A Primeira Meia-Noite
– Ei, Steve? Acorda Steve!! Precisamos resolver essa merda! Steve??
– Ahh, oi! Desculpe Alyssa, vamos. – Estou perdendo a noção, já tinha me convencido da morte antes, mas agora é diferente, o medo tomou conta de mim.
– PESSOAL!! É importante manter a calma e pensar no que fazer, entrar em pânico só vai satisfazer seja lá quem for essa voz. Juntem-se aqui em círculo, por favor. – Alyssa é boa nisso. Preciso falar alguma coisa também.
– Ela está certa. Acho que se apresentar é o primeiro passo, eu sou o Steve, e ela é Alyssa.
– Bruce.
– Denner
– Jimmy
– Kristin
– Lauren
– Johnson
– Spike
– Isabella
Aí está ela, o clima só fica mais pesado, apesar dela nem ter olhado para mim, sua conveniente presença é um sórdido detalhe dessa situação que mais parece um pesadelo.
– Como o desgraçado da voz comentou, temos relógios no pulso. Segundo ele, à meia noite de cada relógio vai acontecer alguma merda. Chequem os horários, o de quem vai chegar à meia noite primeiro? – Se ela perguntou quer dizer que o dela não pode ser, o meu também não é.
– O meu! – Quem era esse mesmo?
– Qual era seu nome mesmo colega? – Melhor perguntar do que errar.
– Johnson.
– Quanto falta para meia noite no seu relógio?
– 45 minutos! – Perfeito, a angústia só aumenta.
– Vamos morrer, não, não! Primeiro no cruzeiro e agora nessa porra de castelo!! Castelo?? Aonde estamos que tem um castelo? Inglaterra? Eu só fui jantar, porque acordei aqui com vocês? Isso é demais pra mim!! – Esse cara é a personificação do que pensamos.
– Jimmy correto? Se acalme, temos que pensar e colher o máximo de detalhes possíveis antes de começarmos a agir. – Vou perguntar se Alyssa fez parte das Forças Armadas.
– Ingenuidade sua pensar assim. Desta vez vamos morrer com certeza, – e lá vem a Isabella – encontrar vocês é um sinal de azar. Há 6 anos atrás sobrevivemos, pura sorte, semelhança ou não, a “situação” trouxe as mesmas pessoas. Quero dizer que... – me encarando com ódio, vai soltar seu veneno em mim – ...existe alguém aqui dentro que compactua com o cara da voz, e desta vez ninguém escapa. Sem falsos heróis. – Sabia, me acusou!
– E quem seria você mesmo?
– Isabella! E você é Alyssa certo? Discorda de minhas palavras?
– Não discordo, contudo, acusar uns aos outros só vai cumprir com o prometido.
– Que seria?
– Nossa morte! Sem dúvida fomos jogados aqui para morrer.
– Meninas, pensando aqui nesta discussão, existem duas pessoas que estavam conosco na cabine do cruzeiro, e que não deu as caras. – Bem sacado Spike.
– Verdade! O velho bilionário e o filho dele. E a moça que morreu baleada. – Espero que não seja o fantasma da moça morta. Droga, não é hora de humor negro!!
– Certo Lauren, dessas 3 pessoas que você mencionou, 2 morreram, só nos sobra o filho do velho. Se não me engano o nome dele é Javier! – Bingo Bruce.
– Viram só? É só manter a calma e pensar que as respostas começam a aparecer! – Alyssa não se aguentou parada, está passando a mão nas paredes, aparentemente procurando respostas “concretas”.
– Perfeito, sabemos quem foi, e de que adianta? Isso vai salvar todos nós? Por acaso o tal filho queria criar um mistério? E a resposta certa seria nossa passagem para fora daqui? – que nostálgico, olhando bem, Isabella não mudou nada, ainda cruza os braços quando fica emburrada – Para de olhar pra mim seu babaca!!
– ........ – Melhor nem falar nada, esses pormenores da Isabella só alimentam a discórdia.
– Ninguém vai dizer nada sobre o que eu comentei anteriormente?
– O que Jimmy?
– Como assim “o que”? Steve, você não prestou atenção? Falei desse castelo, estamos na Inglaterra ou em qualquer outro país, bem longe de casa!!
– Steve, me permite? – Eu não saberia responder mesmo!
– Claro, é...
– Denner! – esse é sinistro, cara de nerd psicopata – Convenientemente, juntando os detalhes proporcionado por cada um como, o filho do bilionário, o fato de estarmos presos na cabine aquele dia, e a voz dar-nos as boas-vindas ao castelo só reforça uma coisa. – viu, nerd – Ainda estamos nos EUA, Kaleb Griffin construiu um castelo cerca de 4 anos atrás, ele era o melhor no ramo da arquitetura e engenharia, todos aqui devem saber como ele se tornou tão rico, certo!? Pois bem, o senhor Griffin quis encarar o maior desafio de sua vida, construir um castelo, um marco em seu próprio histórico de construções mirabolantes.
– E como sabe tanto sobre? – Pergunta Jimmy mais calmo, saber que ainda estamos nos EUA deve ter o aliviado. E lá vem Alyssa, parece que não descobriu nada pela sala.
– Eu leio, qualquer informação pode ser valiosa um dia, e meu conhecimento na construção deste castelo prova isso. – Esse Denner sabe muito das coisas, suspeito!
– E você sabe nos dizer a localização deste castelo, Denner? – Perguntei por perguntar, não vai nos ajudar em nada.
– Na fronteira dos EUA com o Canadá.
– Estou curiosa sobre uma coisa Denner! – Que voz linda, não só a voz. Os anos fizeram muito bem a ela, pelo que me lembro, ela não era bonita assim antes. Pena que estamos nessa situação, caso contrário...
– Diga Kristin.
– O quão grande é este castelo, digo, todo castelo é grande, porém esse aqui se compara a qual por exemplo?
– Respondendo em metros quadrados talvez não traga muito sentido a vocês – nos chamou de burros – , este castelo possui mais ou menos 3 vezes o tamanho do castelo real da coroa inglesa, a rainha Elizabeth demoraria 1 dia inteiro indo de uma ponta a outra deste castelo. – O que foi isso? Uma piada nerd?
– Isso é PER-FEI-TO! Nunca estive num castelo antes, e agora que estou dentro de um, vou morrer nessa sala empoeirada sem desbravar o lugar. – Pronto, cada um resolveu fazer uma piada agora, muito boa Isabella. Eu deveria ter feito a minha piada da moça morta, o que poderia ter dado errado?
– Pessoal!!
– O que foi Johnson??
– Faltam 3 minutos para a meia noite.
O clima que finalmente tinha ficado mais descontraído volta a se tornar tenso, a expressão de choro molda o rosto de Jimmy, Isabella abaixa a cabeça, Alyssa serra os punhos, Bruce coloca as mão no bolso, Kristin junta as mãos para rezar, Johnson cobre o relógio apreensivo, Spike se senta no chão, Denner arruma o óculos no rosto, Lauren me encara, e eu, bom, a encaro de volta, dá um nó na minha garganta e sinto o meu coração disparar, os sentimentos se misturam, meus ouvidos se aguçam esperando a voz no alto falante ecoar pela sala.
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