𖤍𖡼↷ 𝐍𝐈𝐍𝐄𝐓𝐄𝐄𝐍
PROMESSA
Foi uma das noites mais loucas da minha vida. Definitivamente uma das melhores, eu podia dizer isso sem sombra de dúvidas. Nunca imaginei que alguém pudesse fazer eu me sentir da forma como Katsuki fazia, e até mesmo imaginei que tivesse sido tudo um sonho ou criação da minha mente fantasiosa. Mas quando acordei no quarto de Katsuki na manhã seguinte, percebi que nada daquilo havia sido um sonho, muito pelo contrário; as marcas que ele tinha deixado no meu pescoço, como o belo desgraçado que era, deixava impossível negar o que tinha acontecido entre ele e eu. Não que eu quisesse negar, aliás. Não quando tinha sido tão, tão bom.
Quando acordei mais cedo do que deveria e pretendia graças ao barulho, me deparei com Katsuki vestindo seu uniforme de super herói. E que cena maravilhosa. Não achei que ele pudesse ficar ainda mais gostoso, até o ver ao vivo em cores vestindo aquele uniforme que definitivamente favorecia sua bunda. Puta merda! Será que ficar com vontade de o agarrar só de o ver vestido para trabalhar me tornava uma péssima pessoa? Eu ia queimar no fogo do inferno por isso? Mas eu nem ligava, ele estava mesmo um grande gostoso e não tenho vergonha de dizer isso. Tive vontade de o arrastar de volta pra cama, e talvez eu tivesse feito isso se ele não fosse me xingar horrores. Quer dizer, se tinha algo que que Katsuki levava a sério, esse algo era o trabalho.
-Ei. - falei baixinho, mas Katsuki escutou mesmo assim, parando de se arrumar para se virar na minha direção. Acho que acabei de descobrir meu ponto fraco, e meu ponto fraco é Katsuki vestido de uniforme com a cara amassada e cheio de sono. Ainda assim, ele deu um sorrisinho pra mim e se aproximou, seus dedos enroscando de leve nos meus cabelos.
-Bom dia. - ele disse, se inclinando apenas o suficiente pra roçar os lábios nos meus. Estiquei a mão para o puxar para perto de mim, mas Katsuki se afastou antes que eu pudesse fazer isso, me deixando com uma cara de cú que o fez rir. -Toma.
Tomei um susto quando ele jogou na cama uma caixinha embrulhada em papel verde feio de natal. Arqueei a sobrancelha, mas não disse nada enquanto rasgava o embrulho.
-Era pra ter te dado ontem, mas você me deixou meio ocupado. - ele falou com um sorrisinho que me fez erguer o dedo do meio para ele. Pisquei os olhos, perplexa, ao olhar o que Katsuki tinha me dado.
-Sério? - falei o encarando, sem acreditar muito. -Sério mesmo?
-O que é? Você reclamou que tinha perdido o seu, e que é uma pobre fodida. Tô te fazendo um favor. E meu contato já tá salvo nele, pra você não ter desculpas pra não falar comigo. - ele disse apontando para o celular novinho em folha em minhas mãos. Eu revirei os olhos.
-Não sei se você lembra, mas quem me evitou nas últimas semanas foi você. - praticamente rosnei, fazendo Katsuki rir de forma debochada. Cuzão do caralho!
-Eu vi seu presente. - ele falou e eu torci o nariz. Já tinha esquecido completamente sobre isso, sinceramente. Ele tinha me dado outras coisas nas quais pensar. -Não entendi. Que porra de livro é esse? Não me lembro de ter lido.
-É porque ninguém mais leu. É meu livro novo. Só lança ano que vem. - falei dando de ombros, como se não fosse nada demais. Mas Katsuki sabia que na verdade era algo bem significativo, principalmente o fato de ele ser a primeira pessoa a ter o privilégio de ler meu livro novo. E acho que ele se dava sim conta disso, porque encostou a testa na minha e deu um suspiro.
-Para de fazer eu me apaixonar por você, sua filha da puta. - ele murmurou e eu dei risada, segurando o rosto dele em minhas mãos por um instante.
-Para de ser um merda. - zombei, me inclinando para o beijar, mas Katsuki se afastou antes que eu pudesse fazer isso, me dando um sorrisinho maldoso. Tive vontade de atirar o travesseiro bem no meio da cara dele.
-Por que você não vai para o inferno? - ele disse e eu apenas ri, dando de ombros.
-Você vai vir comigo, heróizinho de bosta? - falei e Bakugo sorriu.
-Onde você quiser ir. - ele retrucou, deslizando os dedos pelo meu braço antes de os descer pela minha coluna e fazer eu me arrepiar por inteiro. Ainda mais quando a única coisa que cobria meu corpo era o lençol da cama dele. -Que merda. - Katsuki murmurou, me fazendo franzir o cenho em confusão. -Você torna ir fazer meu trabalho mil vezes mais difícil. Você é uma desgraça, Azami Nakamura.
-E você um filha da puta que tá muito gostoso com essa roupa. - soltei sem conseguir manter minha língua dentro da boca. Sim, eu sabia que Katsuki não precisava de ninguém pra acariciar seu ego, mas tinham certas coisas que eram impossíveis de não serem ditas, e aquela era uma delas.
Katsuki riu, os olhos brilhando com pura malícia. Eu sabia que as chances de ele atirar tudo para o alto e ficar ali se demorasse mais um segundo para ir embora eram muito altas, motivo pelo qual eu me inclinei o suficiente para o chutar para longe. Apesar de eu querer muito que Katsuki ficasse ali comigo, também sabia o quanto o trabalho dele era importante e que vinha em primeiro lugar.
-Espero que não volte a me ignorar, como o verdadeiro escroto que você é. - falei para ele e Katsuki ergueu o dedo do meio para mim.
-Te vejo depois, sua idiota.
Katsuki saiu, fechando a porta atrás de si e me deixando sozinha em seu quarto. Eu apenas afundei meu rosto contra o travesseiro, respirando fundo e sentindo o cheiro de Katsuki. Fazia muito, muito tempo que não me sentia tão feliz assim. Por isso não demorou nada para que eu caísse no sono mais uma vez. E, pela primeira vez em muito tempo, em um sono completamente tranquilo. E sem nenhum pesadelo.
Acordei algumas horas depois que Katsuki saiu para trabalhar me sentindo um pouco zonza e desnorteada. Eu sabia que hora ou outra teria que sair da cama e me arrumar para ir pra casa, apesar de ser feriado e que a cama de Katsuki fosse bem mais convidativa do que a minha. De qualquer forma, me obriguei a me arrastar pra fora da cama e comecei a me trocar. Precisava colocar minha vida em ordem, mesmo que Katsuki tivesse bagunçado cada parte do meu ser na noite anterior. Não que eu vá reclamar disso, de forma alguma.
Foi um saco conseguir colocar meu cabelo no lugar e foi ainda mais difícil dar um jeito de fazer a gola do meu suéter esconder a marca de chupão que esse infeliz do caralho tinha deixado no meu pescoço. Ele podia ter deixado marcas em qualquer outro lugar, mas não! Tinha que ser no mais nítido e evidente de todos, como se para provar algo. Era um imbecil do cacete mesmo! A sorte de Katsuki era que eu gostava demais dele, tanto que fazia meu peito doer. E ele tinha uma sorte ainda maior de ser ótimo em beijar.
Eu tinha passado um bom tempo morando ali naquele apartamento com Katsuki e Kirishima, por isso já me sentia a vontade até demais ali. Então, quando saí do quarto de Katsuki, me dirigi automaticamente a cozinha para tomar um café bem forte. Era tudo o que eu estava precisando para esquecer por um segundo a forma como Katsuki tinha me beijado e tocado na noite anterior, apesar de eu saber que nem mesmo lavagem cerebral ia ser capaz de me fazer esquecer o que tinha acontecido entre nós. Tinha sido intenso e significativo demais para ser apagado da memória.
-Ei. - tomei um susto com a voz atrás de mim, quase deixando a xícara de café em minhas mãos cair no chão. Estava tão imersa dentro de meus próprios pesamentos que nem escutei a aproximação até que a pessoa estivesse bem atrás de mim, fazendo eu me virar assustada. Fitei olhos cor de rosa escuros que me fitavam com puro divertimento, um sorriso crescendo nos lábios de Atsuko Todoroki a medida que ela se inclinava para se servir de café também. Ela vestia apenas a camiseta que Todoroki estava usando na noite anterior, e ela batia em suas coxas, o cabelo da heroína todo bagunçado como se tivesse acabado de sair da cama. Tinha até mesmo me esquecido de Atsuko e Shoto, sendo bem sincera. -Pelo jeito sua noite foi boa. - ela comentou, apontando para meu pescoço.
Senti meu rosto esquentar, levando a mão até a marca em uma tentativa falha de a esconder. De que adiantava se ela já tinha a visto? E qual era o problema, afinal? Não era como se Katsuki e eu estivessemos fazendo algo errado quando tanto eu quanto ele já éramos adultos com a própria casa e o próprio dinheiro.
-Não precisa ficar com vergonha. - Atsuko riu, e, nossa, como ela era incrivelmente bonita, de uma forma absurdamente natural. Acho que era perceber o quanto Psique era bondosa, apesar de ter sim uma personalidade lixosa, que fazia aquela mulher parecer tão bonita. -Eu já sabia que isso ia acontecer. Sou telepata e empática, vocês dois são como um livro aberto pra mim.
Eu fiz uma careta e isso arrancou uma risada sincera da heroína profissional. Atsuko apenas deu de ombros para mim, como se fosse inevitável ser tão enxerida assim, mas acho que eu nem mesmo conseguia me irritar com ela. Era muito fã de Psique para me importar com ela querendo bancar uma de cupido na minha vida.
-Katsuki gosta muito de você, Azami. Quer dizer, sei que você tá bem insegura. Consigo sentir. Mas ele gosta de você, e isso é bem significativo pra ele. Katsuki não se apaixona nada fácil por alguém. Sinceramente, ele só teve uma namorada de verdade. E fui eu, quando tínhamos quinze anos! Então deveria se sentir especial. - aquela frase de Atsuko me pegou totalmente de surpresa, fazendo eu até mesmo ficar sem fala. Quer dizer, estava esperando ela me dizer qualquer coisa que fosse, menos aquilo. Foi como receber um balde de água fria na cabeça, fazendo eu me sentir uma idiota por achar que Katsuki me evitou esse tempo todo por não sentir o mesmo que eu. Quando claramente ele tinha me evitado justamente por sentir! -Espero que não o faça sofrer.
-Katsuki é a primeira pessoa pra quem eu olho em anos. Desde que minha noiva morreu, não senti vontade de ficar com mais ninguém. Nem tentei superar ela, sendo bem sincera. - falei, brincando com a caneca em minhas mãos. Atsuko pareceu surpresa com minha revelação e também um pouco magoada por mim. Era por isso que eu simplesmente amava essa mulher. -Mas ai conheci esse idiota. Ele mudou muita coisa aqui dentro. - falei, colocando a mão sobre meu peito e sorrindo de leve. -Nunca vou dizer isso pra ele, porque Katsuki já é muito egocêntrico, mas ele colocou todos os caquinhos de volta no lugar e cuidou de mim como ninguém mais fez antes. Me apaixonei por ele, mesmo que do meu jeitinho torto. Eu posso até não saber o que isso entre eu e ele vai dar, mas, não, eu realmente não tenho intenção de magoar ele.
Atsuko sorriu para mim de forma sincera antes de esticar a mão e agarrar a minha, a apertando de leve.
-Eu gosto muito de você, Azami. Nos conhecemos pouco, mas consigo ver por trás desse seu lado "personalidade ruim", sabia? E eu realmente gosto do que eu vejo. Acredito em você. Sei que vai cuidar do Katsuki da forma como ele merece ser cuidado. - ela disse e eu percebi ali o quanto ela o amava imensamente. E perceber o quão incrível a amizade dos dois era me fez sorrir.
-Vou fazer o meu melhor. - era uma promessa que eu carregaria para sempre comigo. Mesmo que jamais fosse deixar Katsuki saber sobre ela.
Atsuko se apoiou na ilha, me observando por um instante como se estivesse tentando ver se eu realmente estava sendo sincera. Não importa o que ela tenha visto, deve ter julgado que sim, pois abriu um sorriso sincero para mim.
-Devo parecer uma idiota super protetora, né? - ela riu, passando a mão pelo cabelo loiro e só o bagunçando mais ainda. Não que isso fosse o suficiente para deixar a heroína feia, já que Atsuko era absurdamente bonita. -Desculpa. Mas ele é meu melhor amigo, a gente passou por coisa demais juntos pra eu só ignorar os sentimentos dele.
-Eu sei. - falei, e era verdade. Qualquer um podia ver o quanto eles significavam um para o outro, nem mesmo precisava ser telepata para saber. -E eu não tô te julgando, faria o mesmo pelo meu melhor amigo. Ameacei Kirishima de morte antes deles irem viajar. - Atsuko deu risada, quase como se estivesse imaginando a cena. -Não se preocupe. Não vou o magoar e também não vou te julgar, você é minha heroína favorita.
Atsuko riu, seus olhos brilhando de um jeito que só a deixava mais bonita.
-Nem mesmo me conhecer pessoalmente mudou isso? - ela brincou. Mas eu neguei.
-Nem por um segundo sequer, ainda te admiro pra caralho. Te conhecer é tipo um sonho realizado. - falei com sinceridade e Atsuko sorriu.
-Amo o como isso irrita o Katsuki, sabia? - ela zombou, me fazendo cair na gargalhada. Eu bem que conseguia ver ele ir brigar com Psique porque eu não parava um segundo de falar o quanto ela era superior em tudo. Atsuko abriu um sorriso e olhou para a janela por um instante, como se tivesse lembrando de algo do passado. -Katsuki é uma pessoa muito especial, principalmente pra mim. Ele mudou muita coisa. Tenho duas personalidades graças a ele. Meu lado carinhoso e bondoso, que deixo pra Shoto e para meus fãs. E meu lado filha da puta que foi bem desenvolvido graças a passar tempo demais com Katsuki e sua personalidade de merda, assim como sentimentos conflituosos que sempre me atingiram em cheio, fazendo meu lado empático ficar totalmente embriagado. Era praticamente impossível estar perto das chamas que viviam dentro dele sem se queimar no processo. Não me arrependo nem um pouco disso, porque foi ele que fez eu ver que tinha liberdade o suficiente pra ser quem eu realmente queria. Então saiba, Azami, que se for ficar com ele, vai ter que estar preparada pra se queimar também.
Apenas olhei para heroína profissional, a pessoa que eu mais admirava no mundo. E assenti, pois entendia perfeitamente o que ela queria dizer. Então, abri um meio sorriso para Psique, tombando um pouco a cabeça para o lado.
-Eu sou uma chama tão forte quanto ele, Atsuko. Não tenho medo de fogo.
Boa tarde povo bonito! Tudo bem com vocês? Espero que sim!
Feliz Natal com um capítulo todo boiolinha pra vocês! E surge ai uma amizade nova também rsrs
Talvez tenha mais capítulos hoje, quem sabe?
Votem e comentem, isso ajuda demais e me deixa mais inspirada a continuar!
Espero que gostem <3
~Ana
Data: 25/12/22
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