Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

𖤍𖡼↷ 𝐄𝐈𝐆𝐇𝐓

Quando acordei seis meses atrás em um quarto de hospital e me disseram que eu tinha perdido trinta anos da minha vida, achei que logo tudo voltaria ao seu devido lugar. Quer dizer, parecia meio absurdo que eu jamais fosse me lembrar de tantos anos assim que tinham sido perdidos, e Atsuko Todoroki, minha heroína favorita, Psique, tinha uma certeza muito grande de que quando meu cérebro se curasse da pancada, as memórias voltariam ao seu devido lugar. Mas já tinham se passado seis meses, e eu tinha recuperado um total de zero memórias sobre esses trinta anos perdidos. O que de fato era um tanto frustrante já que eu tinha um filho do qual não lembrava, tinha conseguido a proeza de me tornar melhor amiga de Atsuko e não me lembrava, tinha casado e não me lembrava. Mesmo que esse último eu fingisse que nunca chegou a de fato a acontecer.

Era um pouco constrangedor. Morar com uma pessoa que não se lembrava, ser casada com alguém que não se lembrava, ter um filho com alguém que não se lembrava. Era péssimo ver a expressão no rosto de Katsuki todas às vezes que ele me via e se dava conta que eu não fazia a menor ideia de quem ele era e de quem deveria significar para mim. E eu me sentia um lixo em não poder fazer nada para aliviar tudo o que ele sentia. Nossas conversas sempre tinham um fundo de mágoa, palavras não ditas em voz alta. Katsuki tentava ser cordial, mas era nítido o quão desconfortável ele ficava na minha presença. Bem, eu entendia o motivo. Para mim, ele era alguém que eu tinha acabado de conhcer. Para ele, eu era a companheira de uma vida toda e que não lembrava de quem ele era. Uma bela de uma merda, né? 

Eu estava dormindo no quarto de hóspedes desde que voltei para aquela casa que disseram ser minha, mas que de nada parecia me pertencer. Não me sentia confortável nem e estar naquela casa, seria mil vezes pior se tivesse que dormir no quarto que costumava dividir com Katsuki. Eu não me lembrava de absolutamente nada, e aquele lugar parecia tão dele e de uma pessoa que eu já não era que me parecia muito errado dormir ali. O quarto de hóspedes era a melhor opção; lá pelo menos eu podia o transformar em meu. Eu poderia ficar sozinha quando queria fugir e fingir que tudo isso não passava de um grande mal entendido.

Mas era muito difícil fazer isso. Todas às vezes que olhava para Shin, eu sentia uma imensa vontade de ter de volta tudo o que havia perdido. Um filho; esquecer um filho era demais pra mim. Desde que me entendo por gente, meu grande sonho tinha sido ser mãe. Claro que imaginei que teria isso com Liz, e nunca em minha existência pensaria que acabaria casando com Dynamight e pior, tendo filho com ele. Mas Shin, mesmo que eu não conseguisse lembrar dele, era como uma luz naquele momento difícil. Ele era tão carinhoso e bondoso que fazia eu me questionar o como ele podia ser meu filho. Como podia ser filho de Katsuki Bakugo, o herói com uma taxa de aprovação horrorosa das pessoas por só falar merda! Quer dizer, pelo menos costumava ser assim. Hoje em dia, pelo que percebi, horrorizada, ao entrar na internet, ele tinha mudado pra caramba. Eu também conseguia perceber que ele não era quem eu imaginava que fosse. Cada dia que passava e eu via as pequenas ações de Katsuki, me dava conta que até fazia sentindo eu ter casado com ele, mesmo que jamais fosse admitir uma coisa dessas.

Shin estava deitado no meu colo enquanto assistíamos um filme qualquer na televisão. Ele tinha caído no sono fazia um tempo, e eu apenas o deixei dormir, pois sabia que fazia muito tempo que ele não tinha esse momento de paz. Mesmo que seis meses tivessem se passado, era nítida a falta que o noivo que ele havia perdido fazia em sua vida. Shin era bom em esconder o que sentia, mas eu tinha aprendido a ver a mentira por trás de seus olhos vermelhos como os de Katsuki. Toda vez que ele voltava para casa para me ver, eu me sentia um pouco mais aliviada. Fiquei feliz quando ele voltou a ir para a faculdade e começou a tentar seguir em frente com sua vida. Eu sabia melhor do que ninguém que ficar estagnada no passado não traria nada de bom. Mesmo que toda vez que ele saísse, eu ficasse sozinha com Katsuki e em alguns momentos fosse um tanto desconfortável. Nós não conversávamos muito e admito que talvez fosse culpa minha. Mas era difícil demais enfrentar algumas coisas.

Eu tinha muito orgulho do meu filho. Cada dia que passava e quanto mais eu descobria sobre ele, mais eu o amava imensamente. Eu fiquei feliz em saber que Shin tinha sido apoiado em todas as suas decisões desde sempre. Que mesmo não seguindo os passos do pai de ser um super herói, Katsuki o tinha apoiado mesmo assim. Isso meio que me fazia ver ele de outra forma. Na minha cabeça, Dynamight faria de tudo pra ter um filho no mesmo caminho que ele! Mas tudo que eu havia criado na minha própria mente sobre Katsuki Bakugo estava profundamente errado. E eu me sentia até meio estúpida em ver que ele não era absolutamente nada do que eu imaginava que fosse.

Escutei o barulho da porta abrir e virei apenas o suficiente para ver Katsuki entrando. Ele parecia profundamente cansado; todos os dias, era como se seu humor só ficasse pior. Não no sentido da irritação que parecia fazer parte do pro hero, mas sim no sentido de que ele parecia mais perdido do que qualquer outra coisa no mundo. E eu não conseguia deixar de me sentir um tanto culpada, pois eu sabia que eu era o grande motivo para ele estar se sentindo desse jeito.

-Ei. - cumprimentei quando ele colocou de lado suas coisas de super herói e se aproximou. Ele me olhou por um instante e abriu um sorriso pequeno ao notar Shin dormindo no meu colo. Era como se ele tivesse vendo algo que eu não conseguia ver. De qualquer forma, ele apenas balançou a cabeça para mim e se aproximou um pouco mais de onde eu estava.

-Ele é tão parecido com você. - Katsuki murmurou, seus olhos em nosso filho. -Em vários sentidos, na verdade. Principalmente na teimosia insuportável.

Eu não consegui conter uma risada. É, isso era verdade, Shin era teimoso pra caramba! Às vezes até mesmo irritava. Deslizei os dedos pelo cabelo escuro de Shin, dando um sorriso. E percebi que Katsuki também estava sorrindo, pois fazia muito, muito tempo que eu não dava risada.

-Já eu discordo totalmente. - falei, baixinho. -Eu acho ele irritantemente parecido com você.

-Ah, é? - ele retrucou, me dando um sorriso cheio de deboche. Eu retribui da mesma forma.

-Ah, com certeza. - zombei. -Ele é tão cabeça dura quanto você.

Ele apenas riu e deu de ombros, como se não pudesse discordar. Eu sorri, olhando nos olhos vermelhos de Katsuki. Ele tinha olhos muito bonitos;

-Na verdade, é mais que isso, sabia? - continuei. -Ele tem uma resiliência que definitivamente não vem de mim. Vem de você.

Ele ficou em silêncio, apenas me olhando. Entendendo tudo o que eu queria dizer. Eu não sabia, mas, naquele momento, eu tinha aberto meu coração para aceitar tudo o que eu tinha perdido. E tentar dar um chance de seguir em frente. Assim como Shin tinha feito. E assim como Katsuki tão desesperadamente tentava fazer.

Fazia muito tempo que eu não saia de casa. Todas às vezes que meus amigos me chamavam para ir em algum lugar, para tentar pelo menos sair e me divertir minimamente que fosse, eu sempre arrumava algum tipo de desculpa para ficar trancado dentro do meu quarto. Geralmente ficar estuando ajudava, me fazia esquecer de tudo e enquanto eu estivesse focado em algo, não precisaria me preocupar com mais nada. Eu nunca tinha sido muito sociável, se qualquer forma. Tudo o que conquistei tinha sido graças a Fuyuki. Mas ele já não estava mais aqui para encher meu saco por eu estar me isolando de tudo e todos, então tanto faz, certo?

Só que não, pois Yuina não estava me dando paz. Ela tinha respeitado meu espaço no começo, mas aparentemente, depois de seis meses, eu já devia ter começadoa  reagir, segundo ela. E agora, eu estava tendo que aguentar ver ela revirar meu armário em busca de alguma camiseta bonita para que saíssemos juntos, mesmo eu tendo deixado bem claro para essa irritante maldita que eu não queria sair. Ela simplesmente não deu a minima quando disse que tinha um relatório infernal para terminar, pois segundo Yuina, eu conseguiria fazer isso em qualquer outro momento. Até parece! Se eu tivesse só deixado ela ficar batendo na porta do meu dormitório e ignorasse, talvez ela já tivesse ido embora e agora eu não estivesse tendo que me estressar com isso. 

-Eu estou fazendo isso para o seu próprio bem! - ela reclamou, jogando em mim uma camiseta de botão branca com desenhos de cachorrinhos. Eu revirei os olhos enquanto a segurava em minha mão, pensando que se talvez eu explodisse acidentalmente a camiseta, se Yuina pararia de encher meu saco sobre sair. Mas eu não tinha coragem de fazer aquilo com os pobres cachorrinhos estampados ali. -Fuyuki não ia querer que você ficasse fazendo isso! Ele te pediu pra seguir em frente, e tá na hora de você começar a fazer exatamente isso!

-E a minha vontade? Ela não conta? - eu queria gritar. Queria dizer que Yuina estava sendo ridicula, que não estava respeitando meu tempo, meu luto, minhas vontades. Mas já tinham se passado seis meses; e não era mais uma questão de luto, ela sabia. Era depressão.

-Shin, não vou deixar você se afundar.- ela retrucou, apontando o dedo para minha cara. -Sobre a minha vigilancia, não. 

Eu odiava estudantes de psicologia.

-Yu, minha vida virou de ponta cabeça, o que mais você esperava? Minha mãe nem lembra de quem eu sou! - reclamei e Yuina apenas suspirou, se sentando ao meu lado e segurando suas mãos nas minhas.

-Eu sei, e sei que é uma merda! Mas você ficar depressivo não é uma opção, Shin. Não vou te deixar sozinho, tá me ouvindo? - ela disse seriamente. Eu acabei sorrindo, incapaz de conter. Empurrei ela de leve, fazendo Yuina rir.

-Chata, você é muito, muito chata.

-Pode falar que sou uma ótima amiga. Agora, vai logo, eu estou morrendo de fome! - ela reclamou, me fazendo revirar os olhos enquanto eu me levantava da cama e tirava a camiseta que eu vestia para colocar a que ela havia jogado em mim.

-Onde a gente vai, afinal? Que fogo no cú pra sair, Yuina! Final de semana serve para estudar. - eu disse, ajeitando meu cabelo bagunçado na frente do espelho. Não que tenha resolvido alguma coisa.

-Nerdola de merda. - ela zombou. -Vamos ir em um restaurante que abriu aqui perto. 

-Eu não tenho dinheiro.- retruquei e ela deu uma gargalhada.

-Como se eu fosse acreditar muito que o filho de Dynamight não tem dinheiro! - ela zombou. -Vamos logo, criança rica. Vamos nos divertir.

O lugar onde Yuina tinha nos levado era realmente legal. Era um restaurante temático, de dinossauros. Qualquer adulto babaca teria achado bem infantil. Mas eu tinha amado o lugar, e seu que Fuyuki também teria gostado para caramba. Os preços não eram absurdos e a energia do ambiente era agradavel. Eu me senti feliz, pela primeira vez saindo em muito, muito tempo.

Só tinha um pequeno detalhe que Yuina não tinha mencionado até estarmos lá: não seriamos apenas eu e ela. Porque Yu tinha convidado sua melhor amiga de infância para me apresentar. Não que eu tivesse achado ruim, de qualquer forma; a amiga dela, Lily, era extremamente carismática. Ela tinha olhos grandes verdes e um cabelo castanho comprido; a risada de Lily era contagiosa e sincera. Apesar de eu ter olhado feio para Yuina quando chegamos e a encontramos pelas claras segundas intenções com aquela apresentação, Lily era o tipo de pessoa que dava vontade de conhecer e ser amigo.

-Yuina é uma idiota, sabe? - Lily comentou com uma risada enquanto observava nossa amiga sem noção no bar do restaurando, dando encima do garçom descaradamente. Era até meio vergonhoso já que bem do lado estava a mesa de uma familia com três crianças dando risada da vergonha que ela certamente estava passando. -Ela acha que eu tenho que sair mais de casa, conhecer mais pessoas. Que "ficar trancada na minha própria tristeza" não vai resolver nada. - ela riu, me fazendo piscar os olhos surpreso. -Pra ela é fácil, a pessoa que ela ama não morreu. Ela só tomou um pé na bunda mesmo.

-Eu sinto muito. - falei com sinceridade ao entender o que ela quis dizer com aquilo. Meu coração se apertou um pouco olhando para ela; eu entendia perfeitamente o que Lily estava sentindo. Infelizmente. 

-A Yu me contou sobre o seu noivo. Eu também sinto muito. - ela disse com sinceridade. E ela foi a primeira pessoa em quem eu realmente acreditei ao me dizer aquilo. -Meu namorado morreu faz um ano. Câncer. - ela riu, sem nenhum humor. -Dizem que quando você tem tempo para se despedir, a dor é menor. Uma grande mentira! Mas posso te dizer que com o tempo, fica melhor.

Eu suspirei, passando a mão pelo meu cabelo e a fitando.

-Tem dias que isso parece ser mentira. Em que acho que nunca vou superar ou esquecer. Amanhã era pra ser o dia do meu casamento, mas agora, eu tô aqui, sofrendo por algo que nunca mais vou ter. - admiti. Lily deu um meio sorriso triste para mim, estendendo a mão na minha direção e segurando a minha. Seu aperto era carinhoso, confortável.

-Você nunca vai esquecer. Tem dias que vão ser piores que os outros. Mas vai continuar seguindo em frente. E vai superar. E sabe o por que? Porque você ainda não desistiu de lutar. E é isso que importa.

Eu sorri para Lily. E naquele dia percebi que ganhei muito mais do que uma noite para lembrar. Ganhei uma amiga que levaria comigo para sempre 

Meu objetivo é postar mais dois ou três capítulos hoje, então quero muitos comentários sim tá ok? Parem de me odiar e me deem biscoito que juro que vai valer a pena hein!
~Ana

Data: 20/02/23

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro