Quartos
Caminhando pelos corredores do Hotel Hazbin, estou em busca de algo para me entreter. Sempre há algo acontecendo neste lugar, e hoje não seria diferente. Enquanto deslizo pelos corredores, algo peculiar chama minha atenção. Sons abafados, gemidos e risadinhas ecoam de um quarto cuja porta está trancada.
Ah, sim, este é o quarto do Lúcifer e Lilith.
Um sorriso malicioso se espalha pelo meu rosto enquanto me aproximo silenciosamente da porta. Quem diria que o rei e a rainha do inferno teriam um momento tão... íntimo em pleno hotel? Mas, vamos ser honestos, isso aqui é o Hotel Hazbin. Surpresas são o pão nosso de cada dia.
Me encosto à porta, tentando ouvir melhor. Claro, não que eu precise de confirmação, mas a curiosidade é uma coisa poderosa. Os sons são inequívocos, e posso imaginar a cena do outro lado. Oh, que delícia saber que até os mais poderosos têm seus momentos de fraqueza, ou melhor, de prazer.
— Bem, bem, bem, o que temos aqui? — murmuro para mim mesmo, ainda sorrindo. — Parece que o rei e a rainha estão aproveitando ao máximo o conforto do seu quarto.
Dou um passo para trás, ainda sorrindo, e decido que essa informação é uma pequena joia que vou guardar para futuras provocações. Afinal, nunca se sabe quando uma alfinetada sutil sobre a vida privada de alguém pode ser útil. E no caso do Lúcifer e Lilith, eu diria que a oportunidade é ouro puro.
Continuo minha caminhada pelo corredor, o sorriso malicioso ainda presente em meus lábios. Oh, as possibilidades de diversão são infinitas quando se tem uma mente criativa e uma audição aguçada. Talvez um dia eu mencione casualmente este pequeno incidente, apenas para ver a reação deles. Mas por enquanto, vou guardar esse segredinho comigo.
Enquanto caminho, uma ideia me vem à mente. Talvez eu devesse sugerir a Charlie que instale algumas portas à prova de som, acústicas eu diria, igual as paredes acústicas que eu tenho na minha estação de rádio.
Afinal, um pouco de privacidade pode fazer maravilhas para a moral dos hóspedes. E também evitar que o resto de nós sejamos inadvertidamente expostos às... aventuras noturnas dos reis do inferno.
A vida no Hotel Hazbin nunca é entediante. E com segredos como este, tenho certeza de que meus dias continuarão sendo cheios de diversão e malícia.
No meu quarto, contemplo as sombras dançantes nas paredes, a mente ocupada com pensamentos e planos futuros. O hotel está mais agitado do que nunca, graças a mim, claro, e isso me deixa bastante satisfeito.
De repente, ouço uma batida leve na porta. Quem poderia ser a esta hora? Me levanto, ajeito minha gravata borboleta e abro a porta. Para minha surpresa, encontro Charlie ali, com um sorriso radiante no rosto.
— Alastor! — ela começa, entrando no quarto sem esperar um convite. — Eu só queria te agradecer. Os novos hóspedes... você fez um trabalho incrível.
Ela se aproxima e, antes que eu possa dizer algo, me envolve em um abraço caloroso. Fico rígido por um momento, claramente pego de surpresa. Abraços e afeto não são exatamente meu forte. Sou mais adepto de sarcasmo e malícia do que de carinhos e ternura.
Mas algo no gesto genuíno de Charlie me faz relaxar um pouco. Hesitante, levanto os braços e a abraço de volta, tentando não parecer completamente fora do meu elemento.
— Ah, Charlie. — digo, tentando manter a compostura. — Fico feliz que esteja satisfeita. Afinal, este hotel é seu sonho, e farei tudo ao meu alcance para que você seja feliz com ele. Você investiu muito aqui, não só em recursos, mas em esperança e otimismo. Seria uma pena se isso não desse certo.
Ela se afasta um pouco, ainda sorrindo, mas agora com lágrimas de gratidão nos olhos.
— Isso significa muito para mim, Alastor. Eu sei que você tem suas... peculiaridades, mas você realmente tem ajudado.
Eu dou um sorriso, meio forçado, mas sincero em seu esforço.
— Bem, mesmo eu posso apreciar um sonho bem intencionado. E quem sabe? Talvez eu também me divirta um pouco ao longo do caminho.
Charlie ri, enxugando uma lágrima.
— Obrigada, Alastor. De verdade.
Ela sai do quarto, me deixando sozinho novamente. Fico olhando para a porta fechada por um momento, refletindo sobre o que acabou de acontecer. Abraços e afeto podem não ser o meu forte, mas se isso faz Charlie feliz e mantém o hotel funcionando, então talvez eu possa suportar um pouco de desconforto de vez em quando.
Volto para a minha poltrona, um sorriso leve nos lábios. A noite pode ser longa e insones, mas pelo menos agora tenho algo para pensar além das sombras nas paredes. Fazer Charlie feliz com o hotel... isso poderia ser um desafio interessante. E, afinal, quem não gosta de um bom desafio?
Bom, o sono e eu temos uma relação tênue na melhor das hipóteses. Me sinto começando a me perder em pensamentos quando, de repente, um gemido alto corta o silêncio da noite.
Meus ouvidos se aguçam imediatamente. Um som tão distinto e inconfundível não passa despercebido para alguém como eu. Saio do meu quarto, movido pela curiosidade e, claro, pelo desejo de diversão.
Seguindo o som, meus passos me levam diretamente ao quarto do Angel Dust. A cada passo, os gemidos e ruídos se tornam mais claros e, ah, como eu conheço esses sons. Um sorriso malicioso se espalha pelo meu rosto enquanto me aproximo da porta. Encosto a orelha na madeira, ouvindo atentamente os sussurros, risos abafados e... bem, outros sons muito reveladores.
— Ah, Angel. — murmuro para mim mesmo, — Você nunca decepciona.
Imagino a cena do outro lado da porta e não consigo evitar um sorriso ainda mais largo. Parece que o hotel está em uma noite particularmente romântica, e eu, como sempre, estou no lugar certo para presenciar esses momentos únicos. Primeiro Lúcifer e Lilith, e agora Angel Dust em plena ação com alguem familiar... Husk. Que noite e tanto, devo admitir.
Decido que é melhor não interromper. Afinal, cada um tem o direito de se divertir à sua maneira, e Angel definitivamente sabe como aproveitar a vida. Com uma última risadinha para mim mesmo, me viro e começo a caminhar de volta para o meu quarto.
Enquanto caminho pelos corredores silenciosos, a imagem do Angel e seus gemidos ecoando em minha mente, não posso deixar de pensar em como este lugar nunca deixa de me surpreender. Dois casais, dois momentos tão... peculiares em uma única noite. Sim, o Hotel Hazbin é realmente um lugar mágico, onde o inesperado é o esperado, e as noites insones são cheias de entretenimento.
Chego ao meu quarto, ainda rindo baixinho. Deito na cama com a mente fervilhando com os eventos da noite. Talvez eu finalmente consiga dormir agora, embalado pelas memórias divertidas e pelos sons peculiares que fazem deste hotel o lugar perfeito para um demônio como eu.
Boa noite, Hotel Hazbin. Que amanhã traga mais momentos memoráveis e risadas.
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