21. Sangue.
Quando Steve Rogers chegou no próprio apartamento, Natasha estava deitada no sofá, ensanguentada e suada. Steve correu para a amiga, encarando o buraco que a bala tinha deixado na barriga dela.
-Meu Deus, Nat! O que aconteceu?
Steve olhou ao redor, percebendo que Bucky e Sam estavam tentando estancar o sangue, enquanto Tony Stark estava trêmulo e ajudando Sam com bandagens.
-Ela levou um tiro! - Bucky respondeu.
-Isso ele está vendo, oh, animal! - Sam retrucou.
-Animal é você!
-Ela estava seguindo alguém quando passaram atirando. - Tony explicou. - Precisamos levar ela para um hospital…
-Hospital, não! - Natasha grunhiu de dor. - Nada de hospitais, Tony!
Steve passou a mão pelos cabelos, desesperado e pensando.
-Você viu quem foi?
Natasha negou com a cabeça, observando Bucky correr pelo apartamento.
-Caralho, Steve… Você não tem uma tesoura?
Steve negou. Bucky saiu porta à fora.
-Bruce! A gente tem que ligar para o Bruce! - Sam exclamou, de repente.
-Isso! - Steve concordou e foi pegar o celular no quarto.
Ao voltar, Emma estava na porta, olhando curiosa para a cena. Bucky estava ajoelhado na frente de Natasha, uma tesoura fina nas mãos e uma caixa com linhas e agulhas na outra.
Sam passou o telefone de Bruce para ele e Steve começou a ligar, olhando Bucky enfiar a tesoura e verificar a altura da bala.
-Pontos internos e externos, com certeza… - Bucky virou para Emma. - Você disse que sua avó foi enfermeira na Guerra?
-Isso. - Emma confirmou. - Quer que eu chame ela?
Bucky assentiu, trocando um olhar com Natasha, que grunhiu.
-Preciso saber se há risco de hemorragia se eu retirar a bala. Se tiver, ela precisa de hospital e nem adianta dizer que não! - Bucky encarou Natasha, sério. - Se não, eu mesmo costuro.
O telefone de Bruce caiu em caixa postal e Steve deixou um recado pedindo para que ele retornasse o mais rápido possível.
Emma saiu voando do apartamento e um silêncio tenso se fez presente, cortado apenas pelo choramingo de Natasha.
-Você estava com ela, Tony? - Steve questionou. - Eu nem sabia que você ainda estava em Liverpool!
-Eu não estava nem com ela, nem em Liverpool. Eu estava em Londres resolvendo umas coisas daquele assunto que você não quer se meter. - Tony o encarou como se a culpa fosse dele, suspirando em seguida. - Mas a Natasha me ligou desesperada e eu vim correndo. Sabe que é até rápido quando não tem nuvem?
Steve revirou os olhos, ouvindo Sam reclamar:
-Por que não me chamou, Nat?! Eu teria ido te socorrer…
-Isso não é hora, Sam. - Bucky reclamou. - Ela nem consegue falar!
-É?! - Sam retrucou. - E quando vai ser a hora?! Quando a teimosia dela tiver matado ela?!
-Calem a boca! - Steve exclamou, irritado. - A Nat precisa de socorro não uma discussão!
-Oi! - Emma voltou seguida de Eva. - Essa é a minha tia avó… Enfim…
Eva entrou pela sala de Steve, se abaixando ao lado do sofá. Bucky parou de pressionar a ferida e deixou que Eva examinasse.
-Sabe fazer sutura? - Eva questionou, encarando Bucky de cima a baixo.
E só então, Steve reparou que Bucky vestia apenas uma cueca azul. Steve chegou a engasgar com o ar e percebeu que o cabelo dele estava molhado. Natasha devia ter chegado com ele saindo do banho.
-Sei, sim. - Bucky assentiu. - Pode tirar a bala?
-Não foi muito fundo… - Eva usou as duas mãos para apertar em volta do ferimento, fazendo Natasha morder o braço para não berrar. - Oh, sinto muito, querida! Mas preciso verificar se não há sangramento interno… Alguém pode trazer uma bebida para ela? Ela vai precisar!
-Deixa comigo! - Tony avisou, indo para a cozinha.
Steve percebeu que Emma estava esverdeada e segurou a mão dela, firme, sentindo seu estômago embrulhar também quando ouviu mais um grunhido de Natasha.
Tony voltou com uma garrafa de xerez e Steve a ajudou a beber, segurando a mão dela quando Bucky puxou a bala. Natasha gritou.
-Seu filho duma puta! - Natasha estapeou Bucky. - ISSO É UM CORPO, SEU CRETINO, NÃO UM EXPERIMENTO!
Bucky se defendeu com o braço, em um movimento rápido, segurando o pulso de Natasha e encarando Steve.
-Se você não conseguir segurar ela, eu vou amarrar para costurar!
-Não é uma má idéia! - Sam a encarou.
-Emma, vai pegar o álcool no armário do banheiro? - Eva pediu.
Emma assentiu e saiu correndo, enquanto Steve tentava acalmar Natasha, quase sem sucesso. Tony deu mais xerez para ela.
-Primeiro, costura esses dois pedaços de carne aqui… Está vendo? - Eva apontou.
Bucky acenou que sim e esperou apenas Emma chegar e derramar álcool na ferida, fazendo Natasha grunhir de novo.
Os pontos todos levaram cerca de vinte minutos para ficarem prontos. À essa altura, Natasha já tinha desmaiado e agora, dormia largada no colo de Steve, que acariciava os cabelos da ex-ruiva, tentando entender o que aconteceu.
Quando Bucky guardou a linha e jogou a agulha fora, todos respiraram aliviados e ninguém disse nada por alguns segundos.
-Eu posso fazer uma pergunta? - Tony ergueu o braço no ar e não esperou resposta. - Ótimo, vou fazer: Por que ele está só de cueca?
Bucky o encarou, sério, do chão. Sam engoliu o riso.
-Porque eu estava tomando banho quando vocês chegaram. E se me permitem, eu vou tomar outro e tirar esse sangue todo!
Bucky levantou do chão e saiu pisando duro até o banheiro. Steve estreitou os olhos na direção de Emma, reparando que, tanto ela, quanto Eva, acompanharam Bucky com os olhos presos na bunda do homem.
-Quer explicar agora o que foi que aconteceu?! - Steve questionou, ajeitando Natasha no colo, que gemeu de dor.
-Eu explico se você me explicar quem são elas.
Tony apontou para a senhora, que catava o kit de primeiros socorros e para Emma, que só estava quieta no canto da sala.
-É a namoradinha do Stev… Ai! - Sam reclamou quando levou um chute na barriga.
-Somos vizinhas dele. - Eva respirou fundo e encarou Tony. - Você é o Tony Stark, certo?
-Sou, sim! - Tony sorriu. - Minhas fãs?
Eva negou com a cabeça e suspirou.
-Vou guardar isso e ver como está a Chloe. Emma, você vem ou vai ficar aí?
Emma pareceu em dúvida por alguns segundos. Depois, encarou Steve e engoliu em seco.
-Vou ficar, Tia.
-Não precisa ficar, Sunshine.
-Tudo bem, eu quero. - Emma deu de ombros.
Steve sorriu em agradecimento. Tony suspirou, em alto e bom som, exclamando:
-Ai, ai… O Amor… Vocês formam um casal bonito. Mas ele não é meio velho para você?
Emma o encarou, de testa franzida.
-Eu não sei o que você teria a ver com isso, caso fossemos mesmo um casal. Mas respondendo, não, ele não é.
Sam caiu na gargalhada. Steve mordeu a boca controlando a vontade de rir também. Tony estreitou os olhos para Emma e depois, olhou para Steve.
-Vai fundo, Doritos! As bravas são as melhores!
Steve nem mesmo respondeu, apenas pediu ajuda para Sam, para ajeitar Natasha e a colocar na cama dele. Quando voltou a sala, Emma estava sozinha, em pé, apoiada na janela. Steve nem mesmo precisou perguntar. Tony ainda se afastava, voando no céu.
-E ai? Como vai ficar sua amiga? - Emma questionou, estalando os dedos, nervosa.
Antes que Steve pudesse responder, o telefone tocou e Sam anunciou que era Bruce Banner, indo atender do lado de fora do apartamento.
Steve deu de ombros, esfregando o rosto, tenso.
-Ela já teve ferimentos piores. Acho que vai ficar bem. O namorado dela deve estar vindo aí e ele é médico. Ou cientista, eu não sei. Enfim, ele deve saber cuidar dela.
Emma assentiu, abraçada ao próprio corpo e olhando o estado da sala. Havia sangue no sofá e no chão. Apontou para elas.
-Você quer uma ajuda, Stee?
-Ah, de jeito nenhum! - Steve caminhou até a frente de Emma.
-Eu não tô fazendo nada. Não seria nenhum esforço…
-Não, Sunshine. - Steve buscou as duas mãos de Emma, As beijando. - Eu e o Bucky conseguimos dar conta disso. Não se preocupa…
Emma assentiu, suspirando.
-Então, melhor eu ir ver se a Eva precisa de alguma coisa.
-Okay. - Steve Abraçou Emma pelos ombros, dando um beijo no meio da testa dela. - Obrigada pela ajuda.
Emma sorriu, timidamente, passando por Sam, que vinha entrando na sala. Eles se despediram com um aceno de cabeça e Emma fechou a porta.
Sam se jogou ao lado de Steve, esfregando o rosto e respirando fundo, enquanto ficavam em silêncio durante vários instantes. O único som eram suas respirações e o chuveiro aberto no banheiro.
-Então… - Steve puxou assunto.
-O Bruce está vindo para cá, já. Ele disse que a Natasha foi seguir um homem chamado Samuel e que tem ligação com aquela empresa.
-O que a gente sabe sobre a empresa?
-Que fechou, recentemente, um contrato milionário com a Stark Industries, que é comandanda por esse cara chamado Samuel, que eles tem sede em Londres e, possívelmente, são a maior empresa de tráfico para ciência ilegal do mundo… E deve ter mais alguma coisa mas estou esquecendo.
Steve assentiu e encarou Sam, sério.
-O que foi, Steve?
-Talvez eu tenha que fazer uma coisa que eu não queria.
Sam entendeu o que ele queria dizer e deixou o queixo cair, surpreso.
-O que?! Por quê? Não que eu esteja reclamando mas achei que você não ia voltar a ser o Capitão América nunca!
Steve negou, coçando a nuca. Não foi bem isso que ele quis dizer.
-Eu não falei do Capitão América, Sam. Eu falei que vou ter que ajudar vocês. Não posso perder a Nat, nem o Tony ou qualquer um de vocês sabendo que eu podia ter feito algo para ajudar. Entende?
Sam chegou a abrir a boca para responder, mas foi Bucky quem se pronunciou saindo do corredor ao mesmo tempo que prendia o cabelo em um nó.
-Acho que é um pouco dificultoso para um imbecil desse nível, na verdade…
Sam virou para Steve e ergueu uma sombrancelha.
-Me diz em que deixar esse idiota vivo vai ajudar no mundo?!
-Sam… - Steve reclamou, rolando os olhos.
-Eu me faço a mesma pergunta há anos. - Bucky retrucou.
-Bucky!
-Ah, cala a boca, seu velho!
-Você tem quantos anos, Passarinho? Cinco?
-Para os dois! Agora! - Steve berrou, se enfiando entre os dois homens que pareciam prestes a entrar em luta corporal. - Parecem dois imbecis brigando…
-Ele é imbecil! - Sam e Bucky exclamaram, juntos.
-Você vão me obrigar a usar a força?
Antes que alguém pudesse, sequer, registrar a pergunta, a campainha soou alta, algumaa vezes seguidas.
Os três homens pararam na posição em que estavam (Steve no meio, preso entre os dois, com Bucky atrás dele e Sam na frente, com os braços esticados por cima dos ombros do loiro, tentando enforcar Bucky) e encararam a porta, imóveis.
-Pessoal?! É o apartamento do Steve?
Soltando o ar ao mesmo tempo, os três relaxaram e se deram conta da pose ridícula que estavam, se afastando rapidamente.
-É, Sim! Pode entrar, Bruce! Está aberta!
Sam e Bucky ficaram mais atrás, já que não tinham tanta intimidade com o homem, o que fez os dois se esbarrarem e se fuzilarem com o olhar.
-Oi, Steve!
-Bruce! Quanto tempo!
Os dois homens se abraçaram e se encararam, trocando sorrisos.
-Como está?
-Tô bem… - Bruce encolheu os ombros. - Apesar de estar sendo seguido, eu tô bem.
-Eu sinto muito… - Steve suspirou.
-Tudo bem, não é culpa sua…
-Na verdade, é dele. -Sam apontou para o homem ao seu lado.
-Vem, Bruce! - Steve arrastou o homem pelo pulso, quase fazendo o cientista cair no chão com o impacto do puxão. - Vamos ver a Nat!
Realmente, as próximas horas foram ocupadas com Sam indo até uma farmácia vinte e quatro horas, próximo ao Porto de Liverpool, além de Bruce atualizando Bucky e Steve sobre a empresa-alvo de Natasha.
A mulher amanheceu junto com o Sol e, como todos os outros presentes no apartamento dormiam, Natasha aproveitou para ir tomar um banho, sozinha.
O que ela não percebeu, foi que Steve acordou assim que ela cruzou o portal do quarto e a seguiu até o banheiro, de forma que quando tentou fechar a porta, não conseguiu e de virou, cruzando o olhar com o de Natasha.
Steve viu a mulher estremecer e soltar o ar, encostando na pia e dando um sorriso sem graça.
-Oi…
-Você está bem, Nat?
-Tô… - Natasha continuou sorrindo, sem graça. - Pelo amor de Deus, não vamos começar com o sermão! Eu ainda estou fraca demais para isso!
Steve pensou em insistir e fazer ela ouvir algumas verdades, sim, afinal, Natasha estava merecendo. Mas ela tinha razão, não precisava de um sermão daqueles no momento.
Então, em um impulso, puxou Natasha pelo pulso e a abraçou, apertado, mas sem machucar seu ferimento. A loira retribuiu o aperto, suspirando bem fundo.
-Sem sermões, Steve?
-No momento, sim. - Steve os separou o suficiente para a olhar nos olhos e ficar sério. - Mas assim que você melhorar, vamos ter uma conversa séria. Agora, vai tomar seu banho, vou arranjar roupas novas para você!
Natasha assentiu e entrou no banheiro. Steve encostou na parede do corredor e esfregou o rosto, pedindo paciência à Deus e ao universo.
Antes que pudesse sequer dar um passo, Bruce apareceu por trás dele, o assustando.
-Desculpe, Steve…
-Não, tudo bem. Eu que estava distraído… A Nat foi tomar banho. - Pausa. - Vou ver se a Emma tem uma roupa para emprestar para ela. Vai ser horrível andar com aquela blusa rasgada e a calça ensanguentada.
-É, vai mesmo! - Bruce esfregou os olhos e bocejou, apontando para a cozinha.- Acho que vou fazer um chá…
-Ah… É que eu não tenho chá.
Bruce o encarou, incrédulo. Piscou algumas vezes e riu.
-Espera… Você mora há mais de um ano na Inglaterra e não tem chá dentro de casa?
-Ele é um futuro inglês estranho…
Tanto Steve, quanto Bruce estremeceram de susto e se viraram para Sam, que tinha acordado e estava sentado no sofá.
-Futuro inglês? - Bruce questionou.
-Você ainda não conhece ela… Mora aqui do lado e é sobrinha neta da ex peguete do Steve…
-Samuel! - Steve esfregou o rosto. -Isso não é verdade, Bruce!
-É claro que é!
-Espera, eu fiquei confuso… - Bruce ajeitou os óculos sobre a ponte do nariz. - O Steve está namorando…?
-Não!
-Sim! - Sam assentiu e deu de ombros. - Só ainda não admitiu.
-Oh, Deus amado!
Uma leve briga se seguiu quando Steve e Sam começaram a discutir se ele namorava ou não com Emma e nem quando a campainha tocou, parou.
-Qual o problema de admitir…?
-Nenhum! Mas se eu tivesse alguma coisa para admitir, eu admitiria!
-Vocês fazem muito barulho! Meu Deus!
Steve virou o rosto na direção da porta e viu Dona Eva segurando uma maleta e uma sacola. Suspirou e foi até ela, a cumprimentando e tirando as coisas da mão dela.
-O que a senhora veio fazer tão cedo aqui?
-Eu vim dar uma olhada na sua amiga e achei que ela ia precisar de roupas já que a Emma nunca dormiu aqui, o que não deu oportunidade para ela esquecer alguma…
Sam e Bruce caíram na gargalhada e Steve só respirou fundo, sério.
-Eu só estou brincando!
-Eu sei, Dona Eva… Eu sei. Enfim, vamos ver a Nat.
Ooie, Pessoal! ❤
Cheguei com mais um capítulo, o primeiro de uma pequena série de capítulos tensos, porque se algo tiver tudo para dar errado e não der, não é fanfic minha 😂😂😂 (não me matem, por favor!)
Bem, no fim, deu tudo relativamente certo e o nosso bolinho Bruce Benner chegou! Quem amou? 🥺
Enfim, sexta feira eu estou de volta com um Capítulo bem tenso, hein!
Até lá e muito obrigada por estar acompanhando! Vocês são demais! 🥺
Bjs 💋💋
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