TE QUERO

Tinha que admitir: meu Natal foi bem melhor do que eu imaginei. A energia caótica daquela família era realmente muito boa e eu me diverti muito com a dinâmica péssima de Katsuki, Todoroki e Atsuko. Assim como também foi divertido ver a forma como Katsuki e sua mãe eram absurdamente parecidos um com o outro em absolutamente tudo, principalmente na péssima personalidade. Definitivamente foi bem melhor do que passar o dia totalmente sozinha enfiada dentro da minha casa assistindo séries e me perguntando porque esse idiota não tinha dado sinal de vida. Eu realmente me diverti, algo que nem mesmo achei que fosse acontecer.

Depois que os pais de Katsuki e as mães de Todoroki e Atsuko foram embora, nós quatro ficamos jogando uno. O que não foi uma boa ideia, na verdade, foi uma péssima ideia. Todoroki era um horror jogando isso, nem mesmo se dava conta que Atsuko estava roubando dele na maior cara de pau e o fazendo ficar com milhares de cartas na mão. Eu e Katsuki brigamos o tempo todo porque ele não parava de me ferrar e é claro que ele ficava puto quando eu retribuía o favor. O jogo acabou quando Atsuko e Todoroki ficaram bêbados demais pra continuar e Katsuki simplesmente explodiu todas as cartas, me deixando verdadeiramente irritada. Se ele não tivesse que trabalhar na manhã seguinte e tivesse tão bêbado quanto os outros dois, definitivamente iria ficar mais legal!

No final das contas, Bakugo obrigou Atsuko e Todoroki a dormirem no quarto de hóspedes, e nenhum dos dois protestou antes de praticamente se arrastarem pra lá dizendo um para o outro que estavam sendo expulsos porque Katsuki queria me pegar. Sim, eu tenho plena consciência que eles achavam que estavam falando baixinho, mas não estavam, o que só serviu para fazer Katsuki fervilhar de raiva ao meu lado. E eu definitivamente dei muita risada.

Ajudei Katsuki a levar as coisas para pia da cozinha e a limpar a bagunça. Eu tinha passado tempo o suficiente naquele apartamento pra me sentir a vontade ali fazendo as coisas. Nem mesmo me dei conta que Bakugo estava me observando até me virar e dar de cara com ele apoiado na ilha da cozinha, quase me fazendo ter um ataque cardíaco! Maldito desgraçado, eu realmente odiava o quão silencioso ele conseguia ser quando queria. Estava sempre me pegando de surpresa e me fazendo tomar susto.

-Terminei de arrumar tudo. - falei, puxando meu casaco e minha bolsa que tinha deixado na ilha. -Eu tô indo embora. - realmente achei que fosse conseguir fugir dele, mas só consegui dar um passo antes que ele fechasse a mão no meu pulso e me obrigasse a o encarar e fitar aqueles olhos vermelhos que eu não havia parado de pensar um segundo seguer nas últimas semanas. E que agora estavam ali tão perto de mim e, ao mesmo tempo, pareciam estar tão, tão distantes. Meu coração estúpido e idiota não parava de palpitar dentro do peito, mesmo que eu não quisesse!

-Você não vai. - ele disse, a voz baixa que fez eu me arrepiar completamente, um calafrio percorrendo minha coluna. Engoli em seco e não tenho vergonha de admitir isso.

Por um tempo, Katsuki e eu apenas nos olhamos. Ele se aproximou e eu recuei até que minhas costas estivessem pressionadas contra a pedra da ilha, e Katsuki estava tão perto de mim que seu quadril estava pressionado no meu. O que só me fez engolir em seco mais uma vez, de repente fazendo eu sentir realmente muito calor dentro daquele suéter ridículo que Mit tinha feito pra mim.

-Quer mesmo conversar agora, com uma telepata no quarto do fim do corredor? - falei cruzando os braços na frente do peito em uma tentativa falha de fazer minhas mãos pararem de tremer tanto assim. Bakugo apenas deu de ombros, apoiando uma mão de cada lado meu e as pressionando contra a ilha atrás de mim, me prendendo completamente. Maldito desgraçado do caralho.

-Quando ela fica minimamente alcoolizada, não consegue usar a telepatia e nem mesmo a empatia. Não se preocupe. - ele disse como se não fosse nada demais e eu torci o nariz. -Pode falar o que tá engasgado ai, Azami. Sei que quer colocar pra fora. Pode falar.

De repente fiquei puta da vida de novo, me lembrando de tudo o que tinha acontecido entre ele e eu. E o descaso que eu sentia vindo de Bakugo.

-Por que de repente você se importa, hein? - eu soltei, sem conseguir mais me conter. Queria saber o porque ele estava me evitando. Queria saber a verdade sobre o porque Katsuki não tinha me procurado essas semanas todas. -Não faz sentido pra mim. Você não me procura fazem semanas, e acho que continuaria assim se eu não tivesse vindo até aqui. Você nem ligou pra saber se eu estava bem! E eu sei, sei que tudo não passou de um trabalho, mas achei que... Sei lá o que achei. Mas queria que pelo menos você tivesse aparecido pra me dizer que nunca mais íamos nos ver ou sei lá! Era melhor do que a ignorada que eu recebi.

Terminei de falar me sentindo muito mais leve. Precisava colocar aquilo pra fora e nem mesmo tinha me dado conta disso. Acho que era a forma mais fácil de tentar esquecer Katsuki e o que eu inegavelmente sentia por ele. Puta merda, porque, entre todas as pessoas no universo, logo ele? Meu coração era um idiota, um idiota que claramente estava armando pra cima de mim! Ele vai logo querer a única pessoa que eu não posso ter? Sério?

-É isso que você acha? Que você não passou de um trabalho pra mim? - ele perguntou, fazendo cara feia. Eu assenti, porque, sim, era o que eu achava. -Porra, Azami, será que você nunca vai parar de pensar o pior vindo de mim?

Eu apenas pisquei os olhos, perplexa. Mas que porra?

-Katsuki, vamos ser realistas aqui! Se eu estou errada, porque você me ignorou esse tempo todo? Só me diz! - falei, tentando me afastar dele, mas Katsuki me impediu, ficando ainda mais grudado em mim. Conseguia sentir a respiração quente dele contra meu rosto, e isso só fez meu coração bater ainda mais forte dentro do peito.

-Porque sinto coisas por você que não queria sentir e não sei lidar com isso. - ele falou, tão baixo que me perguntei se não estava ouvindo coisas. Eu definitivamente tinha parado de respirar. -Porque é totalmente antiético da minha parte me apaixonar por você, mas aconteceu mesmo assim, então o que eu deveria fazer agora? E aí você faz aquele maldito discurso que acabou comigo, e, porra, Azami! Seria muito mais fácil se você só me deixasse tentar não gostar de você tanto assim. Mas sinto sua falta todos os malditos dias, sua filha da puta, e eu te odeio por ter entrado tanto na minha vida ao ponto de que ficar sem você se torna a merda de uma abstinência.

Ah. Ah.

Aquilo fez meu coração bater tão, tão forte dentro do meu peito que imaginei que fosse acabar vomitando ele pra fora. Deus, faziam anos que não me sentia dessa forma. E faziam anos que eu não precisava lidar com isso e saber como responder. O que eu sequer falaria para ele?!

-Então, é, eu não te procurei. Queria fazer isso todos os dias, mas pensei que você estivesse bem melhor longe de mim já que tudo o que você mais queria era isso. Mas não venha falar e agir como se eu não te quisesse mais que tudo no mundo, porque vai estar sendo uma idiota do caralho.

Abri a boca e fechei várias vezes sem saber o que dizer, os olhos de Katsuki fixos nos meus esperando por uma resposta.

-Você tá errado. - falei, minha voz rasgando quando o disse. Sem pensar muito, levei minhas mãos ao rosto de Katsuki, o forçando a se aproximar de mim até que sua boca estivesse roçando na minha. -Eu não queria me livrar de você. Não te ter todos os dias comigo é uma das coisas mais deprimentes que já me aconteceu e eu sinto sua falta, mesmo você sendo um bosta. Porque gosto de você muito mais do que deveria gostar. E eu também te quero, Katsuki.

Não precisava de resposta e Katsuki não parecia inclinado a me dar uma. Ele apenas me fitou por um instante, seus olhos vermelhos fixos nos meu até que o espaço entre nós não existisse mais. Fechei os olhos quando ele pressionou a boca suavemente na minha, a princípio em um selinho. Mas ele entreabiu os lábios, deslizando a língua até a minha e me beijando com uma calma que jamais imaginei que ele pudesse ter.

As mãos dele afundaram no meu cabelo, me fazendo soltar um suspiro e me agarrar a camiseta dele, o puxando para mais perto de mim, mesmo que isso fosse impossível. Nossos corpos já estavam grudados um no outro, mas não parecia o suficiente. Aquele beijo não parecia o suficiente, e eu precisava de mais.

As mãos dele deslizaram até minha cintura, apertando com força, e eu afundei meus dedos em seu cabelo, puxando de leve. Soltei um gemido baixinho quando os dentes dele roçaram meu lábio de forma provocativa, meu coração batendo tão forte dentro do peito que me perguntei se Katsuki era capaz de sentir já que estávamos grudados um no outro.

Senti suas mãos em minhas pernas e Katsuki me agarrou e ergueu, me colocando sobre a ilha de pedra da cozinha, sem parar de me beijar um segundo sequer.

Meu Deus, como ele beijava bem! Isso deveria ser considerado uma espécie de crime, além de bonito saber beijar desse jeito. Deixava muito mais difícil não se apaixonar por ele quando tudo o que ele fazia parecia uma espécie de droga viciante que eu desejava desesperadamente ter mais. E era uma droga admitir que eu não queria ficar longe dele, quanto mais eu pudesse ter de Katsuki melhor.

Katsuki se afastou mais rápido do que eu gostaria que tivesse feito, apenas o suficiente para conseguir respirar. Sua respiração estava tão ofegante quanto a minha, suas mãos ainda grudadas no meu corpo, como se ele temesse que eu fosse escapar caso me soltasse.

-Fica aqui essa noite. - ele disse enquanto deslizava a boca pela pele exposta do meu pescoço, e mais parecia uma ordem do que um pedido. Agarrei os cabelos dele, fechando os olhos com força enquanto sua boca acariciava um ponto sensível, me fazendo suspirar baixinho.

-Muita idiotice da sua parte presumir que eu ia ir embora. - eu murmurei, fazendo Katsuki dar risada.

Ele tirou o rosto da curva do meu pescoço para fixar seus olhos em mim, dando um sorrisinho presunçoso.

-Você é uma babaca. - ele falou, sua mão deslizando pela minha bochecha de leve e me fazendo suspirar. Coloquei a mão sobre a dele, o impedindo de tirar ela dali.

-Sou uma babaca e você é um escroto. Acho que isso nos torna uma boa dupla, não? - falei e ele sorriu, se inclinando na minha direção pra roçar a boca na minha.

-Eu não podia nem sonhar com uma parceira melhor. - ele murmurou e aquela frase foi o suficiente pra arrepiar todos os pelos do meu corpo, me deixando completamente rendida. Maldito do caralho! Ele sabia exatamente o efeito que tinha sobre mim, percebi isso enquanto ele deslizava os dedos pelo meu pescoço, fazendo eu estremecer com cada toque.

-Melhor a gente terminar isso no seu quarto, Katsuki. - falei assim que ele enfiou as mãos dentro da minha camiseta, sem nenhuma vergonha na cara, deslizando os dedos pela minha pele. Ele apenas me olhou de forma inocente, apesar de eu saber que não existia nada de inocente naqueles toques indecentes dele.

Katsuki se inclinou, seus lábios tocando de leve minha orelha e fazendo eu me arrepiar mais uma vez. Eu sentia o sorriso na boca dele antes de Katsuki começar a falar.

-Vou fazer você se arrepender de cada critica que fez sobre mim durante os últimos três anos. - ele sussurrou no meu ouvido.

E, puta merda. Nunca esperei tanto pra ver alguém fazer eu me arrepender de algo.

Boa noite povo bonito! Tudo bem com vocês? Espero que sim!

Quem pedir detalhes vai tomar um socão na boca hein! Quando for pra ter detalhes, teremos detalhes. Não curto escrever essas coisas, depende muito do meu mood e meu mood do dia é deixar no ar aí

Sim, eu ia postar esse capítulo só mais tarde, mas foi um capítulo extremamente esperado e eu gostei muito dele, precisava postar logo!

Aliás, obrigada a todos que estão comentando na fanfic e dizendo o quanto estão amando o desenvolvimento da Azami e do Bakugo, isso me deixa muito feliz 🥺 comecei muito insegura com essa fanfic, com medo de não ficar tão boa ou não conseguir representar o Bakugo direito. Ver o quanta gente realmente gosta da fic me deixa muito feliz e inspirada a continuar! Tanto que já tenho mais plots pra continuar ela, então se vocês continuarem comentando, continuaremos tendo capítulos 👀

Esse cap é meu presente de Natal adiantado! Talvez eu só volte amanhã ou segunda, então feliz natal pra todo mundo <3

Votem e comentem, isso ajuda demais e me deixa mais inspirada a continuar!

Espero que gostem <3
~Ana

Data: 24/12/22