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➤ Sonhos

Eu me afundo na banheira sem sentir qualquer alívio. Fred esquentou a água para mim, George foi arrumar algo para que eu vestisse.

Tento me limpar o máximo que eu consigo. Tiro o sangue do meu irmão do meu corpo, o sangue daquele menino adorável... fazer isso sem chorar não é a coisa mais fácil do mundo. Por que o mataram primeiro do que eu? Logo ele... Ele não era mágico, não era uma ameaça a ninguém. Eu queria ter sido pega no lugar dele, mas eles não se importaram com os não mágicos, apenas vieram para nos destruir. Eu encaro o teto sem ver, a cabeça apoiada na parede, o corpo mole submerso. Ouço os gritos de minha mãe implorando por misericórdia pelos seus filhos, eles deixam meus ouvidos zunindo.

A risada sádica de Bellatrix também está aqui, uma única constância no meio de todo o caos. Eu quero matá-la, lenta e dolorosamente. Não me importam os meios, eu nunca quis tanto matar alguém e, de um segundo para o outro, eu sei que é o que ela merece. Mas não estou em condições de ir atrás disso agora.

Eu me livro dos vestígios, termino o banho, me levanto e fico de toalha em frente ao espelho, encarando a mais nova cicatriz que deformou meu rosto.

Poderia me livrar de sua marca, Fred se ofereceu para isso. Eu recusei porque eu quero algo para me lembrar da dor, da raiva, do sufoco dessa noite.

Eu me encaro no espelho, os olhos do meu reflexo transbordam e os lábios dela se comprimem para que não desmorone de novo. Eu não sei mais quem ela é, e enquanto me martirizo de medo, me assusto com as batidas na porta.

— É o George, Carter— ele fala— Trouxe roupas limpas.

Eu vou para trás da porta depois de me recompor o mínimo que fosse e abro uma fresta para espiar. Encaro seu rosto sério e então a muda de roupas em suas mãos. Estendo o braço e as pego.

— Obrigada— murmuro e fecho a porta. Coloco a toalha na pia e começo a me vestir com partes do corpo ainda molhadas.

— Nós usamos feitiço para diminui-las, se ficaram muito pequenas, avise— ele avisa, cada sílaba sai de forma cautelosa de sua boca— E você vai dormir no quarto do Fred, ele vai dormir no sofá.

— Não me incomoda dormir no sofá— eu falo, mas a minha voz está rouca demais e eu preciso de um momento para limpar a garganta— Já fizeram muito por mim, não preciso da cama de ninguém.

— Mas é o que vai ter— ele rebate— É mais confortável e você precisa de descanso.

Eu visto a roupa diminuída, a camiseta verde ainda fica um pouco grande, mas do jeito que eu gosto. A cueca que eu prefiro não saber de quem é fica até um pouco justa, e a bermuda preta cortada nos joelhos precisa de um ajuste no quadril.

— Vocês tem algum cinto sobrando?— pergunto, fungando.

— Claro, um segundo— ele usa o feitiço Accio e bate na porta no minuto seguinte. Eu pego o mesmo de sua mão cegamente, nossos dedos se encostam por um mero momento e eu volto a fechar a porta— Vamos tentar comer alguma coisa, está bem?

— Não sei se consigo manter nada no estômago— falo ajeitando o cinto. Não me sinto muito na vontade de conversar, mas acho que devo.

— A comida é péssima, mas eu vou ter que te obrigar a tentar— fungo mais uma vez e encaro meu reflexo desgasto, meus olhos estão vermelhos e meu rosto inchado, eu nem consigo mais chorar.

Coloco a toalha no meu cabelo e abro a porta. George dá um sorrisinho amarelo quando me vê, tentando ser simpático.

— Serviu?

— Sim, obrigada— eu não consigo manter contato visual com ele, então encaro suas mãos que ele esfrega de maneira ansiosa diante do corpo e me abraço.

— Vem, vou te levar para a cama, pode comer lá mesmo, a gente não liga— ele anda na minha frente e eu o sigo em passos lentos, como se estivesse carregando um peso enorme nos ombros, voltamos para o quarto onde Fred aparatou comigo.

A cama está com cobertas grossas e convidativas, de repente me sinto tão cansada que nem insisto em ir para o sofá por educação. Arrasto os pés até a cama e entro debaixo das cobertas. Fred entra no cômodo, anda até o guarda roupa perto da porta, pega cobertor e um travesseiro e acena para mim ao sair.

— Eu não sei se agradeci o suficiente— bocejo para George que se senta na beirada da cama me estendendo a xícara de chá, a mesma de mais cedo, a aceito dessa vez porque acredito que ele não vai me deixar dormir de estômago vazio. Olhando-o de perto noto uma pequena deformidade da orelha esquerda, como se faltasse um pedaço da mesma.

— Não precisa agradecer. Quem sabe você não faria o mesmo por nós?— ele fala pegando também a tigela de mingau. Beberico o chá, deitada de lado mesmo e ele me aquece por dentro.

— Não sei se seria tão boa— eu murmuro. Não consigo falar alto, sinto que não tenho forças. Sinto George me encarando.

— Você não era bem o esteriótipo da Lufa Lufa se me lembro bem, mas sei que tem um coração bom— ele fala.

— Você não me conhece— argumento, franzindo a testa surpresa, em parte, por ele se lembrar da minha casa.

— Eu não esqueço um rosto nem um nome— ele fala sério, segura a tigela para mim e mantém uma distância que me faz me sentir confortável. Ele me passa certa segurança. Não sei. Fico grata por ele ter o mínimo respeito do meu espaço— As pessoas nunca falaram mal de você— ele deu de ombros— E tem coisas que simplesmente... a gente sente, não é?

Levanto o olhar para encará-lo. Seu semblante exala neutralidade, seus cabelos ruivos são cheios o que me faz — ironicamente — associá-lo a um leão.

— Então não acha que eu mudei nesses tempos difíceis?— pergunto quase que retoricamente. Tenho que respirar pela boca por conta do nariz entupido. Viro a xícara, George a pega da minha mão e me passa a tigela.

— Claro que você ouviu— ele sorri, meio triste— Coma— ele aponta, severo. Obedeço porque não quero negar nada mais. Meus olhos vão ficando pesados. Eu quero dormir. Minha cabeça dói— Me desculpa, eu meio que surtei.

— Você reagiu normalmente. Não há o que desculpar.— eu experimento um pouco do mingau, um pouco doce demais, mas não demonstro nada.

— Para onde você vai, depois daqui?— ele quer saber.

Eu não tive tempo para inventar a mentira perfeita, então improviso.

— Eu tenho uma amiga que vive na Londres trouxa, talvez... ela vai me ajudar— me corrijo sem o encarar.

Eu tive várias colegas na época da escola, mas uma vez que nos formamos, nunca mais recebi nenhuma carta. Eu estou sozinha.

— Sabe chegar até a casa dela?

Encolho os ombros e limpo a garganta tentando manter o contato visual.

— Sei. Eu vou embora amanhã cedo, eu prometo.

— Não estou te expulsando. Só quero saber onde é que nós vamos te levar— ele fala, depressa. Engasgo com o mingau, Fred aparece logo em seguida e se senta nos meus pés, atrás de George.

— E aí?— ele nos olha, curioso.

— Perdão, vocês disseram que iriam comigo?— tusso, me sentando corretamente.

— É claro, linda— Fred fala— Não acha que vamos simplesmente te largar por aí, acha?

— Não vamos sair do seu lado até ter certeza que está segura— George acrescenta.

— Não, isso não será necessário— eu falo tentando manter a voz firme.

— Mas é o que vai acontecer— Fred fala. Os gêmeos balançam a cabeça em sincronia.

— Sério, eu vou ficar bem, eu sei me virar...

— Onde está sua varinha?— Fred pergunta, ignorando minha fala.

— Estava em cima da mesa de cabeceira no meu quarto. Minha mãe não gosta que a gente fique com elas a mesa.... Não... gostava— me corrijo piscando depressa.

Os ruivos se entreolham brevemente. Cerro os dentes para não ceder ao choro.

— Quer ficar sozinha?— George pergunta quando eu lhe estendo a tigela quase cheia de mingau. Apenas balanço a cabeça, concordando, e me escondo debaixo das cobertas, deitando em posição fetal e lhes dando as costas. Fred se levanta depressa e dá a volta na sua cama para tocar minha cabeça e afagar meus cabelos suavemente.

— Eu sinto muito, pequena— ele sussurra e vai embora quando eu estremeço escondendo o rosto. George lhe passa a louça e toca meu ombro. Imagino que eles tenham deduzido o que aconteceu. Ataques brutais dos comensais da morte não são tão raros ultimamente.

— Sinto muito, querida— ele me solta e vai até a porta. Quando apaga a luz do quarto e está quase fechando a porta, eu me sento abruptamente.

— George!— eu chamo alarmada, ele me olha segurando a maçaneta, no corredor— Deixa a luz acesa, por favor— peço, tentando segurar a onda para não deixar transparecer demais que estou assustada. Ele atende meu pedido no segundo seguinte.

— Porta aberta ou fechada?— pergunta.

— Fechada— eu falo, minha voz é mais trêmula do que eu desejo, ele assente, mordendo o lábio inferior.

— Tente descansar, Carter, amanhã é outro dia— ele vai embora, fechando a porta. Eu me afundo na cama, cobrindo o rosto. O sono me abate sem esforço. Os pesadelos espreitam no escuro.

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