PSIQUE? NÃO,
ACHO QUE SOU MAIS
KATSUKI BAKUGO

Eu não sabia se seria uma boa ideia ir até o aniversário de Atsuko e de Shoto sem a companhia de Katsuki, sendo bem sincera. Por mais que eu gostasse muito dos dois heróis profissionais, também sabia que lá estaria lotado de outros pro heros, muitos dos quais eu já tinha criticado duramente. Só de pensar naquilo já me dava uma imensa vontade de me enfiar embaixo dos meus cobertores e fingir que não estava viva, mas era bem capaz de Atsuko vir aqui me buscar caso eu fizesse isso. E, bem, era aniversário da pessoa que eu mais admirava no mundo e eu tinha sido convidada para isso! Nem nos meus melhores sonhos imaginei que isso fosse acontecer, então não podia perder essa oportunidade, certo? Certo!

-Você pensa demais, esse é seu problema. - Katsuki disse e eu fiz uma careta. Talvez ele estivesse certo, mas o que ele queria que eu fizesse? Eu tinha criticado gente demais! E foi exatamente isso que falei para ele, mas só serviu para fazer Katsuki dar uma risada debochada para mim. -Você me chamou de herói imbecil e que nunca vai ser o número um, e aqui tô eu, namorando com você. Irônico, não? Então para com essa merda, vai.

-Ai, Katsuki, por que você não esquece disso um segundo sequer? Já falei que mudei de ideia! - reclamei, pegando um travesseiro e batendo nele três vezes. Katsuki o arrancou da minha mão e fez eu me desequilibrar e cair, soltando um gritinho, ainda mais quando ele ficou por cima de mim, me prendendo entre o colchão e seu corpo. 

-Foda se que você mudou de ideia, sua idiota. - ele disse me fuzilando com o olhar. -Eu te odiava pra caralho, sabia? Era minha maior dor de cabeça, porque eu não podia falar nada que no dia seguinte você já tinha feito uma critica de três páginas.

Comecei a dar risada, porque aquilo não era exatamente mentira. Meu passatempo favorito sempre foi criticar Katsuki, porque era muito fácil falar dele, já que ele estava constantemente falando merda! Ele deve ter visto isso no meu olhar, pois usou o travesseiro para me bater, o que só me fez rir mais ainda. 

-Se me odiava tanto assim, por que aceitou me proteger, então? Você nem precisava ter feito isso. - falei equanto o empurrava para o lado e me sentava na cama. Aquela era uma das minhas maiores curiosidades, pois Katsuki era um herói forte e famoso, geralmente pegava trabalhos bem melhores do que tomar conta de uma escritora fodida na vida. 

Katsuki me olhou por um tempo, de um jeito que fez um calafrio subir pela minha coluna. Quando ele me encarava daquele jeito, fazia eu esquecer até mesmo do meu próprio nome. Odiava o efeito maldito que esse desgraçado tinha sobre mim! Mas não era como se eu conseguisse evitar.

Ele não me respondeu de imediato, esticou as mãos na minha direção e me puxou até que eu estivesse sentada em seu colo, meu corpo grudado no dele. As mãos de Katsuki deslizaram pela minha cintura lentamente enquanto ele me olhava, parecendo decidir se me contaria a verdade ou não. Por fim, ele apenas deu de ombros.

-Você quase morreu nos meus braços aquele dia. - ele falou seriamente e parecia um pouco assombrado em lembrar daquilo. Eu desviei o olhar; naquele dia, eu tinha desejado morrer e tinha o amaldiçoado por ter me salvo. Não via mais as coisas dessa forma. -E ninguém nunca morreu nas minhas mãos. Fiquei um pouco colérico e puto por terem te deixado naquele estado. Você tava péssima, Azami. Péssima. Então quando o delegado disse que precisaria arranjar alguém pra cuidar da sua segurança, porque a situação era mais feia do que ele achava, eu, sei lá, agi sem nem pensar duas vezes. Não queria que você morresse. Não parecia justo.

Por um tempo, apenas fitei os olhos vermelhos de Katsuki. Então, envolvi seu rosto em minhas mãos e o puxei para um beijo carinhoso. Em geral não tinha nada de carinhoso em Katsuki, mas, naquele momento, ele retribuiu sa mesma forma, com uma calma que ele nunca tinha. Como se o mundo pudesse se explodir naquele momento que nada mais iria importar.

-Por que não deixa as pessoas verem esse seu lado bom, hein? - murmurei, minha boca ainda pressionada contra a dele. Katsuki torceu o nariz em puro desgosto.

-Porque não sou um idiota que nem o Deku. Ser bonzinho é coisa de gente otária. - ele disse e eu dei risada, me afastando para o fitar e balançando a cabeça.

-Você é tão idiota, Katsuki. - suspirei, me ajeitando melhor e deitando sobre ele. Katsuki bufou, afundando os dedos no meu cabelo e me fazendo fechar os olhos pra receber seu carinho bruto.

-E você é mais idiota ainda por namorar comigo, não é? - ele disse e eu ri. Gostava de escutar ele falando que éramos namorados, mesmo que eu jamais fosse admitir isso pra ele. Era ridículo, eu sei, mas gostava mesmo assim.

-Cala essa boca. - falei, segurando a mão de Katsuki na minha. Eu podia passar o restante do dia inteiro ali deitada com ele, mesmo que não estivesse com sono. Gostava de ficar assim com ele, pois sempre parecia que nada mais importava. Eu esquecia de todo o resto e principalmente dos meus problemas. Katsuki tinha o incrível dom de me fazer esquecer do restante da minha vida quando estávamos juntos.

Mais cedo do que eu desejava, Katsuki se levantou, me fazendo fazer uma careta. Apenas o observei pegar suas roupas no chão e as colocar, sabendo que ele precisava ir embora, mesmo que sua cara feia dissesse que ele não queria ter que ir.

-Você deveria ir se arrumar pra ir no aniversário dos dois idiotas. - ele falou, me fazendo torcer o nariz. O quão irônico era Atsuko fazer aniversário no mesmo dia que o marido dela? Esse fato somado ao de eles serem melhores amigos de infância e terem passado praticamente a vida inteira juntos vinte e quatro horas por dia apenas me fazia perceber o quanto o destino era estranho.

-Tá. Eu não sei se quero ir. - falei, me arrastando pra fora da cama. Katsuki riu.

-Se não for, Jean Grey vem te buscar pelo cabelo. Ela gosta de você. - ele disse dando de ombros.

-Graças a Deus minha heroína favorita gosta de mim! - falei, apontando para os pôsteres na minha parede e para os bonecos de Psique espalhados pelo quarto. Tudo bem, era realmente um quarto bem de nerd e definitivamente nada adulto, mas o que eu podia fazer? Para algumas coisas eu não tinha crescido mentalmente, e acho que eu pra sempre seria fã número um de Psique. A conhecer pessoalmente não finha me feito mudar de ideia em relação a ela, na verdade, só me fez admirar ainda mais Atsuko. Ela não era só mais a minha heroína favorita na vida, mas também uma amiga que significava o mundo pra mim. E que tinha me ajudado em muito momentos em que eu estava em conflito comigo mesma.

-Sinceramente, você deveria tirar isso. - Katsuki falou, apontando para todas as coisas de Atsuko, principalmente para as almofadas com a cara dela e para as paredes. -É ridículo e é péssimo transar com você sendo que tem um pôster gigante da minha ex namorada na sua parede.

Eu não sabia se dava risada ou se eu chorava. Decidi apenas atirar um travesseiro em Katsuki, que não teve um reflexo bom o suficiente para desviar antes que atingisse com tudo seu rosto, o fazendo me fuzilar com o olhar. Eu apenas abri um sorriso falsamente inocente para ele, como se eu não tivesse feito nada demais, apesar de saber que a vontade de Katsuki era de explodir aquele travesseiro.

-Problema seu que ela é sua ex. Você deveria saber que Atsuko é o amor da minha vida, e só tô namorando contigo porque não posso namorar com ela. - zombei e Katsuki se virou para me fitar. E o jeito que ele me olhou me fez engolir em seco, um calafrio subindo pela minha coluna. Toda vez que ele me olhava assim...

-Ah é mesmo? - ele falou se aproximando de mim e me fazendo recuar até bater contra a cama. Katsuki deu um sorrisinho pra mim antes de me fazer perder o equilíbrio e cair contra o colchão. Meu coração batia forte dentro do peito, um efeito que só ele tinha sobre mim. Desgraçado! Katsuki sabia exatamente o que fazer comigo pra me deixar completamente rendida por ele, um belíssimo filha da puta, era isso que Katsuki era.

Prendi a respiração ao sentir os lábios de Katsuki deslizando lentamente pelo meu pescoço, afundando os dedos nos cabelos dele e o puxando para mais perto de mim. Ele sabia exatamente onde beijar e qual era meu ponto fraco, me fazendo soltar um gemido baixinho quando mordeu de leve minha pele.

-Ela ia conseguir te beijar assim? - Katsuki falou baixinho, fazendo toda minha pele arrepiar. Ele deslizou os dedos pelo meu braço, descendo mais e mais, me fazendo prender a respiração. -Acho que não ia sequer fazer você reagir assim.

-Será? Eu não ia pagar pra ver. - provoquei, mas minhas palavras se perderam quando Katsuki começou a chupar a pele do meu pescoço, me fazendo ter a certeza que ia ficar marcado. Mas eu nem tinha forças o suficiente pra me importar com isso naquele momento.

Quando a mão dele chegou exatamente onde eu queria, Katsuki se afastou e soltou um palavrão. Eu fiz uma careta, me apoiando nos cotovelos para o fitar. Claro. O horário.

Maldito horário! Maldito relógio! Maldito universo!

-Se eu não tivesse atrasado, ia fazer você se arrepender muito mais de dizer  o que disse. - ele falou, me olhando de um jeito que não me fez ter dúvidas que eu estaria muito fodida quando ele voltasse. Apenas abri um sorrisinho para Katsuki, observando ele terminar de se arrumar para ir embora.

-Vou ficar esperando você fazer exatamente isso. - zombei e Katsuki riu com deboche.

Antes que eu pudesse dizer mais alguma coisa, Katsuki grudou a boca na minha e me beijou. Eu amava o jeito que ele me beijava sem nenhuma calma, porque tudo em Katsuki era extremamente caótico, e eu amava isso nele. O caos de Katsuki completava o meu. Meus sentimentos por ele eram tão, tão fortes que pareciam queimar tudo dentro de mim. E não de um jeito ruim, muito pelo contrário. Eu realmente gostava da forma como ele fazia eu me sentir. Como se nada além de nós importasse de verdade.

-Te vejo depois. - ele falou passando a mão no meu cabelo e beijando minha boca mais uma vez antes de sair. Quando a porta fechou atrás dele, suspirei.

Puta que pariu. Eu realmente estava apaixonada pra caralho por esse idiota.

A maratona era pra ter sido mais cedo, mas vida adulta é um cú!!!!
Então, sim, irei fazer ela de madrugada, porque é meu único momento de paz
Quem estiver acordado vai sair muito no lucro
Quando acabar de escrever o próximo capítulo eu volto aqui, prometo! (Isso se a velha aqui não acabar dormindo com o celular na mão, mandem energias positivas pra essa maratona sair)

Ah! Não revisei o capítulo, mas juro que logo mais faço isso

Votem e comentem, isso ajuda demais e me deixa mais inspirada a continuar!

Espero que gostem <3
~Ana

Data: 27/12/22