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Como encontrar respostas

Os alfas saíram do consultório em silêncio, Jungkook estava completamente englobado em seus próprios pensamentos, enquanto Jimin o olhava a todo instante, esperando que alguma coisa fosse dita, afinal depois de descobrir que tinham alguma ligação que vinha de um passado distante, queria muito saber o que eles decidiram fazer a partir dali.

A resposta do Park era óbvia até, ele com certeza queria saber mais, se possível resolver a pendência de sua vida passada e seguir em frente, mas principalmente, desejava saber o que ligava o seu lobo ao de Jungkook, esse era o ponto que mais estava enchendo o loirinho de curiosidade.

— Então, você acha que devemos procurar respostas de qual maneira? — Jimin questionou, ansioso para começar logo. — Já vi pessoas fazerem sessão de hipnose para acessar memórias de uma outra vida, nós podemos tentar e...

— Jimin, eu não quero descobrir nada sobre isso. — Jeon respondeu, interrompendo da fala do outro.

— O quê? Como assim? — Jimin indagou, olhando surpreso para o outro alfa.

— Você não ouviu o que ela disse? Na minha vida passada eu morri muito jovem, e eu não quero saber o que aconteceu, isso é amedrontador, talvez traumático também. — Disse, desviando o olhar para o chão, suspirando pesado.

— Eu entendo, mas se a gente não descobrir, vamos continuar sentindo esses avisos do nossos lobos. — Argumentou, tentando convencer o moreno. — Você sentiu algo tão forte que até mesmo te causou dor, e se começar a piorar?

— Se as sensações só comeram quando nos conhecemos, e pioram quando temos algum contato físico ou até mesmo quando nossos cheiros aumentam, como no caso do cio, isso vai passar para nós dois quando você voltar para casa. — Jungkook respondeu em seguida.

— Mas e se não passar? E se a distância piorar tudo? — Questionou preocupado. — Jungkook, esse é o meu vigésimo terceiro dia na alcateia, eu vou embora logo logo.

— Não acho que isso nos deixa dependentes um do outro, notaríamos se fosse o caso, são os nossos lobos que tem alguma pendência envolvendo um ao outro. — Falou, tentando acalmar o loiro.

— Isso significa que vou precisar de você. — Expressou, parando de andar e se colocando na frente do outro, o encarando de frente.

— Jimin, seus pais são ricos, sei que vai poder pagar quem quer que seja para descobrir tudo que precisa, e se realmente precisar da minha presença para alguma coisa, eu vou lá te ajudar. — Murmurou sorrindo levemente. — Mas eu não quero saber detalhes sobre nada disso.

— Tudo bem, respeito sua decisão. — Suspirou frustrado com a resposta do outro, mas não iria insistir. — A gente pode passar numa farmácia antes de voltarmos? Preciso comprar tinta de cabelo, minhas raízes já estão aparecendo.

— Ok, vamos. — Assentiu, voltando a caminhar.

Jimin estava decepcionado, entendia que o Jeon não queria saber detalhes, mas mesmo assim esperava que o outro ao menos quisesse saber qual a ligação os dois tinham, era uma coisa que vinha de uma outra vida afinal, como Jungkook não ficava nem ao menos curioso para saber qual a relação suas encarnações tiveram?

Porém se calou e não discutiu, os dois apenas caminharam até a farmácia mais próxima, onde Jimin pode comprar sua tinta para manter os cabelos no tom aloirado que usava, e logo retornaram ao carro, seguindo o trajeto de volta até a alcateia, o Park até já tinha se esquecido da sua ideia de ir a algum restaurante ali perto com Jungkook, estava um tanto triste com a falta de interesse do outro.

Mas com certeza isso não o impediria de descobrir tudo o que necessitava saber.

{...}

Cinco dias se passaram desde então, agora Jimin estava em seu vigésimo oitavo dia de estadia na alcateia, iria embora em nove dias, e a ansiedade o tomava por completo, assim como também uma certa tristeza, porque tinha se apegado bastante ao lugar e aos seus novos amigos, porém ali não era a sua casa, mesmo que às vezes sentisse com se fosse.

Naqueles dias o ator se empenhou em suas investigações, após descobrir que os avisos que seu lobo dava tinha ligações com vidas passadas, voltou a biblioteca para buscar pelos livros certos, afinal antes procurava por efeitos que um cio causava, mas agora sabia que tinha que ir atrás de respostas na ala de almas lupinas.

A bibliotecária mais uma vez foi de grande ajuda, indicando a Jimin os melhores livros que falavam sobre o assunto, o Park praticamente devorou dois deles em três dias, agora se vendo bem mais entendido sobre o assunto, e também com muitas dúvidas sanadas, assim como alguns medos apaziguados.

A primeira boa notícia foi saber os sintomas poderiam desaparecer com o tempo, mesmo sem que ele descobrisse o que seu lobo tanto queria, entretanto até tudo sumir por completo, malefícios a sua saúde poderiam aparecer, como dores, febres e mudanças de humor, mas claro, cada caso era um caso, e tudo variava de uma pessoa para outra.

A segunda era que quanto mais seu lobo fosse estimulado a se lembrar de sua última vida, mais fácil se tornaria para Jimin descobrir o que precisava saber para que as sensações, sonhos estranhos e reações impulsivas de seu lupino desaparecessem, e sua forma de estímulo era o que havia causado o primeiro gatilho de memórias, ou seja, o cheiro de Jungkook.

Naquela semana Jimin pediu emprestado algumas peças de roupa do alfa moreno, e assim decidiu dormir com as vestimentas do outro todas as noites, para incitar seu lobo e quem sabe retornar a ter aqueles sonhos, visando começar a achar respostas e quem sabe até ter lembranças mais claras e reveladoras.

Até havia funcionado, pegar no sono sentindo o perfume natural do outro alfa levou Jimin a ter três sonhos distintos, no primeiro se via sozinho, andando numa floresta no meio do dia, sentia uma grande angústia no peito e uma vontade de chorar gigantesca, não sabia porquê, mas entendia que alguma coisa havia o magoado bastante, porém despertou antes mesmo de saber mais o que estava acontecendo.

No segundo sonho, um rapaz conversava consigo, eles estavam numa cabana como as muitas que tinham na alcateia, e mesmo que estivesse um dia ensolarado lá fora, Jimin não conseguia ver o rosto do rapaz com clareza, mas entendia que se travava de um amigo.

O homem desconhecido estava preocupado com alguma coisa, falava rápido e Jimin não conseguia compreender muito bem, tentou e tentou, mas nenhuma das palavras que saia da boca do outro fazia sentido para o Park, acabou acordando no susto quando mais alguém entrou na cabana em que estavam, gritando que precisavam vir logo pois todos estavam os esperando.

O terceiro sonho foi o mais aterrorizante de todos para Jimin, ele estava ajoelhado no chão de terra, chorando capciosamente enquanto abraçava alguém, essa pessoa estava bem machucada e com os olhos fechados, o Park não poderia dizer se ela estava apenas desmaiada ou pior, mas a tristeza que sentiu foi tão grande que acordou em meio aos prantos.

As visões não estavam ajudando muito, e Jimin sabia que seria demorado até que sonhasse com alguma coisa mais sucinta, por isso decidiu que precisava investigar de outras formas, porém não sabia muito bem como começar, por isso decidiu mandar uma carta para seus pais, explicando tudo o que estava acontecendo e pedindo a ajuda dos mais velhos.

E enquanto a resposta para a correspondência não chegava, o Park tomou o seu tempo retornando a suas atividades na alcateia, os seus horários para exercícios físicos voltaram ao normal, assim como as aulas com Jungkook, que havia dispensado as pescarias pela manhã, em vista de que não necessitavam mais daquela atividade, tinham evoluído bastante naquele mês.

Jimin também pode terminar o livro que dava origem ao dorama, ficando bem triste pelo final não ser assim tão feliz quanto queria, Sookmin foi curada de sua doença e havia decidido deixar a matilha de Heejin para seguir com o alfa, mas se viu atônita quando descobriu que o seu amado tinha passado seu rut com uma ômega da alcateia, e em consequência disso, a mesma estava grávida.

Sookmin nunca soube que tudo se tratava de um plano de alguns dos membros alcateia de Chulmoo, o grupo achava que essa paixão desvairada que o mesmo tinha por Sook iria acabar destruindo a alcateia, pois até mesmo já tinha os envolvido em uma guerra com outra matilha, sendo assim esperaram a semana do rut de Chulmoo chegar, e convenceram o curandeiro da alcateia a mentir para o alfa, dizendo que se ele passasse mais um período daqueles desacompanhado, poderia trazer consequência gravíssimas a sua saúde.

Chulmoo teve medo, não queria deixar sua matilha sem um líder caso algo pior acontecesse com ele, por esse motivo mandou um mensageiro até Sookmin, explicando o que o curandeiro havia contado. O recado nunca chegou até a ômega, foi interceptado pelo grupo, que criaram uma carta falsa como resposta, dizendo que Sookmin não via problemas em Chulmoo ter seu rut com outra pessoa.

Sookmin não sabia escrever, por esse motivo ela sempre pedia para um escrivão responder suas cartas, Chulmoo não desconfiaria ao ver uma letra diferente no recado, e por esse motivo, esteve naquele cio com uma ômega que era uma antiga amiga sua, achando que sua amada não via problemas naquilo, mas a companheira do rut de Chulmoo acabar engravidando não estava nos planos do grupo que arquitetou tudo, porém acabou caindo como uma luva para eles.

Sookmin por fim decidiu permanecer ao lado de Heejin, para que assim a alfa continuasse sendo a líder, e ambas decidiram mover a aldeia de sua matilha para outra região, bem longínqua daquele ponto onde estavam anteriormente. Chulmoo buscou pelo lugar em vão por muitos anos, tentando se explicar para a amada e contar sobre o plano sórdido dos membros de sua alcateia, os quais ele havia banido após descobrir tudo.

Chulmoo havia prometido muito antes de tudo que se encontraria com Sook, mesmo que em outra vidas se fosse possível, porém o livro encerrou dizendo que os amantes não se reviram até então, mentiras acabaram os separando e mesmo que Chulmoo ainda tivesse esperanças, reencontrar Sookmin e a fazer acreditar que tudo não passava de uma armação seria muito difícil. 

Agora Jimin esperava que tivesse uma continuação para o livro, porque ele queria muito saber mais, pois já nem estava lendo por causa do dorama, ele realmente tinha gostado da história e se apegado aos personagens, queria ler mais sobre e até mesmo ver finais alternativos.

Mas enquanto isso não acontecia, se limitava a decorar as falas que usaria em suas cenas de teste, e também ensaiar algumas cenas, teve a ajuda de Taehyung nos primeiros dias, mas o mesmo entrou em seu período de heat, tendo que ir para umas das cabanas na montanha, na companhia de Hoseok, o que foi uma surpresa para Jimin, pois achava que os dois não iriam passar juntos enquanto não se resolvessem realmente.

Porém estava errado, eles haviam combinado há alguns dias, segundo Yoongi, e falando no ômega, Min também não poderia ajudar Jimin naquela semana, precisou ir a cidade para conversar com seu médico, pois desejava saber quando poderia voltar ao seu posto no exército, e assim ficaria alguns dias por lá resolvendo outros assuntos também, ou seja, nessa semana o Park estava se sentindo meio solitário.

Ao menos ainda tinha os treinos com Jungkook para lhe entreter quando não ocupava seu tempo com a leitura, a atividade que mais havia feito nos últimos cinco dias, para falar a verdade.

{...}

— Caramba, você não errou uma. — Jeon expressou, admirando o alvo de flechas a sua frente, onde Jimin tinha acertado as últimas quinze no ponto certinho, com certeza ele havia evoluído no quesito pontaria.

— Minha mira melhorou bastante. — Falou Jimin, orgulhoso de sua performance.

— Não sei se fico me achando por ser um bom professor, ou te elogio por ser um excelente aluno. — Comentou Jungkook, arrancando um riso do loirinho, que recentemente havia retocado o tom de seus cabelos.

— Faça os dois então. — Sorriu de lado, deixando o arco no chão e se virando novamente para o Jeon. — Agora vamos treinar minha voz assim como ontem?

— Não, você já cresceu muito nisso, nem parece mais aquela voz de taquara rachada de quando chegou aqui. — Provocou o Park, o fazendo lhe encarar boquiaberto com a afronta, mas a verdade era que a voz de alfa de Jimin realmente tinha tido uma significante melhoria, estava grave e alta, impunha respeito que um líder tinha que ter, mas sem causar medo no ouvinte, o tom perfeito para que fosse usado no dorama.

— O quê? — Jimin expressou levando a mão até o peito, dramatizando uma reação. — Você que não sabe apreciar a intensidade e afinação da voz do meu alfa.

— Aham, claro. — Ironizou rindo soprado enquanto caminhava até sua mochila, de onde tirou uma pedaço de pano e estendeu na direção de Jimin. — Vamos, agora coloque isso para o nosso próximo exercício.

— Uma venda? — Jimin indagou segurando o pano, e retornando a olhar para Jungkook, semicerrando o olhar e sorrindo maliciosamente. — Eu não curto muito o fetiche de ser vendado não, Jeon.

— Para de ser safado, Park. — Brincou, dando um empurrãozinho no ombro do outro, que riu, se divertindo com a reação do moreno. — É um exercício para os seus sentidos, irei limitar um dos seus sentidos para que se concentre apenas nos outros, você usará apenas o olfato e a audição, e o nosso sexto sentido, a intuição.

— E como vai ser esse exercício?

— Eu trouxe essas bolinhas de papel e vou arremessá-las em você. — Explicou em seguida, tirando de sua mochila um saquinho cheio das bolinhas de papel. — Quero que se concentre, vou andar por todo esse terreno, então escute meus passos, vou passar por perto de você, então siga a direção do meu cheiro, e quando eu arremessar as bolinhas, você vai ter o reflexo de desviar, mesmo que não as enxergue.

— Tudo bem. — Assentiu, levando o pano até em frente aos seus olhos e amarrando em volta de sua cabeça.

Agora com a venda, Jimin se sentia um tanto impotente, nervoso também, mas tentou se concentrar nas dicas que tinha ouvido, e principalmente em todas as outras lições que já havia tido, assim como experiências reais, que aconteceram quando decidiu seguir Jungkook pela floresta naquela noite.

Jeon deu o sinal para o início do exercício e Jimin respirou fundo, intensificando seus sentidos da forma que podia, de primeira os sons do ambiente pareciam altos demais, o canto de pássaros e os ruídos das folhas sendo movidas pelo vento o desconcentraram, mas tentou se focar em algo, fazendo desenhos de ondas sonoras em sua mente, e criando um caminho pelo chão, até ouvir o som do solado dos calçados de Jungkook se chocando contra a terra.

Quando gravou qual barulho os sapatos faziam, partiu para o cheiro do rapaz, esse foi mais fácil, conseguiu mapear todo o terreno em sua mente e seguiu o perfume tão conhecido pelo olfato, rapidamente conseguindo identificar que Jungkook estava há oito metros de si.

Mas mesmo que já tivesse descoberto o lugar em que Jeon estava, Jimin não se virou em sua direção, continuou parado, esperando que o outro agisse, e isso não demorou muito, logo o Park percebeu que Jeon estava se locomovendo em sua direção, o alfa andou devagar, até se posicionar em frente de Jimin, porém não tão perto ao ponto de ser possível sentir o calor de seu corpo.

Jimin ficou quieto, esperando para saber o que Jungkook faria, e no mesmo instante sentiu um arrepio esquisito atravessar sua pele, um pressentimento forte corroeu, e seu braço se ergueu rapidamente na direção do outro num movimento quase involuntário, segurando o pulso de Jeon bruscamente, pois o mesmo havia erguido a mão para tocar em seus cabelos, e mesmo que Jimin não pudesse ver, seu corpo sentiu a aproximação e se defendeu.

— Uau! — Jungkook expressou, surpreso com a facilidade como os reflexos de Jimin haviam agido, um movimento defensivo perfeito. — Tem certeza que não consegue ver nada com essa venda?

— Tenho. — Riu soprado, soltando o pulso do amigo. — Caramba, isso foi muito legal!

— Sim, você foi ótimo. — Elogiou, começando a se distanciar para a próxima etapa do exercício. — Agora vou jogar as bolinhas, se prepare.

— Ok, vamos! — Exclamou, se preparando.

Jimin estava empolgado, se sentindo super poderoso, quase como um super herói, e no exercício seguinte até mesmo fingiu agir como um, criando em sua imaginação um cenário onde ele era o herói desviando dos ataques de algum super vilão, ou até mesmo fingindo ser o Neo de Matrix desviando de projéteis, mas claro que não havia como ter a mesma desenvoltura e reflexo do personagem por motivos óbvios.

Foi atingido por algumas bolinhas de papel no decorrer da atividade, porém conseguiu desviar da grande maioria, o que o fez retirar a venda todo orgulhoso, dizendo que Jungkook não tinha mais nada para o ensinar, pois estava se tornando um mestre, e o moreno apenas gargalhou, concordando e entrando na brincadeira.

Jungkook achava cativante o jeito descontraído do alfa, e também o admirava bastante, Jimin era um cara insistente, não parava até que conseguisse aprender o que quer que fosse, não deixava que os fracassos o parassem, mas Jeon sabia que mesmo que o Park não permitisse transparecer, tinha medo da derrota e às vezes se guiava por uma necessidade de aprovação, porém driblava isso sempre que conseguia.

— Ei, senhor Park! — Uma terceira voz se fez presente, fazendo os alfas se virarem para ver quem era, reconhecendo ser um rapaz beta que trabalhava juntamente do líder Seokjin e estavam substituindo Taehyung naquela semana.

— Sim? — Jimin indagou, indo até o beta.

— Correspondência para o senhor. — Disse, estendendo um envelope na direção do loiro.

— Obrigado. — Jimin agradeceu, o beta fez uma rápida reverência e logo se retirou. — É dos meus pais, chegou mais rápido do que eu esperava. — Afirmou para Jungkook.

O loirinho rasgou o envelope com rapidez, chegando até a carta e a abrindo, vendo a caprichada caligrafia de sua mãe, sorriu automaticamente, tendo lembranças de sua família chegando até sua mente com tudo, sentia saudades deles, dos conselhos de sua omma, do jeito carinhoso de seu appa, até mesmo das brigas bobas que tinha com seu dongsaeng.

Seus olhos foram tomados pela emoção ao se dar conta do quanto sentia falta de todos, porém mesmo com as vistas embaçadas pelas lágrimas, começou a ler a carta, as palavras de seus dizendo que buscariam ajuda de quem entendia do assunto, para que pudessem encontrar as respostas que Jimin buscava e ajudar seu lobo.

— Está tudo bem? — Jungkook perguntou, ao ver lágrimas escorrerem pelas bochechas do alfa enquanto ele lia o papel.

— Sim, só sinto falta deles. — Mostrou um sorriso triste, e em seguida foi surpreendido por um abraço vindo de Jungkook, que trouxe seu tronco contra o do loirinho, rodeando seu tronco com os braços.

— Ah Jimin, por que não falou que queria ir vê-los antes? Você não está preso aqui, poderia ir visitá-los quando quisesse. — Comentou, e Jimin riu soprado, curtindo o contato, aproveitando para deitar a cabeça no ombro de Jungkook e aspirar um pouquinho do seu cheiro natural de manga e laranja.

— Acho que eu só queria provar para mim mesmo que consigo me virar sozinho e que não preciso correr para os braços dos meus pais quando as coisas desandam, mas sei que se eu fosse visitá-los, não iria querer voltar pra cá. — Confessou, quase num sussurro.

— Tudo bem, eu entendo. — Respondeu, acariciando as costas do Park com movimentos lentos, levando sua mão para cima e para baixo, consolando-o. — Também sinto saudades dos meus pais.

— E você os visita sempre que pode? — Indagou curioso.

— Não mais... — Murmurou, sem entrar muito no assunto e logo desconversou, quebrando o abraço e se afastando. — É, eu tenho que terminar umas coisas para o Jin, mais tarde a gente se fala.

— Mas... — Tentou falar, vendo Jungkook simplesmente sair andando, deixando Jimin bem confuso com aquela repentina mudança de atitude.

Porém não se prendeu a aquilo, Jungkook era uma pessoa difícil de compreender às vezes, tanto que uma das maiores curiosidades do ator era entender mais sobre o Jeon, e assim se pegou lembrando que ainda não tinha pensando em como poderia descobrir quem era aquela moça com quem Jungkook se encontrou na floresta noites atrás, já que com uma semana tão corrida, acabou se esquecendo desse assunto.

Mas não iria atrás disso agora, se focaria primeiro no que estava acontecendo consigo, sua cabeça já acumulava coisas para fazer e Jimin era um só, não tinha como se dividir em vários para investigar a moça misteriosa, pesquisar sobre almas, tentar entender sua ligação com Jungkook e ainda por cima ensaiar para o seu teste, tinha que ser uma coisa de cada vez.

Após ser deixado sozinho por Jeon, retornou a vila da alcateia, onde fez uma refeição e voltou para sua cabana, onde ficou até a noite lendo os scripts e comparando as cenas descritas no livro para saber como melhor reproduzi-las, afinal o texto dado pelo diretor não era fiel a obra original, teriam que adaptar muitas cenas para poder fazer o dorama.

Somente lá pelas nove da noite Jimin saiu para fora, tomou um banho e foi jantar, o toque de recolher aconteceria em poucas horas, então se apressou em suas atividades, porque não queria ficar burlando tanto as regras da alcateia como tinha feito tantas vezes.

Entretanto seu plano de ir diretamente para sua cama e dormir foi desviado quando seu olhar caiu na direção da floresta, a trilha que Jungkook pegava para poder chegar até o ponto de encontro com a mulher desconhecida, e Jimin se sentiu muito tentado a caminhar um pouco por ali e quem sabe encontrar pistas.

Lutou contra sua própria consciência por alguns instantes, ponderando se deveria fazer aquilo ou não, já até mesmo tinha prometido que deixaria isso para outra hora, mas a seu interesse aguçou e a vontade de fazer o que sua curiosidade mandava foi mais forte.

Em passos lentos e dando umas olhadinhas para o lado para saber se mais alguém estava ali presente, Jimin seguiu pela trilha, andando sem um destino certo, utilizando de sua visão aguçada para clarear o caminho, e assim foi, sem rumo pelo caminho entre as árvores, tendo somente o céu escuro como companhia.

Jimin caminhou bastante em linha reta, até sentir suas pernas um pouco cansadas, já havia passado da caverna onde teve o deslizamento e até ido um pouco mais a frente da área de acampamento, chegando assim numa área nova para si, a qual ainda não tinha vindo juntamente de Jungkook.

Antes tinha parado no lugar em que viu Jeon conversa com a moça, se sentiu um cão farejador buscando por qualquer cheiro que revelasse alguma coisa, como a qual casta ela pertencia, mas não sentiu odor algum, nem ômega, alfa ou beta, talvez fosse pelo fato dela ter passado ali há bastante tempo.

E assim seguiu adiante, até se ver num canto completamente inexplorado por si, uma nova clareira em meio a floresta, e Jimin se surpreendeu ao perceber que tinha ido tão longe, não era seu plano se afastar tanto, seria fácil se perder, e além do mais, estava no meio da noite, se ficasse perdido, demoraria até alguém sentir sua falta e vir atrás.

— Você é tão idiota, Jimin! — Falou consigo mesmo, parando no centro da clareira, levando as mãos até a cintura e balançando a cabeça para os lados, num gesto de negação. — Achou que encontraria ela vagando por aí e bateriam um papo? Isso foi tão estúpido.

Sua voz até então era o som mais alto cortando o vento naquela imensidão verde, entretanto assim que se calou, Jimin ouviu um novo som, barulhos por entre as folhas, como se algo ou alguém estivesse as movimentando, era diferente do ruído do vento, e ao aguçar sua audição, o Park pode identificar o barulho de passos lentos.

Claramente não eram solados de calçados, então seja o que fosse, não usava sapatos, e pelas ondas fracas que a sonoridade de suas pisadas contra o chão indicavam, só havia duas opções, ou era alguém bem pequeno e leve, andando devagar, ou alguém maior, porém vindo nas pontas dos pés.

Assustado, o alfa andou para trás, se distanciando da direção em que os sons vinham, porém antes que tivesse a iniciativa de correr ou se esconder, percebeu galhos se moverem numa moita mais a frente, as folhas foram indo para o lado enquanto algo as atravessava, e Jimin teve sua respiração trancando quando percebeu o que se travava.

Um lobo.

E não qualquer um, o Park reconheceria aquele olhar não importando o tempo que passasse, os mesmos olhos esverdeados, intensos e brilhantes que apareceram na caverna naquele fatídico dia, e agora Jimin entendia que não se tratava de um dos cachorros da alcateia ou qualquer outro felino selvagem como imaginou, e sim um enorme lupino de pelagem negra.

Jimin sequer sabia que um lobo poderiam chegar a aquele tamanho, era um animal lindo e que trazia muita curiosidade, mas sua beleza não diminuía sua periculosidade, e o ator não sabia o que fazer naquele momento, estava quase começando a ser encurralado e não teria muito para onde correr caso o lobo decidisse o atacar.

Jimin utilizou sua voz de alfa, tentando afugentar o lupino com um tom alto de voz, obviamente o animal não compreenderia o que foi dito, mas a voz grave e rouca de um alfa poderia assustar o lobo.

Porém não foi isso que aconteceu, o lobo até pareceu se assustar com a sonoridade da voz do alfa de inicio, parou de andar e esperou por alguns instantes, antes de voltar a caminhar na direção de Jimin, lentamente, quase como se estivesse se divertindo com o fato de poder ver o medo aparente nas expressões de Park.

Jimin usou sua voz mais algumas vezes, mas em vão, seu corpo estava trêmulo pelo pavor, porém precisava se mexer, e assim começou a andar para trás devagar, um passo de cada vez, enquanto mantinha sua visão no lupino, que continuava a se aproximar.

A adrenalina é um dos principais hormônios que aumentam em nosso corpo quando sentimos medo, é o que nos ajuda a nos defendermos, porém todo esse pavor nos deixando em alerta nem sempre nos faz tomar as melhores decisões, e com certeza andar de costas não é o melhor plano de todos, como Jimin pode comprovar quanto um dos seus pés enganchou numa raiz, o fazendo cair de costas.

O Park mal teve tempo de pensar rápido, quando viu o que acontecia, já estava no chão com um dos pés peso na raiz sobressalente, tentou se levantar apressado, mas quando se sentou para dar o impulso para ficar em pé, se viu de frente com o focinho do lobo, que o encarava fixamente.

O esmeralda dos olhos do lupino se prenderam em Jimin, era estranho mas o Park sentia que como se o lupino quisesse se comunicar com ele, e mesmo que fosse um animal predador que antes tivesse o deixado tão apavorado, Jimin sentiu seu medo se esvaindo, eram olhos gentis, tanto quanto aos de um cão doméstico vindo até si querendo fazer amizade, mesmo que o tamanho do lobo ainda fosse bem intimidante.

Não tinha muito o que fazer naquela situação, então o ator se manteve parado, esperou para ver o que o lobo faria, sem baixar a guarda, e assim foi surpreendido ao ver o lupino se aproximar ainda mais, que teve a atitude inesperada de farejar o seu rosto, fazendo Jimin se tremer de medo e suar mais do que já estava suando antes.

Porém foi apenas isso, o lobo se afastou no segundo seguinte, se deitando no chão, em frente a Jimin, como se fosse a ação mais corriqueira do mundo, e permaneceu ali, talvez não se importasse mais com a presença do humano em seu território, ou já tinha verificado o invasor e sabia que ele não representava perigo, o que sem dúvidas era muito inesperado na visão do Park... Afinal como o lobo saberia que ele não era uma ameaça?

— Se eu contar isso pra alguém, não vão acreditar. — O alfa comentou sozinho, rindo soprado.

Jimin manteve sua atenção no lobo enquanto se esticava para desenroscava seu pé da raiz em que havia ficado preso, e o canídeo continuou observando o alfa de volta, não de forma desconfiada, apenas olhava, e Jimin não sabia como, mas sentia que o outro também não lhe representava nenhum risco.

Tanto que o Park novamente soltou uma risadinha de nervoso, desacreditado em sua própria situação, e o lobo se levantou nesse momento e se aproximou mais, deitando-se no chão novamente, mas dessa vez com a cabeça sobre o joelho de Jimin, que estava paralisado diante do comportamento daquele canídeo selvagem.

— Era você na caverna aquele dia, não era? Se lembra de mim? Parece estar tentando me dizer que se lembra. — Jimin indagou retoricamente ao lupino, e até poderia ser maluquice da sua cabeça, mas sentiu como se lobo tivesse conseguido compreender o que foi dito. — Ótimo, agora além de sair andando pela mata sozinho no meio da noite, comecei a achar que um lobo consegue entender o que eu falo. É o auge mesmo.

Mas já que estava numa situação impensada e ao mesmo tempo incrível, se arriscou um pouco mais, o ator estendeu sua mão em direção ao lupino, e foi uma nova surpresa para si o ver aceitar um carinho próximo às orelhas.

— Tem alguém aí? — Uma voz desconhecida soou de repente, fazendo o loiro levar um grande susto, saltando para trás e olhando para todos os lados, assim como o lobo, que fugiu em disparada para dentro da mata mais uma vez no mesmo segundo.

Pelo visto Jimin não estava tão sozinho quanto achava.

~♥~ 

Até o próximo ❤❤❤

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