Hóspedes
É uma dessas noites em que o sono simplesmente não vem. Não que isso seja um problema para mim, é claro. Adoro a quietude da noite, quando o Hotel Hazbin está envolto em um silêncio quase sobrenatural.
Adoro ficar perambulando pelos corredores, apreciando a serenidade. E hoje é um dessas noites. Mas, quando vejo algo que definitivamente eu não esperava, me faz sorrir ainda mais... vejo Husk, nosso querido e mal-humorado bartender, saindo de fininho do quarto do Angel.
Agora, isso é uma cena que vale a pena investigar! Com um sorriso travesso, deslizo pelo corredor em direção a ele, meus sapatos ecoando levemente no piso de mármore. Quando me aproximo, vejo que Husk está tentando não fazer barulho, mas a sua cara de quem foi pego em flagrante é inconfundível.
— Ah, Husk! — digo alegremente, com meu sorriso se alargando ao ver a expressão de surpresa em seu rosto. — O que você está fazendo saindo de fininho do quarto do Angel a esta hora da noite?
Husk se vira bruscamente, claramente irritado.
— Nada que seja da sua conta, Alastor.
— Mas tudo que acontece neste hotel é da minha conta. Eu sou o gerente, meu caro. — replico, me aproximando mais. — Especialmente quando envolve você saindo sorrateiramente do quarto do Angel. Então, o que estava fazendo lá dentro? Conferindo se ele está dormindo bem? Cantando uma canção de ninar, talvez?
Ele revira os olhos, o rosto contorcido em uma expressão de irritação mista com embaraço.
— Eu só estava checando se ele estava bem. Nada demais.
— Checando se ele estava bem? Que adorável!— respondo, não conseguindo esconder meu tom provocativo. — Quem diria que nosso durão bartender tem um lado tão cuidadoso?
Husk bufa, claramente mais irritado a cada segundo.
— Não comece com suas piadinhas, Alastor. Não estou com humor para isso.
— Ah, mas Husk, você sabe que adoro uma boa piada. E esta situação é simplesmente irresistível. — exclamo, fazendo uma pausa dramática. — Talvez eu devesse espalhar para os outros que o nosso caro Husk tem um lado gentil e atencioso.
Ele se aproxima, os olhos estreitados.
— Se você fizer isso, Alastor, vou garantir que não consiga dormir pelas próximas semanas.
Eu rio, apreciando cada momento deste encontro.
— Você realmente sabe como ameaçar alguém. Mas, por favor, relaxe. Seu segredo está seguro comigo. Pelo menos por enquanto.
Com um último olhar fulminante, Husk se afasta, resmungando algo sobre demônios intrometidos e noites sem fim. E enquanto ele desaparece no corredor, eu continuo meu passeio noturno, satisfeito com a pequena diversão que encontrei.
Quem diria que uma noite insones poderia ser tão... entretida? Ah, o Hotel Hazbin nunca decepciona!
Enquanto a maioria dos habitantes ainda está afundada em seus travesseiros, eu já estou de pé, me preparando para o que promete ser mais um dia caótico e, com sorte, bastante divertido. Adoro a tranquilidade das primeiras horas da manhã, antes que o lugar se transforme em um mar de barulho e confusão.
Com o passar do tempo, os outros membros do hotel começam a despertar, um a um. Charlie, com seu otimismo incorrigível, aparece na cozinha com um sorriso e um "bom dia" para todos. Vaggie, sempre vigilante, segue de perto, já de olho em possíveis problemas. Angel se arrasta sonolento, com os cabelos desgrenhados e ainda meio adormecido, enquanto Husk surge com seu habitual mau humor e uma xícara de café em mãos.
No meio dessa rotina matinal, algo extraordinário acontece. Uma fila de novos hóspedes começa a se formar na porta do hotel. Charlie, surpresa e maravilhada, corre até mim com os olhos arregalados.
— Alastor, o que está acontecendo? Como conseguimos todos esses novos hóspedes? — ela pergunta, quase sem fôlego.
Eu sorrio, meu típico sorriso travesso.
— Ah, Charlie, minha querida. Vamos apenas dizer que dei o meu "jeitinho0" de convencê-los a virem ao nosso pequeno refúgio.
Ela me olha, confusa, mas grata.
— O seu jeitinho?
— Sim, exatamente. Convencer as almas perdidas a buscarem redenção pode ser um trabalho árduo, mas com a abordagem certa, é surpreendente como elas se tornam receptivas. — falo e aperto as suas bochechas.
Charlie sorri de orelha a orelha.
— Isso é incrível, Alastor! Muito obrigada! Isso vai ajudar muito o hotel!
Eu levanto uma mão, interrompendo sua empolgação.
— Ah, mas tem um pequeno detalhe que precisamos discutir, minha querida.
Ela franze a testa, curiosa.
— O que seria?
— Em troca dos meus serviços de convencimento... — digo, com o sorriso se alargando. — Eu gostaria de transformar o salão principal em um... talk show.
Há um momento de silêncio enquanto todos absorvem minha proposta. Vaggie me lança um olhar cético, enquanto Angel parece mais interessado na ideia.
— Um talk show? — Charlie pergunta, hesitante. — Mas, Alastor, como isso vai ajudar os hóspedes a se redimirem?
— Ah, minha querida, imagine só. — exclamo, gesticulando grandiosamente. — Um palco onde podemos discutir problemas, dar conselhos e entreter! É a forma perfeita de atrair atenção e manter todos engajados. Além disso, podemos usar o show para destacar as histórias de redenção dos nossos hóspedes, inspirando outros a seguirem o mesmo caminho.
Husk murmura algo inaudível, provavelmente uma reclamação, mas não resisto ao impulso de continuar.
— E, claro, com meu talento natural para a apresentação, será um sucesso garantido. E eu ainda posso transmitir tudo isso para a estação de rádio.
Charlie pondera por um momento, olhando para os outros. Finalmente, ela suspira e sorri.
— Está bem, Alastor. Vamos tentar. Se isso significa mais hóspedes e mais chances de redenção, estou disposta a experimentar.
E assim, meus planos começam a se concretizar. O Hotel Hazbin ganhará um talk show, e com isso, não só ajudaremos mais almas, mas também traremos um pouco mais de entretenimento a este lugar já tão peculiar.
— Você é mesmo muito filho da puta, Alastor. Nunca faz nada de graça. — resmunga Husk.
— Pois é meu queridinho felino. Todo serviço merece um preço. Certo?
— Quando que você vai deixar de ser engraçadinho desse jeito hein?
— E quando você vai deixar de ser amargurado? Oh, Husk! Você é mesmo muito chato. Talvez assistir os meu talk show alivie o seu estresse e mau humor. — falo piscando para ele.
— Vai na sorte seu egocêntrico exibido.
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