➤ Eu vou
CARTER
É como uma manhã de natal! Todos estão a flor da pele. Eu não sei quando as coisas podem ficar mais loucas ainda e eu acho que até me divirto, pelo menos dessa vez. Ou eu já perdi a cabeça, simples assim.
— Como é que é?— eu pergunto ainda sem entender. Os rapazes estão agitados, um completando a fala do outro como se eles dividissem o mesmo cérebro.
— A gente vai forjar nossa morte.— Fred fala, de novo.
— Não a de todos nós é claro, seria demais, mas de nós três— George prossegue apontando para si para Fred e então para mim— Os principais, não vai ter porque Bellatrix se vingar, sei que ela é fodida da cabeça, mas o jogo vai perder a graça quando nós morrermos. Nossa família já vai sofrer o suficiente. Isso deve bastar.
— A gente não vai nem precisar de ajuda, nós podemos fazer isso em alguns dias, com as poções certas...— Lino segue.
— Feitiços de proteção, óbvio— Fred gesticula e eles andam de um lado para o outro sem se esbarrar. Cada um com o olhar desfocado, mente bem distante.
— Talvez até tinta?
— Certamente, a melhor que tivermos, alguns dos nossos produtos podem dar conta caso formos criar uma cena grotesca.
— Uma morte muito enfeitada vai causar suspeita, não acha? Não deve estar perfeita demais nem desleixada demais.
— É claro que vai criar suspeita, mas seria ainda mais complicado fazer uma encenação de que eles nos mataram...
— Não deve ser descartada, também.
— Muito risco... tá, mas vamos focar principalmente em eles nos achando mortos.
— Colocaremos a culpa nos moradores? Público irritado, querendo fazer justiça com as próprias mãos...
— Não, nem todo mundo merece se envolver, eles já vão procurar alguém para punir, talvez algum acidente nosso, uma jogada improvável que deu muito errado— George gesticula, minha cabeça vai explodir— estava pensando, a poção do sono é meio fraca, teríamos de dar um bela fortificada nela, mais ervas calmantes, do tipo, precisaríamos parar corações...
— Do que estão falando?!— Molly se indigna.
— E os corpos?— Fred continua como se não tivesse escutado a mãe.
— Nem fodendo que eu vou colocar ela em risco, já a matei uma vez, a Sophia não vai participar, temos que arranjar outra coisa para colocar no lugar dela.— ele sacode a cabeça.
— Perdão? Isso começa em mim exatamente!— eu falo indignada, George sacode a mão para que eu fique quieta.
— Shhh, calma aí, amor!
— Vai ter que ter o corpo de alguém, George— Lino fala.
— Não dá para roubarmos um cadáver fresquinho, quem dirá três.
— Rá, boa— eles batem as mãos. MAS QUE PORRA TÁ ACONTECENDO?
— Roubar corpos!?— Gina indaga, tão perdida quanto eu.
— Não tem como fazer isso de uma hora para outra, vou precisar de um tempo para criar uma lista— Fred fala com Lino.
— Eu cuido de pegar os ingredientes, vocês não podem sair de casa— ele se dispõe.
— Sim, mas tenta disfarçar sua cara, ok? Mesmo com os conhecidos. Tem uma recompensa pelas nossas cabeças por aí, temos que ser cautelosos. Vamos ver antigos contatos, os mais seguros... o foda é que perdemos a poção polissuco que estávamos trabalhando— George leva as mãos a cintura já mudando de assunto. A testa franzida e ele mordendo o lábio encarando meus pés.
— Quem disse? Eu pedi para Angie cuidar dela desde que Sophia saiu de casa— Fred balança a cabeça.
— Muito bom— os rapazes elogiam e Fred sorri, orgulhoso.
— É melhor que você não esteja pensando nisso, George Weasley!— eu vocifero me levantando do sofá, meu ruivo olha na minha direção e dá um sorrisinho amarelo.
— Estamos discutindo as opções, amor. As ideias estão mudando rápido, é muita coisa para examinar— ele anda até mim e coloca as mãos nos meus ombros, me massageando.
— É melhor que em nenhuma delas tenha um de vocês com a minha cara, falou!?— me estresso e faço um coque no meu cabelo porque de repente minha temperatura sobe— Você não vai me deixar de fora disso!
— Nem fodendo que você vai participar— ele cruza os braços, ficando rapidamente zangado.
— Georgie, pode ser uma boa, quanto mais ajuda melhor, ainda mais...— Lino tenta dialogar.
— Não, que porra!— o ruivo o interrompe, Lino ergue as mãos se rendendo— A gente sabe trabalhar junto, não pode ter nenhum erro.
— Quem disse que eu vou errar?— cruzo os braços— Eu vou participar disso, quer você queira ou não.
— Eu te amarro e te amordaço, garota!— George ameaça— Você não vai!
— Eu vou!
— NÃO VAI!
— EU VOU!
— Não vai nem por cima do meu cadáver!
— Não estamos muito longe disso— Fred diz.
— Cala a boca, Fred!— todos nós falamos ao mesmo tempo. Ele dá uma risadinha.
— Tenham a dr a vontade aí, Georgie, eu e Lino vamos pensar num plano melhor lá no quarto— Fred avisa passando o braço por cima do ombro do melhor amigo e o puxando para as escadas.
— Posso ir junto?— Gina pergunta pulando por cima do sofá para os acompanhar.
— Desde que você fique bem quietinha na sua para não atrapalhar os adultos— Lino avisa, eles somem de vista e apenas dá para ouvir um tapa estalado, aparentemente nas costas de alguém.
Eu e George estamos bufando quando olhamos na direção da dona Molly pedindo por privacidade sem abrir a boca. Ela não demora para entender o recado.
— Eu vou ficar de olho naqueles garotos— ela baixa a cabeça, a testa franzida como se ainda estivesse tentando entender o que está acontecendo, e se afasta.
— Você não pode vir junto, pode estragar o plano, eu e os rapazes fazemos isso a anos, a gente se entende muito bem, saberemos o que deve ser feito— George insiste.
— Eu posso aprender se você abrir a mente para me incluir no seu grande projeto!
— Não! Minha mente segue fechada, lacrada, de jeito nenhum você deve ir, além de imprudente, é perigoso, ainda mais para uma novata.
— Ah, ótima forma de me tranquilizar! Vou me sentir muito melhor sabendo o quanto você estará em perigo soltando fogos de artifício com o nome da Bellatrix e uma seta para nossas cabeças!
— Pode ter certeza que se fosse isso "nós" não estaria no meio! Eu nem escolhi um plano ainda, mulher— ele balança a cabeça dando de ombros.
— Como se fosse difícil imaginar quantos deles poderiam dar errado! O que garante que os comensais vão se contentar em apenas achar nossos corpos por meio de uma denuncia anônima? Está meio óbvio que vocês vão escolher o plano mais arriscado que é fazer com que eles pensem que nos mataram.
— Ainda não foi decidido! Sophia, você não vai ficar em perigo de novo. Bellatrix não vai chegar nem perto de você!
— Como se você pudesse definir isso! É minha culpa vocês estarem na reta agora, isso tudo começou em mim!— bato no meu peito.
— A gente sabe se cuidar, se desse eu não pediria nem ajuda do Fred e do Lino, já me sinto péssimo precisando dos meus irmãos para isso, imagine você!
— Bom, você vai ter que me engolir!
— Eu não posso te perder de novo!— ele rebate, a voz embargada, os olhos brilhando— Eu cuido disso, Sophia, me deixa cuidar disso.
— E você acha que tudo bem por mim perder você!?— sinto minhas mãos formigarem, meu peito esfria— Eu já te destruí, fodi a vida de vocês por egoísmo, o mínimo que eu posso fazer é servir de isca!
— Piorou! Não! Nem fodendo— ele fica vermelho.
— George, você é mais racional que isso, juntos nós podemos fazer dar certo, você sabe que isso é inevitável— eu respiro fundo contendo os ânimos, eu não quero brigar e pela sua pose defensiva sei que ele também não quer— Aceite que eu vou com vocês, eu não quero que a gente fique chateado um com o outro agora— Ele não me responde, me dá as costas e anda até a lareira, se apoiando nela. Eu o sigo com cautela, abro seus braços e ele obedece aos comandos me colocando debaixo da sua asa.
— Isso é uma péssima ideia— ele resmunga, mal humorado.
— Quantas péssimas ideias vocês já tiveram e deram certo?— eu abraço sua cintura de lado e ergo o queixo para o encarar. George segue encarando o fogo— Eu era uma péssima ideia e dei certo, não é?— procuro por um pouco de humor, seus olhos da cor do mel se voltam para os meus.
— Você nunca foi uma péssima ideia, Sophia— ele fala, mais calmo e eu sorrio, esticando-me para lhe roubar um selinho prévio. George beija minha testa e me abraça com mais força.
— Você sabe que eu vou.— sussurro. George estala a língua e faz careta. A ideia não o agrada em nada, e eu não posso julgar. Se eu tivesse a menor porcentagem de sua criatividade e materiais, eu lutaria para evitar o máximo que eles se metessem em qualquer confronto.
Mas a história toda começa em mim.
— Que porra, eu sei.
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