei que estava apaixonado! E… E eu deixei escapar ontem que…
-Steve, olha… Você sabe que eu não apoio esse romance e nem é por você. É por ela! Mas… Isso vai acontecer independentemente do que eu diga, então eu vou te dar um conselho porque eu sei que você é idiota se tratando de mulheres, está bem?
Steve não respondeu, apenas sentiu a pele do rosto tomar cor. Revirou os olhos, enquanto a Viúva Negra se inclinava para frente.
-Não Adianta dizer as coisas no calor do momento e a Emma é esperta o suficiente para saber isso. - Explicou. - Um eu te amo ou estou apaixonado na hora da cama não significa nada para esse tipo de mulher, Steve. Ela vai acreditar, óbvio, afinal… Vocês estão juntos. Mas você precisa fazer ela entender, de outras formas, que isso é verdade e não é apenas porquê estão transando.
Steve franziu a testa, confuso.
-Mas se eu disse…
-Foi você o primeiro a tomar a iniciativa?
-Ham?
Natasha bateu no próprio rosto. Encarou Steve por cima dos dedos.
-Olha, Stee… Eu te amo, mas tem horas…
-Bem, eu também te amo mas acho que ainda…
-Touché! - Natasha apontou, o interrompendo. - Você disse que me ama porquê ouviu eu dizer que te amo. Mas não me disse que me ama espontaneamente. Como eu vou confiar que não é apenas um amor de momento?
A ficha de Steve finalmente caiu e ele deixou o corpo cair no sofá, se sentindo um idiota. Encarou o teto.
-Tá… E o que eu faço?
-Bem, Steve… Demonstra amor!
-E como eu faço isso?! - Steve se exaltou. - Eu não faço idéia de como é namorar, Natasha!
Natasha quase riu do desespero dele. Se ajeitou no sofá.
-Tem dias que vai ser um saco. Nenhum dos dois vai ter paciência, vão estar cansados demais, não vão nem mesmo querer olhar para a cara um do outro quando se acostumarem.
Steve torceu a boca pensando nessa possibilidade. Não conseguia se imaginar enjoando da companhia de Emma ou não a querendo desesperadamente, mas sabia que, provavelmente, esse dia chegaria.
-Mas na maior parte das vezes, é bom. E você é um homem romântico e apaixonado. Garanto que vai arranjar uma forma de despertar a paixão nela. Só seja você, mas com uma dose extra de carinho e amor, sei lá.
Steve assentiu, encarando a mulher o seu lado. O sorriso dela contagiou ele e Steve a puxou pelos ombros, depositando um beijo na testa dela.
-Obrigado.
-Disponha, Capitão. - Natasha continuou abraçada a ele. Suspirou. - Eu vou ter que me preocupar com o meu posto de melhor amiga?
-Nem um pouco! - Steve riu, segurando Natasha mais perto de si. - A Emma é a minha namorada, mas você é a minha melhor amiga.
Os dois se encararam, sorrindo. Natasha deu de ombros.
-Ótimo. Então… Acho que nem desgosto tanto assim da garota.
Steve riu, achando graça no ciúme desnecessário. Afinal, as duas mulheres eram extremamente importantes para Steve, mas de maneiras diferentes e não se podia comparar uma à outra já que cada uma, tinha um lugar especial em seu coração.
Enquanto a noite caía, Natasha explicava que tinha ido avisar que Bruce precisou ir ajudar Clint com alguma coisa e por isso, Natasha ia passar alguns dias com eles.
Sam adorou a novidade, já que sentia falta da amiga também, que quase não ficava mais com ele por causa de Bruce.
-Tipo, vocês tem noção que eu… Esse poço de gostosura… - Sam fez sinal, apontando para ele próprio. - Fui trocado por um pepino verde gigante?!
-Ai, eu já estou começando a me arrepender! - Natasha reclamou, tacando uma fatia de pão de forma em Sam.
-Hey, o pão de forma está caro, Natasha! - Bucky reclamou. - Se não está com fome, passa para cá que eu como!
-Quando você não está com fome, Bucky? - Steve retrucou.
O homem deu de ombros em resposta, enfiando um sanduiche de pasta de amendoim na boca.
-E você, Rogers? Não vai comer?
Steve negou, encarando o relógio no pulso.
-Ele está todo arrumadinho porque vai jantar na casa da namoradinha dele! - Sam debochou, pondo a mão no coração e suspirando. - Ah, a Emma…! Ai!
-Pelo visto, tenho que esconder o pão! - Bucky reclamou, tirando o pacote de cima da mesa. - Vocês desperdiçam muita comida!
-Parece um morto de fome! - Sam exclamou.
-Eu to tentando achar o poço de gostosura que você disse que é! - Bucky ergueu as sombrancelhas. - Para mim, parece uma lata de lixo!
-Eles são assim o tempo todo, é? - Natasha cutucou o braço de Steve.
-O tempo todo!
Às oito horas em ponto, a campainha foi ouvida, fazendo os três encararem Steve, com sorrisos maliciosos. Ele se levantou da cadeira e espanou a roupa, tentando disfarçar a vergonha estúpida que sentia.
-Vocês tem certeza que não querem vir jantar também?
-Aham. - Os três concordaram.
-Okay, então. Até daqui à pouco!
-Até amanhã! - Sam corrigiu. - Eu e o Bucky vamos levar a Nat para conhecer LiverPool decentemente e não temos hora para voltar!
Steve encarou os três e parou em Sam e Bucky, que piscaram para ele, entendendo o recado. Steve sorriu e seguiu na direção da porta, arrumando pela milionésima vez aquela blusa, antes de abrir e dar de cara com Sam.
-Ah… Oi, Sam!
-Oi, Capitão! - A garota bateu continência, sorrindo, enquanto Steve saía do apartamento. - A Emma pediu para eu vir buscar você…
Steve assentiu, a encarando, quando ela impediu a passagem dele para o apartamento. Os dois se entreolharam.
-O Que foi?
-Eu queria conversar com você antes de você entrar no apartamento.
-Ah… - A Testa de Steve franziu em confusão e ele deu de ombros. - Okay. Sou todo ouvidos.
Samanta sorriu, chegando perto de Steve e o homem engoliu em seco. Por alguns segundos, achou que seria assassinado.
-Você pode até ser o Capitão América mas ainda é um homem e sendo um homem, sou obrigada a te falar: A Emma é minha melhor amiga! Machuca ela e eu vou ser obrigada a quebrar a sua cara e, acredite, eu conseguiria fazer se eu quisesse! Estamos entendidos?
-Claro!
-Ótimo! - Samanta sorriu normal e começou a arrastar Steve pelo corredor. - Aliás, valeu por tirar a teia de aranha da Emma! Ela precisava.
Mesmo sem querer, Steve deixou uma risada nervosa escapar, enquanto entrava no apartamento. Samanta era louca! Mas até que gostava dela…
Ooie, Pessoal! 💖
Primeiro de tudo: VOCÊS VIRAM QUE ATINGIMOS 3K DE VISUALIZAÇÕES?! EU TÔ TÃO BOIOLINHA 🥺🤧❤Obrigada por isso, Pessoal! Vocês são incríveis!
Agora, quanto ao capítulo:
SAM, STEVE E BUCKY SÃO TUDO PARA MIM, SOCORRO! KKKKKKKKKKK
E não tivemos muito contato do nosso casal, mas tivemos uma conversa boa da Nat e do Steve e uma maravilhosa da Sam e do Steve! 🥺🤭💖
O próximo capítulo é um dos meus favoritos! Até lá!
Beijos! ❤
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