Excursão Pelo Castelo
Foram os 3 minutos mais longos de minha vida, o silêncio que dominava a sala tornava-se mais e mais sufocante, já não conseguia olhar na direção de ninguém, acabei fechando os olhos, porém com os ouvidos alertas. Podia escutar respirações pesadas, o fungar de Jimmy que não se aguentou e começou a chorar, lamentável, um homem, adulto formado, chorando como uma criança, porém não o julgarei, meu queixo treme querendo revelar meus prantos, falando em respiração, a minha estremece. O zunido começa, sei que coisa boa não vai acontecer, entretanto, a espera e a ansiedade também estão me matando.
– Olá, aqui quem vos fala é seu anfitrião novamente, observei que discutiram bastante, tomara que seus diálogos tenham sido esclarecedores, ou pelo menos tenha servido para uni-los.
Como prometido irei lhes dizer o que acontece a cada meia noite, de uma em uma hora, na verdade já está acontecendo. Sempre que um dos relógios chegarem à meia noite uma cela na masmorra deste castelo se abre, dentro de cada cela tem um assassino louco psicopata, de vários lugares do mundo. Deu um trabalhão sequestrá-los e trazê-los até aqui, só para vocês. Desde que chegaram eles não tiveram contato com ninguém, provavelmente estão sedentos por sangue, como animais famintos. Por todo o castelo existem coisas que facilmente mataria uma pessoa, como os machados presos as armaduras deste quarto em que estão.
Além dos psicopatas à solta, também há armadilhas estrategicamente posicionadas. Este show de horrores começou, dificilmente algum de vocês sobreviverá, mas caso sobreviva, saibam que me encontro aqui no castelo também. Nas próximas vezes em que eu voltar posso ir esclarecendo melhor as coisas, ninguém merece morrer sem saber o motivo. Espalhado por aí tem uma pista o outra, achar e entender fica à mercê de vocês.
Um dos assassinos foi solto, se eu fosse vocês dariam um jeito nisso, caso contrário o castelo vai ficar cheio desses maníacos. Boa sorte!
Eu queria poder ver minha expressão agora, por um segundo a deles pareciam a de pessoas mortas. Impulsivamente Jimmy corre até a armadura que eu havia derrubado anteriormente, pega o machado e se pressiona contra a parede. O resto de nós se encara, eu gostaria de dizer alguma coisa, mas o que?
Sem aviso, inicia-se um pequeno tremor na sala, e por trás de mim uma porta vai se revelando, quanto mais ela se abria, mais eu desejava ter morrido antes de ter noção de tudo isso que se iniciou. Parece que aminha vida voltou a passar diante de meus olhos.
– Eh.. acho que deveríamos dar o fora daqui, a porta se abriu e essa é nossa chance de escapar.
– Com certeza Spike, saímos daqui e depois? Morremos para um maníaco? É isso?
– Então me diga se tem uma ideia melhor senhor Johnson, conte-nos o seu plano...
– O plano é ficarmos juntos, não podemos imediatamente sair correndo só por que a porta abriu. Vamos fazer como o Jimmy ali, peguem qualquer coisa que sirva como uma arma e aí sim damos início a algum plano.
– Não quero interromper o papo dos machos, mas estas resoluções momentâneas não vão salvar o grupo!
– Escuta aqui o Isabella, sei que a sua intenção é plantar a intriga entre nós, a simples composição daquele seu pensamento já instiga o caos aqui, não me venha dizer que pode ter traidores, não derrame seu veneno em nós!
– Me senti ofendida Johnson, seu machismo não lhe permite olhar além da situação.
– Parando para pensar ela até pode estra certa Johnson, veja bem, sei que esse anfitrião já nos observa pelas câmeras, porém ter alguém entre nós que de alguma forma passasse informações, seria mais fácil para ele controlar a gente.
– Sim Lauren, a Isabella pode estar certa, não é impossível, entretanto não devemos nos mobilizar em brigas internas para descobrir se há ou não alguém! Na verdade, já estamos brigando por isso!
– Johnson está certo! Nada de brigas por causa disso!
– Virou nossa líder Alyssa?
– Não Isabella, só quero sobreviver, e para sobreviver precisamos um do outro.
– Agora que temos uma conclusão, ou quase isso, gostaria de saber com quem está o relógio que se aproxima das 00:00? Pelo que sabemos todos possuem 1 hora de diferença um do outro, então o próximo relógio deve faltar menos de 60 minutos agora!
– O meu relógio Bruce.
– Certo Jimmy, e quanto tempo até às 00:00?
– 55 minutos.
– Precisamos ir logo!
– Não achei nada que servisse como arma, mas posso me virar muito bem no corpo a corpo!
– Quem diria hem Denner, lutar não parece algo que você faça.
– Sem elogios Spike, vamos logo.
– Certo, vamos indo então!
– Mas Alyssa, o Steve não está se mexendo, ele ficou assim desde que a porta começou a abrir.
– Ei, ei Steve?? Acorda, precisamos nos mexer, vamos dar o fora dessa sala!!
– Mas o que.... Alyssa? – Me perdi em meus pensamentos.
– Vamos Steve, estamos de saída. – Estamos não, já se foram, não tem mais ninguém na sala.
– Pelo jeito não pegou toda a discussão que tivemos agora. – Como ela consegue parecer tão otimista?
– Não, do que se tratava?
– Desavenças, e cada um teria que conseguir alguma coisa para se defender. Você dormiu aí e ficou sem nada. Não se preocupe, daremos um jeito. – Pelo jeito ela garantiu um machado.
– Alyssa, por acaso você é ou já foi das Forças Armadas americanas? – Preciso saber!
– Hahaha!! Não, por quê? – Sério que não??
– Nada não, só curiosidade.
– Queria fazer uma pergunta também...
– Faça! – O que será?
– No que estava pensando tão profundamente que se ausentou deste mundo?
– Estava pensando no meu pai, em como ele morreu, e em como a minha morte pode ser parecida com a dele.
– Não seja negativo. – Você que é otimista demais – Mas como o seu pai morreu?
– Assassinado pelo Buddha Puzzle, meu pai se tornou uma das “obras de arte” daquele monstro.
– Que horrível! Realmente este serial killer chocou o mundo, tantas mortes num período de tempo tão curto.
– Avisei meu pai, pedi para que ele se mudasse, deixasse Manhattan para trás, porém ele só queria saber do trabalho naquele maldito escritório, no final das contas, ele morreu por orgulho.
– Ele era advogado?
– Sim, ele era o dono do escritório.
– Willians Collins? – Na verdade acho que ela é do FBI!
– Como sabe?
– O livro, Na Ilha do Purgatório. O ex-policial menciona que foi solto pelo seu pai.
– Sim, o livro. Nunca tive coragem de ler. – Apesar de ter comprado.
– EI, VOCÊS DOIS!! Não vem?? Estamos esperando para iniciar o tour. – Tour? Está pensando que viemos para tirar fotos, Spike?
– Vamos Alyssa, daqui a pouco eles partem sem nós.
Ao pisar fora da sala confesso que me surpreendi, esperava uma outra sala enorme bem maior que a anterior, ou um grande salão que dava acesso a escadarias, porém, cá estamos, na cozinha, e tudo indica que podemos nos servir.
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