AQUILO SÓ PODIA SER BRINCADEIRA.

— Eu te amo! – as palavras que saíram da boca do príncipe, paralisaram os sentidos de Nymeria. — A amei antes e a amo agora. Eu amo cada detalhe seu, amo o jeito que você sorri, amo o jeito que me fez se apaixonar por você desde de o dia em que me cortou no treinamento. Eu te amo Nymeria, não percebi antes, fui um completo idiota por te deixar ir. Mas agora, eu estou aqui.

O príncipe se colocou de joelhos, sem se importar com a lâmina ainda perigosamente perto de sua pele.

— Estou aqui para aceitar qualquer que seja o que fizer comigo. Passei a maior parte da vida protegendo meu coração. Protegi tão bem que me comportava como se não tivesse um. Mesmo agora, é uma coisa mequetrefe, comida de traças e escabrosa. Mas é seu.

Nymeria abaixou a adaga, a colocando novamente em sua cintura, ela puxou o príncipe para cima, ficando cara a cara com ele, ou quase, Lucerys ainda era alguns centímetros mais alto que ela. Lucerys só teve tempo de sentir o impacto do soco de Nymeria em seu rosto, o príncipe levou a mão ao nariz, sentido o sangue entre seus dedos, provavelmente o príncipe estava agora com um nariz quebrado.

— Você é um baita desgraçado, você me fez gostar de viver junto de Daemon e o resto dos Targaryen, você me fez gostar da vida na corte, você me fez gostar de você, seu principe idiota, traiçoeiro e egoísta  – a garota bofou, arrancando uma risada dolorida do príncipe. — Eu te odeio, odeio tudo em você.

— Nyn, sei que o que fiz não tem perdão, mas por favor, não desconte sua raiva contra minha mãe e meus irmãos. Sei que queria ficar longe dessa guerra e se ainda quiser, estou disposto a fugir com você, para qualquer que seja o lugar, deixaríamos Westeros para trás, toda essa confusão, toda essa disputa, para sempre.

— Irá abandonar sua mãe? – ela perguntou.

Lucerys sentiu o peito apertar com aquilo.

— Estou cansado dessa guerra, estou cansado de tudo.

— Se lembra do que eu te disse no dia que firmamos nosso acordo? – Nymeria perguntou e Lucerys inclinou a cabeça, ainda estancando o sangue de seu nariz. — Eu disse que somente um dragão poderia derrotar outro dragão, a casa Targaryen esta fadada a se destruir. Volte para casa Luke, por favor. – Nymeria suspirou, colocando o capuz sob sua cabeça.

Lucerys puxou a garota pelo pulso, uma de suas mãos subiu até seu rosto, alisando sua bochecha, o príncipe encostou seu lábios nos de Nymeria, em um selar calmo. Quando ela abruiu os olhos, ela encontrou os castanhos de Lucerys.

— Não irei desistir de você. – ele declarou. — Nunca!

— Da próxima vez que vier atrás de mim, não vai ser só o seu nariz que vou quebrar. – ela disse, se soltando do aperto do príncipe. — E diga ao meu pai, que eu mandei um oi.

Nymeria desapareceu rapidamente na escuridão da floresta do rei, Lucerys suspirou, voltando até onde ele havia deixado Arrax escondido. Saindo rapidamente da floresta e voltando para Pedra do dragão.

[...]

Nymeria entrou na fortaleza vermelha, a tempo de ver que o sol nascendo no horizonte. Olhando por uma das janelas, ela viu um dragão novo pousar na entrada do fosso. Daeron havia chegado com sua dragão azul, Tessarion. Daário o liberou do cerco a Vilavelha, embora a dragão tenha dado trabalho para os homens de Daário e Diana.

Foram semanas regadas a sangue, batalhas e mortes, para os dois lados da guerra, as batalhas em água e terra estavam sendo bastante destrutivas e sangrentas. Nymeria ainda estva com as palavras de Lucerys em sua mente, o príncipe lutaria mesmo por ela? Ela queria que ele lutasse?

Daeron se mostrou ativo nos conselhos de guerra e se mostrava cada vez mais irritado com Nymeria, não era para menos, ao matar Ormund. Nymeria havia matado a figura paterna de Daeron, o homem que o criou, sua inspiração, ao atacar Vilavelha, Nymeria estava atacando a casa de Daeron, o seu lar, e o príncipe estava irritado com o fato de que ninguém parecia disposto a repreender Nymeria por seus atos inconsequentes.

A vadia de bronze aprenderia mais cedo ou mais tarde, que para toda ação tinha uma reação. Daeron iria vingar a perda de Ormund e o cerco a Vilavelha.

[...]

Nymeria viu Aemond subir com Vaghar, saindo do fosso e os exércitos de Criston marcharem para fora da cidade, pela estrada do rei, os dois haviam brigado feio e com Aegon, quase morto em seus aposentos, Aemond resolveu ir atrás de Daemon e Criston seguiu com o restante dos exércitos.

— Nymeria, está contente? – a voz que ela reconheceu como a odiosa voz de Daeron soou atrás dela.

— Não entendi o que quer dizer com isso Daeron. – a garota se virou para o príncipe Targaryen, com um sorrisinho ladino no rosto.

Ela viu o ódio brilhar no olhar do Targaryen.

— Acha que pode fazer a cabeça de Aemond para fazer o que você quiser? O que será que meu irmão irá achar, quando souber que a noiva dele anda se encontrando com um dos bastardos de Rhaenyra? Não querida pela mãe, odiada pelo pai, abandonada pela família, enganada pelo primeiro amor, descartada como o que realmente é, nada.

Nymeria sorriu, mesmo abalada pelas palavras do príncipe, ela não demonstraria a dor que sentiu com aquilo.

— O que irá fazer? Correr para os braços de Ormund? Acho que terá dificuldade de o encontrar nos mares que cercam Vilavelha, ou onde quer que Daário tenha jogado o corpo dele, a cabeça está com Otto, posso pedir a ele, para dar a você. – ela cruzou os braços a frente do corpo.

— Se acha tão esperta, vadia de bronze, mas você irá cair, assim como seu namoradinho bastardo e o restante da corja de Rhaenyra, a única pessoa que colocará aquela coroa, será eu, o único a se sentar naquele trono, será eu.

— Você até pode tentar, Daeron, mas não vai conseguir, você é só um menino assustado e o trono de ferro irá o cortar em pedacinhos.

— Vamos ver quem realmente irá acabar cortada em pedacinhos, Nymeria.

——🐉 Peço perdão desde já por qualquer erro ortográfico, eu tento ao máximo revisar, mas sempre escapa um ou outro, caso achem, me avisem para que eu possa arrumar. Não se esqueçam de deixarem suas opiniões sobre o capítulo. Eu amo ler os comentários. Beijos da Thay.