𖤍𖡼↷ 𝐓𝐇𝐈𝐑𝐓𝐄𝐄𝐍
SURTO. APENAS SURTO
Achei que talvez as coisas fossem ficar estranhas entre Bakugo e eu após eu confessar para ele todos os meus sentimentos e dizer a verdade do motivo para eu ser tão amargurada em relação a nossa sociedade. Achei que ele fosse me julgar e me chamar de fraca, e no mínimo usar tudo o que contei contra mim mesma, mas ele não fez absolutamente nada disso. Também pensei que ele fosse só desistir de uma vez por todas de me ajudar, mas Bakugo não era esse tipo de super herói, e eu percebia a cada dia que passava que o Dynamight não era exatamente Katsuki Bakugo. Claro, ele continuava sendo irritante, explosivo e babaca, mas não da forma como eu acreditava que era.
Eu não perguntei para onde iríamos agora que a casa de Atsuko e Shoto Todoroki não era mais uma opção e não podíamos ficar para sempre no hotel, pois eu confiava em Bakugo o suficiente para saber que ele tomaria a melhor decisão possível para não colocar miha vida em risco. Quer dizer, Bakugo era o profissional ali; tinha passado anos na U.A e tinha anos de experiência. Eu podia confiar tranquilamente que ele sabia qual era a decisão certa a ser tomada, mesmo que ele fosse conhecido por ser mais imprudente que os outros heróis, eu não me importava. Pelo menos, não mais.
-Puta que pariu, por que não pode colocar músicas onde não parece que as pessoas estão gritando pelas suas vidas? - falei fazendo uma careta e estendendo a mão para trocar o rock que tocava ko rádio. Quer dizer, esse estilo de música até combinava com Bakugo, mas definitivamente desgradava minha audição aguçada. Parecia que meus tímpanos iam acabar estourando a qualquer instante, principalmente quando Bakugo fazia questão de deixar em um volume alto o suficiente para ser um incômodo.
Tomei um tapa nas costas da mão quando cheguei perto do botão, feliz demais por finalmente trocar aquela porcaria de música. Chiei irritada e olhei feio para o herói profissional que apenas me fitou de rabo de olho por um instante, sem tirar os olhos da rua. Tive vontade de o esganar; Bakugo estava controlando essa porra desse rádio desde sempre, não custava nada revezar um pouco! Não ia fazer dele uma pessoa ruim ser caridoso às vezes, esse babaca de merda! Sinceramente, eu deveria o mandar tomar no meio do cú e continuar com minha tentativa, mas estava cansada demais.
-Isso é cultura de verdade, o verdadeiro significado de obra prima. - Katsuki retrucou dando de ombros e eu engasguei com uma gargalhada. Aquilo só serviu para fazer o herói profissional me olhar como se estivesse imaginando o como era me esganar, mas não me importei. Quer dizer, não dá pra chamar aquele troço de música! Se fosse uma banda estilo Queen, eu entenderia. Mas não era, era apenas poluição sonora, e Bakugo precisava aprender o que era bom gosto musical. Não é só porque os caras cantam gritando que nem Bakugo que significa que é uma música boa!
-Aí você tá forçando demais, Katsuki. - falei com um sorrisinho divertido, conectando meu celular no rádio e colocando em uma playlist aleatória que apareceu, apenas para o irritar. Ele revirou os olhos nas primeiras batidas de Anti-Hero da Taylor Swift, não sei porquê, essa música claramente se encaixava com nossas vidas de merda. Bom, provavelmente mais com a minha do que com a dele já que Bakugo era um herói razoavelmente bem sucedido, apesar de boa parte da sociedade o odiar por ele só falar merda. Katsuki é inteligente pra cacete, mas parece não saber usar essa inteligência para se manter calado na maior partes dos momentos onde fala coisas desapropriadas.
-E é isso que você chama de música? Sinceramente, melhore, idiota. - ele reclamou, e, antes mesmo que eu pudesse processar, arrancou o celular da minha mão e trocou de música. A que veio a seguir foi Mercy do Shawn Mendes, o que só aumentou a vontade de Bakugo de virar do avesso, me fazendo dar uma gargalhada tão forte que meu estômago começou a doer. -Que bom que pelo menos alguém se diverte com o gosto musical de merda! Você é uma inútil, hein.
-Vai se foder, Katsuki. - falei, erguendo o dedo do meio para ele e o esfregando em sua cara. Ele revirou os olhos e agarrou minha mão com força na dele. -Vai, me larga, infeliz!
-Não vou soltar, você precisa aprender a ter educação. - ele zombou, apertando mais e mais minha mão a cada tentativa minha de me livrar. Engraçado logo ele, Dynamight, o pesadelo das mães, vir falar sobre ter educação. Tive vontade de socar a fuça dele, grunhindo em frustração e desistindo de uma vez por todas de me soltar, pois Bakugo não iria me largar nem tão cedo. Percebi isso quando ele entrelaçou os dedos nos meus e apertou minha mão com força na sua. Por algum motivo, isso fez meu estômago ir parar no teto, não que eu soubesse o que significava. Ou só me negava a saber mesmo.
De qualquer forma, ficar de mãos dadas com Bakugo era o menor dos meus problemas. Algo que eu jamais iria admitir para mim mesma e menos ainda para ele era que eu até que gostava qua do Bakugo fazia isso. Ridículo, né? Eu sei. Quer dizer, quando o meu stalker maldito finalmente foi pego pela polícia, cada um de nós ia seguir sua vida. Não era como se Katsuki fosse querer continuar me vendo depois, de qualquer forma. Eu sabia disso, apesar de me negar a pensar sobre o assunto. Eu deixaria para aceitar essa fato mais tarde, quando se tornasse realmente inevitável esquecer sobre ele. Agora, precisava focar em me manter viva.
Fiquei tão perdida em meus próprios pensamentos conflituosos que nem mesmo me importei ou percebi qua do Bakugo colocou o rock horroroso de volta para tocar, pelo menos deixando agora em um volume aceitável. Apenas fiquei olhando pela janela, com o cenho franzido, tentando a todo custo não pensar demais no óbvio. Eu deixaria meus problemas para Azami do futuro resolver, esperando que ela já tenha encontrado uma resposta quando chegar lá.
Não nego que fiquei confusa quando Bakugo atirou um moletom em mim e parou o carro na frente de um dos prédios mais chiques do país. Eu apenas arqueei a sobrancelha para ele, esperando que ele dissesse o que diabos esperava que eu fizesse com aquela blusa de frio.
-Veste isso. É pra ficar mais discreta. - ele disse dando de ombros e eu apenas revirei os olhos, mas fiz o que o herói pediu. Quando percebi qual era a estampa, tive vontade de o dar um murro, o que o fez dar risada. -Nossa, Azami, não sabia que você era fã do Dynamight! Um grande gostoso, né?
-Vai se foder, Katsuki. - disse revirando os olhos e abrindo a porta do carro para saltar para fora antes que eu o agredisse.
Segui Katsuki para dentro do prédio, percebendo com um tanto de choque ao ver que as pessoas o conheciam e perguntavam por onde ele tinha andado que ele na verdade morava ali. Nem mesmo nos meus sonhos eu conseguiria morar em um lugar tão extravagante assim! Senti inveja sim e não tenho nenhuma vergonha de admitir isso. Maldito fosse esse heróizinho riquinho de merda!
-Invejosa, consigo sentir sua irritação. - ele riu e eu apenas ergui meu dedo do meio para ele. Tudo o que saía da boca de Bakugo era merda, impressionante uma coisa dessas.
-Já que você é rico, podia muito me comprar um celular novo de última geração, não? O meu foi roubado, né. - falei dando um sorriso falsamente carinhoso e Bakugo deu um peteleco bem no meio da minha testa, me fazendo chiar.
-Eu tenho cara de banco agora? Ou de instituição que faz caridade? Se liga. Você é uma escritora best-seller, deve ter dinheiro sim. - ele falou e eu bufei.
-Não o suficiente! - protestei, o fazendo dar uma risada debochada.
-Pobre maldita.
-Heróizinho de merda.
Katsuki apenas riu e saiu do elevador, levando a mão até a maçaneta. Percebi com horror que era realmente coisa de riquinho já que a porta só abria com a digital! E que aquele andar era todinho de Katsuki! Puta merda, riquinho mesmo! Além de arrogante, é um rico maldito, mereço muito uma coisa dessas.
Fiquei ainda mais perplexa quando entramos e percebi que era o maior e mais luxuoso apartamento que eu já tinha pisado na minha vida. Tinha uma escada! Dois malditos andares só pra ele! Não é possível uma coisa dessas, e ainda era gigantesco! Deixava no chinelo até as casas que eu tinha cogitado comprar pra morar e nem se comparava ao miserável apartamento onde eu estava vivendo atualmente. Quer dizer, antes de toda a merda na minha vida se desenrolar.
Abri a boca para mandar Bakugo se fuder por ser um arrogante rico maldito, mas minhas palavras morreram e meu cenho se franziu, pois não estávamos exatamente sozinhos mo apartamento.
Fazia até que sentido Dynamight e Red Riot dividirem um apartamento, parando agora para pensar. Quer dizer, eles eram inegavelmente melhores amigos. Agora o que não fazia nem um pouco de sentido era a figura de cabelos escuros como a noite beijando Kirishima Eijirou no sofá da sala.
-Aki Mitsuya, mas que porra é essa?! - eu praticamente gritei, fazendo meu melhor amigo dar um pulo e se afastar tão rápido de Red Riot que se eu não tivesse certeza do que tinha visto, poderia ter alucinado. Os olhos de Mit se arregalaram assim que pousaram em mim, e ele abriu e fechou a boca, mas nada saiu. -Enquanto eu tava lá me fodendo e minha vida caindo aos pedaços, você começa a ficar de rolo com um pro hero? Tá me zoando, né? Traidor de merda, eu devia esganar você! Devia te afogar na privada!
-E eu tinha dito que sentia sua falta. Deus, eu retiro o que disse, desapareça com ela de novo. - Mit murmurou juntando as mãos e olhando para o teto, como se esperando uma intervenção divina. Nem mesmo esperei por mais alguma coisa antes de agarrar uma almofada do sofá e atirar na cara do meu melhor amigo.
-Seu babaca! Eu podia estar morta agora, e você na maior pegação do caralho! - falei nervosa e ele apenas revirou os olhos, ignorando eu drama.
-Diferente de você, eu confio no trabalho do Dynamight, sabia que ele ia te manter segura. E se quer saber, Eiji me atualizou sobre seu estado de vida. - Mit falou cruzando os braços e eu arfei, indignada.
-Eiji?! - falei, perplexa. -Você é muito doido, né? Provavelmente conheceu esse herói aqui por causa da minha vida ficando uma bostinha! Faz um mês e meio e você já tá nessa intimidade? Que nojo. Não quero saber. Ah! Enquanto eu estava me fodendo, você tava literalmente fodendo? Nossa, eu te odeio tanto.
-Isso é inveja. Invejosa! Invejosa pra porra, meu Deus! Como eu te odeio! - Mit suspirou, mas estava sorrindo, o que indicava que, na verdade, ele tinha sentido muito minha falta. Eu ri e me aproximei dele, deixando meu melhor amigo me abraçar com força o suficiente pra esmagar minhas costelas. -Eu senti muita sua falta, cuzona do cacete. Fiquei preocupado.
-Mentiroso do cacete! Tô vendo sua preocupação. - resmunguei apenas para receber um beliscão em resposta.
-Isso foi bem desconfortável. Podia ter avisado, né, bro. - escutei a voz de Red Riot e Bakugo riu em resposta.
-E deixar você se livrar disso? Não, acho que não. Te avisei que ela era louca. - Bakugo retrucou e se eu não tivesse ocupada demais quase chorando pela saudade do meu melhor amigo, teria o esganaro.
-Deve ser por isso que você gosta dela. Só gosta das malucas. - Kirishima retrucou e eu fiz uma careta. Mereço uma porra dessas!
-Cala boca, cabelo de merda. - Bakugo resmungou em resposta.
-Ela vai ficar aqui, então? - Kirishima questionou. Escutei Bakugo suspirar.
-É o jeito, não?
Ah. Ah.
Um pro hero já era demais pra mim. Dois definitivamente seria a minha morte!
-Você vai me contar tudo o que eu quiser saber. - murmurei dando um beliscão em Mit e o fazendo chiar.
-Contanto que você não me mate, ok. - ele retrucou e eu apenas ri. E no fim das contas, fiquei feliz por Bakugo ter me levado até ali. Porque nem mesmo sabia do quanto precisava ter o apoio do meu amigo até o ver. E pelo jeito Bakugo soube disso antes de mim mesma; e isso me fazia perceber que ele não era nada do que eu achava que era.
Boa tarde povo bonito! Tudo bem com vocês? Espero que sim!
Um capítulo mais surtado e afins com Azami e Bakugo sendo dois irritantes como sempre!
Sim, mais um casal que surgiu do além e que quem sabe talvez um dia tenha um fic, vai saber?
Votem e comentem, isso ajuda demais e me deixa mais inspirada a continuar!
Espero que gostem <3
~Ana
Data: 20/12/22
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