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𖤍𖡼↷ 𝐒𝐄𝐕𝐄𝐍

Eu estava conseguindo esconder bem a tristeza que habitava dentro de mim. Eu precisava fazer isso pelos meus pais, pois quanto mais tempo passava e menos parecia que minha mãe se lembraria do que tinha perdido, pior parecia que meu pai ficava. Quer dizer, eu até o entendia. Um mês tinha se passado desde que ela saiu do hospital e o relacionamento dos dois não passava de palavras de "bom dia" e "boa noite". Era extremamente estranho e desconfortável de ver. Eram dois completos desconhecidos outra vez, e machucava saber o quanto meu pai estava sofrendo com isso. Minha mãe, por outro lado, só estava profundamente e terrivelmente confusa. Ela não conseguia entender mesmo o como tinha parado naquela vida. Passava horas e horas e horas tentando recuperar o que tinha perdido, mas sempre acabava muito frustrada e irritada. Ela sequer achava justo que meu pai ficasse preso a alguém que nem sabia quem ele era e o que significava.

Ver o relacionamento de anos dos dois ir para o buraco me deixava totalmente pra baixo. Essas definitivamente estavam sendo as piores férias da minha vida. E não teve um dia sequer em que consegui conter o meu choro, principalmente quando eu já estava começando a esquecer qual era o som da risada de Fuyuki ou seu cheiro. Pensar nisso fazia um desespero tão grande tomar conta de mim que a única coisa que me deixava mais tranquilo era quando minha madrinha fazia aquele desespero sumir do meu peito. Nunca gostei muito de ter minha mente e sentimentos invadidos, mas queria muito que ela me fizesse esquecer tudo aquilo. Mesmo que eu não quisesse jamais esquecer de Fuyuki e do que ele havia sido para mim.

E doía pra caramba. Uma dor que eu nunca estive preparado para sentir ou desejei. Fuyuki deveria passar o resto das nossas vidas ao meu lado e não era justo que ele tivesse morrido daquele jeito, sem me dizer adeus. Não era justo que tivesse sido daquele jeito. A gente deveria ter se casado, deveríamos ter construído nossa família juntos, feito as viagens que planejamos, ido morar numa casa só nossa. Eram milhares de planos que fizemos um ao lado do outro e que jamais iríamos concretizar, porque Fuyu não estava mais ao meu lado. E todas as noites em que eu deitava a cabeça contra o travesseiro, sem o peso reconfortante de sua cabeça contra meu peito, sentia uma solidão grande demais dentro de mim. Não conseguia impedir que as lágrimas tomassem conta e molhassem todo meu rosto. Eu realmente gostava de chorar, a sensação aliviava bastante coisa dentro de mim mesmo. Mesmo eu odiando o motivo para eu estar chorando para começo de conversa.

Eu estava observando minha mãe passar lentamente pelas fotos da época em que eu era um bebê. Tinha um sorriso imenso em seu rosto, mesmo que ela não se lembrasse de me ter. Acho que aquela era a única coisa que ela tinha aceitado bem, o fato de ser minha mãe. Ela parecia amar isso. Se tinha uma pessoa que ela fazia questão de ter por perto, essa pessoa era eu. De fato queria saber quem eu era, qual era a nossa dinâmica de mãe e filho, e ela verdadeiramente parecia querer recuperar o que tinha perdido entre nós dois. Eu sequer conseguia olhar aquelas fotos minhas que ela adorava ficar vendo todos os dias, mesmo que não a fizesse se lembrar de mim. A maior parte delas tinha Fuyuki comigo, e era insuportável de ver. Ainda mais quando ela sempre queria saber um pouco mais sobre o filho da sua super heroína favorita que incrivelmente tinha sido seu afilhado e meu namorado. Pelo menos tinha algo bom em minha mãe não lembrar de nada: ela não estava sofrendo pela perda de alguém que ela considerava como um filho.

Quão justa a vida estava sendo comigo? Por que eu tinha que passar por uma provação tão difícil? Tinha dias que eu sequer sentia que ia conseguir passar. Que ia conseguir levantar da cama e fingir que estava tudo bem. Tinha algo faltando em mim, algo que jamais ia voltar para seu devido lugar. Como você diz adeus para alguém que conhece a vida toda? Para alguém por quem sempre foi profundamente e terrivelmente apaixonado? Fuyuki tinha me pedido pra seguir em frente; eu acho que jamais serei capaz de fazer isso. Porque jamais serei capaz de amar outra pessoa um terço do que amo ele.

E eu sabia que meu pai sentia a mesma coisa em relação a minha mãe. Depois que o cérebro dela se curou do ferimento interno, minha madrinha tentou entrar em sua mente para ver se conseguia fazer as memórias de minha mãe voltarem. Mas foi em vão; pois mexer naquele lado do cérebro de minha mãe apenas poderia ocasionar em piorar seu quadro. Minha madrinha disse que estudaria mais para poder ajudar, mas, por enquanto, não tinha solução para aquele problema. E meu pai estava completamente perdido. Sofrendo pela morte de Fuyuki e por acabar perdendo minha mãe também. Ele jamais amaria alguém da forma como a amava, e acho que para ele era particularmente doloroso o descaso que ela fazia quanto a ele. Afinal, para minha mãe, eles serem casados não fazia o menor sentido. Ela sequer gostava de super heróis e não entendia de forma alguma o como havia acabado por casar com um. Não importava quantas fotos, vídeos, mensagens de amor, declarações ela visse, para minha mãe, nada disso fazia sentido. E acho que nunca vi meu pai tão triste quanto no dia em que ela o falou que não deveria esperar por algo que talvez jamais fosse ser recuperado.

Me amaldicoei por ter deixado algumas lágrimas cairem pelo meu rosto. Com força e irritação, esfreguei minhas bochechas para limpar, desejando poder sumir e esquecer tudo o que estava acontecendo comigo nos últimos tempos. Queria que tudo fosse diferente. Queria que tudo fosse mais fácil. Queria poder sumir dessa merda e nunca mais voltar.

-Shin? - escutei minha mãe me chamar e caminhei até onde ela estava, me sentando no tapete do chão, na sua frente. Ela sorriu para mim; definitivamente ela agia como se tivesse vinte anos de novo, o que era bem estranho. Minha mãe com minha idade era tão revoltada; era engraçado. E também bem estressante. -Ah, aí está você. Olha o que eu achei!

Ela me mostrou uma foto minha em um dos milhares de halloween que passamos na casa da minha madrinha. Era uma foto minha com Fuyuki, Yumi e Mika, Fuyuki e eu usando fantasias combinando, como os ótimos melhores amigos que éramos. Eu dei um sorriso triste enquanto pegava a foto das mãos dela; tinha esquecido completamente daquele dia. Fuyuki me fez ter dor de barriga depois de comer tantos doces e eu lembro que tínhamos virado a noite acordados jogando videogame e achando que estávamos super enganando nossa madrinha, a melhor telepata do mundo.

Mesmo com o sorriso no meu rosto, as lágrimas escorreram pelas minhas bochechas e eu vi minha mãe arregalar os olhos, assustada.

-Aí, merda. Desculpa, Shin. Esse é o Fuyuki, né? Aí, droga! - eu sabia que para ela tudo isso era muito confuso. Que seu cérebro tinha virado um nó. Que as coisas estavam muito difíceis para ela também. Eu não a julgava; não a culpava.

Minha mãe tentou tirar a foto com Fuyu de minhas mãos, mas eu a impedi.

-Não, tá tudo bem. - eu disse, mesmo que claramente fosse uma mentira. -Não dá pra fugir pra sempre das memórias. Praticamente noventa e nove por cento das minhas fotos são com Fuyuki. É só que eu sinto tanto a falta dele.

Afundei o rosto em minhas mãos e suspirei. Não tinha motivo em esconder aquilo, era a mais pura verdade. Desde que eu o perdera, não havia se passado um segundo sequer em que eu não havia sentido sua falta.

-Ei. - ela disse, segurando delicadamente minhas mãos. -Eu sei como você se sente.

Bem, eu imaginava que sim. Minha mãe estava sofrendo pela segunda vez na vida pela morte da pessoa que ela tinha amado já que, para ela, haviam se passado apenas alguns meses que Liz, seu primeiro amor, tinha morrido. E não trinta anos.

-É horrível dizer isso, mas melhora com o tempo. Mesmo que jamais vá ser capaz de esquecer. - ela disse baixinho e eu apenas suspirei, triste.

-Eu só não quero outra pessoa que não ele, entende? - falei, afundando os dedos nos meus cabelos. -A gente ia casar. Eu queria tanto que isso tivesse acontecido. Tanto. Eu o amava tanto, mãe.

-Ah, Shin... - ela disse, baixinho, se sentando ao meu lado no tapete e me dando um abraço apertado e trazendo um conforto que apenas mães conseguiriam fazer. Mesmo que a minha sequer se lembrasse de mim. -Tudo vai ficar bem, você vai ver.

-Queria que se lembrasse de mim. - falei baixinho. Ela apenas acariciou meu cabelo.

-Não preciso lembrar de você pra saber que você me pertence, Shin. E não preciso lembrar de você para te amar. Uma mãe sempre vai reconhecer o filho. E você sempre vai estar aqui dentro, no meu coração. Independente de eu me lembrar de tudo ou não.

Os dedos de Shoto estavam percorrendo lentamente minhas costas enquanto eu o abraçava com força, meus olhos fechados e fingindo estar dormindo, mesmo que nós dois soubéssemos que aquela era a última coisa que eu vinha fazendo nas últimas semanas. Desde que descobri que Naomi Tanaka tinha sobrevivido, meu foco nos últimos dias tinha sido caçar a desgraçada que tirou meu filho de mim, o que acabou me fazendo ficar totalmente doente. Shoto tinha tentado me fazer diminuir o ritmo e falhado miseravelmente. Acho que só cheguei a conclusão de que estava no limite quando a exaustão me invadiu em cheio. Eu tinha precisado tão desesperadamente de algo para me agarrar para pelo menos tentar tirar uma parte da dor pela morte de Fuyuki de mim, que me esqueci completamente de que eu ainda estava viva. Que Shoto e Yumi ainda estavam vivos, e que eram minha família. E que eu precisava estar bem por eles.

Tinham dias piores e dias melhores. Tinham dias em que eu não conseguia nem mesmo sair da cama, onde fazer qualquer coisa se tornava difícil e tudo o que eu queria fazer era chorar até o ar faltar de meus pulmões. E haviam os dias onde eu tentava reaprender a sorrir sem ter meu filho lindo, talentoso e brilhante do meu lado. Ser ter o abraço da minha melhor amiga, que sequer se lembrava de mim como parte de sua vida, para me reconfortar nos meus piores momentos. Às vezes eu me perguntava o motivo de tudo aquilo estar sendo colocado em meu caminho. Eu já não tinha sofrido o suficiente nas mãos de Toya? Nas mãos de Ichiro? Quando venci tudo isso, no auge dos meus quinze, dezesseis anos, achei que jamais fosse passar por uma provação tão difícil assim. Mas isso foi até essa organização terrorista aparecer no meu caminho e tirar de mim duas pessoas de extrema importância na minha vida.

Você está pensando demais. Eu apenas suspirei ao escutar a voz de Shoto em minha mente. Ele me conhecia melhor do que ninguém e sabia muito bem que eu não estava dormindo, mesmo que quisesse muito estar. Meus olhos estavam com lágrimas que eu não queria derramar. Eu sabia que toda dor que eu estava sentindo, Shoto também estava. Era o nosso filho; ele estava tão machucado quanto eu, mesmo que estivesse se mantendo forte por mim. Alguém precisava tomar conta de tudo, e essa pessoa vinha sendo Shoto já que Yumi não conseguia se expressar, não conseguia deixar claro o quão arrasada estava por termos perdido Fuyuki.

-Desculpa, Sho. - falei, baixinho, apertando um pouco mais ele com meus braços. Minha voz estava embargada, mas não tinha nada que eu pudesse fazer para melhorar as coisas. Um suspiro trêmulo escapou pelos meus lábios e Shoto fez um carinho suave pelo meu cabelo. -Está sendo um daqueles dias.

-Tá tudo bem, amor. - ele disse com carinho, me fazendo olhar para seus olhos heterocromaticos que eu amava. Olhos que Fuyuki tinha puxado.

-Sinto tanta a falta dele. - falei, minha voz chorosa. Eu vi as lágrimas nos olhos de Shoto, mas ele ainda assim não deixou nenhuma cair enquanto segurava meu rosto em suas mãos e beijava minha testa com amor e carinho.

-Eu também. - ele disse, baixinho. -Mas ele não ia querer ver a gente assim.

-Eu sei.

-Você precisa descansar, Atsuko. - ele falou seriamente. -Ficou trabalhando por quarenta e oito horas sem descanso. Não faz bem. Por favor, tenta dormir.

-Não consigo. - falei, fechando os olhos com força. Senti minha garganta travar enquanto eu fazia força para não chorar. Não queria fazer Shoto se sentir mal, e eu já sabia que ele estava péssimo o suficiente por tudo o que tinha acontecido. Pelo que nós dois tínhamos perdido, uma parte muito importante de nós. Nosso primeiro filho, nosso herói maravilhoso. Era algo que nem eu e nem Shoto superariamos, eu sabia. -Eu não consigo parar de ter pesadelos.

Então fique na minha mente. E eu te prometo que vou te mostrar apenas as melhores lembranças que eu tenho.

Eu apenas ri baixinho, me lembrando do como eu costumava fazer isso depois da guerra, pois não conseguia dormir sem acordar gritando e desesperada. Depois de tudo o que eu tinha passado nas mãos de Toya, tudo o que Ichiro fez eu me tornar, um imenso trauma que achei que jamais fosse superar tomou conta de mim. Tudo o que eu conseguia ter, todas as noites quando me deitava para dormir, eram pesadelos sem fim com a risada cruel de Toya, o irmão que eu amava e tinha perdido para a maldade e a crueldade. Com o sorriso sem nenhum amor do pai que eu tinha visto como um herói, e que na verdade apenas queria que eu fosse tão ruim quanto ele era. E eu não conseguia parar de sonhar com Twice e Toga, duas pessoas que um dia tentaram tanto serem meus amigos, tentaram tanto me inserir naquela família disfuncional de vilões a qual eu apenas fingi fazer parte para ajudar a comissão. Não conseguia parar de ter pesadelos com o momento em que vi Hawks matar Twice na minha frente, sentindo o quão traído ele havia se sentido naquele momento, o quão triste ele estava. Totalmente perdido. Os pesadelos com a guerra, com a morte de Midnight, com o momento que o coração de Katsuki parou dentro do peito, com a mente de Ichiro parando de funcionar nas minhas mão, eu revivia aqueles momentos várias e várias vezes quando dormir. Até Shoto me deixar ficar dentro de sua própria mente, me trazendo o conforto que eu precisava. E assim, com o passar dos anos, todos esses momentos terríveis passaram a ser apenas aquilo: passado. E nunca mais voltaram para me atormentar novamente.

Agora, meu tormento era outro, e algo que afetava mais profundamente a msinha alma. Algo que me fazia chorar todos os dias, incapaz de deixar de lado, de esquecer, de superar. Como eu faria para seguir em frente? Eu não sabia. Acho que para isso nem mesmo Shoto conseguia arranjar uma solução. Mas pelo menos em questão aos pesadelos, nisso ele podia me ajudar. Com isso eu podia confiar que ele faria sumir, mesmo que por uma noite. Era tudo o que eu precisava.

Então, eu não hesitei em fazer exatamente isso. E pelo menos por uma noite, tentar ter um momento dé paz. Mesmo que isso jamais fosse ser possível de novo sem meu filho do meu lado.

Boa tarde povo bonito! Tudo bem com vocês? Espero que sim!

Tentarei postar vários capítulos hoje depois que terminar meu infernal relatório, querem? 👀

Votem e comentem, isso ajuda demais e me deixa mais inspirada a continuar!

Espero que gostem <3
~Ana

Data: 20/02/23

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