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Sete

Depois de uma semana tão agitada, tudo o que Alexia queria era dois dias de paz e tranquilidade, sem perturbação. Na noite de sexta-feira os pais souberam da notícia da gravidez da filha do meio, e depois do leve surto inicial, começaram a fazer precipitados preparativos com a criança que provavelmente estava em suas primeiras semanas de desenvolvimento. Mesmo que a conversa tenha ocorrido por vídeo-chamada, e não tenha terminado tão tarde, a caçula das Ribeiro sentia que estava esgotada em demasia em decorrência de tantos acontecimentos em uma única semana.

Acordou tarde naquele sábado, ou tão tarde quanto sua ansiedade permitiu. Às nove e meia abriu os olhos, confusa e irritada consigo mesma por não conseguir dormir mais. Olhou para o relógio que ficava no criado mudo e praguejou. Ótimo, teria um longo dia cheio de pensamentos! Só queria conseguir dormir por doze horas até que sua mente descansasse, mas pelo visto seu cérebro tinha outros planos.

Depois de tomar café e assistir um filme qualquer que passava na TV, decidiu que iria ao único shopping da cidade, precisava se distrair, e ter sua própria companhia durante algumas compras, era uma ótima ideia. Levantou-se mais disposta, e pensou em comprar novos esmaltes para pintar as unhas naquela noite. Fez uma nota mental sobre seus planos, talvez passar na livraria e comprar algo novo.

— Hoje vai ser o dia de Alexia. — Murmurou para si, enquanto limpava a cozinha antes de se arrumar para sair.

Não deixaria novamente uma zona para mais tarde. Esse deslize só ocorria uma vez na vida, pensou com um sorriso no rosto ao se lembrar da pequena Lirhandzo. Sentiria saudades daquela garota esperta durante o fim de semana. Cogitou a possibilidade de pedir Miguel para deixar Lira passar a tarde com ela, mas logo balançou a cabeça em negação. Não era coerente, ela os conhecia há apenas uma semana, chegar e pedir para passar mais tempo com a menina era uma intromissão absurda, constatou em pensamento.

Vestiu uma blusa de seda, azul, leve, e calças jeans que realçavam suas curvas. Passou um batom vermelho, brincos pequenos, de brilhante, soltou os cabelos que caiam sobre os ombros, e procurou pelos óculos de sol que sempre ficava sobre o criado-mudo, recordando-se de o ter deixado dentro do carro. O carro de Alessandra.

No caminho para o shopping ela refletiu que talvez estivesse na hora de procurar um lugar para si. E se Alessandra resolvesse ter filhos? A casa tinha apenas dois quartos, e um cômodo extra muito pequeno utilizado quando os pais resolviam passar um ou dois dias na casa das filhas. Também seria bom tirar a carteira de moto, era mais fácil conseguir dinheiro para comprar uma moto do que para um carro. Instantaneamente, sentiu-se dependente demais. Era a mais nova e quase sempre procurava as mais velhas para a ajudar em seus problemas. Já não era uma menina, logo chegaria aos trinta anos, mas parecia ter se acomodado a uma situação em que se via estagnada.

Precisava mudar isso, seria um longo processo, mas era necessário. Chegou ao shopping naquela tarde, decidida a não deixar pensamentos negativos a atordoarem. Queria mudar, ficar se culpando pelo passado não ajudaria em nada. Assim que entrou no prédio de apenas dois andares, viu uma loja de artigos de bebê, e resolveu que entraria. Seria tia! E para que não perdesse seu posto de preferida, era bom começar a mimar a pequena criatura que ainda estava no ventre da irmã. Escolheu algumas roupinhas e acessórios, feliz pela irmã e pelo rumo da vida dela. Tinha um marido que a amava e apoiava, e trabalhava com o que gostava. E pensar que das três, ela, Alexia, sempre fora a mais romântica e que acreditava estar casada antes dos vinte e cinco. Tarde descobriu que sua felicidade não dependia do amor romântico, e que podia direcionar sua intensidade e paixão para a vida, estar feliz consigo mesma.

A tarde passou tão rápido quanto poderia, e sentiu-se leve e feliz por ter feito algo por si mesma. O domingo não foi tão produtivo quanto gostaria, e mais de uma vez pensou em como estaria Lirhandzo e Miguel. Não entendia o porquê de se preocupar com o pai da menina, mas algo em seu olhar parecia esconder uma dor profunda, alguma marca que não era passageira, e isso a instigava. Não estava apaixonada, não teria problema em admitir se estivesse, mas algo no moçambicano a fazia querer descobrir mais, a ajudar, a se aproximar. Espantou os pensamentos contraditórios e buscou se distrair com o novo livro que havia adquirido na tarde anterior, já se preparando mentalmente para a semana seguinte.

Na segunda-feira, Miguel pensava em como resolveria o mar de problemas que só parecia crescer a cada dia. Ao olhar para os boletos que estavam espalhados por uma das mesas da padaria, viu-se perdido. Teria que atrasar o pagamento de mais de um deles, e isso o abatia. Com apenas um braço funcionando, não conseguia fazer a mesma quantidade de pães e bolos que outrora, e via a cada dia a clientela, que já não era muita, minguar-se. Sua alegria era ver a empolgação de Lira, seu sorriso e seus olhos brilhantes, alheios aos problemas.

— A Lexi vem me buscar hoje, né? — Perguntou a menina, surgindo por trás dele, já com o uniforme da escola, e o cabelo preso, novamente com sua faixa, que parecia fazer parte de todos os looks possíveis.

— Acredito que sim. — Ele respondeu, sem ter certeza se poderia contar com aquele fato.

A real situação era que nem Lira, nem ele, puderam esquecer da morena durante o fim de semana. E o fato de a pequena mencionar a mulher a cada dez minutos não ajudava a esquecê-la. Tinha medo, sim, muito medo de que Alexia desaparecesse da vida de sua filha, deixando um estrago no pequeno coração, outra vez. Olhou para a menina, que estava à sua frente, ansiosa, expectante, e pensou se era uma boa ideia deixar essa aproximação acontecer. Angustiou-se com o simples pensamento de ver sua filha novamente triste, era seu bem mais precioso.

— Falta muito para a hora de ir à escola? — Ele a entendia. Sim, sabia o quanto era importante para a menina ter uma figura feminina que passasse segurança e que gostasse dela. E seu medo de vê-la frustrada aumentou ao ver o quanto ela se apegava com tamanha facilidade. Talvez fosse melhor pedir para a Alexia não se aproximar tanto, afastar-se aos poucos, para que sua menina não sofresse tanto com um abrupto distanciamento.

— Acho que hoje eu posso te levar, Lira, vai ser bom caminhar um pouco. — Ele disse, levantando-se e juntando os boletos esparramados para os deixar em casa. — Já comeu? — Perguntou. Sempre deixava a comida pronta no dia anterior para que a menina apenas esquentasse no dia seguinte, enquanto cuidava da padaria.

— Não papai, você não pode me levar. A Lexi vem. — Ela falou o parando, com os olhos brilhantes e muita convicção em sua fala.

— Minha menina, a gente não pode pedir para a Alexia fazer tudo por nós. Não tem ninguém na padaria, eu posso sair para te levar. — Ele respondeu pegando no rostinho da filha, que pareceu não gostar da resposta, deixando seu semblante descair.

— Ainda falta muito para a hora de ir para a escola, papai, não precisa ir agora. — Aquela garotinha era muito esperta, ele raciocinou. Queria ganhar tempo para ver se Alexia aparecia, e ele se rendeu.

— Tudo bem, Lira, vamos daqui a quinze minutos. Você não me disse se comeu.

— Eu comi, papai. Arroz, feijão, frango. Comi tudo. — Lira fez um sinal de penitência que arrancou um sorriso involuntário de Miguel.

— Então tudo bem. Vai ficar aqui na padaria? — Ela acenou e ele concordou, levando o maço de papéis para casa, e se preparou para levar a menina para e escola, mesmo que ela garantisse que Alexia viria.

Depois de tomar um banho e se trocar, ele voltou à padaria, um pouco preocupado por deixar a filha sozinha, embora morasse literalmente nos fundos do comércio. Assim que entrou na cozinha do estabelecimento, ouviu vozes e soube que a morena havia cumprido sua palavra. Depois de um fim de semana sem contato, não tinha certeza se ela continuaria a vir, e essa constatação o fez sorrir. Chegou ao salão, e a cena que viu fez seu coração falhar uma batida.

— Você comprou outra faixa pra mim? — A menina perguntava com um sorriso tão brilhante que fazia até o mais ranzinza dos humanos se render aos seus encantos.

— Comprei duas, para você poder trocar. Essa azul, e essa colorida. — A morena falou, abaixada na altura da garotinha, feliz por ver que suas compras tinham feito alguém, além dela, feliz.

— Muito obrigada, Lexi. — A menina respondeu, abraçando-a, e a mais velha sentiu uma ternura enorme se apoderar do seu coração. Ela era especial para si, e esse gesto espontâneo a tocou. — Meu pai achou que você não ia vir me buscar. Mas eu sabia que viria. — Lira confessou, num tom alto o bastante para que Miguel ouvisse e se envergonhasse. Sabia que a filha era perspicaz demais para acreditar que seu intuito era apenas caminhar um pouco.

— Você não acreditou na minha palavra, Miguel? — Alexia perguntou, soltando a pequena e se virando para ele, que estava encostado no balcão com um sorriso no rosto.

— Eu não disse que você não ia vir. Só falei para caminharmos um pouco. Faria bem.

— Você é inacreditável. — Ela brincou. Aproximando-se dele, sussurrou. — Nunca duvide de minha palavra. Quando eu digo que vou fazer algo, eu cumpro. — Miguel sentiu o perfume doce, e soube que aquele cheiro ficaria impregnado em si, assim como aquelas palavras. Percebendo que Lira estava mais concentrada em ver suas novas faixas do que neles, encarou a mulher à sua frente, e resolveu que seria bom ser sincero.

— Alexia, eu sei que você quer ajudar, mas eu tenho medo de machucar minha filha. E se por algum motivo você se afastar? Ela não pode ter mais uma decepção.

— Eu jamais machucaria a Lira, Miguel. E quando eu me aproximo de alguém, não tenho intenção de me afastar. Mas se você quer isso, quer que eu me afaste, fala logo, antes que nós duas nos apeguemos demais uma à outra. — Ela parecia ofendida com a simples suposição de se afastar, e muito convicta de si, e isso fez com que ele desistisse de sua ideia inicial.

— Não... eu não quero isso. Lirhandzo fala o tempo todo de você, que temo já ser tarde demais. — Concluiu e Alexia suavizou.

— Eu também acho. — Confessou ela, ainda o encarando, até que o contato ser rompido, ao ouvirem a voz da pequena.

— Vamos, Lexi, preciso te contar o que fiz no fim de semana. — Os dois adultos se entreolharam, e em seus olhares estava a promessa de não magoarem a pequena, não importava o que acontecesse no futuro.

Assim que saiu dali, seguida por Lira, que foi o caminho todo tagarelando sobre coisas aleatórias, a morena refletiu que estava se apegando novamente a alguém. Mas era um apego totalmente diferente e puro. Era um laço que estava crescendo, e ela não estava disposta a quebrá-lo.

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