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E a treta começa agora, mas primeiramente, vamos saber como nosso JungKook estava se sentindo.
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Jeon Jungkook
Treze anos, foram treze anos apenas vivendo.
Minha vida parou de fazer sentido, quando Jimin foi embora três semanas depois do cio. Procurei o ômega em casa, mas os pais dele me disseram que não sabiam onde ele estava. As palavras vazias e falsas, me deram uma ideia de que Jimin havia sido expulso de casa, essa era a vontade dos pais deles, eles só estavam esperando o momento certo para isso.
Ter passado o cio comigo foi o motivo? Sim. Esse era um bom motivo, pois o ômega já tinha me contado os planos que os pais tinham para ele, casar ele com algum alpha era uma ótima oportunidade para tê-lo longe da vida "perfeita" deles, mas como o ômega já não era mais virgem, eles usaram isso para com certeza expulsá-lo.
Procurei por ele em toda Seul, mas não encontrei, mas meu lobo vivia aflito e ansioso, desde então. Eu contei, todos os primeiros duzentos e sessenta e seis dias sem ele. E nesse dia em especial, dia 01 de março de 2007 eu senti uma euforia sem igual do meu lobo, algo estava acontecendo, mas eu não sabia o que. Então os dias foram se passando, e completados dois anos sem Jimin, minha mãe me forçou a um casamento.
Eu só me casei com Kim Ming-Ji, por causa da ameaça que ela recebeu do próprio pai, que dizia na época que a mataria sem pensar duas vezes.
O casamento era uma total farsa, e a mídia não fazia nenhum esforço para descobrir a verdade, porque eu e ela fingimos bem durante todos esses onze anos. Ming-Ji havia virado uma grande amiga, então nós dois fazíamos de tudo para ver um ao outro bem. Eu a ajudava a resolver os problemas na empresa do pai, e ela me ajudava a me manter calmo perante algumas crises de choro e de raiva que eu tinha às vezes.
Meu lobo a enxergava como uma grande amiga e também irmã.
E falando em irmã, Na-Yoon e Soo-Wa sempre vinham me visitar. As duas me faziam muito bem, como Ming-Ji também fazia, elas ocupavam a minha mente com outras coisas, além do trabalho exaustivo que eu tinha na empresa. O meu casamento com Ming-Ji duraria mais alguns meses, já que quando o pai desta morresse, ela estaria livre da ameaça, pois o velho já nem conseguia falar, imagine ligar para algum assassino de aluguel?
Mas recentemente, meu lobo voltou a ficar aflito. Outra vez, alguma coisa tinha acontecido, mas como sempre eu não sabia o porquê. Eu estava em uma visita de negócios em Daecheon, quando minha mãe me ligou. Estranhei, porque ela raramente me ligava, e quando ligava, era quando estávamos em dia de feriado.
Como estava na sala de reunião com o CEO da empresa que faria negócios, pedi licença e saí da sala junto com a minha assistente. Quando atendi, esperava como sempre, que ela falasse que eu tinha uma festa "importante" para ir, mas quando ouvi o nome de Jimin, senti aos poucos meu lobo tomar conta de mim. Disse a minha mãe que já estava indo, e encerrei a ligação, não me importando em ter desligado na cara dela. Entrei na sala de reunião novamente e educadamente pedi que a reunião fosse marcada para outra hora, Jae-Kyung não perguntou nada ao me ver no estado que estava, então rapidamente saí dali. Quando entrei no carro, pedi ao meu motorista que fôssemos embora, e a minha assistente, que mandasse uma mensagem a minha mãe, pedindo a localização da onde ela estava.
Soltei um rosnado quando a voz baixa da minha secretária disse a localização ao motorista. Ela estava no hospital onde temos um plano de saúde, o hospital Med Seul. A viagem de volta se resumiu a mim extremamente aflito, ansioso e nervoso.
Jimin havia voltado? Onde ele estava? Como ele estava? Estava bem?
Essas perguntas rondavam minha cabeça sem parar, e isso estava me deixando louco! Quando o carro estacionou na frente do hospital, desci com pressa logo entrando. Vi minha mãe sentada na recepção, e assim que ela me viu se levantou e disse algo para Taemin, e saiu. O alpha aos poucos se aproximou, e pediu que eu o acompanhasse, então seguimos até uma sala de reunião. Ele disse para esperar e fiquei ali sozinho por dez minutos.
Quando minha mãe entrou junto ao meu pai e Na-Yoon, senti o cheiro do medo dela, e o olhar de culpa e ressentimento, me deixou confuso. Continuei sentado vendo minha irmã se aproximar e ficar ao meu lado, meu pai se sentou no meio da mesa de doze lugares, e minha mãe ficou na ponta da mesa. Taemin entrou na sala e ficou ao lado do meu pai, segurando uma pasta. Soltei um suspiro e respirei mais fundo, fixando os olhos em minha mãe, que ficou tensa.
— Onde está o Jimin? — Perguntei a ela que respirou fundo antes de falar.
— Está aqui, na UTI — Reprimi um rosnado, olhando momentaneamente para Na-Yoon, pedindo com o olhar, para que ela fosse buscar os meus calmantes, porque eu sabia que ia perder totalmente o controle. Assim que ela saiu pela porta eu pedi que minha mãe continuasse.
— Eu estou envolvida com o sumiço repentino de Jimin. — Travei meu maxilar e apertei com força a borda da mesa de madeira.
— Eu descobri, que vocês dois tinham passado o cio junto, e a gravidez dele, através de uma amiga, que o viu num laboratório. — Minha mãe abaixou a cabeça mexendo na aliança de ouro.
— Eu fui até a casa dos pais dele, e contei tudo, desde a amizade que vocês tinham, a paixão, e também sobre o período do primeiro cio do Jimin. Ele foi expulso e, aproveite disso para poder se livrar dele. — Fechei meus olhos respirando fundo mais uma vez.
— A antiga casa da sua tia em Busan, foi para onde eu o mandei. Pedi que um empregado de confiança, ficasse o vigiando, e ele seguia Jimin no trabalho de garçom, nas consultas que ele fazia em um hospital público, no mercado, em lojas, em todo lugar. No dia primeiro de março de 2007, às cinco em ponto da manhã, Jimin deu à luz a Ha-Neul, uma alpha lúpus. — Na-Yoon entrou na sala, me entregou meu remédio, e eu o tomei a seco.
— Nesses treze anos inteiros, Jimin sempre foi vigiado, foi assim que fiquei sabendo que ele estava internado, depois de ter sofrido um ataque de um alpha no cio. — O copo de plástico na minha mão foi totalmente amassado, e eu não segurei o rosnado que veio do fundo da minha garganta, do fundo da minha alma.
— Olha o que a sua ignorância fez mamãe. — A mais velha tremeu assim que usei a minha voz de comando.
— Me separou do meu ômega, e ainda por cima o impediu de me contar que estava grávido, de que teríamos um filhote. Me deixou quatorze anos longe dele, me viu sofrer e o que você fez para me ajudar, o que fez mamãe? Me amarrou num casamento arranjado!
— Mas você aceitou o casório de bom grado!
— SÓ ACEITEI PORQUE MING-JI ESTAVA SENDO AMEAÇADA DE MORTE PELO PRÓPRIO PAI! — Gritei e todos na sala arregalaram os olhos, assustados e surpresos.
— A-ameaçada? — Mamãe perguntou assustada, tentando mudar de assunto, mas não liguei.
— Isso é assunto para outro momento. Agora eu quero saber o que você tem na cabeça para ter feito isso! — Perguntei fazendo ela travar no lugar, outra vez. Ela abaixou a cabeça se recusando a falar, mas eu já sabia muito bem o porquê.
— O fez sumir do mapa, por causa do seu nome? Pela sua reputação que você preza mais do que a própria família? Mamãe, mamãe, a sua super proteção para cima de mim e de Na-Yoon não passava de uma farsa. Você só queria manter os filhos longe de outras pessoas, que talvez pudessem arruinar e manchar a sua imagem e nome, de boa moça!— Disse tudo, e no final soltei um rosnado.
— Você mesma manchou o seu nome fazendo isso. — Ela arregalou os olhos, que estavam marejados.
— A mídia nunca vai saber sobre isso! — Ri com escárnio, ao vê-la negar.
— Mamãe, nada escapa da mídia. Se eles nunca souberam antes, porque você acha que agora não? — Ela se desesperou, e correndo saiu da sala de reunião. Rosnei batendo minha mãos na mesa, assustando Taemin, Na-Yoon me abraçou e meu pai se aproximou, se sentando ao meu lado. Um sentimento de inutilidade me bateu, e o choro não demorou a vir. Me sentia inútil, por não ter percebido que minha mãe era a autora, a culpada disso tudo, e por não ter procurado Jimin em outros lugares. Quando meu choro passou, direcionei o olhar para Taemin. Ele se aproximou e deixou nas minhas mãos uma pasta. Devagar abri a pasta, e dela tirei alguns papéis.
Um exame de sangue que mostrava um hormônio específico, e no final do papel a palavra positivo em negrito. Vários ultrassonografias, uma certidão de nascimento, e o laudo médico da situação de Jimin. Tremendo, deixei os papéis em cima da mesa, e pedi que Taemin falasse sobre a situação dele.
O ômega teve uma recaída hoje de manhã, e isso significa que o corpo dele estava sucumbindo à dor, e aos poucos parando. Ele precisava receber uma marca em cima da outra, mas para isso funcionar, ela teria que ser a de um alpha lúpus, a minha. Meu lobo estava louco, queria ver o ômega e tudo, mas eu queria ver minha filha.
Eu tinha uma filha. Uma filha de treze anos de idade, que eu nunca tive oportunidade de ver crescer.
Taemin me aconselhou a ir ver minha filha primeiro, e meu pai e Na-Yoon, me acompanharam. Taemin nos levou até o grande jardim que o hospital dispunha para os pacientes, e me deixaram sentado em um banco. Ali eu fiquei, até sentir uma mistura de cheiros, que não sentia a muito tempo.
A mistura do meu cheiro com a do Jimin, eucalipto e hortênsias.
Olhei para o lado que o cheiro vinha, e a vi. Meu lobo ficou agitado, e os meus olhos ficaram marejados. Me levantei e andei em direção a ela que parou no meio do caminho. Quando me coloquei diante dela, um sorriso aos poucos rasgou a minha face. As lágrimas começaram a cair e as minhas mãos automaticamente, foram até os braços dela.
Park Ha-Neul, era a minha cara, disso eu tinha certeza.
Acariciei os braços dela, e depois coloquei minhas mãos no rosto dela, apertei as bochechas e passei as mãos nos cabelos escuros e compridos. Os olhos escuros e grandes, como os meus, observavam as minhas ações, e aos poucos eu deixei minhas mãos caírem ao lado do meu corpo, me ajoelhando diante dela, a abraçando.
Escutar os batimentos tão ritmados dela, fizeram os meus lábios tremerem.
Devagar, senti as mãos dela em meio aos meus cabelos, fazendo um carinho. Olhei para cima, vendo os olhos escuros e redondos me observando.
— Eu imaginei que o senhor não era muito emotivo. — Ela disse eu ri, fungando.
— Na época da escola, eu era um durão sim, isso por causa do seu omma, ele sofria bullying, mas depois que ele "sumiu", era sempre normal me achar chorando por aí. — Disse vendo ele se ajoelhar no chão, se infiltrando, entre os meus braços, me abraçando. Olhei para o rostinho espremido no meu peito, e os olhos dela estavam marejados.
— Ele precisava tanto de você, mas eu sei que não é culpa sua. Eu sentia falta de algo, que era ter você conosco, mas eu nunca perguntei, porque o omma estava sempre ocupado trabalhando duro, para cuidar de mim, e mesmo cansado, quando ele chegava em casa, ele sorria para mim. Sorria como se estivesse olhando para a coisa mais preciosa que ele tinha na vida. — Ela disse, desabando em um choro dolorido. Me levantei do chão, trazendo ela junto, peguei ela no colo, acariciando as costas dela.
— Me desculpe, me desculpe por não estar lá. — Pedi baixinho, sentindo ela me apertar ainda mais. Beijei os cabelos longos e escuros dela, e voltei para dentro do hospital. Topei com Na-Yoon no corredor, ela não disse nada, mas sorriu pequeno na minha direção. Eu carreguei minha filha no colo, até chegar ao elevador, onde Taemin nos esperava.
Estávamos indo para UTI.
Quando chegamos no andar, o silêncio do lugar era meio perturbador. Algumas enfermeiras andavam pelo corredor, mas nem barulho elas faziam. Coloquei Ha-Neul no chão, e Na-Yoon veio a abraçar de lado. Taemin nos guiou até uma porta, e em frente a ela, eu senti o cheiro, agora fraco do ômega. Lee disse, que eu ia entrar sozinho, ele disse que depois ia explicar como iria funcionar o procedimento para eu poder marcar Jimin.
Devagar eu empurrei a porta de correr para o lado, e entrei. A luz natural que invadia o quarto, iluminava a pele pálida do acastanhado, que estava dormindo profundamente, vários aparelhos estavam ligados ao corpo dele, e o que mais chamava atenção, era a máscara de oxigênio. Os cabelos um pouco longos, caiam em frente aos olhos fechados, as bochechas que eu lembrava serem tão cheias, não estavam mais ali. Entre o ombro e o pescoço, estava um curativo, e logo percebi que era ali que a marca forçada estava.
Senti meu lobo se remexer incomodado, ele não gosta de ver o ômega nessa situação. O nosso ômega.
Eu me aproximei da cama hospitalar, e com sutileza, segurei a mão de Jimin. Nunca pensei que eu iria reencontrar ele assim.
— Me desculpe Jimin, eu fui um inútil. Eu me afundei na minha dor, mas você se reergueu. — Falei acariciando a mão do ômega.
— Criou tão bem a nossa filha, e, ah, essa é uma palavra nova para mim. A ficha, de que eu tenho uma filha de treze anos, ainda não caiu. Com certeza foi difícil criar ela sozinho, eu sei o quanto a vida é dura, mas o sorriso da nossa filha deve ser o melhor remédio do mundo. — Disse olhando o quarto, vendo o sol da tarde iluminando o quarto.
— Não vejo a hora de ver o seu sorriso, olhar nos teus olhos, e dizer que eu te amo. Minha mãe deve ficar se remoendo, por ver que pode ter se passado treze anos, mas que eu ainda continuo te amando — Disse tirando a franja que cobria os seus olhos. Olhei a face serena do mais novo, e sorri de novo, me abaixei devagar, deixando um beijo casto na testa dele.
— Eu te amo Jimin.
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Esse é o capítulo cinco todinho na visão do JungKook. Vemos com clareza, que a mídia só estava esperando um podre da Ji-Hyo aparecer. A tão perfeita Jeon Ji-Hyo, no final não era tão perfeita assim, egoísta, ela só pensava em si mesma e na reputação a zelar. (Não revisei as notas, preferi deixar elas assim!)
É isso e até!
#rosquinhas
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