𖤍𖡼↷ 𝐓𝐖𝐄𝐍𝐓𝐘
GOSTO MUITO
DE VOCÊ
Os dias que se seguiram foram extremamente cansativos pra mim. Publicar um livro não era exatamente algo fácil, ainda mais com toda a burocracia que envolvia isso, pensar no pré lançamento, em eventos para promover, no marketing. Deus, era tão cansativo! Definitivamente não era assim que eu queria ter passado os últimos dias do meu ano, ainda mais quando Mit não parava de me encher o saco desde o dia que havia voltado de viagem, já que Kirishima queria passar o ano novo com os amigos dele. Mit não parava de me torrar a paciência perguntando que história era aquela que eu tinha ficado com Katsuki, e eu só quis espancar Kirishima por ser linguarudo pra caralho.
-Você podia me contar! Caramba, Zaza, achei que não existissem segredos entre nós! - Mit disse mais uma vez, fazendo eu desviar a atenção da tela do computador onde estava marcando uma reunião com minha agente para o fitar com pura irritação. Mit estava jogado no meu sofá desde o instante que chegou, sem parar de encher o saco um segundo sequer, mesmo que eu estivesse claramente estressada e cheia de trabalho pra fazer. Eu o encarei com minha melhor cara feia, mas Mit era muito burro para se tocar.
-Sim, claro, assim como seu relacionamento com Kirishima que você escondeu de mim? - falei com um sorriso maldoso e Mit fez uma careta, parecendo bem inclinado a usar uma das almofadas do sofá para jogar na minha cara. Mas aquilo apenas começaria uma guerra entre nós dois, então ele optou por apenas deixar pra lá, ficando emburrado no canto dele.
-Não é justo! - Mit protestou, apontando para minha cara. -Como eu ia te contar sobre o Eiji se você tava no meio de uma situação de vida ou morte? Você ia me chamar de insensível se eu te falasse que tinha me apaixonado e arranjado um namorado enquanto você tava se fodendo!
Acabei dando risada, porque Mit até que tinha razão. Balançando a cabeça, apenas me levantei e fechei o computador. Era final de ano; poderia deixar os problemas para serem resolvidos ano que vem, certo? Certo! Não precisava ter pressa com isso.
-Não sei o que isso entre Katsuki e eu significa. - falei com sinceridade, me sentando ao lado de Mit no sofá. -A gente nem se viu depois do Natal, ele tá muito ocupado batendo em pessoas na rua, entende?
-Você fala de um jeito que faz ele parecer um criminoso, e não um herói profissional. - Mit disse me encarando e fazendo uma careta. Eu dei risada antes de dar de ombros, como se para mim não fizesse a menor diferença. -Pelo menos vocês dois conversaram, né? Nesses dias, quero dizer.
-Ah, sim. Katsuki faz questão de me dizer todo dia, nem que seja por mensagem, do quanto me acha uma desgraçada do caralho por fazer ele se sentir como um idiota apaixonado. - falei sem conseguir conter um sorriso e Mit riu, me empurrando de leve.
-Fico feliz por você, Zaza. De verdade mesmo. Você merece ser feliz, ainda mais depois de tudo o que te aconteceu. Tenho certeza que Liz diria o mesmo, sabe? - ele falou, agarrando minha mão na sua. Eu apenas sorri para meu melhor amigo antes de assentir. Sabia que tudo o que Liz mais queria para mim, é que eu fosse feliz. E eu finalmente podia dizer que tinha encontrado um caminho para alcançar isso. -Você gosta mesmo dele, né? Depois da Liz, nunca mais te vi sorrir desse jeito.
-Eu gosto, Aki. Gosto muito mesmo. - falei com um suspiro, me afundando mais e mais no sofá. -Ele me faz sentir coisas que jurei que nunca mais ia sentir. Tô feliz de verdade.
Mit sorriu, apoiando a cabeça contra a minha. Eu conseguia sentir o quanto meu amigo estava orgulhoso de mim, por eu finalmente estar superando todos os meus traumas. Por finalmente ter decidido abrir meu coração mais uma vez e dar uma chance pra outra pessoa, principalmente depois que ele me viu recusar e fugir de qualquer tentativa de romance depois que Liz morreu. Acho que Mit tinha até desistido, achando que eu fosse pra sempre ficar sozinha. E, se eu fosse ser bem honesta, eu também achava isso.
Mas as coisas entre Katsuki e eu tinha acontecido de uma forma muito natural, sincera e simples. Eu não conheci e me aproximei dele com segundas intenções, e o sentimento cresceu livremente e sem nenhum tipo de pressão. Era como se, do dia pra noite, ele apenas tivesse brotado dentro de mim, tornando impossível mandar para longe. E não vou mentir dizendo que foi fácil aceitar o que sentia por Katsuki, porque não foi. A princípio, achei ridículo e pensei que estivesse confundindo a gratidão pela forma como ele tinha me ajudado com outra coisa. Depois, pensei que aquele tipo de sentimento fosse um tipo de traição a Liz. E por fim, minha ficha caiu: ficar sem poder sequer falar Katsuki era tão insuportável quanto qualquer outra coisa que eu já tivesse passado. E ai me dei conta que, sim, eu estava realmente apaixonada por ele. Não que eu fosse dizer isso com todas as letras para ele e o deixar ainda mais convencido.
Não me apaixonei por Katsuki só pra tentar superar Liz, e acho que é por isso que o que sinto por ele é tão forte que parece rasgar meu peito. É a coisa mais sincera que eu tenho, e não tenho vergonha de dizer isso. Minha personalidade pode ser um lixo e eu posso até não ser a pessoa mais carinhosa do universo, mas pelo menos meus sentimentos são verdadeiros e muito reais.
Batidas na porta me tiraram dos meus devaneios, me fazendo franzir o cenho em confusão e trocar um olhar com Mit. Meu amigo se levantou rapidamente para abrir a porta já que ele basicamente era de casa. Provavelmente era o porteiro ou o síndico querendo falar alguma coisa, mas isso Mit certamente poderia resolver. Enquanto ele ia fazer isso, tirei meu celular do bolso, notando que tinham mensagens não lidas.
Babaca | 15h34
Ei, ridícula
Você tá em casa?
Azami | 15h50
Vsf
Tô em casa
Mas se estiver
perguntando isso
porque quer vir aqui,
não tô :)
Babaca | 15h50
Foda se, não perguntei
se quer me ver ou não
E já tive minha resposta
Te vejo em cinco minutos
Sorri que nem uma idiota enquanto jogava o celular do outro lado do sofá. Sim, faziam dias que eu não via Katsuki, desde o Natal! Quer dizer, eu não estava brava por isso, sabia o quanto o trabalho era importante pra ele, mas também fiquei feliz por saber que ele estava vindo me ver. Me sentia uma estúpida do caralho! Mas acho que até que estava gostando de me sentir uma estúpida do caralho...
-Isso aqui é pra você. - a voz de Mit fez eu sair do meus pensamentos e, quando me virei para o encarar, arregalei os olhos; nas mãos do meu melhor amigo, estava um buque lindo de rosas azuis. Um buque grande até demais!
Surpresa, me levantei e tirei as flores das mãos de Mit, pegando o cartão que estava enfiado entre elas.
Você é uma idiota, mas infelizmente tô apaixonado por você.
Eu dei risada e o sorriso que ficou nos meus lábios foi difícil de conter. Mit arrancou o cartão das minhas mãos para ler, não se contendo de tanta curiosidade, enquanto eu pegava um vaso para colocar as flores.
-Caralho, ele tá realmente muito na sua. Sabe o que significam rosas azuis? - Mit disse, batendo o cartão no meu nariz. Revirei os olhos e o arranquei de suas mãos, guardando dentro da capinha do meu celular. -Amor incondicional. Confiança, afeto e fidelidade. Uma escolha muito sábia.
-Desde quando você virou especialista em flores, idiota? - zombei, apesar de sentir meu rosto queimando. Mit revirou os olhos.
-Ah, ué, eu sou escritor. Preciso saber sobre os mais diversos assuntos, bobona.
-Justo.- eu ri.
-Eu tô indo embora, tá? - ele falou, pegando as coisas dele. Eu arqueei uma sobrancelha para ele e Mit sorriu de forma maliciosa. -Eiji acabou de me falar que Katsuki tá vindo pra cá. Não vou ficar de vela, tchau tchau.
-E o que te faz pensar que eu não ia te expulsar no momento que ele chegasse? - zombei quando Mit chegou na porta. Ele apenas ergueu o dedo do meio para mim e saiu, me fazendo rir.
Demorou exatos cinco minutos para ter alguém batendo na minha porta. Foi literalmente tempo apenas para eu ver no espelho se meu cabelo não estava todo zoado. Não que fizesse muita diferença quando Katsuki já tinha me visto nas minhas piores versões, vulgo a chorosa catarrenta. Bom, se ele tinha se apaixonado por mim mesmo assim, acho que não preciso me apegar tanto as coisas tão superficiais, certo?
Quando abri a porta, não tive nem mesmo tempo de dizer alguma coisa, pois Katsuki me agarrou antes mesmo que eu pudesse dizer oi. E não foi um simples agarrar, literalmente me agarrou, suas mãos grudando na minha cintura e sua boca se chocando contra a minha, como se ele estivesse esperando por muito tempo pra fazer isso e agora não conseguisse se conter. Não que eu fosse reclamar, aliás; eu estava querendo fazer aquilo tanto quanto ele, então não o afastei, apenas o puxei para dentro e bati a porta atrás de nós, meus lábios ainda grudados nos de Katsuki enquanto a língua dele explorava toda minha boca.
-Eu realmente te odeio por fazer eu me sentir assim. - Katsuki resmungou quando se afastou apenas o suficiente para respirar, me deixando totalmente ofegante e com o coração disparado. Eu ri, afundando meus dedos em seu cabelo e o beijando, dessa vez de uma forma menos desesperada.
-Eu devia ter te avisado que depois da primeira vez ia ser praticamente impossível se livrar. - zombei, passando os braços ao redor do pescoço dele e tombando a cabeça para trás para poder fitar os olhos vermelhos de Katsuki. Ele deslizou as mãos até minhas costas, me puxando e me abraçando contra si.
-É, você é mesmo uma filha da puta. - ele disse e eu dei risada. Essa era a forma carinhosa de Katsuki de dizer o quanto eu significava pra ele, mas eu já estava até que acostumada com isso. -Cadê o imbecil do Aki? Kirishima disse que ele tava aqui.
-Ele foi embora. - falei e Katsuki deu um sorrisinho.
-Que bom, me poupa o trabalho de o expulsar. - ele falou e eu apenas arqueei a sobrancelha para Katsuki.
-Ah, é? E você acha que manda em alguma coisa aqui? - falei, puxando de leve o cabelo dele, o fazendo grunhir e me fuzilar com o olhar. -Você é quem estava desesperado pra me ver.
-Ah, então você não queria me ver? Sem problemas, posso ir embora agora mesmo! - ele falou, mas eu o segurei antes que pudesse fazer alguma merda.
-Para de ser cuzão! Não disse isso, seu babaca! - falei irritada, me inclinando na direção dele e o mordendo. Katsuki me olhou incrédulo, levando a mão até a bochecha onde eu havia atacado.
-Você me mordeu? Sério? - ele disse, um sorriso maldoso crescendo nos lábios. E eu realmente gostava desse sorriso cruel.
-Mordi. Você mereceu. - falei enquanto me desvencilhava dele e o dava as costas, mas apenas consegui dar um passo até Katsuki me puxar de novo, grudando seu corpo no meu.
Estremeci ao sentir os dedos dele deslizando lentamente pelo meu cabelo comprido, o colocando para o lado e deixando meu pescoço exposto. Katsuki levou os lábios até minha pele, arrastando de forma lenta e provocativa, me fazendo soltar um suspiro e fechar os olhos.
E então ele simplesmente se afastou de mim, fazendo eu ter vontade de morrer.
Desgraçado do caralho. Claro que ele faz de propósito, porque quer me ver implorar! Mas jamais irei fazer isso.
-Eu comecei a ler seu livro. - Katsuki disse me virando para que eu pudesse o ver. Eu o olhei, esperando. Saber o que as pessoas estavam achando sempre era algo pelo qual eu aguardava ansiosamente. -Você gosta mesmo de fuder com o psicológico dos seus leitores, né?
Eu dei risada, afundando os dedos no cabelo de Katsuki e o puxando para perto de mim.
-Todos precisamos nos divertir de algum jeito, né? Você gosta de bater nas pessoas e eu gosto de fuder o psicológico delas.
-Essa frase fora de contexto é perigosa. - Katsuki disse, o que me fez rir mais ainda.
As coisas com Katsuki sempre foram caóticas mas, de certa forma, sempre tinham sido mais leves. Acho que teria sido muito mais difícil passar por aqueles meses fugindo do meu stalker se a pessoa a cuidar da minha segurança não tivesse sido ele. Katsuki sempre fez eu me sentir segura e bem mais que isso, ele fazia eu esquecer o quão zoada minha vida era. Com ele, tudo parecia bem, bem mais fácil.
Suspirei, afundando o rosto contra o peito de Katsuki e o abraçando com força, pegando ele completamente de surpresa. Ainda assim, ele não hesitou nem por um segundo antes de me abraçar de volta, me apertando com a mesma intensidade.
-Eu gosto muito de você, Katsuki. Muito mesmo. - murmurei, mesmo que isso me fizesse ser uma apaixonada estúpida do caralho. Ele deu uma risada debochada que me fez o dar um beliscão, mas não fiquei magoada ou irritada com sua reação. Até porque eu o conhecia e sabia exatamente quem ele era.
Katsuki me puxou até que eu me afastasse e segurou meu rosto em suas mãos, me forçando a olhar para seus olhos vermelhos. E eu não vi nenhuma dúvida ali dentro quando ele falou:
-Também gosto muito de você, sua imbecil. Muito mesmo.
Mais um capítulo pois estou me sentindo muito bondosa hoje. Quem sabe, talvez tenha mais um!
Não nego que fiquei meio insegura com esse capítulo, sem saber se estava bom ou não. Claro, o relacionamento da Azami e do Bakugo tá evoluindo, mas fico me perguntando se tá bom, se tô fazendo de um jeito que dê pra entender que eles tem sim uma personalidade muito ruim, mas que se gostam pra cacete
Enfim, prometo melhorar o desenvolvimento deles como casal nos próximos capítulos!
Votem e comentem, isso ajuda demais e me deixa mais inspirada a continuar!
Espero que gostem <3
~Ana
Data: 25/12/22
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