Lauren só conseguia chorar e tremer, e ele continuava apalpando-a, a mão dele vai descendo mais...meu Deus aonde nos metemos!? Ele está esperando a resposta, pacientemente e indiferente ao desconforto que a pobre Lauren sente, o cretino apresenta sua hostilidade de forma repulsiva. Ainda não faço ideia de como ele entrou aqui!
    – Su...suponho que você seja o Darwin? – Respondo perguntando e quase gaguejando no processo.
    – Sim, o próprio, fico honrado em saber que me conhecem! Me viram por algum jornal? – Ele não sabe dos livros?
    – Sim...por favor solte a Lauren!
    – Lauren? Lindo nome moça! – O canalha diz isso esfregando seu rosto na cabeça dela. – Nosso amigão Steve se preocupa com você, será que é só ele? – Sua intenção é de provocar os outros? Quer com que se sintam culpados? – Vocês não são amigos dela?
    – Diga o que quer seu bastardo! – Isabella vem pronunciando tal insulto a um cara armado e com uma refém, o que ela tem na cabeça? O machado que ela carrega com sigo não seria eficiente agora, não a distância!
    – Cuidado como fala comigo moça, logo é sua vez de estar aqui em meus braços! Hahaha!
    – Calma Darwin, não se ofenda, vamos resolver numa boa!
    – Desculpe Steve, não posso, estou com pressa, fiquei preso na masmorra esperando que alguém me soltasse para que eu fizesse o que eu gosto de fazer...matar! Precisamos resolver nossas pendências aqui, a morte não espera!

    Percebo que todos estão se preparando para correr, estão distanciando as pernas umas das outras e flexionando levemente os joelhos, só aguardando qualquer distração do assassino, e quando um começar a correr, os outros vão atrás. O que eu não pude prever é que ele havia percebido antes de mim, e com um enorme sorriso, atira na boca de Lauren. Os miolos se espalham por todo lado e cobrem Darwin quase por inteiro, minha única reação ao tiro foi uma forte piscada de olhos seguida de uma contração muscular, - como se eu me encolhesse - ao olhar novamente, Darwin parecia feliz ao se banhar no sangue, e todos na sala corriam em direção a saída da biblioteca, Spike foi o primeiro a correr e abriu caminho para os demais. Alyssa puxava minha blusa enquanto corria também, só consegui fugir sem fazer nada... o que eu considero problemático, ou na verdade nem seja um problema, foi um extremo alívio de ter acontecido com outra pessoa e não comigo, por um instante cheguei até sentir a situação deveras artística.

    – Continua correndo Steve, não olhe para trás!!
    – C-Certo Alyssa..., mas para onde estamos indo?
    – Apenas siga os que vão na frente!

    Saímos correndo pelo corredor a fora, as várias outras portas foram deixadas para trás, nem sequer cogitamos em entrar. Spike que seguia na frente parou logo após ter virado à direita e entrado em uma grande porta que se encontrava embaixo de uma curta escadaria sem saída que terminava em uma parede, na porta, perfeitamente talhada, com uma mulher seminua estampada por toda a madeira. Estávamos numa espécie de atelier, muitas pinturas acabadas e inacabadas, materiais de todos tipos desde tintas a argila, pequenas e grandes estecas de modelagem para madeira, martelos, pregos, etc; parecia que alguém recentemente havia passado por ali, o cheiro da tinta era fresco. Alyssa percebeu por marcas deixadas pela poeira que, uma pequena estante estaria fora do lugar e foi movida recentemente também, ela rapidamente averiguou e viu que se tratava de uma porta secreta, nos entre olhamos ainda sem falar nada e decidimos entrar. O caminho era estreito e cheirava mal, na minha frente, quase que colado a mim estava Isabella, eu andava agachado de cabeça baixa, para não dar motivos dela me questionar. O caminho se estreitava mais e a fraca luz que nos iluminava ia sessando, antes que isso acontecesse eu vi uma coisa...cobras rastejavam para fora de pequenos buracos ao longo da passagem, os gritos começaram. Sequer tínhamos nos recuperado de um choque e veio outro.