🐉𝐏𝐫𝐨́𝐥𝐨𝐠𝐨
「 Nêmesis
substantivo feminino
MITOLOGIA GREGA
Deusa da vingança e
da justiça distributiva 」
OS GRITOS ESTRIDENTES DE Rhea, a senhora de Pedraruna, ecoavam por todo o castelo. As parteiras entravam e saiam do quarto da Lady, apressadas e com feições preocupadas.
Lady Jayne Arryn estava no quarto da senhora de Pedraruna e auxiliava a mulher no parto doloroso.
— Maldito Daemon Targaryen! – a mulher berrou em meio a dor.
Jayne conteu seu riso. Resolvendo não falar para a mulher que não era bom chamar o nome do Targaryen. Vai que ele resolve que era uma boa escolha aparecer aquela hora?
O casamento de Daemon e Rhea nunca havia sido realmente um casamento, ele nem mesmo havia sido consumado, até a faditica noite em que Daemon veio ao Vale. Depois de uma noite regada a gritos, brigas e muitas bebidas, os dois acabaram emaranhados nos lençóis. Daemon havia viajado para a fortaleza vermelha na manhã seguinte, deixando a esposa para trás novamente.
Em um grito estridente seguido por um suspiro longo, no ano de 114. d.c, Rhea Royce dava a luz a sua primogênita. A bebê nasceu saudável e para o alívio da mãe, pouco parecida com pai. Somente os olhos eram do homem, o clássico violeta dos Targaryen.
Daemon não sabia de sua existência, e Rhea pretendia que continuasse assim. Pelo maior tempo que ela conseguisse. A bebê a quem ela chamou de Nymeria era seu maior orgulho. A senhora de Pedrarruna amava a garotinha com todas as suas forças. Rhea não largava a filha por nada.
No ano de 115.d.c no dia em que Nymeria completava exatamente um ano de idade, Rhea saiu pela primeira vez desde o nascimento da filha, para caçar. Ninguém a veria novamente com vida. A senhora de Pedrarruna caiu de seu cavalo e rachou a cabeça nas pedras que cercavam o castelo. Embora Yobert Royce – o sobrinho de Rhea– acreditasse fielmente que a Lady não havia simplesmente caído de seu cavalo, mas sim, que ela teria sido assassinada a sangue frio, por ninguém menos que seu próprio marido, Daemon Targaryen. Afinal, Rhea era uma exímia amazona e conhecia aquelas pedras melhor que qualquer pessoa no Vale.
O príncipe Targaryen veio ao ninho, com seu dragão Caraxes, pouco tempo depois e declarou que iria levar a esposa ao descanso. No entanto, Daemon chegou ao Ninho de Águia para reivindicar as terras e castelos da Casa Royce.
— Eu e minha falecida esposa não possuímos um herdeiro. – o príncipe havia dito para Sor Yobert e para a senhora Jeyne Arryn. Para afirmar sua reivindicação as terras da esposa falecida.
Yobert Royce soltou uma risadinha de escárnio para o príncipe rebelde.
— Sobre isso você se engana, príncipe. – Lady Jeyne fez um aceno com as mãos na direção da porta e uma criada entrou na sala, trazendo uma criança em seu colo.
Uma garota, de cabelos castanhos avermelhados e olhos violetas.
— Nyn, esse é seu pai. – Yobert pegou a garota no colo. A bebê balbuciou em seu colo, alheia ao fato de que a mãe havia morrido e pela primeira vez em sua curta vida, estava vendo o pai.
Daemon nunca quis um filho com Rhea Royce. A sua vaca de bronze, como o Targaryen a apelidou. O príncipe rebelde foi embora naquele dia, e não apareceu novamente no vale.
Viserys Targaryen, o rei, ao saber da filha do irmão mais novo, voltou atrás em sua decisão de o exilar do reino – novamente– e permitiu que Daemon voltasse para a corte com a criança. No entanto, Daemon não o fez e viajou até Derivamarca onde se casou com a filha do serpente marinha, Laena Velaryon e teve duas filhas gêmeas. O príncipe se mudou para Essos, se estabelecendo em Pentos com a nova esposa, as filhas e seus dragões.
Viserys presentou a sobrinha com um ovo de dragão, insistindo para que ela fosse criada com os netos – filhos de sua primogênita, a princesa Rhaenyra– e seus outros filhos na corte. Lady Jeyne o convenceu de que o Vale era o lugar de Nymeria e como próxima senhora de Pedrarruna, ela deveria ser instruída desde cedo, para se tornar apta a liderar, como a mãe era.
Os susurros e boatos diziam que o ovo da criança nunca chegaria a chocar. Nymeria era muito mais Royce do que Targaryen, as pessoas comentavam. O sangue de Rhea era mais forte do que o de Daemon. Mas os boatos perderam força no dia em que o ovo eclodiu e dele um dragão de escamas douradas nasceu. A garota nomeou a dragão de Nemesis já os homens do Vale a nomearam de A dragão da tormenta.
Nymeria foi criada no vale, onde se tornou a senhora de Pedrarruna e a dama dos portões da lua ainda em pouca idade. Embora as pessoas a chamassem de senhora coração de pedra. Nymeria possuia uma beleza extraordinária e era muito apreciada por futuros lordes e senhores de casas grandes e pequenas. Seus olhos violetas eram o tema de muitas canções em tavernas e estalagens situadas no vale. Embora todos que tentasem a cortejar acabassem sem muito êxito, ou na barriga de sua dragão.
O apelido incomum veio com a reclusão da Lady atrás de seus portões. Nymeria era pouco vista fora dos muros de Pedrarruna ou do ninho. Nas raras ocasiões onde ela não estava dentro de suas fortalezas, ou voando nos céus com sua fera dourada, ela caminhava entre o povo comum. Sua postura gélida, a feição congelada em uma eterna carranca de desaprovação. Sua graça a beleza em contraste com um duro coração de pedra. Intocável, gelada e como diziam, o dragão de bronze.
Agora, dezessete anos depois de seu nascimento. Daemon Targaryen, o seu pai, veio até ela pedindo para que a garota passasse um tempo com ele na capital. Com seus irmãos e irmãs mais novos e o restante de sua família, que só havia ficado maior com tempo. Claro, a excluindo de tudo.
Mas o que poucos sabiam, era que Nymeria, todas as noites, era atormentada com o futuro. Ela não sabia o motivo daquilo, mas ela via as peças se encaixando, os fios sendo tecidos e uma coisa era certa, no final de tudo, a casa Targaryen encontraria sua perdição e, Nymeria, adoraria assitir tudo do alto. Ah, ela adoraria ver tudo desmoronar bem abaixo de seus pés. E para seu completo deleite, a queda da casa Targaryen estava mais próxima do que nunca.
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