𖤍𖡼↷ 𝐅𝐈𝐕𝐄
ONDE AZAMI E
IZUKU TOMAM
SORVETE
Por mais que eu amasse cuidar de Fuyuki, tinha momentos que eu ficava verdadeiramente exausta de fazer isso. Quer dizer, não era exatamente fácil cuidar de um bebê, você tinha que fazer tudo por ele. Mas ao mesmo tempo era tão gostoso! Eu adorava escutar a risada de Fuyuki que servia para aquecer meu coração e me lenbrava tanto a Atsuko. Faziam dois meses que ela estava no hospital, e todos os dias acontecia algo que me fazia querer ter ela ali pra presenciar. Era o filho dela! Era Atsuko quem deveria estar sorrindo agora porque Fuyuki estava apontando para televisão e tentando falar o nome do personagem de seu desenho favorito!
Eu me sentia como uma impostora. Não sei como ser uma boa madrinha para Fuyuki e sinto que não o mereço. É pior ainda quando me dou conta que Fuyuki deveria estar com Shoto e Atsuko, e não comigo e Katsuki. Me machuca tanto todas às vezes que vou levar Fuyuki para ver a mãe e o pai no hospital e vejo o quanto ele fica tristinho e pra baixo. Quase como se Fuyuki soubesse pelo que os dois estavam passando, e eu não tinha dúvidas de que Fuyuki podia sentir.
Tentava não pensar muito nisso e registrar todos os momentos com ele para mostrar a Atsuko assim que ela acordasse e se recuperasse. As notícias eram boas, ela finalmente estava começando a reagir e todos estavam bem otimistas. Quer dizer, achar que uma coisa dessas ia ser o suficiente para destruir Pisque só podia ser piada. Atsuko era forte pra caralho, não iam ser esse vilões de merda a acabarem com ela. Atsuko esteve na guerra, lutou contra um telepata mais forte e experiente que ela e acabou com ele. Na minha amiga tinha algo que faltava em muita gente, e era uma determinação inabalável. Eu sabia que Atsuko ia se livrar de todos os obstáculo em seu caminho e ficar ainda mais forte quando tudo isso passasse de uma vez por todas. Ela tinha um filho pra criar, jamais Atsuko ia morrer e deixar Fuyuki sem mãe. Ela o amava mais que tudo no mundo.
-Você tá quieta hoje, Zaza. - me virei para fitar Izuku que estava com Fuyuki em seu colo e apenas suspirei. Como Katsuki estava trabalhando e eu estava começando a ficar louca e estressada, Izuku tinha me chamado para dar uma volta. Não hesitei em aceitar, precisava sair de casa e respirar um pouco. Mit dizia que eu estava ficando muito temoo trancada em casa, mais do que o normal, e isso não fara bem pra minha saúde. Provavelmente ele estava certo. -Você está se sentindo bem? Quer dizer, é estranho não te ouvir xingar tudo e todos.
-Izuku! - eu protestei e ele arregalou os olhos, preparado pra de desculpar, mas eu dei risada, tombando a cabeça para trás e fitando o céu por um instante. -Você fala de um jeito que parece que eu sou tão desnecessária quanto o Katsuki. - falei fazendo um biquinho e Izuku deu um sorriso para mim. Provavelmente ele era a única pessoa no planeta que jamais iria falar algo ruim sobre Katsuki, mesmo que ele merecesse. Se tinha alguém com direito para odiar meu namorado idiota, essa pessoa era Izuku, por todas as cagadas que Katsuki já tinha feito com ele e os anos de bullying. Mas Izuku era uma pessoa muito boa; tinha perdoado Katsuki, algo que eu, no lugar dele, nunca teria tido a capacidade de fazer.
-Kacchan é só um pouco estressado. - Izuku disse dando de ombros e eu engasguei com uma risada. Fuyuki estava com seus olhos heterocromaticos atentos em mim, o que me fez esticar a mão e apertar de leve sua bochecha fofinha, o fazendo dar uma risada gostosa que aqueceu meu coração.
-Pouco? Aquilo ali é um poço de estresse, Izu. - falei torcendo o nariz e ele apenas riu baixinho, porque claro que Izuku já tinha enfrentando todas as piores versões de Katsuki.
-Ele mudou quando ficou próximo da Atsuko e mudou absurdamente quando vocês começaram a namorar. Isso só prova o quanto ele te ama, Zaza. - Izuku disse e eu sorri que nem uma idiota. Quer dizer, todos viviam me dizendo isso, mas escutar Izuku dizer isso, que tinha crescido ao lado de Katsuki, atingia meu peito de uma forma diferente.
-Que bom que ele mudou, né! Sofri bullying do meu próprio irmão quando estava no ensino médio, jamais me envolveria com Katsuki se ele continuasse sendo um merdinha. - resmunguei e Izuku apenas riu enquanto entrávamos na sorveteria. Shoto provavelmente mataria nós dois se descobrisse que íamos deixar Fuyuki esperimentar sorvete, mas ele não precisava saber. O bom de ser amiga de Izuku, é que ele sabia muito hem guardar segredos, algo que Katsuki definitivamente não sabia fazer.
-Sua família foi bem ruim pra você. Sinto muito por isso. - Izuku disse mas eu apenas dei de ombros enquanto fazia nossos pedidos.
-Não ligo mais pra isso. Teve uma época que machucou pra caramba. - falei, me sentando de frente para Izuku e levando uma colherzinha com um pouquinho de sorvete de iogurte na direção de Fuyuki. Os olhos dele brilharam quando ele sentiu o gosto, e Izuku e eu rimos felizes com aquela reação. -Meu irmão gêmeo me odeia porque roubei a crush dele. - falei com uma risada maldosa que fez Izuku engasgar com o próprio sorvete. Eu ri, dando mais uma colherada para Fuyuki. -A Liz era melhor amiga do Azumi. Eles estavam sempre grudados um no outro, então ela vivia lá em casa. Em uma dessas, nós duas acabamos nos aproximando. Digamos que Liz me fez entender que eu era bissexual quando me beijou pra provar que ela era sim muito gostosa. E ela estava certa: Liz era mesmo muito gostosa. Depois a gente começou a andar mais juntas, o que fez Azumi ficar até que feliz já que eu tava aceitando a crush dele, né. Até ele pegar a gente se beijando no meu quarto e ai tudo foi por água abaixo.
-O que ele fez? - Izuku perguntou, as sobrancelhas franzidas. Eu torci o nariz ao me lembrar do show.
-Ah, ele fez o maior drama. Disse que eu era a pior irmã do mundo, começou a chorar dizendo que eu tinha roubado a garota dele, mesmo depois de Liz dizendo que era lésbica e que nunca iria ter olhado pra ele dessa forma. Ai ele disse pra mim que eu tinha colocado lorota na cabeça da Liz. - revirei os olhos só de lembrar da cena. Como eu podia ser irmã gêmea de um ser tão ignorante? -Ele contou para meus pais, claro. Meu pai, a princípio, nem ligou, ele achava que era eu tentando ser rebelde e que logo ia passar. Quando não passou, ele me colocou pra fora de casae disse que eu estava oficialmente fora da família. Aí o resto você já sabe. Fui morar com a Liz, ficamos noivas aos vinte anos e... Bem, é isso.
Izuku esticou a mão e segurou a minha. Ele me deu um sorriso que me fez lembrar o motivo de eu gostar tanto dele. De todas as críticas que eu já tinha feito na vida, as em relação a ele eram as que eu mais me arrependia de ter feito, principalmente quando ele era de fato um amigo muito incrível.
-Você ficou sozinha por muito tempo. Mas não tá mais, Zaza.
E ele estava profundamente certo quanto a isso.
Estava no sofá esperando Katsuki chegar em casa. Já estava tarde, mas Fuyuki não queria dormir de jeito nenhum, por isso o tinha colocado nas minhas pernas e agora estávamos nos olhando para ver quem ia desistir primeiro e começar a chorar. Estava pensando seriamente que seria eu, pois tudo o que eu mais queria era só poder tomar um banho e dormir por uma horinha que fosse. Isso só ia acontecer quando e se Katsuki chegasse em casa já que nosso afilhado teimoso não dormia de forma nenhuma!
Como se lendo meus pensamentos, Fuyuki riu, seus olhos heterocromaticos fixos em mim.
-Ah, você tá rindo de mim, seu pestinha?! - falei indignada, fazendo cosquinhas na barriga dele, escutando Fuyuki dar uma risada gostosa que aqueceu meu coração. -Você tá rindo da sua madrinha, que coisa mais feia, Fuyuki! Sua mãe não vai ficar nada feliz em saber disso, sabia? - eu estava sorrindo, pois amava tanto essa criança.
Mas eu definitivamente não estava preparada para o que veio a seguir. Não estava preparada para escutar Fuyuki ensaiar e dizer nitidamente um "mamãe". Fiquei totalmente paralisada ao escutar as primeiras palavras de Fuyuki saírem.
Um meio sorriso cresceu nos meus lábios, mas meus olhos se encheram de lágrimas. Eu estava feliz, mas, ao mesmo tempo, aquilo parecia tão, tão errado. Uma tristeza absurda me atingiu em cheio, um soluço ficando engasgado na minha garganta enquanto lembrava que a mãe de Fuyuki, na verdade, estava na UTI do hospital, alheia ao fato que seu filho estava dando suas primeiras palavras.
Primeiras palavras! Aquilo era tão, tão importante! E nem Atsuko e nem Shoto estavam ali para ver isso acontecer, o que só serviu para despedaçar meu coração.
Com minhas mãos tremendo um pouco, desbloqueei meu celular e coloquei em uma foto de Atsuko para mostrar a Fuyuki. Os olhos dele brilharam na hora e ele estendeu as mãoszinhas para segurar o objeto, dando toda sua atenção para aquela foto.
-É, essa é sua mamãe, Fuyuki. - falei, a voz embargada.
Eu sabia que tinha que ser a pessoa a me manter forte. Porque eu estava api, cuidando de Fuyuki. Mas existiam momentos, como aquele, em que tudo desmoronava completamente.
E eu sentia tanta, tanta falta de Atsuko. E tudo o que eu mais queria era que ela estivesse aqui para ver seu filho dar a primeira palavra. Mamãe.
Felicidade? Não sei o que é isso não rsrsrs não quero ser morta, viu!
Não revisei o capítulo porque tô com preguiça, desculpa :')
Votem e comentem, isso ajuda demais e me deixa mais inspirada a continuar!
Espero que gostem <3
~Ana
Data: 01/01/23
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro