Zero
Olá, se você chegou aqui, já sabe que minha outra conta foi "excluída pelo sistema". Então, apesar de não ter perdido a história, perdi a contextualização, A História da História, e terei que a refazer. Porém, farei isso em alguns dias, não de modo imediato, pois a prioridade é a história. Obrigada por dar uma chance às minhas histórias, e espero que se divirta com as aventuras de Alexia nesse romance.
Não se recordava da última vez que se arrumara assim. Alexia sorriu para o espelho, satisfeita com o resultado. Os cabelos, agora crescidos, caiam sobre os ombros, com luzes discretas em todo o comprimento. Os olhos verdes estavam realçados por um delineador e rímel. A boca se encontrava pintada em um tom de vermelho que beirava ao vinho. O vestido rosê lhe conferia um ar romântico próprio de si. Estava bonita, não, melhor, estava deslumbrante. Queria que as irmãs estivessem naquele momento para elogiá-la. Riu com seu pensamento, e tratou de organizar as maquiagens que estavam espalhadas pela penteadeira.
-Hoje é um dia especial. – Falou para si mesma, confiante, enquanto saia do quarto à procura de seus saltos.
Suspirou aliviada, minutos depois, ao perceber que tinha se arrumado a tempo. Não se atrasaria, não dessa vez. Era importante. Todas as oportunidades que tinha para estar ao lado de Caíque eram. Mas essa ocasião era ainda mais. Seis meses de namoro, e parecia estar nas nuvens. Nunca amara alguém como o amava. Nem mesmo Jaime, que por um tempo parecera ser a pessoa certa e demonstrara, em pouco tempo, ser totalmente desprovido de empatia. Ou Bernard, o europeu de sotaque charmoso que desapareceu em menos de duas semanas de contato. Não, dessa vez era especial, era único. Era amor.
Esse era seu pensamento ao dar partida no carro, rumo ao restaurante combinado para o encontro. Lembrou-se das irmãs, e sorriu internamente. Alessandra estava na África com André, haviam conseguido entrar em um projeto social que envolvia a educação de crianças carentes. A irmã mais velha era realmente feliz, em um estilo de vida totalmente diferente do qual estava acostumada. Alice e Pedro estavam em uma segunda lua-de-mel, finalmente na Noruega. Sentia o peito apertar de saudade da irmã do meio, sua gêmea do coração. Não gostava de saber que estavam brigadas quando ela viajara, por causa de sua má opinião sobre Caíque. A irmã estava errada, sabia disso, mas ainda assim não gostava da sensação de estarem se distanciando. Não queria que fosse assim.
Entre tantos pensamentos e emoções, ela dirigiu até o restaurante Le Blanc, o único em estilo francês na cidade, o mais caro. Ele já deveria estar lá, sempre se adiantava. Conferiu novamente o relógio, orgulhosa de si. Dezoito e cinquenta e nove. A primeira vez que chegava pontualmente em algum lugar. O namorado a ajudara nesse quesito, e em tantos outros, refletiu com um suspiro. Pegou sua bolsa no banco do passageiro, fechou o carro, e foi até a entrada do restaurante, deslumbrada com a beleza do local. Não era realmente um restaurante de primeira classe, mas para a sua cidade, era o mais glamoroso. Olhou em volta à procura do namorado, não o encontrou.
Ele não estava lá. Era um fato estranho, confessava a si mesma. Talvez tivera algum contratempo, tentou se convencer, enquanto sentia as mãos suarem pela ansiedade. Ele não a deixaria na mão, não naquele dia. Buscou uma mesa desocupada, perto de uma janela, e se sentou, sentindo o coração se agitar.
-Senhorita, o que vai querer? – Perguntou o garçom, sorridente, e ela quis pedir algo forte, mas se conteve. Era melhor ter a certeza de que ele viria, não conseguiria pagar uma bala por sua conta naquele lugar.
-Estou esperando meu acompanhante. – Respondeu, enquanto procurava seu celular para ter a certeza de que ele não enviara nenhuma mensagem cancelando o encontro.
Não havia nenhuma mensagem, além daquela que confirmava, no dia anterior, o jantar no restaurante. Passou a mão pelo pescoço, sentindo-se levemente sufocada. Talvez chegar pontualmente não era uma boa ideia, de todo. Não seria a primeira vez que ele desmarcava algo importante, mas se recusava a acreditar que ele faria isso logo naquele dia. Já estavam há um mês sem se verem, e a saudade fazia estrago em seu coração. Ele havia voltado dois dias antes para casa, mas combinaram que seria muito mais emocionante se encontrarem no dia em que completavam meio ano de namoro. Tinha certeza que ele viria, ele tinha que vir, era sua obrigação como bom namorado.
Recordou-se de seus primeiros encontros, de como tudo parecia fluir ao seu lado, dos olhos que se incendiavam ao se encontrar, de como suas pernas tremiam quando ele aparecia ao seu lado. As borboletas no estômago quando ele sorria mostrando suas covinhas, os olhos castanhos expressivos demonstrando sua paixão. Ele era perfeito para si, sua pele bronzeada, seu cabelo negro que sempre parecia bagunçado, conferindo-lhe um ar levemente rebelde. Só não parecia perfeito naquele momento, naquele maldito momento, meia hora depois, sem demonstrar nenhum sinal de vida.
-Senhorita, um homem mandou te entregar essa carta. – O mesmo garçom de outrora falou, deixando um envelope castanho sobre a mesa.
Alexia soube que algo estava errado no momento que pegou aquele envelope. Algo muito errado. Aquela era a letra de Caíque, tinha certeza disso. O maldito havia enviado uma carta. Abriu o envelope, apressada, ainda com um fio de esperança que o conteúdo compensasse a falta dele ali. A primeira coisa que veio em sua mão foi uma nota de cem reais. Aquilo a fez ferver internamente. Não havia lido a carta, mas qualquer que fosse o conteúdo, acompanhava-lhe a certeza de que algo havia quebrado em seu ser. Pegou o papel devidamente dobrado, e orou para que pelo menos ele tivesse a decência de escrever uma longa carta.
Com o rosto em chamas percebeu o quanto fora tola, uma vez mais. Em suma, o conteúdo da carta, que não tinha mais de dez linhas, resumia-se a algo como: não está funcionando, sinto muito te decepcionar, mas não podemos continuar. Não tenho coragem de te encarar nesse momento, e toma cem reais para pagar o que quer que você tenha pedido nesse restaurante chique. Não, não eram essas as exatas palavras, mas apenas isso foi entendido por Alexia, que deixava a paixão dar lugar a uma raiva quase incontrolável. Ela não conseguiu se despedir, falar com alguém. Apenas deixou o local, deixando a carta e o dinheiro sobre a mesa, e em menos de um minuto, sentiu que as lágrimas começavam a molhar seu rosto maquiado. Não poderia fazer uma cena na rua, era demais até mesmo para ela.
Olhou para o outro lado da rua e viu uma velha padaria. Olhou para o letreiro desgastado, sem conseguir ler o nome do local. Sabia que era a mesma que ia com frequência na infância. Estava vazia, mas parecia aberta. Dirigiu-se para lá, tentando segurar toda sua ira e revolta, não podia fazer isso antes de estar longe dos olhares alheios, que refletiriam pena e curiosidade.
-Filho de uma mãe! E não me atende o maldito! – Ela esbravejou, assim que entrou no lugar, tentando ligar para o que deveria ser seu namorado. – Quem ele acha que eu sou? Meu Deus, Alice vai me matar! – Concluiu, procurando um lugar para se sentar e entrar em um processo sem fim de auto-piedade.
-Senhorita, nós vamos fechar. – Ouviu uma voz que lhe era conhecida e se virou para a pessoa que lhe falava, ainda com o rosto banhado em lágrimas. – Alexia? Pequena Ale? – Ela forçou um sorriso, um sorriso desprovido de alegria, e o homem ao seu lado sentiu pena.
-Oi Seu Abrahim. – Alexia respondeu, sem entusiasmo, e sentindo-se uma tola por chorar perto de alguém que a conhecia desde pequena.
Abrahim era um homem de cerca de setenta anos, e Alexia tinha a impressão de que ele sempre fora velho, pois em suas lembranças ele não havia mudado nada em vinte anos. O bigode espesso e o sotaque forte faziam parte de sua marca. Um israelense que já morava no Brasil por mais de quatro décadas. Quando era criança morava naquele lado da cidade, e se recordava de ir com frequência naquele lugar, escondida dos pais, para conversar com o senhor e sua esposa, Zafiro, e ganhar doces sigilosamente. Quando se mudaram, deixou de ter contato, e para seu azar, voltava a encontrá-lo em circunstâncias nada agradáveis.
-O que aconteceu, menina? Você está chorando e gritando, e só posso supor que alguém lhe machucou. – Constatou o senhor, e Alexia abaixou a cabeça, sentindo mais lágrimas a descerem sem sua permissão.
-Eu sou uma idiota, Abrahim. Ele disse que me amava, mas terminou comigo por carta, e me deixou chegar ao restaurante para enviar. Eu só quero o matar. – Resmungou, usando o antebraço para limpar o nariz.
O senhor se compadeceu da situação, e ouviu com atenção o que ela lhe dizia, tratando de confortá-la. Recordava-se dela como uma menina alegre e peralta, que sempre tinha algo a dizer, extremamente perspicaz, sempre acompanhada da irmã, Alice. O retrato que tinha da menina em sua mente destoava muito daquela mulher em prantos, com o coração dilacerado.
-Alexia, eu fico muito triste por saber que isso aconteceu com você, ele não merece suas lágrimas. – Tentou a consolar, e ela deu um meio sorriso descrente.
-Eu só quero o odiar, e nem isso consigo. – Reclamou.
-Minha filha, eu sei o que sente, mas preciso ir embora, a Zafiro não pode ficar sozinha, e acho que a cuidadora já foi embora. – Ele falou, depois de um tempo, alguns minutos, e sua expressão se suavizou ao falar da esposa.
-Eu tenho que ir embora? – Perguntou uma Alexia quase desesperada. – Não quero ficar sozinha em casa agora. Minhas irmãs estão viajando, e se eu for para casa, vou chorar ainda mais. – Suplicou.
Abrahim a observou, e antes que pudesse dar uma resposta, viu Miguel aparecer em seu campo de visão, retirando o avental. O senhor o chamou, em particular, deixando uma indefesa Alexia, que olhava para o nada, imaginando o que deveria fazer naquele momento.
-Terminei, chefe, já limpei a cozinha, guardei os bolos para amanhã, e os pães estão crescendo. – Disse Miguel ao ver o senhor se aproximar. Em seguida, olhou para a direção onde estava a morena, perdida em si. – Quem é ela?
-Alexia, uma menina que vinha muito aqui quando era criança. É sobre isso que quero falar, filho. Preciso que fique com ela mais um pouco, ela está muito abalada, o namorado acabou de terminar o relacionamento. Ela está sozinha na cidade, e não quer voltar agora para casa. Você pode ficar com ela mais uma hora? – Despejou o mais velho, e o mais novo se viu sem saída. – Eu preciso ir, a cuidadora da Zafiro já me ligou, mas você pode ajudar essa moça?
-Eu já vou, Seu Abrahim, sei que vocês precisam fechar. E me desculpem pelo vexame. – Disse Alexia aparecendo no campo de visão dos dois homens que dialogavam em busca de uma solução.
Foi nesse exato instante que Miguel soube que ela precisava de ajuda, o rosto manchado, os ombros encurvados, a roupa chique que destoava do todo, e uns olhos tão tristes que lembravam sua própria situação anos antes.
-Eu fico mais um pouco, moça. – Ele respondeu antes que ela alcançasse a porta. Quando ela se virou e fitou o homem, sentiu gratidão. Realmente não estava preparada para vagar sozinha por aquela cidade. Poderia acabar fazendo alguma besteira, como ir à casa de Caíque exigir explicações.
-Eu... Muito obrigada. – Respondeu, com uma sinceridade no olhar que assustou o outro.
Abrahim finalmente pôde sair do local, ele confiava em Miguel e sabia que era mais perigoso para Alexia ficar sozinha naquele momento em que parecia tão desestruturada.
Quando se viram sozinhos na padaria, Miguel a guiou até o balcão velho que havia ali, e a fez se sentar. Finalmente ela pôde reparar no homem que poderia ser o salvador de sua trágica noite. Ele era alto, negro, os olhos castanhos grandes e observadores, a boca grossa, o cabelo em um corte baixo, quase raspado. Era bonito, mas naquele momento, ela pouco observou sua aparência, só queria se consumir em auto-piedade.
-Quer comer ou beber alguma coisa? – Miguel perguntou, incomodado com o silêncio e o choro baixo daquela mulher, que poderia ser bem bonita em outro momento.
-O que você tem de mais forte? – Ela perguntou, levantando seus olhos chorosos, e o homem quis rir de sua pergunta, feita de forma tão dramática.
-Não vou te embriagar agora. – Ele brincou, e Alexia bufou, cruzando os braços, como uma menina emburrada. – Mas acabei de fazer um bolo, doces também são bons para momentos como esse. – Concluiu, e ela o observou com curiosidade.
Ele era um estranho, mas em seus olhos podia ver que a entendia, era como se ele mesmo tivesse passado por aquilo, como se tivesse experiência no assunto.
-Eu sou a Alexia. Qual é o seu nome? – Perguntou, ignorando o último comentário dele.
-Miguel. Vai querer o bolo, Alexia? – Ele voltou a perguntar.
-Pode ser, é melhor que nada. – Deu de ombros e ele sorriu. – Você não é brasileiro. Seu sotaque. – Apontou, antes que ele desaparecesse na cozinha em busca do pedaço de bolo.
-Sou moçambicano. – Ele confirmou, assim que voltou, com um generoso pedaço de bolo em uma das mãos, e ela acenou em sinal de concordância. – Aqui está. Tem chocolate, ameixa, e um pouco de vinho.
-Amei. – Ela disse antes mesmo de comer. Assim que experimentou, soltou um suspiro de satisfação. – Isso é muito bom. Tem mais? Vou fingir que isso é capaz de me embriagar e me fazer esquecer o quanto sou trouxa. – Ela explicou e Miguel a observou por um segundo. Era uma mulher diferente, talvez um pouco estranha, e intrigante. Mesmo sofrendo, ela tinha o dom de ser irônica e conferir humor ao que dizia.
-Vou buscar. – Ele falou e aproveitou o momento longe dela para avisar sua vizinha de que demoraria uma hora para buscar a filha, que estava na casa dela.
Nos minutos seguintes, Alexia se revezou entre comer e reclamar dos homens em geral. Miguel apenas assentia e sorria a cada novo comentário da morena.
-Alice vai me bater quando souber. Ela disse para eu não ser tão impulsiva, não ser tão intensa, mas não quis escutar. Eu realmente achei que ele fosse o amor da minha vida. Ainda não acredito que aquele maldito fez isso comigo. – Disse antes de voltar a comer. – Sabe, Miguel, da próxima vez, quem se aproximar vai ter que implorar antes de ter meu amor. Não vou deixar isso acontecer mais uma vez.
-Já aconteceu antes? – Ele perguntou curioso, enquanto limpava a bancada, por puro TOC.
-Seis vezes. Mas nenhuma foi como essa. Ele não me ligou antes para desmarcar, não enviou nada para a minha casa. Simplesmente enviou uma carta quando eu já estava no restaurante. Sabe o quanto fiquei como uma ridícula? Ele mandou uma carta mal escrita, menos de dez linhas, e ainda deixou cem reais como se estivesse me pagando pela sua covardia. Se eu tivesse pedido algo ali dentro, com certeza seria mais que isso. – Falou afobada, e o homem sentiu uma vontade inexplicável de confortá-la. E de bater em quem havia a feito sofrer. Não a conhecia, mas só de ouvi-la, sabia que aquela mulher não merecia aquele tipo de dor.
-Sinto muito. – Ele disse simplesmente, deixando que ela continuasse em seu desabafo.
-Vocês homens não prestam. – Resmungou, e ele riu. – Fazem de tudo para conquistar, mas quando já tem o que querem, simplesmente fogem.
-Ei, não somos todos assim. E nós também sofremos por amor. – Revidou.
-Ainda não conheci um que fosse diferente. Mas também, Alice bem disse que eu assusto, tenho que ser mais precavida.
-Eu não te acho assustadora. – Ele respondeu.
-É porque não somos namorados. Tenho certeza de que se fôssemos, eu te assustaria no primeiro mês e você fugiria. Como todos os outros.
-Todos fugiram? – Ele perguntou desconfiado e ela deu de ombros.
-Não todos. Os quatro primeiros, eu dei um fora. Mas eles não prestavam. Os outros dois que fugiram. Mas talvez o problema seja mesmo meu.
-Eu acredito que não. – Ele falou, sem saber o que dizer. – Eu não fugiria. – Brincou e ela levantou seus olhos para ele, já não pareciam tão revoltos como outrora.
-Você não sabe o que diz. – Revidou em tom de brincadeira.
Em seguida, olhou para o celular, que jazia sobre o balcão. Nenhuma mensagem, nenhuma ligação. Olhou para as horas estampadas ali e finalmente se apercebeu que o tempo continuaria a correr, apesar de sua dor. Vinte e cinquenta e nove. Mais de uma hora se havia passado, e era hora de ir.
-Meu Deus! Já vai dar nove horas. – Exclamou, e até mesmo Miguel se assustou com a velocidade em que as horas se passaram. Não havia sido nada monótono estar com ela ali. Aquela mulher exalava energia, paixão, intensidade, como ela mesma dizia. Talvez nunca mais a visse, mas havia sido uma grata surpresa encontra-la naquela noite. Era uma pessoa que nunca passaria despercebida, mesmo se tentasse.
-Bem, eu acho que você já está melhor, não é? – Ele perguntou, enquanto levava o que restava do bolo para a cozinha.
-Ei, não leva o bolo embora, quero o que sobrou. Eu pago. – Ela suplicou e ele riu de sua súplica.
-Tudo bem, eu só ia colocar em uma vasilha para que levasse. Pelo visto você realmente gostou, né?
-Amei. Vou precisar correr por vários dias para eliminar toda a gordura, mas vale a pena. – Disse ela, com um sorriso estampado, esquecendo-se momentaneamente de sua dor.
Miguel embalou o que havia sobrado do bolo, e entregou a ela.
-Quanto foi? O bolo e a consulta? – Ela brincou.
-Dessa vez foi grátis. Eu sei o que é sofrer por amor, então este é por conta da casa.
-Obrigada, muito obrigada. – Ela respondeu, indo ao encontro dele e o abraçando em sinal de gratidão. Em segundos, ambos perceberam o quanto era uma situação estranha, e se afastaram, constrangidos. – Eu disse que sou impulsiva. – Ela se justificou, e ele sorriu. – Desculpa por esse vexame que paguei, e te prometo que vou me recuperar, não vou deixar ninguém me machucar novamente.
-Espero que esteja melhor da próxima vez que nos encontrarmos. – Miguel falou com sinceridade, enquanto a acompanhava até a porta.
-Estarei, verá. Ainda amo aquele cafajeste maldito, mas vai passar. Sempre passa, ninguém morre de amor. – Alexia respondeu com picardia e o outro concordou com um aceno. Por experiência própria ele sabia que era verdade. – Meu carro está ali. Novamente, muito obrigada por me deixar ficar aqui por um tempo, você foi meu salvador essa noite. – Concluiu, e ele viu verdade nos olhos verdes dela.
-Foi bom te ajudar, você é muito divertida, e se cura sozinha. – Reconheceu. – E Alexia. – Chamou, antes que ela desaparecesse de suas vistas. – Ele não merece suas lágrimas, você é maior que tudo isso.
Ela concordou com um sorriso e se afastou, ainda tentando assimilar as últimas horas. Tanto acontecera em questão de três horas, e ainda não poderia ligar para as irmãs, por causa do fuso horário, não queria as preocupar. Sabia que o processo de cicatrização seria mais longo do que os anteriores, mas se recuperaria. Daria a volta por cima, e sabia, que, dessa vez, algo havia mudado em seu ser.
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