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sixth | how i realized i was in love with your daughter


"Mano... Vá lá!" Calum gemeu em descontentamento pelo que pareceu a vigésima vez naquele dia. "Já concordámos que, quando eu te forço a fazer algo, tudo corre às mil maravilhas - a noite em que conheceste a Charlotte é um exemplo disso! Se eu não te tivesse arrastado até ao bar, nunca a terias conhecido."

A verdade era que Calum tinha razão. Se houvesse alguém bom a influenciar as pessoas a fazerem algo, era ele. Eu estava-lhe extremamente agradecido por tudo o que ele me fez passar, desde que nos conhecemos, por me forçar a fazer as coisas mais estúpidas - mas, ao mesmo tempo, mais divertidas - com ele.

"Desculpa se não quero ir a uma festa onde toda a gente vai ter um par e eu vou estar sozinho." Resmunguei, zangado, mas não com Calum ou com alguém em particular - simplesmente com o mundo. Havia convidado Charlotte para vir comigo e, apesar de ela ter respondido de forma extremamente positiva devido à sua falta de filtro, confessou que já tinha combinado com um amigo ir a uma festa que ele estava a dar.

E tinha de confessar que isso me deixava com alguns ciúmes.

Senti algo tremer dentro do meu bolso e a minha atenção centrou-se nisso, até o meu melhor amigo voltar a falar: "O Ashton também não vai com ninguém." Relembrou e eu aproveitei para deslizar o meu telemóvel para fora dos meus calções de banho.

"O Ashton vai com a bebida." Reformulei as suas palavras, o que o fez rir.

"Quem te ouvir dizer isso vai achar que ele é um alcoólico!"

"E ele não o é?" Brinquei, soltando também algumas gargalhadas.

Calum atirou-me a sua toalha de praia, de forma brincalhona, mas eu tive tempo de me desviar e ela acabou por acertar na senhora velhinha sentada ao meu lado na paragem de autocarro - tínhamos acabado de sair da praia e o tecido estava cheio de areia. Pedimos imensas desculpas e, depois, finalmente vi a mensagem que já tinha recebido há pouco mais de um minuto.

Charlotte Linda: queria poder estar contigo neste preciso momento, hemmings

Charlotte voltou a mudar o nome no seu contacto! Mas isso era a menor das minhas preocupações, tendo em conta a mensagem que acabara de receber. Mostrei o ecrã a Calum e ele empurrou-me levemente.

"Vocês estão tão apanhadinhos." Gozou, com um sorriso. Calum também estava bem apanhadinho pela sua namorada e eu adorava gozar com ele por isso - agora era a sua vez.

"Nã. Apenas amigos, tu sabes." Relembrei e ele abanou a cabeça negativamente.

"Quando é que vais admitir a ti mesmo que estás apaixonado por ela?" Questionou, mostrando-me um olhar de desaprovação. "Nem estou a sugerir contares-lhe; apenas admite-o para ti mesmo!"

Toda a gente (principalmente Calum e Ashton) fazia questão em dizer-me que eu estava apaixonado pela minha melhor amiga, mas eu limitava-me a responder que apenas a amava. Amar não é o mesmo que estar apaixonado e as pessoas pareciam já não saber a diferença entre as duas expressões.

No entanto... "Sabes que mais?" Voltei o meu corpo para o meu amigo. Eu comecei a amá-la demasiado e acabei por me apaixonar. "Agora mesmo." Assenti, de forma constrangedora. "Já está."

O rapaz de cabelo negro juntou as suas mãos, batendo palmas, e levantou-se, preparado para entrar no autocarro que acabava de chegar à nossa paragem. Segui-o e ambos entrámos no meio de transporte público.

"Okay. Próximo passo: conta-o a alguém." Ele diz, de forma segura. "Sem pressões, mas eu estou mesmo aqui."

Como já mencionei, Calum era ótimo a forçar pessoas a fazerem coisas que, inicialmente, elas não queriam - mas nem sempre tudo corria de forma suave e, às vezes, momentos constrangedores como estes aconteciam.

"Eu estou apaixonado pela Charlotte." Confessei, pela primeira vez em voz alta. E soube tão bem.

"Okay, ótimo. Vamos despachar tudo de uma vez! Talvez consigamos que se estejam a casar no fim da viagem de autocarro!" O rapaz ao meu lado afirmou, de forma algo entusiasmada. "Agora admite-o a toda a gente menos a ela."

Observei-o, com uma sobrancelha elevada. "Queres que faça o quê?"

Pouco tempo depois, eu estava com a cabeça de fora da janela, sujeito a sofrer de uma morte trágica, aos berros: "EU ESTOU COMPLETAMENTE APAIXONADO PELA CHARLOTTE MELANIE FRYE!"

"Aw." Um som feminino soou perto de mim - o pai de Charlotte.

Movi-me desconfortavelmente no sofá onde estava sentado e forcei um sorriso: o que acontecera mais para o fim desse dia não me permitia mostrar um sorriso verdadeiro.

Eu: vai ter ao bar onde nos conhecemos dentro de uma hora: vai ser lá a festa para onde te convidei e podemos estar juntos

Eu: por favor, eu também quero mesmo estar contigo

Eu: e preciso de te contar uma coisa

Calum bateu-me nas costas de forma amigável e voltou a desviar a sua atenção para a roupa que estava a vestir, depois de me congratular pela minha coragem.

"Estás a falar cedo demais. Não sei se lho vou conseguir dizer, tendo em conta que nem o conseguia dizer para mim mesmo até há uma hora atrás." Confessei, coçando a parte de trás do meu pescoço.

"Acredita em mim: quanto mais rápido arrancares o penso, menos dói." O meu amigo relembrou e eu assenti, reticentemente. "Olha para mim e para a Jasmin: um mês antes de nos beijarmos pela primeira vez nem sequer sabíamos que o outro existia e não nos conhecíamos assim tão bem quanto isso quando começámos a namorar. Tu e a Charlotte já se conhecem há cerca de meio ano e são melhores amigos!"

"Por isso mesmo, mano." Suspirei. O meu telemóvel vibrou nas minhas mãos e eu desbloqueei-o imediatamente, de forma entusiasmada. "Não quero estragar o que temos. Eu acho que estou bem apenas a ouvi-la dizer que quer ver a minha pila de vez em quando, por enquanto."

CHARLIE: é a essa festa que eu vou!

CHARLIE: não sabia que também conhecias o michael, ele é bestial

Eu: isso são ótimas notícias! vemo-nos lá, então xp

Eu: yup, o michael é um grande amigo

CHARLIE: quero ver-te com roupa janota, hemmings

CHARLIE: ou simplesmente sem roupa ;)

Eu: CHARLIE FRYE

CHARLIE: ATÉ LOGO

O rapaz de cabelo preto ao meu lado torceu o nariz, ao ver a nossa troca de mensagens. "Espera até te sentires confortável em contar-lhe... Talvez?"

"É isso que vou fazer." Assenti.

Tendo em conta que Calum já se encontrava vestido, não o quis fazer esperar por mim para ir buscar a sua namorada para depois ir para a festa, que estava mesmo a começar. Como não estava a planear em ir, abandonámos a praia relativamente tarde; eu iria acabar por chegar atrasado, mesmo que vestisse algo do meu amigo, por isso, acabei por ir até casa e vesti-me lá. Discuti um pouco com a minha mãe, que argumentou que eu tinha de manter as notas e que não andava a estudar o suficiente para isso, mas acabei por me conseguir escapar.

O bar era apenas a cerca de um quilómetro de minha casa e não vi qual era a dificuldade em fazer esse quilómetro a pé. Quando estava quase a chegar ao estabelecimento, avistei Ashton, Calum e Jasmin. Acenei-lhes e dei uma pequena corrida até ao grupo de amigos. Depois de cumprimentar todos, encaminhámo-nos para a entrada do bar.

Aproveitei para mandar uma mensagem a Charlotte a perguntar-lhe se já se encontrava na festa. Tinha as minhas meias da sorte calçadas e talvez, apenas talvez, elas me concedessem a coragem que precisava para confessar o que sinto por ela.

Entre gargalhadas, eu e alguns dos meus melhores amigos entrámos no local onde a festa estava a ser dada e rapidamente vimos alguns rostos conhecidos. Em pouco tempo, eu e Ashton tínhamos perdido o casal que nos tinha acompanhado até à entrada e estávamos apenas a cumprimentar algumas pessoas ainda perto da porta. Foram-nos apresentadas mais algumas pessoas, os pares de alguns dos nossos amigos, e saudei todas, impacientemente. Charlotte ainda não tinha respondido à minha mensagem e a minha coragem estava lentamente a fugir-me.

"Já viste o Michael?" Questionei Francis, uma velha boa amiga que reencontrara naquele dia. "Ainda não o vi e queria dar-lhe os parabéns pela festa; já encontrei tanta gente de quando andávamos juntos na escola!"

Ela respondeu-me negativamente, mas o rapaz de cabelos ligeiramente encaracolados ao meu lado bateu-me no braço, dizendo-me o contrário: "Mano."

Com a sua mão esquerda pousada no meu ombro e uma cerveja na sua mão direita, Ashton apontou-me o local onde Michael se encontrava. E, curiosamente, Charlotte encontrava-se com ele.

Charlotte estava agarrada a ele, de tal forma que eu não conseguia distinguir o fim dos seus lábios e o início dos do rapaz de cabelo colorido.

A pouca coragem que ainda me restava evaporou-se num piscar de olhos.


***


como prometido, aqui está xp

mais uma vez, peço imensa desculpa por terem tido de esperar tanto tempo por um capítulo como este :(

como já mencionei, devido à forma como esta história é contada, as coisas avançam bastante rápido (obviamente, o luke não ia estar a contar aos pais da charlotte os detalhes todos de sempre que eles se encontravam xp) e eu nunca sei como vão reagir a isso xp

eu fiquei tão feliz por ver que ainda havia gente a querer ler esta fic omg ahaha xD

E THANK YOU SO MUCH FOR 10K READS!!!!!

amo-vos e até ao próximo capítulo

ps: novamente, i'm so sorry :(

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