➤ Não se cale
CARTER
Molly trouxe sacos enormes com roupas e coisas que eu nem sei porquê estavam ali no meio, tipo: brinquedos?!
Ela me trouxe até uma escova de dentes nova. Que alívio.
Eles gastaram comigo a mando dos rapazes, ganhei uma coisa de cada membro da família Weasley, seja uma peça de roupa que não lhes servisse mais ou um livro velho que perdeu a graça. Todos fora Percy; George e Fred ficaram zangados, mas algo me dizia que essa raiva não é de agora. Não questionei a respeito, porque simplesmente não é da minha conta.
George disse para eu dormir em seu quarto enquanto limpamos o quarto de hóspedes e Fred me obrigou a aceitar, o sofá não era tão bom para suas costas, elas já doíam muito por carregar o peso de ser o mais lindo da família, ele dizia, eu ri enquanto os gêmeos idênticos tentavam se tirar de cena, dizendo que outro viera com defeito.
É noite de quinta-feira. É só minha segunda noite aqui, mas os rapazes me tratam como se eu fosse de casa.
Fred chegou animado do trabalho com um pacote grande de feijões de todos os sabores, veio cantando e dançando para a sala onde eu estava sentada com George, depois de enfim escovar os dentes e tomar um banho, vestindo as novas roupas — pelo menos para mim — que Ginny me deu. Uma blusa fina, roxa de manga comprida e gola alta e uma calça justa preta sem bolsos.
Não que eu seja muito vaidosa, mas era bom ter algo feminino para vestir, para variar. Meu cabelo está horrendo então optei por amarrá-lo em um rabo de cavalo.
George está no sofá lendo um livro de poções, provavelmente vendo algo para a sua loja. Os cabelos molhados formando uma franja na testa que ele tirava da frente de seus olhos vez ou outra para conseguir ler. Também havia tomado banho, é claro, está com uma calça flanela, vermelha xadrez e camiseta preta.
Eu admito, ele está uma gracinha, vez ou outra o encaro, ele nunca está tão distraído e sempre olha para mim de volta, nas primeiras vezes com um ar questionador, como se esperasse que eu pedisse algo, mas logo começou a sorrir, como que para me provocar.
Ele sabe que eu estou que nem uma idiota o observando só para absorver sua beleza.
— O papai chegou!— Fred anunciara, eu e George paramos de nos olhar para encarar o ruivo que pulou no sofá para ficar entre nós.
Um dos brinquedos que me deram — devo falar que eu gostei, apesar de me sentir uma criança — é uma bolinha antiestress, aposto que era do senhor Weasley, uma coisa trouxa assim, eu a aperto a todo momento. Queria conversar com George sobre qualquer coisa, mas também não queria atrapalhar nada da sua rotina, então ficamos em silêncio muito, muito incômodo para mim por uma hora e meia.
Eu não tinha muito para onde olhar, e honestamente estava com preguiça demais para me oferecer para fazer qualquer coisa na casa, então fiquei me ajeitando no sofá, andando de um lado para o outro na sala, subi para arrumar as roupas, mas como não queria ficar sozinha para não pensar demais acabava voltando para o lado de George. Tentei ler com ele, mas isso me deixava mais entediada, eu estava a um passo de arrancar o livro de suas mãos quando meu salvador, Fred, chegou.
— Como foi o dia de vocês?— ele perguntou, passando os braços por cima de nossos ombros.
— Bom, a mãe esteve aqui, deixou umas coisas para a nossa filha e foi embora com Lino— George fala, distraído com sua leitura.
Ri rapidamente ao ser tratada como a filha.
— Me diz que a dona Molly deixou alguma torta, eu estou faminto!— Fred fala, estapeia o livro no colo de George— Olha para mim enquanto eu falo, seu mal-educado— ele censura, George o encara com tédio, e ambos se voltam para mim— E para você, linda, como foi?
— Bom, descobri que vocês tiveram um ótimo cozinheiro, como o deixaram escapar?— comento, puxando assunto. Por favor, falem por horas a fio, distraiam minha mente ou eu vou me matar.
— Ele nunca foi muito a favor do nosso tipo de organização— Fred une as sobrancelhas e balança a cabeça, lamentando. Olho ao redor franzindo a testa, a casa está tudo, menos organizada. Há pilhas de livros para todos os lugares, planilhas, réguas, borrados de tintas coloridas na parede, embalagem de doces no chão, perto da lareira, a nossa frente.
— Ah, é?— indago, fazendo-me de desacreditada.
— Quem perdeu foi ele— George fala, sorrindo— Foi morar de novo com os pais.
— Quem perdeu foi ele— Fred concordou, sorrindo maroto, e então deu uma puxadinha no meu cabelo.
— Ai, ei!— reclamo levando a mão cabeça.
— Quer?— ele oferece os feijões.
— Eu não faria isso se fosse você— George murmura do outro lado, Fred bloqueia toda minha visão do outro ruivo.
— Cara!— Fred reclama batendo no peito do irmão com as costas da mão.
— O que? Qual é a pegadinha?— cerro os olhos, recuando com a mão— Eu meio que espero pegar um tipo de vômito, tenho a mão podre.
— Esse é o truque, você achar que tem a mão podre para não desistir de comer— George cobre o rosto de Fred e o empurra para trás, o tirando do caminho— São todos coloridos, mas você não vai achar nenhum bom. Só um pior que o outro.
— Não quero, obrigada— falo para Fred, fazendo careta.
— Filhote de Filch!— Fred reclama para o irmão e lhe dá um tapa na nuca— Você...— Fred olhou para mim e para George e então faz aquela cara de quem parece ter lembrado algo, George lê os pensamentos do irmão e lhe dá um outro tapa, desta vez na barriga.
— Cala a boca, não tem nada a ver!
— Por que mais você me trairia desse jeito?— Fred leva a mão ao peito, ofendido.
— Eu estou perdendo algo?— pergunto, intrometida.
— Esse traíra te acha bonita— Fred se volta para mim e revira os olhos como se fosse uma conclusão totalmente óbvia— Por isso cortou toda minha graça! Você só ia ficar laranja por um tempo, nossa.
— Mas eu já disse isso a ela— George argumentou, me lançando uma piscadela, eu escondo o rosto com as mãos.
— Own, ela está corada!— Fred implica, me contenho antes que afunde a mão na sua cara.
— Você não usou necessariamente essas palavras, deixem de ser idiotas— falo, me sentindo A idiota enquanto meu rosto queima e Fred ri da minha desgraça.
George pega o braço de Fred e o puxa para fora do caminho, o ruivo pula para o outro lado do irmão e George se aproxima, me encolhi mostrando timidez contra minha vontade, que ódio!
George sorri e me encara com a sua típica intensidade que parece me queimar de dentro para fora.
— Sophia Carter— ele chama, afundo o rosto no encosto do sofá, eles riem e George segura meu queixo me voltando para si de novo— Vou usar todas as palavras: Você é linda, muito bonita. Tipo muito mesmo. Eu nem sei como eu estou com coragem de te falar isso diretamente, para ser sincero— ele arregala os olhos para mim, fazendo graça— Estou a base de adrenalina aqui, mas espero que tenha entendido o recado.
— Ah, que horror, estou sobrando!— Fred se levanta do sofá, sacudindo os ombros como se tivesse tido algum calafrio. Ele é muito dramático.
Mordo o lábio e balanço a cabeça. George me encara, eu tento evitar, mas acabo cedendo e o encaro de volta, ele me dá um sorriso doce.
— Satisfeita?— ele quer saber.
— Não.
— Que bom, porque eu não vou parar de falar— o sorriso dele se alarga e ele belisca minha bochecha. Eu não quero que ele se cale tampouco. O belisco de volta, quero tanto que ele seja real.
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Nota da autora:
Vadia, já me seguiu? Se não, segue agora!
Venho humildemente ordenar que vocês vão ler DAKARIA, George Weasley. Essa fanfic é meu xodó e eu posso garantir pra vocês que tem uma aura muito mais leve e divertida do que essa.
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