Eu pego a mão de George e a coloco no meu peito para que ele sinta meu coração em turbulência. Amanhã de manhã começaremos a corrida, depois de uma tarde e noite inteiras discutindo as piores ideias possíveis, nós decidimos. Lino e Fred estão roncando na cama ao lado, eles se empurram e se chutam vez ou outra, Fred está espremido contra a parede e Lino está quase caindo da cama. George está a minha direita, o cotovelo enfiado no travesseiro, o rosto apertado contra a mão e ele se inclinando para mim. Os cabelos vermelhos estão secos agora e insistem em cair em seus olhos vez ou outra, eu sorrio e os coloco para o lado.
— Acha que gente vai poder ficar de boa depois disso?— pergunto num murmúrio. A luz de uma única vela na mesa de cabeceira de George me permite enxergá-lo parcialmente fora os raios do lado de fora que iluminam a casa mais ainda— Se o plano der certo...
— Ainda teremos que nos esconder, mas pelo menos não vai ter ninguém atrás da gente o tempo todo— ele dá de ombros pressionando a mão no meu peito, acelerando meu coração.
— Você fica muito sexy quando olha para meus peitos, sabe disso?— brinco, ele sorri.
— Gosto de sentir seu coração batendo— se explica— É uma prova de que eu não falhei com você— seus olhos encontram os meus quando ele termina de falar. Eu já disse o quanto amo os olhos dele? Eu amo os olhos dele.
— Você nunca falhou comigo, ruivo.
— Eu sei. Por causa disso— mais uma vez ele olha para meu peito, previamente— Isso é muito bom.
— É muito bom para mim também que você ache isso muito bom— sorrio boba passando os dedos pela lateral do seu rosto. George se inclina e beija minha bochecha.
— Você é tão teimosa, sabe disso não sabe?— sussurra— Me pergunto como não foi para a grifinória antes de tudo.
— Quem disse que sou teimosa?— há um som de trovão que faz a casa tremer.
— Tudo em você grita teimosia, moranguinho. Eu digo que você não deve ir, você luta bravamente para me contrariar. Estava pensando aqui, a gente ainda vai ter umas belas discussões sobre isso quando nossos filhos nos deixarem, imagina como isso piora com a idade!— ele ironiza. Arregalo os olhos.
— Nosso filhos?— repito, sorrindo de lado, uma sobrancelha erguida.
— É. Sabe que a gente vai ter, tipo, uns trinta filhos, né?
— Com o útero de quem, Weasley?— eu belisco sua bochecha— Está louco se acha que teremos trinta filhos.
— A gente compra uns, se precisar.
— Não quis dizer adotar?
— Não é a mesma coisa?— ele franze a testa. Errado não está.
— Touché— elogio. George me rouba um selinho.
— Quero que eles tenham seu sorriso, Sophia— diz, manhoso. Meu coração se derrete.
— Até os comprados?— não aguento segurar o riso.
— Claro. Eu paguei, tem que vir como eu quero.— ele sorri admirando meu rosto. Mais um selinho roubado. Um estalo que não acordou nossos vizinhos tão parecidos com tratores.
— E eu quero que eles tenham seus olhos, Georgie— sussurro, sonhadora.
Tem um sentimento estranho dentro de mim, parece fazer séculos que eu não me sinto desta forma, porque depois de tanta tormenta... Eu estou bem. Genuinamente bem, porra, eu estou discutindo o futuro com meu namorado, ok que não é nada realista, mas antes eu tremia só de pensar em olhar para frente. Hoje é o que eu mais quero: um futuro com George. Agora, nesse exato momento onde os olhos de George cintilam com minha afirmação é onde eu posso respirar. Eu me sinto viva assim com ele. Gostaria de congelar o tempo e ficar para sempre aqui. Só eu e ele. A chuva despencando lá fora, talvez até Lino e Fred roncando ao lado seria uma boa. Agora, eu não mudaria nada de lugar. Meu peito esfria e eu me arrepio com a forma que o ruivo me olha. Está além do que eu poderia estar acostumada. Eu sinto que ele me adora, eu estou nas nuvens. Só ele me deixa assim e eu só tenho certeza que não posso perder isso.
Uma vez minha mãe me disse que um lar pode não ser um lugar, mas uma pessoa. Meu lar tem os olhos âmbar mais bonitos que eu já vi.
— Sabe, moranguinho, eu sou apaixonado por você. Tipo, pra caralho.
— Estou chocada! Não sabia, ruivo, quando você ia me contar?— faço-me de sonsa.
— Umas várias vezes, ainda mais no dia do nosso casamento.
— Você já planejou nossa vida toda juntos, não é?— meu sorriso se alarga sem que eu permita.
— Óbvio, eu sou cauteloso, apesar de tudo indicar o contrário— ele aperta minhas bochechas me obrigando a fazer biquinho.
— Então me fala, como vai ser nosso futuro de acordo com sua visão, Georgie?
— Hmm, daqui a dois anos, praticamente, nós vamos nos casar numa praia— ele fala, levantando as sobrancelhas e olhando para minha boca— Só nós dois e o juíz porque eu não vou suportar ter uma festa antes da nossa lua de mel que vai ter que durar pelo menos dois meses— nós rimos.
— Dois meses, é?
— Precisamente. Pelo menos só até eu te deixar tão sensível ao meu toque que de olhar na sua direção eu vou te deixar excitada— ele sussurra provocativo, eu me encolho tentando não o influenciar em continuar com a sacanagem porque eu não vou conseguir ficar quieta e nem relaxada de transar com ele com Lino e Fred do lado. Nem imagino a catástrofe que seria se eles nos ouvissem!
— Está se achando muito, Weasley— debocho.
— Até parece— ele descarta minha fala, confiante.
— E quando vai ser o pedido de casamento? Não estou vendo nenhum anel de noivado aqui— levanto as mãos, exibindo a falta de uma joia, o distraindo rapidamente.
— Amor, você que vai fazer o pedido— ele passa a ponta dos dedos na minha cicatriz em meu rosto, gosto muito quando ele faz isso, faz com que eu me sinta bem menos deformada.
— Quem disse?
— Euzinho. Vou te fazer me amar tanto que você vai ficar doidinha para me pedir em casamento— ele zomba— Você que vai ficar de joelhos, de preferência pelada e com uma rosa vermelha entre os dentes— nós rimos um pouco alto dessa vez, mas nada dos rapazes. Em breve poderemos usar nossos tons normais, eles não reagem! Eu empurro George mas ele nem demora para voltar para a exata mesma posição.
— Você é um idiota!
— Calada! Deixa eu continuar. A gente se casa e vai ter uma cabana na praia também, na mesma que nos casamos...
— Que cisma com praia!
— Eu gosto de praia, cacete! Cala a boquinha, cala— ele põe o indicador sobre meus lábios e olha para o lado, fazendo uma cara de "eu estou visualizando"— Teremos uma casa perto da nossa família claro, também perto de Hogwarts para George Junior e a Georgiana...
— É o que?!— eu mordo seu dedo, ele faz cara feia para mim em repreensão— Georgiana? Esse nome mais nem fodendo!
— Minha querida, por que não?— faz-se de ofendido. Totalmente debochado.
— Por que não Sophia Segunda?
— Vão zoar ela! Sophia Segunda, Sophia Terça, tá se esquecendo de com quem você está namorando, minha filha? Eu sei do que eu estou falando. Sem querer ofender, gatinha, mas os nomes vão ser comigo.
— Quem vai gerar eles sou eu!— faço-me de ofendida— Eu vou arrancar suas bolas e enfiar na sua goela se chamar minha filha de Georgiana.
— Tem que combinar para os gêmeos! Sophia e SophIO? Cadê a variedade, meu anjo?
— Eu vou socar ela no seu rabo.
— Você é tão fofinha, eu amo quando fala sacanagem comigo— ele sorri malicioso.
— Eu te odeio!
— Seu rabo— ele dá três beijos no meu rosto: bochechas e testa— Que é uma delícia, por sinal.
— Eu sei que você ama minha bunda, assim como meus peitos.
— Que peitos?— indaga, eu começo a o estapear imediatamente enquanto George cai na gargalhada. O empurro para longe, quase o socando na parede e cruzo os braços, emburrada— Amor...— ele ri, eu não o olho, fazendo bico— Meu benzinho...— sigo o ignorando enquanto ele não se recompõe— Vida, olha para mim, eu estou brincando— George vem cada vez mais para cima de mim, forçando seu peso e tentando ocupar minha visão. Eu resisto bravamente, genuinamente ofendida— moranguinho, eu estou brincando, eu amo seus peitinhos.
— Vai se foder— eu o empurro para longe de novo, mas George é que nem chiclete no cabelo, essa porra não sai.
— Linda, vem cá, você sabe que eu só estou te zoando— ele geme. Reviro os olhos, apenas— Eu não vou parar até você me desculpar.
— Foda-se— sacudo os ombros e me sento sem o olhar. George me imita e me abraça colando o queixo no meu ombro e apertando minha cintura de lado— Não me toca.
— Você sabe que eu te amo, né? Não fica assim— ele ainda está rindo— Eu posso te mamar se você quiser, amor, é só pedir.
Ah, que ódio! Ele me arrancou um sorriso. Desgraçado.
— Você é tão idiota.
— Você me adora, cala a porra da boca.
— Não sei de onde você tirou isso.
— É o sexto sentido apitando— ele ironiza— sei que me adora o suficiente para deixar eu colocar o nome da nossa filha de Georgiana.
— NEM FO-DEN-DO!— eu elevo o tom e então cubro minha boca rapidamente olhando para a cama de Fred. Lino rola na cama se virando para o melhor amigo e joga braço e perna encima de Fred, mas nada além disso— A gente não vai ter filho, nem vamos nos casar mais, você disse que eu não tenho peito!
— Amor, eu estava zoando— ele tenta mais uma vez entrar no meu campo de visão, mas eu empurro sua testa para o lado tentando sair de seu abraço.
— Eu vou dormir com sua irmã agora.— aviso.
— Tá louca, é?— ele aperta mais minha cintura e me puxa para seu colo— De mim você não sai, daqui ninguém te tira.
— Me solta— reclamo esperneando que nem uma criança.
— Nunca— ele segura meu rosto o virando para si e me beija. Eu não resisto ao seu toque e retribuo a porra do beijo, mesmo que zangada, sua língua ainda é meu ponto fraco. Ajeito-me no seu colo e seguro sua nuca quando nossas línguas dançam e meu corpo se aquece de desejo. Nos beijamos até perder o ar, George morde meu lábio como que para saborear meu gosto mais um pouquinho. Eu amo tanto esse homem, que ódio.
Eu só queria que fôssemos normais todos os dias como estamos sendo agora. Eu estou no meu pequeno pedaço de paraíso. Por favor, que nada me tire disso. Vai dar tudo certo. Eu espero.
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