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𖤍𖡼↷ 𝐒𝐄𝐕𝐄𝐍𝐓𝐄𝐄𝐍

VÉSPERA DE NATAL

Véspera de Natal. Não posso dizer que estive ansiosa por esse momento, pois seria uma grande mentira. Quer dizer, para mim, seria apenas mais um dia como qualquer outro já que eu o passaria completamente sozinha em minha casa. No final das contas, Mit tinha realmente cedido e aceitado o pedido de Kirishima para ir com ele passar o Natal. Eu ficava feliz pelo meu melhor amigo, pois sabia que aquilo era um grande passo e Mit merecia de verdade coisas boas acontecendo em sua vida. Eu esperava que ele tivesse um Natal muito melhor que o meu, sinceramente! Não que o meu fosse ser inteiramente ruim, eu tinha comprado minha comida favorita e tinha um vinho muito bom esperando para ser aberto. Era o dia perfeito para colocar em dia as séries que deixei de assistir, e eu não estava exatamente triste por estar completamente sozinha.

Tinha apenas uma coisa me deixando um pouco desapontada, mas eu tentava não pensar muito a respeito. Preferia apenas deixar para lá, pois passar nervoso não ia fazer magicamente meus sentimentos desaparecerem. E por que eu estava dando tanto significado para isso, afinal? Eu sempre soube que acabaria dessa forma! Sempre soube que, para Bakugo, tudo não passou de um trabalho. Sempre soube que ele não tinha nenhuma obrigação emocional comigo, e nem precisava se preocupar depois que eu finalmente estivesse livre. Mas por que ainda me pegava desejando que ele viesse me visitar? Ou que só buscasse saber como eu estava? Caramba, estava sentindo falta até da forma como ele me irritava por eu não saber fritar um ovo! Não que eu fosse admitir isso para alguém, claro.

Suspirei e me afundei mais e mais no sofá, olhando para a caixa com um papel de embrulho vermelho. Eu sabia que hora ou outra acabaria de fato indo entregar aquele presente, apesar de nem saber se deveria. Mas sentia que precisava daquilo, pelo menos para dar um ponto final em toda aquela história com Katsuki. A verdade é que estava esperando Mit voltar para fazer isso por mim, mas estava tão inquieta que estava quase me convencendo a sair de casa e deixar aquele embrulho na portaria do prédio de Bakugo. Bom, eu não tinha nada de melhor para fazer, não é? Ainda estava muito cedo para jantar, a série parecia totalmente sem graça e eu não estava afim de encher a cara sozinha. No fim, não encontrei nenhum motivo para me barrar em fazer aquela merda, por isso me levantei e peguei a primeira bota que vi pela minha frente, colocando um casaco pesado por cima do suéter horroroso que Mit e eu tínhamos feito anos atrás. Um tradição de Natal!

Do meu apartamento até o apartamento de Katsuki levava meia hora; sim, eu gastaria meia hora indo até lá para ficar por cinco minutos no máximo e depois levaria mais meia hora para voltar, mas não é como se eu estivesse fazendo algo super importante no meu Natal, não é? Bom, já era tarde demais para mudar de ideia, pois já tinha entrado no carro e estava dirigindo tranquilamente pelas ruas. Até mesmo o gosto musical ruim de Bakugo estava me fazendo falta. Não que eu fosse admitir isso!

Me sentia uma verdadeira idiota. Queria poder voltar a época onde eu nem gostava de Katsuki! Seria bem mais fácil! Mas quem eu queria enganar? Passar esse tempo com ele me fez ver o mundo em uma perspectivas totalmente diferentes. Apesar de tudo, Katsuki me ajudou em momentos em que eu teria quebrado completamente se estivesse sozinha. Ele tinha colocado os caquinhos de volta no lugar sem nem se dar conta disso, e era esse o motivo pelo qual a ausência dele me causava um estranhamento tão grande.

Katsuki Bakugo não só salvou e mudou minha vida, ele também me mudou. Podia até parecer bem idiota, não é? Atribuir a ele o motivo para minha evolução. Mas é graças a ele, sim. Porque ele não desistiu de mim em nenhum momento e me fez perceber que eu não era fraca. Que podia superar o que tinha acontecido comigo e, principalmente, que eu podia ser feliz de novo. E eu sentia falta dos conselhos tortos dele tanto quanto sentia falta de ver sua cara feia!

Sentia raiva de mim mesma! Que inferno, me sentia verdadeiramente patética. Fazia tanto tempo que não me sentia assim em relação a uma pessoa que eu nem sabia o que significava! E, acima disso, estava puta com Katsuki por ter simplesmente me esquecido fácil assim. Ok! Eu sabia que tudo tinha sido só mais um trabalho para ele, mas podia parar de ser tão cuzão e fingir que se importava minimamente, não? Ir me procurar, nem que fosse para me xingar de idiota inútil? Caramba, acho que até mesmo isso eu aceitaria. Era melhor do que nada.

-Boa noite, senhorita Nakamura! - o porteiro do prédio de Bakugo, um senhor extremamente gentil e bondoso, disse assim que me viu, abrindo um sorriso que eu retribui. -Quer que eu avise que você está aqui?

-Não! Não, não precisa. Só estou de passagem. Pode por favor entregar isso para o Katsuki? - falei erguento o pacote em minhas mãos. Estava prestes a o entregar quando ele simplesmente foi puxado das minhas mãos, e não pelo senhor Yoshiro.

Me virei, já preparada para ter um surto com o ser humano infeliz. Mas todas minhas palavras morreram quando meus olhos fitaram olhos vermelhos.

-De passagem, é? Ou fugindo de mim? - a voz cheia de deboche dele e o arquear de sobrancelhas junto com o sorrisinho fez eu me questionar exatamente porque eu estava sentindo falta dele. Bakugo continuava tão terrivelmente bonito como sempre, e olhar para ele depois de todo aquele tempo doía como o inferno. Principalmente vendo ele ali em perfeito estado e saber que ele só não quis realmente me encontrar. -Isso é pra mim?

Eu o ignorei completamente, me virando para o porteiro e sorrindo para ele.

-Obrigada, senhor Yoshiro. Feliz Natal.

Então, sem mais ou menos, apenas comecei a caminhar em direção a saída para voltar para casa. Sim, eu estava puta! E acho que tenho todo o direito de estar. Quer dizer... Por que ele não foi me visitar?! Não custava nada. Por que eu estava dando tanta importância para isso? Eu claramente nem fazia parte de sua vida. Ele era um herói profissional! Eu tinha massacrado ele na internet antes, por que esperava que ele fosse querer manter contato comigo depois? Não é porque nosso tempo juntos tinha sido significativo pra mim que necessariamente tinha sido significativo para Katsuki. Mesmo que eu desejasse que tivesse.

-Onde pensa que você vai? - a voz de Katsuki me fez paralisar por um instante, principalmente porque estava bem atrás de mim. Estava tão próximo que senti sua respiração quente batendo contra meu pescoço, fazendo cada pelo do meu corpo se arrepiar por completo.

-Pra casa, para onde mais eu iria? - falei, me virando um pouco para poder o fitar.

Bakugo estava todo arrumado, o que deixava claro que não ia passar o Natal nem trabalhando e nem sozinho. Provavelmente com alguém e, ah, merda! Por que eu nem tinha considerado isso antes? Agora me sentia verdadeiramente patética.

-Vai passar o Natal sozinha, Azami? - ele perguntou com um meio sorriso, se aproximando mais. Eu apenas me afastei até que não tivesse mais para onde recuar já que minhas costas se pressionaram contra o carro atrás de mim.

-Claro que não! Eu tenho família! - mentira, claro. Bakugo percebeu isso, pois apenas arqueou a sobrancelha para mim.

-Aquela que te largou? - ele disse com sarcasmo e eu torci o nariz.

-Hã, não. Os pais de Mit, eles me adotaram como filha. - falei cruzando os braços. Katsuki riu.

-Não sabia que você ia viajar pra França, uau. Assim, só acho que não vai chegar a tempo. - ele falou e eu fiz uma careta. Maldito Mit, fofoqueiro do caralho! Agora como eu ia fugir daquilo? Katsuki certamente notou que era uma desculpa. -Só vem logo, sua imbecil.

Não entendi o que isso queria dizer, mas também não tive tempo de processar antes que Bakugo agarrasse minha mão na sua mão livre e me puxasse na direção da entrada do prédio. Eu até tentei me soltar, mas seu aperto nos meus dedos foi bem mais forte, me fazendo choramingar infeliz.

-Não! Não quero atrapalhar seu Natal, certamente já vai passar com alguém bem mais importante pra você. - falei, e claro que ele notou meu tom amargo. Mas não era como se ele tivesse se importado.

-Correto, vou mesmo. E você vem junto.

-Não estou nem vestida propriamente pra isso! - reclamei. Ele apenas continuou a me arrastar.

-Caguei.

Eu queria morrer.

Por que ele apenas não podia me deixar ir embora? Ele nem se deu o trabalho de me procurar e agora tá me arrastando pra passar o Natal com ele? Tá de sacanagem, né? Por um instante, fiquei verdadeiramente puta mais uma vez. Mas nem tive tempo de dizer algo, pois logo chegamos em seu apartamento e eu percebi que estava sendo idiota esse tempo todo.

Pensei que fosse, sei lá, encontrar uma namorada ou um namorado. Mas aí me dei conta que ele não tinha deixado de me procurar porque namorava, já que claramente Bakugo era solteiro.

Definitivamente não esperava encontrar logo os pais de Bakugo ali. Quer dizer, não tinha como falar que eram outras pessoas que não os pais dele já que eram parecidos com Bakugo. Principalmente a mulher que obviamente era a mãe dele já que ele era a exata cópia dela.

-Seu pivete, por que demorou tanto assim pra voltar? - ela reclamou com os braços cruzados, e, nossa. Uma única frase já foi o suficiente para me fazer entender de onde vinha a péssima personalidade de Bakugo.

-Cala boca, velha. - ele retrucou, dando um sorriso sarcástico. -Encontrei uma sem teto no meio do caminho e resolvi trazer pra casa.

Filho da puta! Como ele pode me tratar assim na frente dos pais dele?! Sem eu poder mandar ele ir se fuder assim! Cuzão do caralho!

-Espera um pouco. Conheço esse rosto. Masaru, essa não é aquela garota que postava críticas sobre nosso filho péssimo? - ela falou olhando para o marido e eu quis beber cloro naquele exato momento. Nem mesmo parei pra pensar que obviamente os pais dele já tinham lido sobre! Ah, que maravilha. Agora eu definitivamente queria voltar pra casa. Ainda mais vendo o sorrisinho divertido nos lábios de Katsuki.

-Sim, querida, mas é a mesma do discurso. - ele disse pegando as mãos da esposa que não parava de me fuzilar com os olhos, como se eu fosse a pior pessoa da face da Terra. Tive vontade de me jogar da sacada e morrer logo de uma vez.

-Eu te odeio.- sussurrei para Katsuki e ele riu, se divertindo muito. Desgraçado! Odeio o Natal!

-Ah. O discurso que Katsuki não parava de ficar assistindo? - ela retrucou e dessa vez Katsuki pareceu prestes a virar do avesso, engasgando com a própria saliva. Eu lentamente me virei para fixar meus olhos nele, sentindo tanta raiva que nem conseguia sentir vergonha por saber que ele tinha, de fato, visto o discurso que dei na premiação. Filho da puta! Ele tinha visto e nem me falou nada?! Filho da puta!

-Já deu, né? Calem a boca. - Katsuki disse de forma exasperada, mas a mãe dele nem o deu atenção.

-Não dá pra dizer que você estava exatamente errada sobre tudo o que escreveu do meu filho terrível. - ela disse me olhando. Então, me pegando completamente de surpresa, sorriu e estendeu a mão pra mim. -Mitsuki Bakugo.

-Azami Nakamura. - retruquei, apertando a mão dela de volta. O aperto da mãe de Bakugo era firme. Firme até demais, o que fez eu fazer uma careta pelos meus dedos sendo esmagados.

-Não está totalmente errada, mas vê se não fala mais mal da minha peste infernal, estamos combinadas? - ela falou com um sorriso tão perigoso quanto o de Bakugo era. Eu torci o nariz.

-Sim, senhora.

O pai de Bakugo se apresentou como Masaru, me olhando de um jeito que queria dizer "corra enquanto ainda dá tempo" e eu fiquei muito tentada a fazer exatamente isso.

-Por que me trouxe aqui? - falei para Katsuki assim que os pais dele se retiraram para a sala, esperando o horário da janta. -Me ignorou durante semanas e agora me joga na toca dos lobos?! Por que não me procurou? Quer dizer, eu sei que você não tem obrigação nenhuma comigo, Katsuki. Mas podia ter pelo menos me dado um sinal de vida. Ou pelo menos se despedido.

Por um tempo, ele apenas me encarou. E então ele entendeu exatamente o que eu queria dizer e percebeu que, na verdade, eu só estava chateada.

-Olha, Azami...- ele começou, dando um passo na minha direção e segurando minha mão na sua, o que fez meu coração imbecil dar um salto, mesmo não devendo. Mas o barulho da porta abrindo fez tanto eu quanto ele nos virarmos e nos afastarmos um do outro.

-Climinha ruim, hein. Cheguei no momento certo.

Quase cai dura no chão vendo Atsuko Todoroki entrando pela porta do apartamento de Katsuki Bakugo, com um sorriso imenso estampado no rosto. É, definitivamente, ia ser um Natal e tanto!

Katsuki pareceu bem perto de ter um acesso de raiva. Afinal, era nítido que ela sabia o que estávamos sentindo e pensando já que Psique era a telepata mais poderosa do mundo. Ela tinha entrado porque quis, e saber disso só estava fazendo Bakugo a fuzilar com os olhos, parecendo querer atirar ela pela sacada. E isso fez ela rir.

-Não me olhe assim, vocês dois estavam prestes a estragar o Natal. Lavem roupa suja depois! - ela falou, jogando o braço ao redor do meu ombro e me abraçando. O que definitivamente me fez apenas travar.

Tudo bem, retiro o que disse lá pra cima. Eu amo o Natal! Esse é o melhor Natal da minha vida! Atsuko Todoroki estava me abraçando! Já nem sei mais o porque estava brava.

-Você deveria parar de ser tão fã dessa megera. É nojento, sabia? - Katsuki disse torcendo o nariz para mim e eu apenas ergui o dedo do meio para ele.

-Não pedi pra estar aqui, mas já que você me obrigou a estar, no mínimo deveria me deixar em paz. - eu resmunguei com infelicidade. Atsuko deu um tapinha no meu ombro.

Ignore ele, Katsuki tá sendo babaca porque não consegue falar sobre os próprios sentimentos. Ela disse e eu me virei para a fitar com o cenho franzido, confusa. O que aquilo queria dizer afinal? Atsuko deu uma piscadinha para mim, como se isso fosse me fazer magicamente entender.

-Para de falar na mente dela, sua filha da puta! - Katsuki gritou, parecendo bem inclinado a explodir Atsuko ali mesmo. Aquilo fez a heroína dar risada.

-Vai se fuder, Biribinha.

-Cadê o meio a meio? Você fica bem menos pé no saco quando ele tá junto. - Katsuki reclamou e Atsuko fechou a cara na hora. Levando em conta que os apelidos ruins de Bakugo são meio óbvios, provavelmente ele estava se referindo a Shoto Todoroki, o marido de Atsuko.

-Trabalhando. - ela disse de forma infeliz, como se aquilo fosse a pior coisa do universo. -Ele vem depois. Minhas mães vão vir com ele, Akira tá trabalhando também, Natsuo foi passar o Natal com a namorada e Fuyumi não estava se sentindo bem pela gravidez e ficou em casa.

Nós três nos dirigimos até a cozinha onde Katsuki praticamente enfiou uma taça de vinho nas minhas mãos e nas mãos de Atsuko.

-Você fica um cú quando Todoroki não tá perto. - Katsuki disse com um sorrisinho maldoso que Atsuko respondeu erguendo o dedo do meio para ele. Me pegando totalmente de surpresa!

-Cala a porra da sua boca. - ela grunhiu, me fazendo arregalar os olhos. Eram como se meus sonhos estivessem sendo esmagados na minha frente. Aquela coisa que o Katsuki disse sobre ela não ser quem mostrava talvez fosse verdade. -Ei! Eu sou uma pessoa muito legal, mas Katsuki não merece. - ela falou olhando para mim e fazendo biquinho. Eu apenas ergui as mãos em sinal de rendição. -E eu só tô bolada, tá bom? Faz dois meses que não vejo Shoto direito! É uma merda!

-O que você queria? Essa é a vida de herói. Se vocês atuassem como uma dupla, ai se veriam bem mais. - Katsuki disse dando de ombros e ela torceu o nariz. -Mas claro, um sempre ia ficar na sombra do outro. E você não quer ficar na sombra dele, não é?

-Ao inferno que quero! Já passei a infância inteira na sombra do Shoto. Eu o amo mais que tudo no mundo, mas não vou ser número dois nunca mais.

Katsuki apenas deu um sorrisinho para ela, como se aquilo fosse tudo o que ele precisava escutar. Vendo eles dois interagirem me fazia perceber o quanto a mídia era mentirosa. O relacionamento deles não tinha absolutamente nada haver com o que queriam passar; eles eram praticamente irmãos! Colocar Atsuko e Katsuki como amantes era putaria.

-Então, Azami. - ela disse meu nome, me fazendo em partes colapsar e em partes ficar curiosa. Os olhos rosa escuro de Atsuko de fixaram em mim enquanto ela abria um meio sorriso. -Quais suas intenções com meu melhor amigo?

Bakugo praticamente cuspiu o vinho de volta na taça, fuzilando Atsuko com os olhos, algo que ela certamente ignorou já que estava ocupada demais me encarando. E, meu Deus, eu corei. Se por ela literalmente saber exatamente o que eu sinto e querer que eu falasse em voz alta, se pela minha heroína favorita estar falando comigo ou se por Katsuki estar bem ali do lado, não sei dizer, mas corei violentamente, desejando poder me enfiar embaixo da mesa e desaparecer para todo o sempre.

-Ele é um babaca e um idiota. - falei, fazendo Atsuko dar uma gargalhada, verdadeiramente se divertindo, ainda mais pela cara de cú de Katsuki. -Ele não me procura e nem quer saber se eu tô viva, mas gosto mais dele do que eu queria gostar.

Silêncio; eles dois ficaram em um profundo silêncio, Atsuko sorrindo como se tivesse acabado de encontrar ouro e Katsuki... Bem, não sei que expressão ele estava fazendo já que eu estava me recusando a o fitar.

-Bem que imaginei ter escutado sua voz, querida! - Mitsuki entrando na cozinha foi o que cortou aquele silêncio entre nós e Atsuko se virou animada para abraçar a mãe de Katsuki.

-Sogrinha! Senti saudades. - ela disse e, sim, parecia meio estranho mesmo, mas o que ali naquela família não era estranho? A verdadeira sogra de Atsuko também era mãe dela! Não biológica, claro. Isso só seria errado.

-Azami. - Katsuki me chamou, segurando a manga do meu suéter feio e a puxando para que eu o olhasse. E, merda, eu o olhei. Para seus olhos vermelhos confusos que se fixaram em mim, fazendo eu sentir vontade de sumir. -Você...

-Eu não quero falar sobre, Katsuki. - murmurei. -Posso ir embora agora?

-Nem fodendo. - ele disse sorrindo de forma maldosa e eu tive vontade de quebrar aquela taça bem na cabeça dele. Mas me contive com minha raiva.

-Pelo jeito somos os últimos a chegar. - todos se viraram para ver as três pessoas que entraram na cozinha. Definitivamente Atsuko foi a pessoa mais feliz vendo a mulher de cabelos brancos e a de cabelo loiro e olhos rosa como ela. Suas duas mães. E também o seu marido, que ela nem mesmo hesitou por um segundo antes de se jogar nos braços e beijar como se a vida dependesse disso. Katsuki fez a maior careta que eu já tinha visto.

-Ah, que nojo! Por que vocês precisam ser assim, porra? - ele praticamente gritou, o que fez eu engasgar com uma risada.

-Que foi? - Shoto Todoroki retrucou, se virando e olhando Katsuki sem expressão nenhuma. Nada fora do comum por aqui. -Tá triste por que não tem namorada?

Atsuko caiu na gargalhada.

-Preferia quando você era um manézão do caralho. Agora tá chato que nem a Jean Grey. - Katsuki resmungou.

-Mahina, Rei, vamos pra sala. Deixem nossos filhos estúpidos agirem que nem criança sozinhos. - Mitsuki disse, agarrando as duas mulheres e as puxando pra longe, o que fez os três pro heros fazerem caretas. Quer dizer, Mitsuki não estava nem um pouco errada, eles estavam mesmo parecendo três adolescentes idiotas e tenho certeza que nem eram assim quando tinham quinze anos levando em conta que estiveram no meio da guerra.

-Ele tem namorada, Shoto, só não sabe disso ainda. - Atsuko disse, abraçada ao marido, dando um sorriso puramente malicioso para mim e para Katsuki. Eu apenas franzi o cenho, e Shoto Todoroki me acomponhou, confuso.

-Por que não vai ir se fuder, hein? Por que você não controla sua mulher, Shoto? - Katsuki gritou irritado, parecendo uma criança.

-Para de gritar que nem retardado! Tá com problema, caralho? - falei, puta, o dando um soco no ombro. Meus ouvidos doíam pra cacete. -Esqueceu que minha individualidade deixa minha audição sensível? Você tá bem do meu lado, seu merdinha!

-Foda se! Não perguntei porra nenhuma! - ele retrucou, fixando os olhos vermelhos em mim e sorrindo de forma debochada. Vi Atsuko e Todoroki trocarem um olhar e darem sorrisinhos, mas nem liguei. Estava ocupada demais querendo colocar minhas mãos ao redor do pescoço de Katsuki e o enforcar por ser um merda.

-Você é a Azami Nakamura, né? - a voz de Todoroki fez tanto eu quanto Katsuki nos virarmos. Eu senti minhas bochechas queimarem com toda aquela atenção, e nem mesmo consegui falar, por isso apenas assenti. -É dela o discurso que você ficou mostrando pra todo mundo, Bakugo?

A pergunta foi muito na inocência, isso era nítido, mas fez Atsuko dar muita risada e Bakugo querer morrer. Todoroki ficou sem entender o porque daquela reação, e eu apenas travei mais uma vez.

-É dela sim, amor. - Atsuko disse, ainda rindo, segurando a mão de Todoroki na sua.

-Vão se fuder vocês dois! - Bakugo estava tão nervoso que pensei que talvez ele fosse explodir os dois ali mesmo. Bom, a ideia foi dele de me trazer pra cá, ele que arque com as consequências!

-Seu discurso foi muito bonito, Azami. Apesar de ter sido uma acariciada no ego do Katsuki. - Atsuko disse dando um sorriso. Ela teve que usar sua telecinese pra impedir que a taça que Katsuki jogou nela a atingisse em cheio, me fazendo arregalar os olhos perplexa, mas ela sequer se abalou com isso.

-Cala a boca, Atsuko! Quer que eu comece a te expor assim também? Falar da última cagada que você fez? - ele falou irritado e Atsuko fez uma careta que indicava que não, ela não queria tocar no assunto. Ainda mais quando até mesmo Todoroki estava a olhando feio.

-Não falamos de Toya nessa casa, obrigada. - ela disse com um sorriso sem graça. Ainda mais quando Bakugo e Todoroki pareciam querer a esfolar viva.

-Nem visitamos irmãos psicopatas na prisão. - Todoroki resmungou de um jeito que dava a entender que ela tinha feito exatamente isso e Atsuko suspirou, olhando para ele com uma espécie de arrependimento. Sim, eu até queria saber essa fofoca, mas pela cara de cú de Katsuki que parecia ainda maior que a de Todoroki, eu definitivamente não queria tocar no assunto e estragar de vez o Natal.

-E a janta? Não tem comida nessa casa? Se for assim, irei embora. - falei para desviar o assunto e salvar a pele de Atsuko, que me olhou verdadeiramente agradecida com a mudança de assunto. Katsuki caiu direitinho na minha tentativa, porque me lançou uma cara de cú.

-Isso, vamos comer! - Atsuko disse, agarrando a mão de Todoroki na sua e o puxando junto com ela, me deixando sozinha por um instante com Katsuki.

Eu me virei para seguir os dois heróis profissionais, mas a mão de Katsuki se fechou ao redor do meu pulso, me impedindo de continuar. Me virei apenas o suficiente para olhar seus olhos vermelhos.

-Quando todo mundo for embora, a gente vai conversar. - e a forma como ele disse isso, reverberando todos os meus ossos e atingindo minha alma, me fez ter a total certeza que eu estava fodida.

Boa tarde povo bonito! Tudo bem com vocês? Espero que sim!

Um capítulo grande, caótico e com muitas perguntas deixadas, presente pra vocês! Azami no meio do maior caos, querendo socar o Bakugo, com surtos da Atsuko e do Shoto de brinde

Gente, pra quem não leu Ocean Eyes, talvez fique meio confuso a história da Atsuko com os Todorokis. Em um resumo bem resumido, o Endeavor adotou a Atsuko quando o pai dela morreu e ela tinha quatro anos, e é por isso que ela e o Shoto se conhecem desde sempre, o romance deles é friends to lovers

Então ela foi criada pela Rei e pelo Enji. Até os quinze anos, a Atsuko achava que tinha sido abandonada pela mãe, mas rolou uns trens lá que só quem meu Ocean Eyes sabe, e no final ela descobriu que tinha um irmão mais velho (o Akira) e que a mãe dela era uma boa pessoa e voltou a se aproximar dela. Por isso ela tem duas mães, a Rei e a Mahina (mãe biologia da Atsuko)

Votem e comentem, isso ajuda demais e me deixa mais inspirada a continuar!

Espero que gostem <3
~Ana

Data: 24/12/22

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