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Oito

— Ale, eu te amo, mas enquanto você insistir em usar esse perfume horroroso, fica longe de mim. — Alice disse, no fim da tarde, tapando o nariz com as mãos, como se quisesse impedir o cheiro de entrar por suas narinas.

— Achei que você estivesse tomando remédio para enjoo. — A caçula respondeu, enquanto se encaminhavam para a saída, e Lira estava ao lado delas, prestando atenção ao que diziam, como se conversassem sobre algo realmente importante.

— Eu estou. Mas seu cheiro é horrível, doce demais. Nunca gostei de perfume doce. — Alexia quis se irritar com a audácia da irmã, e a fuzilou com o olhar, mas logo se recordou que deveria exercer uma paciência sobremaneira para a suportar pelos próximos meses. Era por um bem maior.

— Você que me ajudou a escolher, Alice. Não tem sentido você dizer isso. Lira, meu perfume é forte? — Perguntou para a menina que negou, sempre que tivesse que escolher entre Alexia e qualquer outra pessoa, ficaria do lado da morena, mesmo que a outra pessoa fosse sua melhor professora.

— Viu, a Lira não concorda com você. É frutado, não é tão doce.

— Então não chega perto de mim. — Falou Alice, recebendo um resmungo em resposta.

— Sério, Lice? Você vai me pagar por tudo o que me fizer passar durante a gravidez, eu juro. — Alice riu, como se fosse inocente, e a mais nova se rendeu. — Vou trocar de perfume, um floral dessa vez, satisfeita?

— Sim, qualquer coisa que não seja doce. Ah, antes de ir, a San disse que chega amanhã na capital, e quarta chega em casa. Ela te avisou? — Alexia acenou concordando, então a outra continuou. — E na quarta de manhã eu vou fazer o primeiro ultrassom.

Alice havia feito, ainda na sexta anterior, o exame de sangue, e descoberto que estava grávida há seis semanas. Então, já havia marcado todos os exames necessários para iniciar o acompanhamento do pré-natal. Esperava já ser capaz de ouvir o coraçãozinho do bebê.

— Posso ir com você? — Alexia perguntou em expectativa.

— Não Ale, o Pedro vai comigo. Lá na clínica que vamos só permitem a entrada de um acompanhante. Mas eu te ligo assim que sair de lá. Vou pedir para gravar também.

— Tia Alice, você quer ter uma menina ou um menino? — Indagou a pequena Lirhandzo, tentando se fazer presente na conversa.

— Tanto faz, mas seria muito bom ter um menino. Já que cresci rodeada só por meninas. — Brincou Alice e Lira pareceu satisfeita com a resposta.

— Ok, precisamos ir, Miguel vai ficar preocupado se demorarmos. — Disse Alexia, já em frente ao carro. — Sem abraços? — Perguntou estendendo os braços para a irmã que se esquivou.

— Até que você troque seu perfume. — Brincou a mais velha, soprando um beijo para a irmã e indo até seu próprio carro.

A quarta-feira chegou depressa, mais do que Alexia previra. Acordou ansiosa, outra vez. Alessandra chegaria naquela tarde, e seu coração já apertava de saudades. Isso sempre acontecia quando uma das irmãs viajava. Ainda tinha alguma surpresa envolvida, pelo que a mais velha dissera na ligação. Alice iria fazer o primeiro ultrassom, e ela estava de fora desse evento. Tantas coisas aguardadas para o mesmo dia, e isso tirou totalmente seu sono, antes mesmo das oito da manhã.

Decidiu que deveria se distrair, sair, e a primeira coisa que veio em sua mente foi Lirhandzo. Sem pensar em demasia, resolveu que seria uma boa alternativa ir até lá e passar um tempo com a menina, e talvez, apenas talvez, no caminho, pensasse em alguma forma de ajudar Miguel naquele momento.

Miguel atendia um cliente quando ouviu os passos de outra pessoa que adentrava no local. Ficou estático ao perceber quem era, naquela hora da manhã. Alexia estava ali, distante o suficiente para esperar o cliente ser atendido, mas, ainda assim, estava ali, antes das nove horas da manhã. O que não era um fato corriqueiro, pelo menos não até aquele dia.

— Cinco reais. — Ele falou para a senhora à sua frente, e logo que ela pagou e saiu do estabelecimento, virou-se para a morena que estava sentada sobre uma cadeira, esperando quase que de forma paciente. — Lexi? Digo, Alexia?

— Oi para você também, Miguel. — Ela falou, levantando-se e indo até o balcão. — E pode me chamar de Lexi, eu gosto do apelido que Lira me deu. — Ela falou com um sorriso perspicaz.

— Aconteceu alguma coisa? — Ele perguntou preocupado.

— Nada de ruim, mas estou ansiosa e não queria ficar sozinha em casa. Minha irmã mais velha chega hoje e ela disse que tem uma novidade para contar, e Alice vai fazer o primeiro ultrassom hoje, e não me deixou acompanhar. — Falou, sentada sobre a bancada, e Miguel se lembrou da primeira vez em que encontraram, o quanto ela estava diferente, sem ressentimento ou dor nos olhos verdes. Estava linda, e ele abanou a cabeça para tentar afastar pensamentos conflituosos. — Está tudo bem? — Assim o moçambicano percebeu que não havia sido discreto em seu ato.

— Está sim. — Respondeu quase atordoado. — A Lira está dormindo. — Concluiu, sem ter certeza do que deveria dizer.

— Ah! — A morena respondeu com desânimo. A ideia era passar tempo com a menina, não com o pai, mas voltar para casa não era uma boa opção. — Posso ficar aqui e te ajudar? — Miguel a olhou com espanto. O que uma mulher como ela quereria fazer num lugar como aquele? Seu coração começou a mostrar sinais de inquietude, e seus olhos se centraram nas expressões de expectativa de Alexia.

— Ajudar?

— Sim. Você está sozinho com apenas um braço disponível, eu estou com dois braços bons. É sério, Miguel, preciso ocupar minha mente quando fico ansiosa, assim me distraio e o tempo passa mais rápido. — Justificou.

— Ok, então vem pra cá. — Falou, indicando que ela deveria rodear o balcão. Assim que ela se aproximou, ele sentiu outro perfume, distinto ao que ficara gravado em si, um cheiro mais suave que se aproximava ao cheiro de rosas. — Trocou o perfume. — Disse sem pensar e Alexia o encarou, surpresa.

— Você reparou. — Miguel assentiu, sem graça, e coçou a nuca, incômodo por ser descoberto. — Alice me fez trocar. Ela está com enjoos e me proibiu de me aproximar dela enquanto usasse aquele perfume.

— Ah, entendi. Gosto desse também. — Seus olhos se encontraram por alguns segundos, até que Miguel cortou o contato, continuando. — Precisa amarrar o cabelo.

— Ok. — Ela respondeu, puxando o cabelo para cima e fazendo um coque com uma velocidade impressionante. — E agora, chefe? — Miguel riu da maneira como ela disse a última frase.

— Sabe sovar pão? — Ele perguntou, desconfiado.

— Não sei, mas pode me ensinar, sou rápida aprendendo. — Ela disse, com uma piscada que fez Miguel duvidar se era bom estar com ela tão próxima a si.

Talvez Alexia estivesse certa, ela aprendia com facilidade. Nunca pensara que precisava tanto de ajuda como ao ver o quanto o serviço rendera durante aquelas duas horas. Além de ser simpática e atender a todos os clientes, permitindo que Miguel passasse mais tempo na cozinha, a morena ainda trazia suavidade ao local, conversando sobre trivialidades quase que todo o tempo. Ele contou sobre sua vinda ao Brasil, sete anos antes, quando Lira era ainda um bebê, e, por alto, contou que a mãe dela, sua então esposa, havia pedido o divórcio e retornado a Moçambique dois anos depois, e que havia morrido pouco depois. Não contou detalhes, mas Alexia soube que havia muitas coisas envolvidas naquela história, e que algum dia saberia o que realmente havia acontecido entre eles. Em contrapartida, a morena confessou que precisou de alguns meses para finalmente sentir que tinha superado ao babaca do namorado, e que, depois desse episódio, havia dedicado mais tempo para si do que para tentar encontrar o amor.

— Essa torta ficou magnífica, Miguel. — Ela disse, assim que experimentou a torta salgada que acabava de sair do forno. — Eu sei de uma maneira de te ajudar a reerguer a padaria.

— Como? — Ele perguntou interessado. Já se aproximava das onze horas da manhã, e embora Lira talvez já estivesse acordada, ele não tinha pretensão de se afastar de sua "ajudante" naquele momento. Eles estavam na cozinha da padaria, cortando os pedaços da torta para vender.

Miguel já pensava em vender o estabelecimento, ganharia um bom dinheiro, pela localização, e talvez conseguisse recomeçar em outro lugar menor. Mas a morena tinha outro pensamento.

— E se você vendesse seus produtos para a cantina de algumas empresas? Claro que você precisaria de funcionários, mas isso te ajudaria muito, ficaria conhecido, poderia reformar o local, aqui é bem localizado, tem muitos edifícios próximos. Eu amo suas receitas, seria um sucesso.

— Alexia, eu não tenho condições de pagar nem minha mão de obra, imagina contratar alguém. Eu pensei que conseguiria reerguer a padaria, depois de comprá-la, tinha mil planos, mas percebi que estava além da minha realidade fazer algo assim. Eu agradeço sua ajuda, sério, mas não teria como eu aumentar minha produção sem ter um capital para aplicar. — Raciocinou, e enquanto ele falava, a mente de Alexia dava voltas, fazendo cálculos e planos.

— Poderia conseguir um investimento. Acho que sei de alguém que poderia te ajudar no início. — Disse se lembrando do cunhado, teria que montar um plano para apresentar ao Pedro, mas tinha certeza de que quando ouvisse sua proposta, ele estaria disposto a ajudar. — E minha irmã mais velha é contadora, ela chega hoje. Tenho certeza que ela poderia ajudar também a elaborar um plano de ação realista. — Sua empolgação, sua forma intensa de falar, a voz levemente rouca, o brilho no olhar, tudo nela parecia mexer com o interior do moçambicano, e ele não tinha certeza de se estava preparado para sentir aquilo.

— Por que está fazendo isso, Alexia? Por que se importa tanto? — Ele perguntou, e ela o encarou, confusa. Confusa consigo mesma. Não sabia responder, mas se sentia bem fazendo isso, era por Lira, era por ela, e talvez, também era por Miguel.

— Eu não sei, Miguel. Não costumo parar para pensar nos meus motivos. — Sorriu com sinceridade. — Eu só gosto de ajudar. Alessandra diz que sou intrometida, e se você acha isso, pode dizer, eu paro de me intrometer. Mas eu realmente acho que você tem potencial para crescer, só precisa de algum apoio.

— Eu não te acho intrometida. — Ele respondeu. — Mas é complicado. Depois de alguns baques, fica difícil acreditar que algo possa dar certo. Eu aceito que me ajude, com uma condição. — Ele coçou a nuca novamente, e Alexia percebeu que esse era um costume recorrente.

— Qual?

— Quando você precisar de ajuda com alguma coisa, vai me falar, pode ser?

— Quais suas intenções, Miguel? — Ela perguntou com um sorriso de canto, fazendo com que o próprio Miguel sorrisse de volta.

— As melhores possíveis. — Ele respondeu, e Alexia gargalhou ao ouvi-lo.

— Fechado. Na verdade, eu sei como posso me beneficiar disso, depois te conto. — Ela estendeu a mão para que Miguel apertasse, selando um acordo mudo de algo que nem tinham ideia do que poderia se tornar.

Depois de limparem o salão, e a cozinha, sentaram-se na bancada, e logo ouviram uma voz infantil carregada de entusiasmo.

— Lexi? — A menina se precipitou sobre a morena, quase a fazendo cair.

— Oi, mini adulta! Finalmente acordou? — Perguntou Alexia, abraçando a pequena.

— Eu estava assistindo desenho. — A morena se virou para Miguel, interrogante, e ele deu de ombros.

— Eu não queria perder minha assistente. — Confessou em um sussurro.

— Vou procurar meus direitos. — Brincou ela.

— Você está cheirando bolo, Lexi. — Lira contou, e Alexia riu da naturalidade da menina.

— Sério? Eu estava ajudando seu pai na padaria. Por isso estou cheirando bolo.

— Você já veio me buscar? — Perguntou Lirhandzo, um pouco confusa por causa do horário.

— Na verdade, ainda falta muito tempo para a escola. Mas se seu pai deixar, você pode pegar suas coisas, e nos arrumamos lá em casa, você almoça comigo e depois vamos para a escola. O que acha?

— Posso papai? — A morena admirou a obediência da menina, que se dirigiu ao pai antes de responder.

— Pode ser. — Miguel não conseguiria afastá-las, sabia disso, e já não queria isso, não quando via o sorriso feliz da filha, ou a forma terna com que Alexia a tratava.

Assim que recebeu a permissão, a garotinha se afastou correndo, disposta a arrumar tudo o que precisasse em tempo recorde.

— Obrigada. — A morena agradeceu. E continuaria a falar se não fosse interrompida pelo toque insistente do celular. — É a Alice. Preciso atender, ela deve ter saído agora da clínica. — Ele assentiu e ela se afastou minimamente para atender a ligação.

— Alô. Lice?

Ale. — A voz chorosa do outro lado da linha a deixou em estado de alerta.

— Lice? Tá tudo bem? O que aconteceu? — A caçula perguntou, muito preocupada. — O bebê está bem?

Ale. Estou bem, quer dizer, estamos bem, todos nós. Só preciso me acostumar. — Alice respondeu, e Alexia franziu o cenho, confusa.

— Como assim, Alice? Você está me deixando preocupada. — Confessou.

Nós quatro estamos bem, Ale. E o Pedro também está bem. — Alice, em frente à clínica, do lado do marido, que também parecia assustado, falou, esperando a irmã raciocinar.

— O quê? — A mais nova raciocinou por alguns segundos, até que finalmente a ficha caiu, e ela abriu a boca, atônita. — Você e mais três? TRÊS?

Sim, Ale. Vamos ter trigêmeos!

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