Desespero
-Eu quero te apresentar uma pessoa - falo para Hoseok segurando em sua mãozinha
-Quem é? - pergunta fraco. Olho para trás pedindo que Namjoon se aproxime e me volto para ele
-Lembra quando me perguntou quando seu papai iria voltar para voltarmos a ser uma família novamente? - meu pequeno afirma - Este é seu pai, meu amor. - sorrio, meu filho sorri para o homem atrás da minha cadeira
-É sélio? - rimos
-Muito sério, foi esse seu desejo?
-Desde semple - sussurra - vocês estão juntos?
-Sim / Não. - olho para Namjoon que sorri abobado olhando para Hoseok, esse não foi o combinado.
-Vamos podê ir no paquinho - como lidar com a fofura dessa criança?
-Você quer ir agora?
-Eu poxo? - arregala os olhos brilhando
-Namjoon não
-Ah qual é Ailee, um passeio não fará mal a ninguém - me levanto
-Namjoon, Hoseok ainda está muito fraco, ele não pode ter fortes emoções e muito menos pegar vento, não!
-Ailee, todo ser humano precisa de um ar fresco, de um passeio, quem sabe ele até não melhore? Hm? - me da um selinho rapidamente e me afasto num pulo
-Não faça isso novamente, respeite Hoseok e me respeite, ao menos isso.
-Foi só um selinho Ailee, você não morreu por causa dele. Vamos filho?
-Namjoon...
-Relaxa Ailee. - Namjoon pega Hoseok no colo com facilidade o colocando na cadeira de rodas, encaixa o equipamento respiratório na cadeira e me olha - Estamos prontos. - desço meus olhos para meu filho que sorri fraco e cansado, há dois borrões pretos embaixo de seus olhos. Ele está feliz com essa ideia de Namjoon, mas meu coração aperta, porque eu estou com essa sensação?
Vamos para o jardim do hospital e no caminho ouço vários suspiros de Hoseok encantado com a beleza do local. Namjoon me abraça de lado guiando a cadeira com a outra mão
-Viu como não é tão ruim? Você devia pensar menos e agir mais.
-Foi graças a esse seu conselho que Hoseok nasceu.
-E foi ótimo quando fizemos ele, não? - pergunta baixinho recebendo um tapa no braço, ele ri - Vai dizer que não? Você se lembra?
-Namjoon só cala a boca e presta atenção no que faz.
-Imagina nós três morando juntos. Você mora com mais alguém?
-Só nós dois.
-No apartamento?
-Eu tive que sair do apartamento e vender o carro para pagar as contas do hospital e os remédios do Hoseok. Minha mãe ia comprar uma casa pra mim mas acabei ficando na antiga casa dele que é perto daqui. - recebo um beijo na cabeça - Já disse que não preciso de piedade.
-A famosa chance de ontem, onde está? - suspiro - Então filho, está gostando? - saio do abraço dele e vou ver meu pequeno que segura a cadeira, Namjoon para na sombra. Me desespero quando vejo Hoseok tentando respirar, oh não! Mas que porra!
Encaixo o tubo que havia caído da máquina no aparelho
-Puxa filho! Por favor! - minha criança tenta mas não consegue - ALGUÉM ME AJUDA! - grito, Namjoon pega a bombinha de oxigênio e tenta ajudá-lo, mas não surte efeito.
-O que está havendo aqui? - olho pro mesmo babaca de ontem se aproximando de nós
-Ajuda meu filho, por favor. - imploro enquanto as incontroláveis lágrimas caem.
De volta para dentro do hospital as pressas, apenas eu entro na UTI, vejo as mesmas cenas traumáticas de antes se repetir e meu coração morrer aos poucos. Rezo, peço, imploro, faço promessas, peço perdão a Deus. Me julguem, eu não me importo, eu tenho fé Nele, e sei que meu filho ainda está aqui por que não é hora dele partir, mas esse castigo de vê-lo assim todos os dias acaba comigo, é uma tortura, e eu desgraçadamente não posso fazer nada além de esperar.
Eu nunca soube o porque de muitas mulheres dizerem que dariam a vida pelo filho, na verdade nunca entendi, e mesmo que eu quisesse entender na época, eu não poderia. Meu filho é tudo pra mim, não me arrependo de nada do que fiz por ele até hoje, e faria muito mais se pudesse, inclusive, dar minha vida pela dele.
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