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𖤍𖡼↷ 𝐅𝐎𝐔𝐑𝐓𝐄𝐄𝐍

Eu estava estressado. As últimas semanas foram extremamente cansativas pra mim, principalmente pelo incrível detalhe que realmente é muito difícil fingir que está tudo bem quando parece que tem um mundo caindo em cima de você. Além disso, estar tão perto assim das provas na faculdade estava tirando meu sono. Por um lado até era bom, já que eu gastava meu tempo livre estudando e não pensando em merda e levando meus pensamentos para coisas que eu não podia controlar. Aquilo, pelo menos, eu podia controlar. E sendo bem honesto, o que mais andava importando, era tirar notas altas. Eu não queria ter que me preocupar com mais nada que não isso. E principalmente, não queria ter que pensar em Fuyuki.

Até que eu fiz um bom trabalho em fugir do tópico, mesmo que Fuyuki tivesse trazido um furacão junto com ele quando voltou dos mortos e entrou com tudo na minha vida mais uma vez. Eu estava absurdamente aliviado por ele estar vivo, óbvio. Mas não podia ignorar o fato de que tudo aquilo tinha bagunçado minha vida mais uma vez, e agora eu já nem sabia mais onde cada coisa deveria estar. Mas estava lidando com uma coisa de cada vez; primeiro as provas, depois eu pensaria nisso.

Pelo menos, era a desculpa que eu estava dando para mim mesmo para adiar aquele assunto. Mesmo que eu soubesse que era algo que não dava para adiar para o resto da minha vida. Eu teria que ter uma conversa difícil e que eu não queria. Não dava pra simplesmente fingir que aquele dia na casa da minha madrinha nunca aconteceu. Não dava pra fingir que Fuyuki não estava vivo. E principalmente, não dava pra fugir de tudo o que tinha existido entre nós dois e que claramente tinha sido arruinado. E além disso, eu também não tinha como esquecer que ele foi, durante minha vida inteira, meu melhor amigo. Como você se livra de algo assim?

-Eu tô cansado. - resmunguei, afundando o rosto nas minhas mãos. Aquilo fez meus amigos pararem de falar qualquer fosse a bobagem da vez para me fitarem com aquela tentativa de esconder a clara preocupação. Desde que Fuyuki tinha ressurgido e ficado ainda mais popular pelos seus grandes atos heroicos de merda, eles pareciam estar andando em ovos comigo. O que era meio que ridículo. Sim, eu tinha sofrido pra caralho por causa de Fuyuki. Mas não era como se fosse muito melhor fugir do assunto e me tratar como criança. Era um saco.

-Você tá estudando tem horas, seria bom parar um pouco. - Aika comentou me analisando com seus olhos bonitos. -Você vai acabar perdendo a sanidade desse jeito, Shin. Também precisa de um tempo pra respirar. - Eu apenas bufei, fechando o livro com irritação. Meus amigos apenas me olharam, surpresos. Bom, poucas pessoas conheciam o meu traço de personalidade ruim. Mais do que qualquer um, Fuyuki estava totalmente familiarizado com esse lado. Mas é que se tornava tão irritante ficar escutando esses discursos, mesmo que eu soubesse que eles só estavam preocupados. Sinceramente, naquele momento da minha vida, tudo o que eu menos queria era preocupação comigo. Puta merda, eu não era tão frágil ao ponto das pessoas acharem que tem que fazer as coisas pra me poupar. É ridículo.

-Você tá fazendo aquela cara. - Lily disse baixinho, sua mão apertando de leve meu braço para chamar minha atenção. Eu torci o nariz e apenas a olhei por um instante. Nós dois não tínhamos conversado de verdade sobre o assunto Fuyuki, e a olhar para a expressão em seu rosto, não dava pra fugir pra sempre daquele assunto. Não dava pra fingir que meu estresse era só por causa das provas. Lily era inteligente demais e, sinceramente, ela merecia honestidade vindo de mim.

Ela deve ter visto alguma coisa nos meus olhos, pois apenas se levantou e disse que iria me acompanhar até meu dormitório. Ninguém protestou quando nós dois saímos e durante os dez minutos da cafeteria até meu quarto, Lily e eu ficamos em silêncio. Não um silêncio ruim, pois tudo em relação a Lily era confortável e eu agradecia muito por isso. Ela era uma pessoa boa pra mim; acho que por isso Fuyuki ter aparecido do jeito que o fez tenha me deixado ainda pior. Porque ele tinha me mandado seguir em frente e eu encontrei uma pessoa que não quero de forma alguma magoar. Mesmo que eu sinta que nessa história, alguém vai sair perdendo.

-Shin, você sabe que pode me contar tudo o que tá realmente te incomodando, não sabe? - Lily disse assim que entramos no quarto. Eu apenas suspirei, afundando os dedos nos meus cabelos e me sentando na cama. Ela não hesitou antes de se sentar ao meu lado.

-Eu só tô estressado ultimamente. Desculpa. - falei e era a verdade. -Minha vida tá uma bagunça agora.

-Não dá pra fugir de tudo. - ela disse me olhando seriamente e eu fiz uma careta.

-Eu não tô tentando fugir. Tô tentando fingir que nada aconteceu, é diferente. - retruquei e ela riu, balançando a cabeça.

-Essa é a exata mesma coisa. - Lily zombou, me empurrando de leve. -Você lembra de uma das conversas que a gente teve quando viramos amigos?

-A gente teve muitas conversas. - retruquei com um meio sorriso, fazendo Lily rir.

-Sim, é verdade. Mas eu tô falando do dia que eu disse que se Yoshino estivesse vivo, eu abandonaria qualquer coisa e qualquer pessoa por ele. - ela disse e eu desviei o olhar. Porque eu sabia muito bem do que ela estava falando e onde aquele papo ia dar. E eu honestamente não queria ter aquela conversa, especialmente com Lily, a pessoa que eu tinha escolhido tentar algo quando achei que meu coração jamais fosse se sentir completo outro vez. A vida, definitivamente, não era justa. -Ah, não faz essa cara. Eu lembro do que você disse.

-Isso foi antes. - resmunguei, me sentindo infeliz. Ela apenas arqueou a sobrancelha para mim, como se não conseguisse ver o porquê de as coisas subitamente terem ficado diferentes. Em seu rosto, eu conseguia ver claramente que ela discordava de todos os sentimentos ruins que eu estava nutrindo por Fuyuki naquele momento. E claramente Lily estava pensando que, se estivesse no meu lugar, não ia hesitar antes de abandonar tudo pra ficar com a pessoa que realmente amava, mesmo que estivesse brava, magoada e se sentindo traída.

-Antes do que, Shin? - ela retrucou, cruzando os braços e me olhando como se eu fosse uma criança mimada. -Eu te dei um tempo porque sei que toda essa história é um choque pra você. Falar o nome "Fuyuki Todoroki" parece fazer você virar do avesso! Mas antes de ser o que quer que eu seja sua, eu sou sua amiga. Eu amo sua amizade e eu quero seu bem. Então, eu vou te mandar a real, e você vai me escutar.

-Lily, eu realmente não quero...

-Não ligo. Não perguntei. Não me corta. - ela disse, sem nem mesmo me esperar terminar de falar, me fazendo torcer o nariz e fazer cara feia.

Eu cruzei os braços e arqueei a sobrancelha para ela, na esperança que minha cara de merda fosse fazer Lily desistir daquele discurso que eu não queria escutar. Mas ela conseguia ser ainda mais dura do minha mãe quando queria, então ela simplesmente ignorou a expressão no meu rosto.

-Quando conversamos sobre isso, você me disse que daria qualquer coisa pra morte de Fuyuki ser uma grande mentira. Que você faria tudo pra ter ele de volta. Pois é, Shin, você teve algo que eu não tive, que é uma segunda chance. Fuyuki está vivo. E, sim, eu sei, ele mentiu pra você. Te fez passar quatorze meses sofrendo pra caramba com a morte dele e, é, eu sei o quanto você sofreu porque eu estive do seu lado em muitos momentos de crise. Eu me lembro. Mas eu também sei que por mais raiva que você esteja sentindo pela mentira, não anula o quanto você ama ele. Quando você decidiu ficar comigo, lembra do que disse?

-Lily...

-"Eu nunca vou conseguir amar alguém do jeito que amei o Fuyuki". Foi isso que você me disse. - ela continuou, esticando as mãos pra segurar meu rosto entre elas. -Shin, eu sei que você tá puto da vida, que tá chateado. Eu entendo seu lado, porque sei que vocês iam casar, que cresceram juntos, que ele era seu melhor amigo e que ele mentiu e te fez sofrer por todo esse tempo. Mas você precisa colocar uma coisa na sua cabeça: Fuyuki é um herói profissional. Com isso, vem uma série de responsabilidades e coisas que ele não pode simplesmente ignorar. Ele precisa fazer sacrifícios, e te perder foi um dos que ele precisou fazer. Ele pode ter sido egoísta no seu ponto de vista, mas você não pode dizer que foi uma decisão fácil de ser tomada. Seria muito mais cômodo ele deixar toda a merda explodir e a sociedade se ferrar na mão de terroristas do que abrir mão do que ele mais amava. Mas ele não fez nada disso. Você sabia dos prós e contras de namorar um pro hero, não? Seu pai é um. Você sabe o que sua mãe passou e passa.

-Lily, é diferente. Ele me fez acreditar que tinha morrido, caramba. Você entende isso? O peso que isso teve pra mim? Ele era a merda do amor da minha vida. A gente cresceu junto, caramba! Ele escreveu a porra de uma carta me falando pra seguir em frente! - eu não tinha notado as lágrimas em meus olhos até elas estarem escorrendo pela minha bochecha. Mas ainda assim, Lily sorriu pra mim.

-Eu entendo, sim. Ele cometeu um erro achando ser a coisa certa a ser feita. E, bem, foi a coisa certa se você ver os resultados que ele teve fingindo estar morto. Mas ok, vamos falas sobre Fuyuki seu ex, não Fuyuki o super herói. É, ele mentiu pra você e te fez sofrer. E daí? Você vai passar o resto da vida ignorando que ama ele por causa de orgulho, Shin?

Escutar aquilo era como receber um soco no meu estômago. Cada maldita palavra de Lily era verdade, mesmo que eu não quisesse admitir. E era muito, muito difícil de escutar aquilo.

-Eu não sei se consigo perdoar ele. - falei baixinho. Lily apenas assentiu.

-Você não é obrigado a perdoar algo que não quer. Mas não mente pra si mesmo. Você ainda ama o Fuyuki.

O tom dela era duro, firme, quase como receber um tapa na cara. E querendo ou não, eu realmente precisava escutar aquilo.

-Eu não queria amar. - falei afundando o rosto em minhas mãos. -Não é justo. Eu lutei tanto contra a ideia de tentar seguir com a vida sem ele. E quando eu finalmente faço isso, ele aparece de novo. É tão...

-Confuso. Eu sei. - Lily falou, afundando os dedos no meu cabelo. -Também sei que você nunca vai terminar comigo. Por isso eu estou fazendo isso por você.

Eu afastei as mãos do rosto apenas para poder olhar Lily. Não tinha mágoa em seus olhos, mas sim determinação. Naquele momento, eu entendi o que ela estava querendo me fazer entender.

-Não diz nada, tá? - ela disse com um meio sorriso, se inclinando e beijando minha bochecha. -Tá tudo bem, Shin. Você precisa entender que não é o fim do mundo! Tá tudo bem. Eu sei que você não quer dar uma chance para o Fuyuki se explicar e também sei que tem chance de você nem voltar com ele. Mas você não seguiu em frente. Você não deu um ponto final nessa história. Você foi forçado a fazer algo que não queria, e isso não fez as coisas se resolverem.

E era foda admitir que Lily estava completamente certa.

-Olha, eu vou sempre ser sua amiga. Eu considero você pra caramba! Mas eu não quero um amor pela metade. Mereço mais que isso. - ela disse, por fim, segurando minha mão com força. -E você também. Se um dia você estiver cem porcento disponível e eu também, quem sabe, né? Mas não é o caso agora.

Eu apenas suspirei.

-Me desculpa. - eu disse com sinceridade, olhando para os olhos bonitos de Lily. Mas ela apenas acariciou minha bochecha com carinho.

-Sem desculpas. Eu não tenho arrependimentos. E sem pressão, lembra? - ela disse, me fazendo rir. -Eu preciso ir. Vou ir viajar com Yuina pra casa dos pais dela. Mas pensa no que eu te disse com carinho, tá, Shin? Você não precisa perdoar ninguém, mas precisa estar bem consigo mesmo pra seguir em frente e ser feliz.

Sem dizer mais uma palavra, Lily apenas beijou minha bochecha e se levantou para ir embora. E, caralho. Eu acho que nunca mais na minha vida vou encontrar uma mulher tão incrível como ela. E tão sincera também. Eu realmente tinha muita, muita coisa no que pensar. Porque, no fim das contas, Lily estava certa em cada maldita palavra. E era isso o que mais pesava dentro de mim.

Quando Lily abriu a porta do quarto, veio o primeiro choque. Porque parado do outro lado, tentando decidir se ia ou não bater na porta, estava Fuyuki. Seus olhos heterocromaticos se arregalaram quando se depararam com Lily, e eu o vi abrir e fechar a boca algumas vezes até decidir ficar calado. E, honestamente, durante vinte anos, eu nunca tinha visto Fuyuki sem palavras antes.

Lily se virou para mim, seus olhos me fitando de uma forma acusatória quase como se tivesse prevendo que eu o mandaria ir embora, e isso me fez torcer o nariz.

-Pensa no que eu te disse. - foi o que ela me falou antes de passar por Fuyuki, dar um tapinha leve no ombro dele e simplesmente ir embora.

Por um momento, Fuyuki e eu apenas nos encaramos. Mesmo que estivéssemos a menos de um metro de distância, parecia que jamais alcançariamos um ao outro novamente. E isso doía mais do que eu conseguia descrever.

Desde que me entendo por gente, eu estive do lado de Fuyuki. Eu o conhecia muito bem e ele nunca tinha hesitado em fazer coisas que queria. Mas agora, o vendo mais perdido do que nunca antes, totalmente inseguro do que fazer, parecia que Fuyuki já nem era mais a mesma pessoa. E eu não podia o julgar; porque eu também não era mais a mesma pessoa que antes.

-Eu não sei se eu posso entrar. - Fuyuki murmurou, seus olhos desviando dos meus. Eu apenas o olhei por um instante.

Fuyuki nem mesmo parecia mais com quem ele costumava ser, e eu não estava falando só sobre o cabelo de outra cor e a cicatriz nova no rosto. Era como se todo aquele brilho que Fuyuki tinha tivesse sumido completamente. Eu sabia que não tinha sido o único a sofrer. Mas era muito mais fácil presumir que sim.

-Eu acho que não dá pra fugir pra sempre. - falei o encarando. Fuyuki apenas assentiu e, meio hesitante, entrou no quarto, fechando a porta atrás de si.

E nós apenas nos olhamos porque existia tanta mágoa entre nós que ninguém sabia por onde começar. Eu não queria ter aquela conversa; se eu pudesse fugir pra sempre, eu fugiria. Ter passado essas semanas digerindo o fato de Fuyuki estar vivo não tinha adiantado de nada pra diminuir tudo de negativo que eu estava sentindo a respeito dele. Mas eu também sabia que precisava ter aquela conversa, porque não dava pra fingir que Fuyuki não existia. Eu o conhecia bem o suficiente pra saber que Fuyuki não deixaria as coisas desse jeito, mesmo que claramente não soubesse como resolver a situação. Eu nem mesmo sabia se tinha solução para o problema entre nós. Porque eu tinha certeza de que não dava pra recuperar o que tínhamos perdido.

-Eu sei que você não quer me ver, escutar o som da minha voz, mas eu precisava falar com você. - Fuyuki disse por fim, me encarando. Eu apenas o olhei de volta, sem nada pra dizer. Eu não confiava na minha própria língua naquele momento. -Tomei a decisão errada. Mas nunca fiz nada com intenção de te magoar.

Eu dei uma risada sarcástica. Não era como se eu conseguisse evitar. Quer dizer, era tão ridículo. Aquela situação toda era ridícula. E eu odiava com todas as minhas forças estar nela. E estar tendo aquela conversa.

Fuyuki torceu o nariz.

-Odeio essa sua personalidade ruim. - ele murmurou. Eu apenas cruzei os braços.

-Eu odeio muitas coisas também, Fuyuki. Odeio suas mentiras. Odeio o como você me fez sofrer pra caramba. Odeio o fato de que eu nunca vou ser uma prioridade na sua vida, porque você nem pensou duas vezes antes de jogar no lixo vinte anos de amizade e cinco de namoro.

-Shin, você não entende, eu...

-Eu entendo. Infelizmente, eu entendo sim. Porra, como eu odeio super heróis. Minha vida seria tão mais fácil sem ter que lidar com isso todos os dias! - falei, afundando os dedos no cabelo. -É, eu sei que você fez isso porque precisava. Eu entendo toda essa merda que é sua vida de super herói. Isso não diminui absolutamente nada do que eu sinto. E eu tô tão puto com você, Fuyuki! Você consegue imaginar? Passar quatorze meses achando que a pessoa mais importante na sua vida morreu? Porque acho que não.

Fuyuki deu dois passos na minha direção, como se quisesse agarrar meus ombros e me dar um chacoalhão. Quando a gente era mais novo e eu fazia algo ou dizia algo que não o agradava e o deixava contrariado, ele costumava fazer isso e me chamar de maluco. E como ele era o único amigo que eu tinha, eu deixava ele me convencer com aquela lábia maldita. Mas não era o caso agora, e ele percebeu isso nos meus olhos, pois apenas travou e me encarou.

-Você acha que foi fácil pra mim? Porque não foi. Eu me arrependi todos os dias das minhas escolhas. Eu senti sua falta todos os dias. E eu sei que você sofreu muito mais. Eu não tô aqui pra medir quem se fodeu mais nesse tempo todo, Shin! Eu tô aqui porque eu não aceito perder você.

-Você mandou eu seguir em frente e eu segui em frente. - era mentira. Isso claramente era mentira, mas Fuyuki não precisava saber disso. E pela mágoa que cruzou seus olhos, ele tinha acreditado nas minhas palavras sem nenhuma verdade.

-Eu sei. Eu não tô falando disso. - ele disse, baixinho. -Você é meu melhor amigo. Desde o dia que você nasceu, eu nunca quis mais nenhuma amizade na minha vida que não a sua. Mesmo que eu te ame muito mais que um amigo, eu dou um jeito de lidar com isso. Você tem todo o direito de ficar com quem quiser e eu respeito sua decisão. Mas perder sua amizade é algo que eu nunca vou aceitar. O que você quer que eu faça, Shin? Você quer que eu implore de joelhos? Eu faço.

Me pegando totalmente de surpresa e me fazendo arregalar os olhos, Fuyuki, a pessoa mais narcisista e egoísta que eu já tinha conhecido na minha vida, fez exatamente aquilo: ajoelhou bem na minha frente, seus olhos heterocromaticos me encarando no mais puro e sincero desespero, como se ele esperasse por qualquer migalha que fosse vinda de mim.

-Eu não consigo suportar a ideia de ter você me odiando para o resto da vida. - Fuyuki disse, sem nem mesmo esconder toda a sua dor, suas lágrimas do mais sincero desespero caindo pelas bochechas.

Eu não devia me sentir da forma como me senti vendo ele desse jeito. Eu não devia ficar tão abalado, porque quem causou aquilo, pra começo de conversa, foi ele. Mas a verdade é que eu fiquei mesmo assim, porque eu nunca tive dúvidas sobre o quanto Fuyuki me amava, e por isso me ajoelhei na frente dele, agarrando o seu rosto com força para que me olhasse com atenção.

-Você não entende, seu idiota? - falei, minha voz tão chorosa quanto a dele. -É o fato de eu não conseguir te odiar que mais me deixa bravo. Eu quero odiar você pelo que você me fez passar, Fuyuki, mas não consigo. Porque eu te amo. Mas eu não consigo perdoar o que você fez.

-Eu sinto muito. - Fuyuki disse baixinho, tentando desviar o olhar, mas eu puxei seu cabelo de leve para que ele me olhasse.

-Eu não consigo fazer isso agora. - admiti, afastando minha mão de Fuyuki. -Não consigo te dar a nossa amizade de volta, porque você deixou feridas que vão demorar pra cicatrizar. Eu preciso de tempo, Fuyuki. Pra conseguir... Entender tudo isso. E ser seu amigo de novo.

Fuyuki me olhou de um jeito que só fez meu coração doer ainda mais. Era aquela esperança idiota que mais machucava de olhar. O fato de ele se contentar com ter só nossa amizade de volta, porque já tinha aceitado que tinha me perdido em outro sentido.

-Tudo bem. - ele murmurou.

Não sei quanto tempo ficamos ali, mas foi até que nosso choro parasse e ficássemos em silêncio. Depois de um bom, bom tempo, Fuyuki se levantou e se afastou de mim.

-Eu sei que provavelmente não faz diferença agora, mas eu vou ir para os Estados Unidos na semana que vem. Morar lá. - ele disse, desviando o olhar. Fuyuki suspirou. -Eu sei que eu estar por perto te incomoda nesse momento. E não é justo eu atrapalhar seu relacionamento com todo mundo da nossa família por eu estar lá também.

-Você não precisa mudar de país, Fuyuki. - eu falei torcendo o nariz, mas ele apenas riu, sem nenhum humor.

-Eles me querem como super herói lá. - foi tudo o que ele respondeu. Eu assenti.

-Às vezes recomeçar é bom. Mesmo quando a gente não quer fazer isso. - eu disse baixinho. Fuyuki assentiu e se virou para abrir a porta. -Você deveria seguir seu próprio conselho e seguir em frente também, Fuyuki.

Ele entendeu o que eu quis dizer. Eu vi isso em seus olhos. Mas Fuyuki apenas riu.

-Isso nunca vai acontecer.

Ele se virou e foi naquele momento que eu consegui ver a tatuagem na sua nuca.

Era uma lua crescente. E ao redor da lua, escrito de um jeito curvado, estava escrito "love by the moon".

Eu sabia exatamente o que aquela tatuagem significava pra Fuyuki. Porque se ele era a porra do meu sol, eu era a droga da sua lua.

Mas eu apenas preferi ignorar, vendo ele sair e fechar a porta atrás de si, sem esperar por nenhuma resposta vinda de mim. E com ele, Fuyuki levou boa parte do meu coração.

-Eu quero o divórcio. - falei parando na frente de Katsuki e cruzando os braços, chamando a atenção dele para mim. Ele apenas piscou, seus olhos vermelhos se fixando nos meus enquanto ele processava o que eu tinha acabado de falar. Meu coração batia forte dentro do peito, esperando uma resposta.

Fazia um mês desde que Fuyuki tinha se mudado para os Estados Unidos. Um mês desde que Shin tinha vindo me contar da conversa dos dois e passado a noite inteira chorando no meu colo. E depois, tudo tinha ficado melhor. E ainda assim, eu não tinha arranjado uma forma de perdoar Katsuki.

-Vai dormir, Azami. - ele retrucou, voltando a encarar o livro nas suas mãos. Essa foi a minha vez de piscar os olhos, perplexa.

-Você tá com problema de entendimento, Katsuki? Falei que quero divórcio, separação! - eu falei, arrancando o livro de suas mãos para que ele me levasse a sério. Mas Katsuki apenas cruzou os braços.

-Ahan, e como você vai sobreviver sozinha, me diz? Você não consegue nem mesmo ferver uma água, sua inútil. - ele disse, arqueando a sobrancelha pra mim. Tive vontade de o fazer engolir o livro em minhas mãos.

-Eu sou rica, bebê. Eu posso simplesmente pagar pessoas pra fazerem isso por mim. - falei com ódio e Katsuki apenas riu. -Não esquece que eu vivi dois anos completamente sozinha até você aparecer pra desgraçar minha vida!

-Isso explica o porquê você estava tão desnutrida, tadinha. - Katsuki disse cheio de deboche e eu grunhi, irritada. -Vai logo dormir e vê se para de falar merda.

-É sério? Eu não quero mais você! - gritei, atirando o livro contra ele, mas Katsuki facilmente o segurou.

-Ahan, tá bom. Já acabou? - Katsuki estava tão calmo que me irritava. Eu queria uma briga. Não que ele me olhasse como se eu fosse uma criança mimada!

-Briga comigo. - eu disse irritada, agarrando a camiseta dele.

-Não.

-Diz que também quer divórcio!

-Não.

-Diz que me odeia!

-Não.

-Grita comigo!

-Não vai rolar. Você já é surda, não vamos piorar seu caso. - ele zombou. Eu dei um soco no ombro de Katsuki, mesmo que não tenha surtido efeito algum.

-Faz alguma coisa, caralho!

-Já fiz. Mandei você ir dormir. Seu problema é sono. Ou é outra coisa que eu posso resolver agora mesmo. - ele disse com um sorrisinho e eu o olhei com ainda mais irritação. -Azami, eu não vou me separar de você.

-Eu tô cansada dessa merda! Eu tô de saco cheio de vocês, super heróis. Eu não preciso de mais drama na minha vida, Katsuki, eu já não tenho mais idade pra aguentar essas coisas. - falei, puta. Ele apenas esticou as mãos e segurou minha cintura com força, me puxando e fazendo eu perder o equilíbrio, caindo em seu colo. -Me larga!

-Não. - ele retrucou, me apertando cada vez mais forte a medida que eu tentava escapar. -Olha, eu entendo que você não aguenta mais!

-Você não entende! Porque não faz nada a respeito! Você não me respeitou e nem respeitou nosso filho. Eu tô de saco cheio! - falei, irritada. -Eu sabia onde estava me metendo, mas minha paciência esgotou.

-Azami. Olha aqui. - ele disse calmamente, fazendo eu olhar para seus olhos. -Você precisa entender que a história com Fuyuki não era algo que eu podia falar.

-Katsuki, o Shin entrou em depressão.

-Você acha que não foi difícil pra mim? Ver isso? Que não me deixou absurdamente puto a escolha de merda de Fuyuki? Mas foi escolha dele. Eu não posso misturar as coisas, amor. Você sabe disso. - ele disse suavemente, fazendo eu bufar. Katsuki afundou os dedos no meu cabelo, puxando de leve para chamar minha atenção. -Eu já pedi desculpas milhares de vezes, Zaza. Sei que isso não resolve nada pra você, mas você não consegue mesmo entender a situação? Shin entendeu.

Eu apenas suspirei.

-Eu entendo sim, Kat. Mas por mais que eu te ame, não tô conseguindo mais fazer isso. Ver você sacrificar nossa família pela vida de super herói. E eu entendo que é o que você quis a vida inteira, mas tá bem difícil pra mim. - falei com sinceridade, apoiando a testa contra o ombro dele. Katsuki apenas suspirou.

-Eu sei. Mas se você tivesse falando comigo ao invés de me ignorar, saberia que ontem foi meu último dia como super herói. E amanhã eu vou anunciar isso publicamente.

Eu travei completamente por um instante. Me afastei de Katsuki apenas para fitar seus olhos. E eu vi que aquilo tudo era verdade.

-Você...

-Eu te amo, mesmo você sendo uma chata do caralho. Eu gosto de ser super herói. Mas você significa bem mais pra mim. - ele disse, segurando meu rosto com força. -Mas eu não vou deixar de trabalhar na agência, sinceramente, aqueles idiotas iam colocar abaixo aquele lugar. Mas, é, não vou mais ser Dynamight.

Eu dei um suspiro aliviado que estava preso na minha garganta há anos. E por isso, apenas puxei o rosto de Katsuki e o beijei.

-Agora você não quer mais o divórcio, sua babaca? - ele zombou. Eu o dei um beliscão.

-Cala a boca e me beija, seu imbecil. - eu resmunguei e Katsuki riu. Mas fez exatamente isso.

No fim das contas talvez ele estivesse certo, mesmo que eu não fosse admitir, claro. O que eu realmente precisava não era um divórcio. Mas sim outra coisa...

Boa tarde povo bonito! Tudo bem com vocês? Espero que sim!

Para todos que odiavam a Lily, tão vendo que foi sem motivo? Ela é uma nenê super mega hiper sensata

Eu não quero comentar nada sobre Shin e Fuyuki, porque a dor, ela dói muito, uyuy
Mas eu acredito muito que tempo cura muita coisa e faz a gente crescer, então vamos ver o que vai sair desse momento afastado entre os dois

Aliás, um momentinho caótico e feliz entre Azami e Katsuki pra vocês não me odiarem tanto K K K K ideia da xmardu esse surto da Zaza, obrigada pelas ideias caóticas, Maria KKKKK te odeio <3

Votem e comentem, isso ajuda demais e me deixa mais inspirada a continuar!

Espero que gostem <3
~Ana

Data: 25/02/23

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