Doce Angel
Agora que sou oficialmente o "dono" do Angel, minha vida no Hotel Hazbin definitivamente vai dar uma virada interessante. Isso graças àquela aposta insana que Alastor propôs com Valentino. Quem diria que eu acabaria ganhando? E o prêmio? Angel Dust, a estrela mais brilhante e irritante deste lugar.
Eu posso já ouvir Alastor rindo pelas minhas costas. Não vai demorar muito para ele começar com as piadinhas. Na verdade, eu aposto que ele já está planejando uma lista inteira de trocadilhos e provocações. Alastor é assim, sempre aproveitando qualquer oportunidade para fazer uma piada, principalmente se eu sou o alvo.
"Então, Husk," imagino ele dizendo com aquele sorriso travesso, "como está a vida de papai de uma estrela do pornô? Já está pensando em contratar uma babá?"
E claro, não vai parar por aí. Ele vai insistir em aparecer em todos os lugares com comentários sagazes, apenas para ver minha reação. "Não sabia que você tinha jeito para cuidar de... entretenimento adulto, Husk."
E enquanto Alastor se diverte às minhas custas, posso imaginar Charlie tentando ver o lado positivo da situação. "Oh, Husk, isso é ótimo! Você pode ajudar Angel a se focar e talvez ele consiga se redimir mais rápido!"
Angel, por sua vez, vai adorar a situação de todas as maneiras erradas. "Ei, chefe Husk, o que você vai fazer comigo hoje? Vai me colocar de castigo?" Ele vai aproveitar cada segundo para me provocar ainda mais, se é que isso é possível.
Vaggie provavelmente vai revirar os olhos e dar um suspiro exasperado. "Como se as coisas não fossem complicadas o suficiente por aqui, agora temos um dono oficial do Angel."
E Niffty? Bem, ela provavelmente vai achar tudo isso muito interessante. "Isso significa que você vai arrumar o quarto do Angel agora, Husk? Porque, sinceramente, ele precisa de ajuda!"
Mas a verdade é que, por mais que tudo isso seja uma grande confusão, talvez não seja tão ruim assim. Angel pode ser irritante e provocador, mas eu sei que há mais nele do que apenas o personagem que ele interpreta. E talvez, só talvez, eu possa realmente ajudá-lo de alguma forma.
Então, lá vou eu, dono oficial de uma estrela do submundo, pronto para enfrentar todas as piadinhas de Alastor, as preocupações de Charlie e as provocações do Angel. Vai ser um inferno, mas, bem... estamos no Inferno, afinal de contas. E aqui, qualquer coisa é possível.
— Ei, Husk, meu felino favorito. — Angel diz, se encostando ao balcão com aquele sorriso provocante. — Husk, você está sempre tão sério. — Angel provoca, piscando para mim. — Talvez um pouco de diversão seja exatamente o que precisamos antes de encarar essa aventura maluca.
Eu suspiro novamente, já sentindo a dor de cabeça que isso tudo vai me causar. Mas, de alguma forma, essa é a nossa vida no Hotel Hazbin. Um caos interminável, misturado com momentos de pura insanidade. E, no fundo, talvez seja exatamente isso que torna tudo tão... interessante.
— Deixa eu cuidar de você, bigodes. Deixa eu te recompensar por ser o meu novo... dono? — ela diz e passar a sua mão de maneira sensual em meu braço. — Deixa eu deixar claro que com você sendo o meu dono, você vai ter muitos benefícios.
— Angel, deixa eu te explicar uma coisa. — falo e me aproximo dele. — Eu só me tornei o seu "dono" para que aquele Valentino escroto não te tratasse mal mais. Entende?
— Então você se preocupa comigo, gatinho?
A pergunta me pega de surpresa. Eu fico ali, sem jeito, sem saber exatamente como responder. Claro que me preocupo com ele. Desde o último extermínio, algo mudou em mim. Vi o verdadeiro Angel, não apenas a estrela de filmes para adultos que ele finge ser. Por mais irritante e atrevido que ele possa ser, sei que grande parte disso é uma máscara, um papel que ele se força a interpretar.
— Angel, eu... — começo, mas as palavras parecem não querer sair. Eu coço a cabeça, tentando encontrar uma forma de explicar.
Ele me olha, os olhos grandes e cheios de expectativa.
— Sabe, Husk, eu sei que posso ser um pé no saco. Mas você sempre está por perto, e às vezes me pergunto se é só por obrigação ou se há algo mais.
Eu suspiro, colocando o copo que estou segurando de lado.
— Olha, Angel, é difícil explicar. Você é... bem, você é você. Irritante, atrevido, e tudo mais. Mas eu sei que você age assim por causa do que passou e do papel que tem que desempenhar. Eu vi você no último extermínio, vi a coragem e a dor por trás de toda aquela fachada.
Angel se inclina um pouco mais, como se estivesse esperando por mais. Eu continuo, mesmo que minhas palavras saiam de forma hesitante.
— Sim, me preocupo com você. E não é só porque trabalho aqui ou porque preciso lidar com você todos os dias. É porque eu sei que por trás desse comportamento, há alguém que vale a pena conhecer. E... bem, eu me importo, sim.
Ele sorri, um sorriso genuíno que raramente vejo.
— Obrigado, Husk. Isso significa muito pra mim.
Eu desvio o olhar, sentindo o rosto esquentar um pouco.
— Não precisa agradecer. Só... tenta não ser um pé no saco o tempo todo, ok?
Angel ri, um som leve e alegre.
— Não prometo nada, gato. Mas vou tentar.
E assim, a noite continua no Hotel Hazbin. Ainda cheio de caos e loucura, mas com um pouco mais de entendimento entre nós. Talvez as coisas mudem, talvez não. Mas uma coisa é certa: me preocupo com Angel, e isso, por si só, já é um grande passo.
Após um longo e caótico dia no Hotel Hazbin, finalmente estou caminhando de volta para o meu quarto. O cansaço pesa nos meus ombros, e tudo o que quero é deitar na minha cama e esquecer o mundo por algumas horas. Enquanto passo pelo corredor, noto que a porta do quarto do Angel está entreaberta, com a luz do abajur ainda acesa.
Algo me faz parar. Talvez seja a curiosidade, talvez seja preocupação. Dou uma espiada pela fresta da porta e vejo Angel encolhido na cama, a expressão em seu rosto diferente do habitual. Ele não está com aquele ar provocante ou desafiador de sempre, parece... vulnerável.
Sem pensar muito, decido entrar. Empurro a porta suavemente e me aproximo da cama.
— Angel? — chamo em voz baixa. — Está tudo bem?
Ele olha para mim, os olhos grandes e um pouco assustados, mas há um alívio visível quando me vê.
— Husk... eu estou com dificuldade para dormir.
Eu sinto um aperto no peito. Ver Angel assim, tão diferente do habitual, mexe comigo. Sento na beira da cama, tentando parecer o mais confortável possível.
— O que está acontecendo? — pergunto, genuinamente preocupado.
Angel dá de ombros, seus olhos desviando-se dos meus.
— Não sei, só... não consigo dormir. Minha mente está a mil, e o silêncio... é insuportável.
Eu entendo. Conheço bem esses momentos de insônia e o caos mental que pode acompanhar. Respiro fundo e, antes de perceber, as palavras saem da minha boca.
— Quer que eu fique aqui um pouco? Até você pegar no sono? — pergunto, minha voz soando mais suave do que o habitual.
Angel me olha, e por um momento vejo um brilho de esperança em seus olhos.
— Você faria isso por mim?
Dou um pequeno sorriso e dou de ombros.
— Claro. Só tenta não roncar muito, ok?
Angel ri levemente, o som é reconfortante.
— Eu não ronco, seu gato ranzinza.
Sem mais palavras, puxo uma cadeira próxima e sento ao lado da cama, observando Angel enquanto ele se acomoda melhor nos cobertores. A luz suave do abajur lança sombras tranquilas pelo quarto, e o silêncio que antes parecia tão opressivo agora é quase reconfortante.
— Obrigado, Husk. — ele murmura, com os olhos fechando lentamente. — Isso significa muito para mim.
Eu aceno, mesmo que ele não possa ver.
— Não tem de quê. Só descanse, Angel.
Enquanto o tempo passa, vejo Angel gradualmente relaxar, sua respiração se tornando mais lenta e regular. E ali, naquele quarto silencioso, percebo que talvez, apenas talvez, estar ali para ele é exatamente onde eu devo estar.
Observo ele dormindo. Seus pelos brancos e macios estão espalhados pelo colchão, contrastando com a penumbra do quarto. Seus olhos estão bem fechados, e sua expressão é tão serena que quase me esqueço de todas as travessuras e provocações que ele faz enquanto está acordado.
Angel parece tão... angelical e adorável dormindo. O rosto normalmente cheio de malícia e desafio agora está relaxado, os traços suavizados pela tranquilidade do sono. É um lado dele que raramente se vê, um lado que me faz perceber o quanto há por trás daquela fachada exuberante e provocadora.
Meu coração aquece ao ver essa vulnerabilidade. É estranho sentir isso por alguém que, na maior parte do tempo, me tira do sério com suas cantadas e piadas sem fim. Mas aqui, nesse momento, ele é apenas Angel, um ser adormecido que confia em mim para vigiá-lo.
Eu observo seus pelos brancos brilhando suavemente sob a luz fraca do abajur. Eles parecem quase etéreos, como se ele fosse feito de uma substância mais suave e pura do que o resto de nós. É uma visão que me faz sorrir, algo tão simples e, ao mesmo tempo, tão raro.
Lentamente, eu me aproximo um pouco mais, tentando não fazer barulho. Não quero acordá-lo. Quero apenas aproveitar este momento de paz, onde ele não está tentando me provocar ou desafiar o mundo. Apenas dormindo, tranquilo e seguro.
— Quem diria que você poderia ser tão... adorável, Angel — sussurro, sabendo que ele não pode me ouvir. — Se as pessoas vissem você assim, talvez entendessem um pouco mais sobre quem você realmente é.
Eu me recosto na cadeira, sentindo uma estranha satisfação. Talvez cuidar de Angel não seja tão ruim assim. Talvez, entre todas as provocações e sarcasmo, haja uma amizade improvável se formando. E, quem sabe, algo mais.
Enquanto ele dorme, eu continuo a vigiar, meu coração aquecido por esta visão rara e preciosa. E por um momento, em meio a todo o caos e confusão do Hotel Hazbin, tudo parece estar exatamente onde deveria estar.
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