ATSUKO TODOROKI

Eu fiquei totalmente petrificada, essa é a mais pura verdade. Ver a minha ídolo parada bem ali na minha frente foi como ter um sonho realizado, algo que eu jamais jurei que fosse acontecer. Eu já estava acostumada a viver com as migalhas! Ter Atsuko Todoroki, conhecida mundialmente como Psique, a super heroína telepata mais forte de todos os tempos, parada ali, bem na minha frente, falando "oi" e se apresentando como se ela fosse uma pessoa normal e não uma super heroína extremamente famosa, parecia uma ilusão criada pela minha própria mente. E ela era ainda mais bonita pessoalmente! Eu definitivamente ia ter um colapso.

Psique deu risada, seus olhos se enchendo com o mais puro divertimento, o que fez eu fazer uma careta por um instante. Eu sabia coisa o suficiente sobre ela para saber que tinha noventa e nove porcento de chance de ela ter acabado de ler minha mente e perceber que sou absurdamente fanática por ela sem eu nem mesmo ter a chance de abrir a boca. Se eu deveria me envergonhar quanto a isso? Provavelmente, mas que se dane, nesse momento sou a pessoa mais feliz do mundo por ter a mulher mais foda do universo parada bem na minha frente.

-Desculpa pela invasão de privacidade, mas eu literalmente consigo sentir seus sentimentos e seus pensamentos estão gritando dentro da minha mente. - Atsuko deu risada, como se ela não pudesse evitar. E não tenho vergonha de admitir que corei violentamente apenas com a presença dela ali, ainda incapaz de formular uma frase inteligente para dizer que não fosse fazer eu parecer uma ameba. Bakugo estava parado ao meu lado me encarando descaradamente com as sobrancelhas franzidas, indignação pura exalando dele, mas eu fiz questão de o ignorar. Por que diabos eu prestaria atenção em Bakugo se eu tinha Atsuko Todoroki parada na minha frente?!

-Dá um tempo, Jean Grey. Sim, ela é sua fã e provavelmente você tá se divertindo muito em ter feito ela surtar, mas para de ser irritante pelo menos um segundo?! - Bakugo disse todo irritadinho, o que acabou completamente com meu êxtase e fez eu torcer o nariz para o herói profissional ao meu lado. Por que diabos ele estava tão nervoso assim? Sério, simplesmente insuportável! Como aquela mulher perfeita, linda, inteligente, forte, maravilhosa um dia tinha conseguido namorar com uma coisa tão decadente quanto Katsuki Bakugo? Não é possível!

-Eu me pergunto isso todos os dias, Azami. - Atsuko suspirou de forma dramática e eu sabia que era apenas para irritar Bakugo, passando a mão pelos cabelos loiros. Ela lançou um olhar cheio de zombaria para o herói parado ao meu lado. -Mas acho que namorar ele foi muita falta de opção, sabe?

-Falta de opção, que piadinha mais ridícula né. - Bakugo zombou, lançando um sorriso cruel para a heroína.

-Isso explica muita coisa. Quem em sã consciência ia querer ficar com isso?- falei torcendo o nariz para Katsuki. Ele apenas me lançou sua melhor cara de cú, mas não era como se eu tivesse medo desse idiota, sinceramente.

-Você fala isso, mas não parou de me secar com o olhar um segundo sequer desde o instante que voltei pra dentro. Acha que eu sou burro, caralho? - Bakugo retrucou me dando um sorriso cheio de deboche. Sim, isso era realmente verdade, mas eu jamais deixaria as palavras desse babaca me abalarem. Apenas dei de ombros, como se isso não fosse nada demais.

-Você é gostoso, sim, isso é verdade. Mas só isso também, chato pra uma porra, insuportável, deselegante e totalmente volátil. Disse e repito, sua taxa de aprovação da sociedade é um lixo, não sabe nem mentir na frente das câmeras, que coisa feia. - eu disse com um sorriso maldoso para ele, vendo a expressão de Bakugo fechar completamente e ele ficar bem prestes de me explodir.

-Achei que você fosse mais que isso, que decepção, Azami! - ele falou, cheio de sarcasmo pra cima de mim. -Não era você a pessoa a criticar todos os heróis existentes dizendo que ficam fingindo na frente das câmeras mas que não prestam e só fazem tudo por dinheiro? Se decida sobre qual é sua personalidade, minha querida.

-Escuta aqui, seu filho da puta...- comecei, mas não tive chances de continuar, me lembrando que não estávamos exatamente sozinhos.

Atsuko deu risada, parecendo estar assistindo um filme muito bom. Os olhos da heroína brilhavam no mais puro divertimento, e Bakugo pareceu prestes a dar um soco nela ao perceber isso.

-Tá rindo do quê, porra?! Você não tem moral nenhuma, Jean Grey. Finge pra sociedade que é boazinha e gentil, mas na verdade é a maior cuzona que o mundo já viu. - Bakugo grunhiu e, para meu maior choque, Psique apenas deu de ombros, como se nada do que ele tivesse dito fosse uma mentira. Eu apenas pisquei e franzi o cenho.

-Eu aprendi direitinho com você, biribinha. - ela provocou, fazendo Bakugo ferver de raiva. E eu dei risada, pois achei o apelido genial.

A dinâmica entre os dois heróis profissionais era um tanto estranha, devo admitir. Eu sabia que Atsuko e Bakugo tinham estudados juntos na U.A e acabei de ter a confirmação que realmente namoraram naquela época. Mas me dar conta que eles continuavam amigos e, pelas reações, amigos bem próximo, me pegou um tanto de surpresa. Existiam as fofocas, mas todos achavam que depois de terminarem a escola, Atsuko e Bakugo não passavam de colegas de trabalho. Vendo a forma que, apesar das ofensas e xingamentos, eles se olhavam, me fazia perceber que, na verdade, eram mais que conhecidos, ambos eram melhores amigos. E eu nem precisava ter uma individualidade como a de Psique para saber; tinha o dom da observação, algo muito útil na vida de uma escritora.

-Ele é irritante pra caramba, mas é meu melhor amigo sim. A mídia distorce muita coisa. - Atsuko disse com um meio sorriso para mim, como se esclarecendo uma dúvida. -Você deveria agradecer por não conhecer a pior versão dele, juro. Era um pesadelo ainda maior que isso aqui.

-Diz logo o que veio fazer aqui, Jean Grey. Está atrapalhando meu trabalho e fazendo essa idiota surtar só por ter sua ilustre presença aqui. - Bakugo reclamou, me olhando com reprovação, como se fosse um crime eu ser completamente apaixonada por Atsuko. Ele podia me julgar?! Claro que não! Ele mesmo já tinha sido apaixonado por ela, qual o sentido, certo? Nisso pelo menos ele acertou, Atsuko além de ter aquela personalidade incrível era uma grandíssima gostosa. Nada mais que isso precisa ser dito.

Ela não respondeu, mas estendeu uma pasta e ficou balançando na frente do rosto de Bakugo, com uma sobrancelha arqueada. Ele arrancou a pasta azul das mãos dela, olhando para a heroína com irritação antes de abrir. Como a pessoa curiosa que eu era, me inclinei um pouco para tentar dar uma olhada, mas Bakugo puxou para si de uma forma que eu não conseguia ter nenhum vislumbre do que estava escrito ali, o que me fez revirar os olhos.

-Não se esquece que a casa é minha, Katsuki, te fiz um favor. - ela disse com sarcasmo, abrindo um sorriso maldoso e me pegando sim um pouco de surpresa. Será que Bakugo não estava mesmo mentindo quando disse que ela não era tão boazinha quanto fazia parecer? Nah, improvável.

-Mas que porra, eu pedi para o cabelo de merda trazer isso, não você. - ele reclamou, torcendo o nariz para Psique. Ela apenas deu de ombros e se sentou no sofá, fitando o teto por um instante. Percebi que Bakugo parecia muito querer pegar uma das almofadas espalhadas por ali e a usar para tentar sufocar a heroína. Ia ser engraçado ver ele tentar e falhar miseravelmente em vencer Psique.

-Kiri estava ocupado fazendo favores pra você. Deveria ser menos babaca e mais grato por ter amigos que se preocupam. - ela ralhou, parecendo uma mãe irritada, o que fez eu engasgar com a risada que deixei escapar. Bakugo me lançou um olhar de morte.

-Você não deveria estar trabalhando? - ele desviou do assunto, o que fez eu arquear uma sobrancelha. Suspeito, muito suspeito.

-Eu estou de folga hoje e não queria ficar em casa sozinha, é deprimente demais. Então decidi fazer esse favor para o Kiri. - ela disse dando de ombros como se não fosse nada demais dirigir durante quase três horas só pra entregar uma pasta. Ainda mais suspeito, devo dizer, mas eu passaria todos os panos do universo para Psique.

-Você sabe que não nasceu grudada com o meio a meio, né? - Bakugo zombou, se referindo a Shoto Todoroki, claramente. Esse sim era um apelido bem merda, sinceramente, faltou uma criatividade maior aí. Atsuko revirou os olhos.

-Somos grudados desde os quatro anos de idade, Katsuki. Fazem dois meses que eu nem o vejo direito, entende isso? Ridículo, se tivesse alguém pra amar, saberia o como é um lixo. - ela falou de forma irritada e dava para notar o como ela realmente estava sentindo falta de seu marido. E Bakugo só pareceu a achar uma idiota pela reação de heroína.

-E então você decidiu vir aqui pra infernizar minha vida e ter que presenciar essa idiota surtando porque realizou o sonho dela de criança? Que coisa mais patética. - Bakugo reclamou, cruzando os braços e olhando torto para a herói. Atsuko apenas arqueou a sobrancelha para ele.

-A gente também precisa conversar, Katsuki. - o tom de voz dela era sério, e não fui só seu que notei isso, pois automaticamente a carranca de Bakugo foi substituída por uma expressão bem mais profissional que não deixava dúvidas que iriam falar algum assunto de trabalho. Entendi que era uma mensagem para que eu saísse e deixasse eles se resolveram.

-Eu vou subir. - avisei para Bakugo e ele apenas assentiu. E então, me virei para fitar Psique e seus olhos absurdamente bonitos. -Obrigada por emprestar sua casa. E, sabe, por ser a melhor super heroína do universo.

Atsuko deu um sorriso sincero para mim que foi o suficiente para fazer o restante de mim parar de funcionar completamente.

-Obrigada, Azami. Eu espero mesmo que as coisas se acertem logo e você recupere sua liberdade. Quero saber qual próximo livro você vai publicar e qual vai ser a próxima crítica sagaz. - ela falou dando uma piscadinha na minha direção, fazendo eu quase desmaiar pra valer. Ela sabia quem eu era! Não só porque Bakugo estava me ajudando, mas sim pelo meu trabalho! Definitivamente parecia um sonho e talvez eu tenha quase chorado de tanta felicidade enquanto pegava o computador e caminhava até o andar de cima, ignorando a revirada de olhos de Bakugo.

Estava tão feliz com o comentário de Psique, algo assim vindo da pessoa que eu mais admirava nessa vida, que nem mesmo me perguntei sobre o que seria que eles estavam conversando no andar de baixo. Provavelmente alguma coisa chata de super heróis que eu certamente não ligava.

Deitei na cama e coloquei o computador no meu colo, de repente sentindo uma inspiração que eu já não tinha fazia tempo me atingindo por completo graças a esse momento magnífico que acabei de presenciar apenas pela aparição repentina de Psique. Mit iria morrer de tanta inveja quando eu contasse para ele isso!

Foi pensando nisso que me dei conta do quanto sentia falta do meu melhor amigo. E do como eu só queria que as coisas pudessem voltar ao normal de uma vez por todas.

Boa tarde povo bonito! Tudo bem com vocês? Espero que sim!

Um capítulozinho mais caótico, porque tudo relacionado a Bakugo e Atsuko é caótico, com a Azami junto vira o verdadeiro caos KKKK

Votem e comentem, isso ajuda demais e me deixa mais inspirada a continuar!

Espero que gostem <3
~Ana

Data: 10/12/22