XV. 𝑷𝒓𝒆-𝒔𝒕𝒐𝒓𝒎 𝒄𝒂𝒍𝒎
A ESTRANHA ROTINA QUE Lucerys e Nymeria haviam adotado na fortaleza vermelha, continuou em Pedra do dragão. Os dois acordavam juntos, Lucerys voltava para seus aposentos nos primeiros raios de sol, eles tomavam o desejum com o restante da família e então os dois montavam em seus dragões e voavam por horas. Lucerys tinha aulas de esgrima com o mestre de arma dos castelo, enquanto Nymeria, as gêmeas e Jacaerys tinham aulas de alto valiriano. O jantar ocorria sempre no mesmo horário. Depois de comer, Nymeria se retirava para seus aposentos, onde lia e relia o livro de runas que um dia pertenceu a sua mãe. Lucerys aparecia em sua porta, algumas vezes eles conversavam sobre as expectativas para a possível guerra, outras, Lucerys apenas enrolava os cabelos de Nymeria nos dedos, em uma carícia gostosa, que a fazia dormir em minutos, sem pesadelos e visões.
Se Daemon havia falado novamente com o príncipe Velaryon, sobre as noites que passavam juntos, ela não sabia, mas Lucerys não parecia querer muito dormir sozinho. Quando o sol brilhava através das cortinas, os dois se levantavam e repetiam as mesmas coisas. O casamento falso, ainda estava de pé. Jeyne a enviou uma mensagem gigantesca, a xingando por não ter a avisado antes do noivado, o que foi respondido apenas por um "eu também não sabia".
— Irá voar hoje? – a voz de Lucerys se fez presente no quarto.
Nymeria terminava de prender o cabelo em um penteado simples. O vestido que ela usava era preto com detalhes em dourado. Baela havia dito que ela sempre parecia vestida para um funeral, aquela constatação a fez rir.
— Acho que sim!
— Quero te mostrar algo. – o principe sorriu.
Nymeria se virou para a porta, a tempo de ver o príncipe Velaryon saindo do quarto. Ela balançou a cabeça, afastando os pensamentos e engolindo as borboletas que queriam dar festa em seu estômago, ela não deveria sentir isso.
Depois do café da manhã e das aulas de alto valiriano, onde Nymeria e Jacaerys competiram para ver quem irritava mais os meistres com a péssima pronúncia da linguagem ancestral dos Targaryen. A garota se despediu das irmãs, que assistiam a competição em meio a risadas. Em seus aposentos, ela trocou o vestido pela calça de couro, a blusa de algodão e as botas, próprios para montaria.
Peixinho, já muito acostunado com o castelo e a vida de príncipe, estava deitado em uma das poltronas dos aposentos de Nymeria, o sol iluminava o pelo laranja do gato, que dormia profundamente. O coração de Nymeria estava acelerado, e ela não sabia o motivo. Quando colocou os pés no salão que levaria até a saída de Pedra do dragão, ela escutou alguém limpar a garganta.
— Onde vai? – Daemon perguntou.
— Voar. – ela respondeu simplesmente. A Targaryen estava tão contente com a vida no castelo, em meio aos irmãos e os príncipes Velaryon, que ela resolveu não estragar seu dia brigando com o príncipe rebelde.
— Quer companhia?
— Na verdade, irei voar com Lucerys.
Daemon inclinou a cabeça.
— Posso ir com você até às cavernas? Syrax produziu uma ninhada de ovos, irei escolher o ovo para o bebê que está a caminho.
Nymeria deu de ombros, Lucerys ainda estava em sua aula de esgrima de qualquer maneira.
Daemon caminhou até ela, os dois seguiram para a trilha que levaria até monte dragão. O silêncio nunca pareceu tão pertubador para Nymeria. Daemon, era seu pai, ele que deveria estar com ela, em seus primeiros passos, primeiras palavras, ele deveria ter escolhido um dos ovos de dragão para ela. Nymeria mordeu o lábio com força, ela não era mais criança, ela não precisava de Daemon, nunca precisou, não era agora que isso mudaria.
— Nemesis parece enorme, quantos anos ela tem? – Daemon quebrou o silêncio constrangedor.
— 15.
— Ela ainda não é adulta.
— Não.
A breve conversa morreu ali, Nymeria seguiu para a caverna onde Nemesis estava e Daemon, foi em direção ao ninho de Syrax. Syrax e Rhaenyra possuiam uma ligação forte. Jace a contou que Arrax, Vermax, Tyraxes, Stormcloud e o ovo de Viserys, vieram todos de Syrax. O ovo de Nemesis, assim como o ovo de Moondancer de Baela, Sunfyre de Aegon e Tessarion do príncipe Daeron, vieram de Dreamfyre, a dragão da princesa Helaena. Rhaena havia ganhado um ovo da ninhada de Dreamfyre também, ele havia sido mandado da fortaleza com uma carta de Aemond, o que deixou todos na fortaleza surpresos, menos Rhaena.
Quando notou a chegada de sua montadora, Nemesis esticou o pescoço, as escamas douradas brilharam no sol.
— Fiquei sabendo que a senhorita estava na caverna de Arrax, de novo.
Nemesis deitou a cabeça novamente, ignorando totalmente Nymeria, que sorriu.
— Dragão e montador são conectados, sabia? – a voz de Lucerys se fez presente na entrada da caverna.
— O que quer dizer? – a garota se virou para o príncipe.
— Nemesis gosta de Arrax e você gosta de mim. – o príncipe abriu um sorriso ladino.
— Nos seus sonhos, cabeça de alga.
— Sabidinha. – Lucerys a puxou pela cintura.
Nymeria podia fingir o quanto quisesse, mas ela gostava das sensações que o príncipe causava nela. Lucerys levou uma das mãos para o seu rosto, aumentando a sensação que havia se tornado familiar em seu estômago.
— Vamos. – ele beijou o canto dos lábios da garota, a soltando.
Nymeria montou em Nemesis, quando Lucerys apareceu atrás dela com Arrax, a dragão dourada deu uma volta no dragão branco, os dois pareciam dançar no alto, arrancando risadas de seus montadores. Rhaenyra na ameia do castelo, alisou a barriga, sorrindo com a cena dos dois dragões brincando no ar.
O que a princesa herdeira, não sabia, era que o fim dessa calmaria pré tempestade, estava próximo.
[...]
Depois de algumas horas no ar, Lucerys sinalizou para que desmontassem, Nemesis e Arrax alçaram voo até um descompado. Lucerys puxou Nymeria para o vilarejo. As pessoas abriam passagem para o príncipe. O sol estava alto, bardos tocavam na ruas, uma trupe de atores interpretavam uma peça sobre a conquista de Westeros, para um público considerável. O vilarejo não era tão grande, mas tinha uma quantidade grande de moradores. Lucerys a guiou até uma das barracas, onde uma mulher vendia jóias e tecidos. A mulher sorriu, fazendo uma reverência exagerada para o príncipe.
— Meu príncipe!
Lucerys notava a diferença que algumas pessoas o tratavam, os boatos a volta de seu nascimento eram um tópico que ele lidava diariamente, mas em Pedra do dragão, as pessoas possuiam muito mais apreço por suas línguas.
— Fez o que eu pedi, Annia?
— Sim, meu príncipe.
Nymeria encarou o príncipe curiosa. A mulher tirou uma caixa de veludo de um baú de madeira, entregando para o príncipe. Lucerys jogou um dragão de ouro para a mulher, que pegou a moeda, seu sorriso era enorme e cheio de dentes. O que quer seja que tinha na caixa, era bastante valioso, ainda bem que Lucerys era um príncipe. O Velaryon se despediu da vendedora, levando Nymeria para um dascampadao, onde dava para ser ver o castelo de pedra do dragão e a praia a baixo.
— O que é isso? – a garota perguntou, quando Lucerys a deu a caixa de veludo.
— Abra, é seu.– ele diz.
Nymeria abriu a caixa, vendo um colar. A jóia era feita de aço valiriano, o pingente era um dragão de escamas douradas, uma pedra de jade servia de olho para a fera, Nymeria não conter o sorriso, o colar era lindo e representava Nemesis.
— É lindo.
— Assim que eu o vi, pensei em você e em Nemesis, eles estavam juntos. – o príncipe estendeu a mão, onde um broche, em formato de dragão, com escamas prateadas e o olho de safira estava.
— Obrigada. – ela agradeceu.
Lucerys guardou o broche, pegando o colocar delicadamente da mão da garota.
— Vire-se.
Nymeria ficou de costas para o príncipe, subindo o cabelo, para que ele pudesse colocar o colar em seu pescoço.
[...]
Quando Daemon viu Nymeria e Lucerys entrarem no castelo, já de noite, ele sorriu, se apoiando na janela.
O plano estava se desenvolvendo como ele queria.
——🐉 Peço perdão desde já por qualquer erro ortográfico, eu tento ao máximo revisar, mas sempre escapa um ou outro, caso achem, me avisem para que eu possa arrumar. Não se esqueçam de deixarem suas opiniões sobre o capítulo. Eu amo ler os comentários. Beijos da Thay.
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